OS JOVENS E AS DROGAS
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Sites na internet
oferecem drogas para entrega pelo correio.
Caiu na
rede, é droga. Quem navega na Internet pode viajar por sites que permitem até
comprar Ecstasy, maconha e outros aditivos. Sem sair de casa e com entrega
garantida, caso a compra não ultrapasse US$ 50: este é o limite de isenção de
impostos para produtos importados, o que significa que pacotes com valor
inferior ou igual só são abertos pelos fiscais da Receita Federal se houver uma
denúncia de que o conteúdo não é o declarado no documento que acompanha a
mercadoria.
Sem
controle, a venda de ecstasy e similares floresce na Internet. Para evitar a
repressão em seus países de origem, as empresas fornecedoras botam avisos
perguntando se o consumidor é maior de 18 anos - ou explicando a legislação
referente ao assunto em vários lugares do mundo. Passada essa barreira, o
usuário precisa apenas ter um cartão de crédito internacional para abrir as
portas do mundo virtual das drogas.
- Você pode
importar sementes de maconha, que, dificilmente, alguém vai descobrir. A droga
não tem cheiro e, ainda que a polícia ou a receita federal usassem cachorros,
não descobririam o conteúdo do pacote - afirma um internauta de 22 anos, que
está esperando a entrega de sua primeira encomenda alucinógena.
Um site
americano, por exemplo, oferece todo tipo de similar "natural" para
as drogas da moda. A propaganda das "plantas espertas" assegura que,
embora "menos potentes" do que os originais, elas oferecem
"sensações indescritíveis". Os usuários podem até escolher se
preferem estimulantes para o cérebro ou para a libido; sementes, cogumelos. Os
preços não ultrapassam US$ 10 por vidro com 40 cápsulas.
No mercado,
não faltam novidades: um site holandês (com tradução em inglês, espanhol e
alemão) oferece um produto exclusivo para testar a qualidade do Ecstasy, do
speed e de alguns tipos de anfetaminas. No texto de apresentação, a empresa
ressalta que ainda não tem a patente definida, mas lembra que, na maioria dos
países, a repressão policial faz com que a droga chegue impura ao usuário.
Na opinião
do psicólogo José Henrique Lobato Vianna, diretor-clínico da Cooperativa de
Trabalho em Psicologia, as novas tecnologias só fazem ampliar os limites dos
jovens:
- É uma
idade em que as pessoas querem viver tudo ao mesmo tempo agora. Nos dias de
hoje, os limites estão cada vez mais elásticos e os jovens têm a sensação de
que podem fazer tudo. Até misturar substâncias químicas de toda maneira.
A produção de drogas
aumenta 200% ao ano, segundo dados levantados pela CNBB.
Em matéria
publicada no jornal "O SÃO PAULO" a CNBB aponta:
A produção
de drogas aumenta 200% ao ano, segundo dados levantados pela CNBB.
A principal
causa do alto consumo de entorpecentes nos países ricos, a perda do sentido de
vida. Nos países do Terceiro Mundo, as causas são o aumento da miséria, o
processo rápido de urbanização e a falta de estabilidade nas famílias.
Pastoralmente.
a Igreja vem respondendo a este fenômeno em vários níveis. Em alguns países,
onde o problema é mais grave, as Conferências Episcopais têm publicado
mensagens oficiais propondo críticas pastorais e linhas de ação. O Pontifício
Conselho pastoral no Campo da Saúde criou no ano passado, a pedido do papa, um
grupo informal de estudos para reunir dados sobre os trabalhos realizados pela
Igreja em todo o mundo. Este grupo organizou em outubro de 1997 um simpósio
sobre o tema, reunindo participantes de 45 países.
No Brasil
existem as "Comunidades Esperança", que trabalham na recuperação de
dependentes químicos, e também iniciativas de paróquias e dioceses que procuram
dar apoio aos dependentes. Com o objetivo principal de realizar um trabalho
preventivo entre os jovens, o Setor Juventude da CNBB já realizou dois
Encontros de Instituições, Fraternidades e Associações que se dedicam a esta
causa(em 1977 e 1988).
A CNBB
afirma que a igreja deve trabalhar pastoralmente em duas dimensões: a da
prevenção e a do trabalho assistencial e de recuperação dos dependentes.
"A resposta da Igreja ao fenômeno da tóxico-dependência é uma mensagem de
esperança e um serviço que vai além do fato em si, chega ao núcleo central da
pessoa humana. Não se limita a eliminar o mal, propõe também a redescoberta do
verdadeiro sentido da vida", conclui.
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