MASSACRES

 

Os maiores massacres em instituições de ensino dos EUA nas últimas décadas







Autor do massacre de Virginia Tech Reprodução




Autor do massacre de Virginia Tech Reprodução
RIO - As duas últimas décadas têm testemunhado um tipo de ataque que se tornou uma espécie de marca registrada da violência nos EUA: massacres em instituições de ensino. Os maiores acontecerem em 1999, na Columbine High School, e em 2007, na Universidade Virginia Tech, com dezenas de mortos.

1/12/1997: Um adolescente armado mata 11 estudantes e fere outros cinco em Paducah, Kentuch.
24/3/1998: Dois adolescentes fazem disparos em Jonesboro, Arkansas, matando quatro alunos e um professor.
20/4/1999: Eric Harris e Dylan Klebold matam 13 pessoas (entre elas, um professor) e ferem 25 na Columbine High School, em Littleton, Colorado. Em seguida, os agressores se suicidam. O massacre reabre o debate sobre o porte de armas nos EUA.
21/3/2005: Um estudante mata nove pessoas, das quais cinco eram seus colegas, em Red Lake, Minnesota, em ação que dura 10 minutos. O autor do ataque é Jeffrey Weise, de 16 anos, que, antes de se dirigir à escola, mata seu avô e a parceira dele. Após a matança, ele se suicida.
2/11/2006: Um homem mata cinco meninas em uma escola amish de Nickel Mines, na Pensilvânia. O responsável pelo ataque é Charles Carl Roberts. Depois de entrar na escola, ele manda os meninos e os professores saírem. Em seguida, amarra as meninas em frente a um quadro negro, atira contra elas e se suicida.
16/4/2007: O estudante sul-coreano Cho Seung-hui mata 32 pessoas, entre alunos e professores, na Universidade Virginia Tech, em Blacksburg. O caso se torna a maior matança em universidades dos EUA.

'Morri como Jesus': leia o manifesto do atirador

15/02/2008: Stephen Kazmierczak, de 27 anos, entra na Nothern Illinois University com três revólveres e uma espingarda escondidos em um estojo de guitarra. Em seguid,a abre fogo contra colegas, matando cinco pessoas e ferindo 15.


2010
14 de dezembro, EUA
Um homem armado abriu fogo em uma reunião de um comitê escolar na Cidade Panama, no Estado da Flórida, fazendo com que os espectadores saíssem correndo antes de ele trocar tiros com um segurança e, então, se matar, informou a polícia. Ninguém além do atirador ficou ferido.

08 de outubro, EUA
Um atirador fere duas crianças na escola primária de Carlsbad, na costa norte de San Diego, no Estado da Califórnia. O atirador levava, além da arma de fogo, uma lata de gasolina, um bujão de gás e farta munição. Ele foi detido por dois operários que trabalhavam em uma construção próxima à escola.

28 de setembro, EUA
O estudante de matemática Colton Tooley, 19, abriu fogo com um rifle de assalto no campus da Universidade do Texas, antes de correr para a biblioteca e se suicidar. Ninguém mais ficou ferido, e a polícia não efetuou nenhum disparo.

26 de fevereiro, EUA
Uma professora foi morta a tiros na porta de uma escola primária da cidade de Tacoma, no Estado de Washington. O suspeito esperou a professora durante cerca de duas horas. Quando ela chegou, foi baleada, e o homem fugiu em um carro. Ele foi baleado e morto pela polícia, a cerca de 18 km do local do crime.

24 de fevereiro, EUA
Bruco Strong Eagle Eastwood, 32, começou a atirar durante a saída dos jovens de uma escola em Deer Creek, em Denver, capital do Estado do Colorado. Os estudantes Reagan Weber e Matt Thieu foram atingidos e levados para o hospital. Eastwood, que portava um rifle, foi desarmado por funcionários que monitoravam a saída das crianças e preso.


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2009
11 de março, Alemanha
Jovem Tim K., 15, invadiu o colégio Albertville de Winnenden, onde matou a tiros nove alunos e três professoras, antes de iniciar uma fuga que se prolongou por horas e na qual matou outras três pessoas. Ele se suicidou na localidade de Wendlingen, quando foi encurralado pela polícia.

23 de janeiro, Bélgica
Homem mata duas crianças e um adulto em ataque a uma creche na Bélgica, na cidade de Dendermonde.


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2008
23 de setembro, Finlândia
O estudante Matti Juhani Saari, 22, abre fogo em uma escola técnica em Kauhajoki, na Finlândia. Nove pessoas morreram.

14 de fevereiro, EUA
Um homem atira dentro de uma sala de aula lotada de estudantes na Universidade de Northern Illinois, perto de Chicago, matando cinco pessoas e ferindo 18. Depois, o homem comete suicídio.

8 de fevereiro, EUA
Uma estudante de enfermagem mata duas mulheres e depois se suicida na frente das colegas de classe na faculdade Louisiana Technical College na cidade de Baton Rouge.


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2007
7 de novembro, Finlândia
O jovem Pekka-Eric Auvinen mata seis colegas, a enfermeira da escola e o diretor e depois se suicida com um revólver na Jokela High School, próxima de Helsinque.

16 de abril, EUA
Armado, o jovem Seung-Hui Cho mata 32 pessoas e fere 15 na Virginia Tech University. Foi a maior chacina em uma universidade americana.


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2006
2 de outubro, EUA
Charles Carl Roberts, um caminhoneiro, ataca uma pequena escola rural na Pensilvânia, atira em dez garotas, matando quatro, e depois se suicida.

29 de setembro, EUA
Um estudante armado com uma pistola calibre 22 e um rifle invade uma escola rural do Condado de Richland, no Wisconsin e dispara várias vezes contra o diretor, ferindo-o gravemente antes de ser detido.

27 de setembro, EUA
Um atirador invade uma sala de aula de uma escola em Bailey, no Colorado, fazendo um grupo de seis alunas reféns. Quando a polícia invade o local, Duane Morrison, 53, mata uma das reféns --uma adolescente de 16 anos-- e, em seguida, se suicida. Segundo a polícia, todas as seis alunas foram molestadas e ao menos duas delas sofreram abusos sexuais.

13 de setembro, Canadá
Kimveer Gill abre fogo na faculdade Dawson College, de Montreal, deixando um estudante morto e 19 feridos. Gill se suicida depois de um confronto com a polícia.

24 de agosto, EUA
Um homem armado invade uma escola primária de Essex, em Vermont (leste dos EUA), matando ao menos duas pessoas --entre elas, um professor-- e ferindo outras três.

21 de março, EUA
Um estudante de 16 anos mata cinco estudantes, um professor e um segurança em uma escola da Reserva Indígena de Minnesota's Red Lake. Ele também matou o avô e uma companheira em outro local da reserva.

14 de janeiro, EUA
Um adolescente morre após ser atingido pela polícia enquanto apontava uma arma de brinquedo em uma escola em Penley, de Winter Springs, Flórida. O aluno trouxe uma arma de brinquedo para a escola e a usou contra colegas e professores, que pensavam ser um revólver de verdade. Ele foi morto por um policial quando apontou a arma para um funcionário da escola.


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2005
8 de novembro, EUA
Um estudante de 14 anos é detido após matar a tiros um assistente de direção e ferir gravemente dois outros funcionários da administração de uma escola do Condado de Campbell, Tennessee (sul dos EUA).

22 de março, EUA
Ao menos sete pessoas morrer e outras 14 ficam feridas em um ataque cometido por um estudante na escola secundária Lake High School de Red Lake, cidade rural localizada no norte do Estado de Minnesota, nos EUA. O atirador se matou logo após o ataque.


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2004
1º de setembro, Tchetchênia
Rebeldes que lutam pela independência da Tchetchênia fazem mais de mil reféns na escola número um na cidade de Beslan. No ataque caótico, 333 deles --sendo ao menos 186 crianças-- são mortos.


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2003
24 de abril, EUA
Um estudante da 8ª série mata a tiros hoje o diretor de sua escola no Estado da Pensilvânia (nordeste dos EUA) e depois se suicida. O tiroteio ocorreu no restaurante da escola, cerca de 15 minutos antes do início das aulas.


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2002
26 de abril, Alemanha
Em Erfurt, no leste do país, um homem armado abriu fogo depois de dizer que não faria um teste de matemática. No total, morreram 17 pessoas, além do atirador.

Fevereiro, Alemanha
Na cidade de Freising, na região da Bavária, um ex-aluno, expulso da escola de comércio, atira em três pessoas antes de se matar. Um professor ficou ferido.

Janeiro, EUA
Um estudante expulso da faculdade de direito da Appalachian School of Law, em Grundy, no Estado da Virgínia, mata o reitor, um professor e um estudante, e fere outras três pessoas.


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2001
Junho, Japão
Mamoru Takuma, armado com uma faca de cozinha, entra na escola Ikeda Elementary School, perto de Osaka, e mata oito crianças. Ele foi executado em setembro de 2004.

30 de março, EUA
Um estudante de 16 anos é morto a tiros no estacionamento de uma escola em Gary, no Estado de Indiana, por um ex-aluno do mesmo colégio.


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1999
Abril, EUA
Dois adolescentes armados matam 12 estudantes e um professor na Columbine High School em Littleton, no Colorado. Depois, cometem suicídio juntos.


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1998
Maio, EUA
Em Springfield, no Estado de Oregon, um estudante abre fogo na Thurston High School matando dois colegas e ferindo 22. Mais tarde, os pais do garoto são encontrados mortos dentro de casa.

Março, EUA
Na escola Westside Middle School, em Jonesboro, no Estado de Arkansas, dois garotos, de 13 e 11 anos, ligam o alarme de incêndio e matam quatro estudantes e uma professora ao saírem da escola.


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1997
Março, Iêmen
Um homem portando um fuzil ataca centenas de alunos em duas escolas em Sanaa, matando seis crianças e dois adultos. Ele foi condenado à morte em 1998.


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1996
Março, Reino Unido
Um homem armado invade uma escola primária em Dunblane, na Escócia, mata a tiros 16 crianças, uma professora e depois se suicida.

Atirador invade escola e mata 30 pessoas nos EUA


Segundo a polícia, o atirador, identificado como Ryan Lanza, está morto. O número de crianças mortas varia entre 14 e 18.


Da Reportagem


Ao menos 30 pessoas, incluindo 18 crianças, foram mortas por um atirador que abriu fogo nesta sexta-feira (14) em uma escola primária americana, de acordo com a rede americana CBS, que cita autoridades policiais. O ataque ocorreu na escola primária Sandy Hook School, que tem cerca de 600 alunos entre 5 e 10 anos e fica em Newtown, no estado de Connecticut, no Nordeste dos Estados Unidos.
Segundo a polícia, o atirador, identificado como Ryan Lanza, está morto, mas não foi determinado se ele foi morto pela polícia ou se cometeu suicídio. Ele teria usados duas armas, um revólver e uma pistola, que foram apreendidas, e um colete à prova de balas.

De acordo com o tenente Paul Dance, da polícia local, o corpo de Rayan ainda está no interior do edifício. Segundo testemunhas, ele entrou na escola vestindo uma farda militar.

O hospital local informou que há várias pessoas internadas, muitas em estado grave. A polícia afirmou que há "muitas vítimas", entre funcionários e alunos. Dance não confirmou o número total de mortos, alegando que todos os familiares das vítimas devem ser alertados primeiro.

A polícia chegou à escola às 9h40 (12h40 no horário de Brasília), pouco depois de ser avisada por telefone do ataque. O local foi imediatamente cercado e bloqueado e todos os sobreviventes foram retirados da escola. Imagens aéreas mostram várias ambulâncias e veículos de resgate ao redor do colégio.

Com a ajuda de professores e policiais, os alunos foram retirados do local. Todas as escolas públicas de Newton foram fechadas.

Com a ajuda de professores e policiais, os alunos foram retirados do local (Foto: Jessica Hill/Associated Press/Estadão Conteúdo)
Com a ajuda de professores e policiais, os alunos foram retirados do local (Foto: Jessica Hill/Associated Press/Estadão Conteúdo)

A Casa Branca informou que o presidente Barack Obama foi avisado sobre o incidente por volta das 10h30 (13h30 em Brasília) e acompanha a situação. Ele telefonou para o governador do Estado, Daniel Malloy, oferecendo ajuda federal nas investigações do incidente.

Um hospital da região afirmou ter recebido três pacientes da escola. De acordo com a rede de notícias NBC, a polícia foi acionada para atender a ocorrência pouco depois das 9h30 (horário local).


Massacre em Realengo (RJ)




São 8h20 de mais um dia que parecia tranquilo na Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo, Zona Oeste. Mas o psicopata que bate à porta da sala 4 do segundo andar está prestes a mudar a rotina de estudantes e professores, que festejam os 40 anos do colégio. 



Wellington Menezes de Oliveira, um ex-aluno de 24 anos, entra dizendo que vai dar palestra. Coloca a bolsa em cima da mesa da professora, saca dois revólveres e dá início a um massacre em escola sem precedentes na História do Brasil. Nos minutos seguintes, a atrocidade deixa 12 adolescentes mortos e 12 feridos.

Transtornado, o assassino atacou alunos de duas turmas do 8º ano (1.801 e 1.802), antiga 7ª série. As cenas de terror só terminam com a chegada de três policiais militares. No momento em que remuniciava dois revólveres pela terceira vez, o assassino é surpreendido por um sargento antes de chegar ao terceiro andar da escola. O tiro de fuzil na barriga obriga Wellington a parar. No fim da subida, ele pega uma de suas armas e atira contra a própria cabeça.

Na escola, a situação é de caos. Enquanto crianças correm — algumas se arrastam, feridas —, moradores chegam para prestar socorro. PMs vasculham o prédio, pois havia a informação da presença de outro atirador. São mais cinco minutos de pânico e apreensão. Em seguida, começa o desespero e o horror das famílias.

A notícia se alastra pelo bairro. Parentes correm para a escola em busca de notícias. O motorista de uma Kombi para em solidariedade. Ele parte rumo ao Hospital Albert Schweitzer, no mesmo bairro, com seis crianças na caçamba, quase todas com tiros na cabeça ou tórax.

Wellington, que arrasou com a vida de tantas famílias, era solitário. Segundo parentes, jamais teve amigos e passava os dias na Internet ou lendo livros sobre religião. Naquela mesma escola, entre 1999 e 2002, período em que lá estudou, foi alvo de ‘brincadeiras’ humilhantes de colegas, que chegaram a jogá-lo na lata de lixo do pátio.

A carta encontrada dentro da bolsa do assassino tenta explicar o inexplicável. Fala em pureza, mostra uma incrível raiva das mulheres — dez dos 12 mortos — e pede para ser enrolado num lençol branco que levou para o prédio do massacre. O menino que não falava com ninguém deixou seu recado marcado com sangue de inocentes estudantes de Realengo. 





Carta deixada por Wellington:

O crime está elucidado. As relações de Wellington ainda não...

Mensagens deixadas pelo maníaco que matou 12 crianças em Realengo reforçam a necessidade de descobrir os 'irmãos' com quem ele conversava


Foto de Wellington Menezes de Oliveira divulgada pela Secretaria de Segurança do Rio de Janeiro que foi recuperada do computador da casa do assassino
Foto de Wellington Menezes de Oliveira divulgada pela Secretaria de Segurança do Rio de Janeiro que foi recuperada do computador da casa do assassino 
 
Como ser solitário não é sinônimo de ser único, as conexões e inspirações que colaboraram com a mente deteriorada e diabólica do criminoso não podem ser desprezadas. E a partir deste ponto não cabe mais a resposta de que “como era louco, tudo que dizia era loucura”
Como crime de homicídio, o massacre da escola municipal Tasso da Silveira, na zona oeste do Rio, é dado como “caso encerrado”. Esse é o termo usado pelo delegado Felipe Ettore, da recém-reformulada Delegacia de Homicídios, para explicar que tecnicamente, no âmbito de sua divisão na Polícia Civil, não há mais o que fazer: estão identificadas vítimas, autores e circunstâncias da tragédia.
O melhor, no entanto, é que o encerramento do inquérito não signifique o fim da investigação – e, pelo menos por enquanto, o Departamento de Polícia Técnica parece determinado a esmiuçar a vida pregressa de Wellington Menezes de Oliveira.

O recluso criminoso gastava a maior parte de seu dia no mundo virtual. O que nos primeiros dias parecia um empecilho para o avanço da apuração, agora revela-se um facilitador. Os discos de computador, registros de internet e vídeos deixados por Wellington funcionam como uma grande documentação dos passos do autor de um crime sem precedentes na história do país.

AgOGlobo
Manoel Freitas Louvise é acusado de vender para o maníaco Wellington o revólver 38 usado para matar 12 crianças
Manoel Freitas Louvise é acusado de vender para o maníaco o revólver 38 usado para matar 12 crianças

Wellington agiu sozinho, diz a polícia. A despeito das referências desconexas sobre religião e da simpatia por fundamentalistas, não passava de um boçal que decidiu transformar uma vida de rejeição social em brutalidade.

Como ser solitário não é sinônimo de ser único, as conexões e inspirações que colaboraram com a mente deteriorada e diabólica do criminoso não podem ser desprezadas. E a partir deste ponto não cabe mais a resposta de que “como era louco, tudo que dizia era loucura”.

Os quatro vídeos divulgados pela Seretaria de Segurança do Rio na sexta-feira confirmam uma impressão já deixada por Wellington em suas outras mensagens. Wellington se dirige a pessoas que chama de “irmãos”, fala com alguma intimidade – chega a dizer que “como vocês podem ver, estou sem barba” – e age como se estivesse dando satisfação sobre a evolução de seu ‘trabalho’.

Não há dúvida de que a mente do criminoso era habitada por seres que não são deste mundo. Mas foi nos arredores de sua vida pacata e reclusa na zona oeste que ele deixou boa parte das pistas de que havia uma matança em andamento. A começar pelas armas e munições que adquiriu.

Cecília Ritto
Os revólveres utilizados por Wellington Menezes de Oliveira no dia do massacre de Realengo
Os revólveres utilizados por Wellington Menezes de Oliveira no dia do massacre de Realengo

Como destacou a criminologista Britta Bannenberg, especialista crimes causados por atiradores, em entrevista ao site de VEJA, “todos os atiradores deram sinais de que tramavam algo e de que não estavam bem". O problema é que, no caso de Wellington, quem teve mais acesso a esses ‘sinais’ foram pessoas que estavam mais preocupadas em lucrar com o crime do que impedi-lo – e justamente por isso precisam de punição exemplar.

A começar pelo segurança Manuel Freitas Louvise, de 57 anos, preso na quinta-feira sob acusação de ter vendido para Wellington o revólver calibre 38 usado no massacre. Foi dessa arma que partiram mais de 60 tiros durante os cerca de 10 minutos de ataque. À polícia Luvise disse que vendeu a arma – que ele havia comprado legalmente – porque Wellington alegava necessidade de se proteger em Sepetiba, onde passou a morar. Como ele explica, então, a venda de 77 balas e dos recarregadores rápidos para a arma?

Luvise nunca vai admitir. Mas alguém com mínimos conhecimentos de segurança sabe que essa quantidade de munição e carregadores não são coisa de quem quer se proteger. E mais: que alguém viria a morrer.

É prematuro acreditar que Wellington – alguém que conta ter sido desprezado ao longo de toda a vida – tenha uma legião de seguidores. Mas alguém com obsessão por internet e tantas conexões – MSN, Orkut e seis endereços de e-mail, pelo que a polícia já pôde confirmar –, com planos que datam de pelo menos nove meses antes do massacre, dificilmente caminha sem deixar pegadas.


Conheça as vítimas do ataque à escola Tasso da Silveira

 

Foto 1 de 12
Ana Carolina Pacheco da Silva, 13 anos

Brincalhona, Ana fazia a alegria das colegas de classe durante os recreios. Em casa, dedicava boa parte do tempo ao canto e à dança. Segundo amigas, os pais não a deixavam sair à noite para festas

Foto 2 de 12
Bianca Rocha Tavares, 13 anos

Caseira, Bianca gostava de navegar na internet e de ajudar a avó a arrumar a casa. Sua irmã gêmea, Brenda, também ficou ferida no ataque à escola e, no dia 8 de abril, permanecia internada no hospital





Foto 3 de 12
Géssica Guedes Pereira, 15 anos

A mãe a definiu como muito alegre. Ela estava no 7º ano e sonhava em seguir carreira na Marinha. A mãe soube do massacre pela TV e, ao chegar ao hospital Albert Schweitzer, reconheceu foto do corpo

Foto 4 de 12
Igor Moraes da Silva, 13 anos

Era brincalhão e estudioso. Familiares tentaram doar seus órgãos. Não foi possível, porque os pais precisavam assinar os papéis, e a família não conseguiu localizar o pai

Foto 5 de 12
Karine Lorraine Chagas de Oliveira, 14 anos

Sonhava em ser atleta profissional. A família soube pela TV do ataque e tentou ligar para o celular dela, até que um aluno atendeu e disse que havia encontrado o aparelho no chão

Foto 6 de 12
Larissa dos Santos Atanázio, 13 anos

Sonhava em ser modelo e já havia se apresentado em desfiles pequenos. O irmão Alex, de 13 anos, também foi ferido. Ela era muito alegre e dedicada aos estudos

Foto 7 de 12
Laryssa Silva Martins, 13 anos

Era muito caseira e gostava de internet. Segundo parentes, Laryssa era obstinada e muito estudiosa. Na Escola Municipal Tasso da Silveira, ela vivia cercada de amigas

Foto 8 de 12
Luiza Paula da Silveira Machado, 14 anos

Faria 15 anos em setembro e estava animada com os preparativos da festa. Era fã de Ivete Sangalo e queria ser modelo. Luiza, que estava no 8º ano, fazia curso de inglês

Foto 9 de 12
Mariana Rocha de Souza, 12 anos

O irmão dela, Eduardo, de nove anos, também estudava na escola e estava em um andar acima quando ouviu os tiros. Ela sonhava em se tornar modelo e era muito vaidosa

Foto 10 de 12
Milena dos Santos Nascimento, 14 anos

Aluna do 6º ano, estudava na escola desde a 1ª série. Era estudiosa e alegre. O pai, que tem mais duas filhas na escola, disse que não deixará que elas voltem a estudar lá

Foto 11 de 12
Rafael Pereira da Silva, 14 anos

Foi adotado duas vezes. Quando sua primeira mãe adotiva morreu, Rafael foi adotado pelo genro dela. O menino estava no 7º ano da Escola Municipal Tasso da Silveira





Foto 12 de 12
Samira Pires Ribeiro, 13 anos

Entrou neste ano na escola e ficou muito amiga de Larissa Atanázio, que também morreu. As duas se tratavam como irmãs. Seus corpos foram encontrados lado a lado

Posted by DJ BURP | às 09:10

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