HISTÓRIAS OBSCURAS DA BÍBLIA
A HISTÓRIA OBSCURA DO CRISTIANISMO E SEUS PLÁGIOS TEOLÓGICOS. PARTE I
O cristianismo não tem uma filosofia, teologia ou história própria. Todas são frutos da compilação de ideias e cooptação de conceitos de doutrinas alheias que foram convertidas e usadas para criar o cristianismo como conhecemos hoje. O cristianismo trilhou um caminho histórico e literal bastante transformador, foi perseguido duramente, posteriormente virou um perseguidor nefasto e atualmente não mata mais em nome de Deus, embora parte de sua violência ainda esteja concreta na sua visão moral e por vezes fundamentalista. Principalmente pelos ultraconservadores cristãos criacionistas dos EUA.
Aqui aponto a historia obscura do cristianismo que teólogo/cristão algum revela nos domingos, pois trata-se de evidencias arqueológicas e históricas comprometedoras abrangendo desde apoderações conceituais e teológicas quanto políticas e históricas.
O cristianismo de fato surge com a vinda de Jesus, filho de Deus na Terra. Entretanto, suas bases teológicas remontam mais de mil anos antes da vinda do filho do homem como veremos a seguir. Será que Jesus foi realmente o filho do homem?
As bases cristãs remontam-nos ao Oriente Médio por volta do século 10 a.C. em uma pessoa decidiu escrever um livro que nos seguinte mil anos continuaria sendo reescrito em um compilado de ideias teológicas que influenciou as principais religiões do mundo atual, as religiões abraamicas; judaísmo, cristianismo e islamismo.
Embora todos esses livros sejam considerados canônicos, ou seja, escrito sob inspirações divina a própria Igreja reconhece que a revelação divina só veio até nós por meio de mãos humanas. A palavra hoje vista como sagrada foi escrita por simples mortais e poucos vestígios sobraram como evidências concretas da raiz cristã, sendo a maior delas a própria Bíblia e evangelhos paralelos a ela.
A palavra Bíblia é um termo singular vindo mas veio literalmente do plural grego ta biblia ta hagiaque significa “os livros sagrados”.
Os 5 primeiros livros do Antigo Testamento que compõem a Torá no judaísmo e o Pentateuco católico foram supostamente escritos pelo profeta Moisés por volta de 1200 a.C, os Salmos seriam obra do rei Davi e Juízes do profeta Samuel.
As histórias da Bíblia derivam de lendas surgidas na chamada Terra de Canaã, onde hoje é Israel e que foi uma terra habitada por diversos povos. Os hebreus eram apenas uma entre muitas tribos que andavam por ali. E eles são a base primordial e teológica de toda fundamentação cristã.
As raízes da árvore bíblica também remontam aos sumérios, o atual Iraque que no terceiro milênio a.C. já havia contos mitológicos de um suposto dilúvio protagonizado pelo semideus Gilgamesh.
Passagens como esta segundo Anderson Zalewsky Vargas da UFRGS mostram que a Bíblia por muitos anos foi uma obra literária aberta a receber influências de muitas culturas contemporâneas. Passagens como a do dilúvio representam toda a sustentação e personalidade do deus judeu e relaciona-se claramente com o cristianismo.
Foi entre os séculos 10 e 9 a.C. que os escritores hebreus começaram a selecionar e compilar as diversas históricas e culturas. Isso aconteceu após o reinado de Davi, que teria unificado as tribos hebraicas em um frágil reino por volta do ano 1000 a.C. A primeira versão das escrituras sagradas foi feita por volta desse período e corresponde as maiores partes dos livros de Gênesis e Êxodo.
Nestes livros o tema principal é a relação conflituosa entre Deus e os homens criando inicialmente divergências sobre o papel do homem e do Senhor na história. Isso porque o personagem principal, Deus, é tratado por dois nomes diferentes.
Em alguns capítulos ele é chamado por Yahweh em um tratamento íntimo e informal, em outros é chamado de Elohim, um título respeitoso e distante (atualmente existe seita de Ufólogos denominada ERKZS que afirma ter contato com um ser extraterrestre chamado Elohim)
Aparentemente Moisés teria escrito tudo sozinho e usado os dois nomes. Mas seus textos parece contam com outros dois autores desconhecidos pelo fato deles relatarem a morte do próprio Moisés. Isso indica que ele não é o único autor.
De acordo com a linguagem utilizada os trechos que falam de Yahweh podem ser os mais antigos, escritos numa época em que a religiosidade era menos formal.
Nessa passagem teológica a criação é um ato exclusivo de Deus, e o homem surge apenas no 6o dia, junto aos animais, na passagem de Elohim o homem participa da criação divina.
Em 589 a.C., Jerusalém foi invadida pelos babilônios e grande parte da população foi levada para o atual Iraque. Algumas décadas depois o povo hebreu foi liberto por Ciro do Império Persa. Quando os hebreus retornaram a Canaã trouxeram novas concepções teológicas a respeito da natureza divina de Deus. Os sacerdotes passaram a rejeitar o politeísmo e com o tempo emerge o monoteísmo hebreu pelo contato com segundas culturas.
Uma delas é a idéia de um único Deus como vista no masdeísmo Persa que pregava a existência de um deus bondoso chamado Ahura Mazda, em constante combate com o maligno Arimã, semelhante a velha odisséia de Deus contra o diabo.
O contato do povo hebreu com os povos nômades dos desertos do Sul na cidade de Teiman e Paranfoi o principal motivo da criação do monoteísmo.
Segundo os dados históricos e arqueológicos, Yahweh foi uma divindade entre muitas, fazendo parte de um panteão do qual era apenas um dentre tantos outros deuses mais poderosos que ele.
Yahweh foi uma divindade cultuada por nômades beduínos que surgiu bem antes da Bíblia ser escrita. Era uma divindade dos desertos do sul com poucos súditos e que chegou a Canaã com a migração desses povos. Teologicamente eles viviam sob o domínio de seu principal deus chamado El acompanhado de sua esposa Asherah e seus filhos Anat, a senhora de tudo o que é fértil, e seu sucessor Baal, o deus que dava chuvas àquelas paisagens áridas que também ressuscita e derrota as divindades malignas Yamm (o Mar) e Mot (a Morte).
Cogitar que o cristianismo surgiu de um panteão de deuses hebreus parece um absurdo do ponto de vista religioso, mas sob o ponto de vista histórico arqueológico, lingüístico e teológico existem centenas de evidências que mostram a vida pregressa de Yahweh, o mesmo deus que futuramente veio originar o deus cristão.
Hoje por exemplo, sabe-se que o pentateuco foi finalizado por volta de 550 a.C. mas há textos ali de 1000 a.C., ou de antes e nada do que lá esta escrito segue uma ordem cronológica, além de terem sido editados. Isso pode ser evidenciado pelos textos originais, cada um escrito com uma característica lingüista distinta.
Algumas mensagens da bíblia dão a entender que Javé era uma divindade de lugares chamados Teiman ou Paran (atual Arábia Saudita) afirmando literalmente que Deus veio dessas regiões. E esses textos estão justamente entre os mais antigos, o que suporta as evidências lingüísticas e teológicas.
Outra evidência disso é a associação do nome de Deus a Shasu que é um termo egípcio que significa “nômade” ou “beduíno”. Algumas inscrições egípcias mencionam um “Yahweh dos Shasu”.
O que aconteceu foi que o deus dos nômades do deserto foi incorporado às tribos israelitas, trazendo o novo deus ao panteão.
A cerca de 1000 a.C. Canaã era um território disputado como hoje ainda é, e estava dividido em diversas tribos; israelitas, hititas e jebedeus, todas tinham culturas parecidas e reverenciavam o mesmo panteão de deuses.
Com o passar do tempo Yahweh começa a crescer popularmente e as características dos deuses de seu panteão passam a ser atribuídas a ele. Isso porque o guerreiro Yahweh tinha as mesmas qualidades que El como criador e governador do mundo e a Baal.
O novo status de Yahweh foi ganhando espaço até que a maior evidência disso está em no Salmo 82. Onde nos apresenta o Conselho Divino, uma espécie de Câmara dos deuses na qual eles se reúnem para expor Yahweh como o único Deus.
Um indício de que o Salmo foi escrito antes do próprio início da Bíblia, que já começa apresentando Yahweh como Deus supremo. Assim, ele então adquire os poderes de El e posteriormente de Baal, com uma pequena predominância do segundo.
Isso já esperava-se já que Yahweh e Baal tem muitas características em comum, as tempestades, o fogo além de ambos serem guerreiros que habitam o alto de montanhas. Só que Baal vive no lendário monte Zafon enquanto Javé no Sinai.
Na tradição mitológica de Canaã, quem tinha triunfado contra Yamm, o deus caótico do mar, era Baal, mas os textos da Bíblia atribuem essa vitória aYahweh. Alguns Salmos bíblicos foram originalmente hinos a Baal que acabaram adaptados para o culto judaico.
Essa expulsão definitiva de Baal do panteão é explicada no episódio bíblico do bezerro de ouro durante a passagem dos israelitas pelo deserto de Sinai. Enquanto o povo de Deus esperava que Moisés voltasse do monte Sinai com os mandamentos eles construíram uma estátua de ouro de um bezerro para adorá-la.
Poucos sabem, mas o animal que simbolizava a veneração de Baal era bezerro, inclusive faziam-se sacrifícios em sua homenagem. Tanto Moisés quanto Yahmeh ficaram enfurecidos e milhares de israelitas morreram como punição pela infidelidade do povo. Esse episódio é um marco simbólico do fim da era politeísta e o surgimento de um evangelho de um único Deus.
Yahweh rouba então o trono dos deuses do panteão segundo a mitologia hebraica e confere a criação de uma nova religião, o judaísmo.
Nesta passagem encontramos novos indícios de cooptação de tradições. Os profetas bíblicos acusavam os israelitas de prostituição nos altares de Asherah. Entretanto, inscrições achadas ao longo do século 20, como as de Kuntillet Ajrud, no deserto do Sinai indicam que o deus Yahweh e a deusa Ashera não eram inimigos e sim um casal.
As inscrições, datadas em torno do ano 800 a.C., dizem coisas como “a bênção para ti por Yahweh de Teiman e sua Asherah”. A idéia da prostituição foi uma alegação com a finalidade de excluir a deusa do panteão e fundar a primeira religião monogâmica, uma religião hebraica/judia neste momento.
Com Israel quebrada ao meio Yahweh se fortalecia como Deus, mas a nação agora estava indefesa militarmente, foi então que o monoteísmo se consolida por total, com a consolidação de Deus na reforma religiosa introduzida por Josias (649 – 609 a.C.) rei de Judá.
A ideia por trás dessa nova religião era de mostrar ao povo que os maus tempos os quais a nação havia passado nas mãos de assírios e babilônios eram provações divinas e que se o povo mantivesse sua fé, tudo acabaria bem. Uma manobra puramente política e psicológica.
Há diversos fatos históricos e lingüísticos que fizeram parte da consolidação do monoteísmo judeu. Por exemplo, a versão final do Pentateuco surgiu por volta de 389 a.C. Nessa época, um religioso chamado Esdras ordenou a um grupo de sacerdotes que que mudassem radicalmente as bases do judaísmo, a começar por suas escrituras.
Eles editaram os livros anteriores e escreveram a maior parte dos livros Deuteronômio, Números, Levítico e também um dos pontos altos da Bíblia, como os 10 Mandamentos.
A reforma conduzida por Esdras propunha leis religiosas rígidas como a proibição do casamento entre hebreus e não-hebreus. Inclusive algumas das leis encontradas no Levítico se assemelham à ética moderna dos direitos humanos como “Se um estrangeiro vier morar convosco, não o maltrates. Ama-o como se fosse um de vós”.
Algumas passagens descrevem Deus como um sádico vingativo que ordena o extermínio de cidades. Para os historiadores e arqueólogos a violência do Antigo Testamento é reflexo de séculos de guerras com os assírios e os babilônios. Ou seja, os autores do livro sagrado foram influenciados por essa pressão sociocultural gerando raiva e por conseqüência histórias em que Deus se mostrava irado, violento e cruel
Por volta do ano 200 a.C., o conjunto de livros sagrados hebraico já estava finalizado e começou a se alastrar pelo Oriente Médio. Essa tradução do idioma hebraico para o grego teria sido realizada por 72 sábios judeus.
Isso ocorreu também com os novos testamentos criados mais a frente, após a vinda de Cristo grande parte deles foi perdido, o que sobrou foram as versões gregas.
Além da tradução grega, também surgiram versões do Antigo Testamento no idioma aramaico. Dois séculos depois a Bíblia em aramaico havia dominado todo o Oriente Médio, era a mais lida na Judéia, na Samária e na Galiléia
Jesus de Nazaré não deixou nada escrito, de fato os primeiros textos sobre ele foram produzidos décadas após sua morte.
Sendo assim o cristianismo já nasceu em um regime de perseguição uma vez que seus membros se recusavam-se a cultuar os deuses oficiais que dominavam boa parte do Oriente Médio desde o século 1 a.C.
Os evangelhos surgem então como um novo gênero literário. O termo vem do grego evangélionque representa Boas Novas e narra os milagres, os ensinamentos e a vida do messias. Entretanto, a concepção de messiah adotada pelo cristianismo incomodou muito os judeus.
Na tradição judia o messiah ou filho ungido de Deus ainda esta para vir a Terra até hoje, para os cristãos ele foi Jesus Cristo. Na concepção judaica o messiah deveria ser um líder militar, que lideraria a vitoria dos judeus na guerra santa contra o satanás. Satanás em hebraico quer dizer unicamente inimigo.
Quando Cristo se apresentou como o filho do homem e realizou seus supostos milagres também trouxe uma concepção nova de messiah, aquele que não seria um líder militar, mas trazia uma mensagem simples; ame o próximo como a ti mesmo.
Essa concepção de messiah incomodou muito os judeus diante da multidão de pessoas que começou a seguir Jesus Cristo em vida.
Claramente Jesus foi um revolucionário político, muito mais do que religioso, assim como seu primo João Batista que o batizou.
João batista foi um revolucionário político que morreu decapitado por dizer certas verdades a respeito do rei Herodes.
Cristo parece ter tido contato também com as obras de Simão de Peréia, que foi morto 20 anos antes de seu nascimento e na época era visto como o suposto messiah.
Simão deixou uma placa de pedra informando o seu poder revolucionário e os seus seguidores acreditavam que ele ressuscitaria no terceiro dia após a sua morte.
Jesus Cristo foi crucificado porque em um feriado de páscoa judia cometeu o famoso ato de discorda quando viu o templo sendo usado como espaço para o livre comércio. Em sua fúria destruiu barracas diante de soldados romanos que o prenderam.
É provável que diante das inscrições de Simão, da morte de João batista Jesus tenha aceitado o cargo de messiah cristão e tenha cometido tais atos para morrer como filho de Deus. Uma atitude heróica e brava para alguns, narcisista para outros.
Pouco sabemos dos personagens que acompanharam Jesus, e de sua real história, pois a maioria dos evangelhos escritos nos séculos 1 e 2 desapareceu já que naquela época, um livro era um amontoado de papiros avulsos.
Pouco se sabe tanto do Novo quanto do Velho testamento. Por exemplo, no Velho Testamento como poderíamos afirmar a real existência da arca da aliança, ou na travessia do mar morto, e até mesmo no êxodo do povo judeu do antigo Egito quando nenhuma evidencia arqueológica disto existe?
O único local onde pode-se retirar essas informações é na própria bíblia, pois não há registro arqueológico algum que corrobore nenhuma dessas afirmações teológicas. Nem mesmo os manuscritos do mar morto (que são a pedra no sapato do cristianismo) contém tantos livros apócrifos citam tais passagens.
Na teologia judaica a arca da aliança é citada desde os anos 800 a.c, até que no ano de 600 a.c ela desaparece dos registros arqueológicos. Acredita-se que os judeus detinham a arca da aliança com os dez mandamentos em Jerusalém, mas na invasão dos babilônios ao território judeu no ano de 587 a.c onde tocaram fogo em toda a cidade e saquearam todo seus pertences e tesouros nenhuma arca foi encontrada e nenhum registro arqueológico dos antigos babilônios faz referencia a ela.
Alguns acreditam que o rei Salomão teria escondido a arca da aliança na Etiópia sob a proteção da rainha de Sabá, mas nem mesmo se sabe se a rainha existiu já que é citada unicamente e exclusivamente na bíblia. Existem especulações a respeito da travessia do deserto de Sinai. Mas o deserto de Sinai é um deserto pequeno e não demoraria 40 anos para atravessá-lo. Não há evidencia arqueologia ou histórica a respeito da abertura do mar feita por Moisés.
No Novo Testamento também ocorrem falhas e interpolações. Alguns dos novos evangelhos foram copiados e recopiados por membros da Igreja mais tarde. O problema é que, a essa altura do campeonato, gerações e gerações de copiadores já haviam introduzido alterações nos textos originais, seja por descuido, seja de propósito. Muitos erros foram feitos nas cópias, erros que às vezes mudaram totalmente o sentido dos textos.
Muitas passagens bíblicas foram interpoladas, principalmente entre Marcos, Mateus, Lucas e João. O milagre da ressurreição trás algumas delas.
No vigésimo oitavo capitulo de Mateus é dito que os soldados da tumba de cristo foram subornados para dizer que os discípulos de Jesus que furtaram seu corpo enquanto os soldados dormiam.
O caso da ressurreição fica mais interessante ainda quando comparamos o cristianismo com as religiões que precederam ele. Mithra (1.200 a.c) nasceu dia 25 de dezembro e ressuscitou no terceiro dia após a morte e tinha 12 discípulos. Dionysius (500 a.c) nasceu dia 25 de dezembro e ressuscitou no terceiro dia após a morte. Attis (1.200 a.c) ressuscitou no terceiro dia após a morte. Além disso, Krishna também ressuscitou. O mais interessante é que tanto Horus (3.000 a.c) quando Attis, Krishna e Jesus eram filhos de mães virgens.
A idéia de que Maria, mãe de Jesus era virgem é também resultado de interpolações nos textos cristãos. Na versão original de Isaías onde menciona-se esta passagem trata-se de dizer que Maria era almah que significa “mulher jovem”. Se de fato estivessem se referindo a Maria como uma mulher virgem, teriam usado o tratamento bethulah que significa donzela ou virgem em hebraico.
Há outras passagens interpoladas como quando Jesus salva uma adúltera prestes a ser apedrejada. De acordo como os historiados esse trecho foi enxertado no evangelho de João por algum escriba do século 3.
Isso ocorre porque na época em que ocorreu, o cristianismo estava se desvencilhando do judaísmo e apedrejar adúlteras é uma das leis que os sacerdotes judeus haviam inserido no pentateuco. A cena em que Jesus salva a suposta adúltera passa a idéia de que os ensinamentos de Cristo haviam superado a Torá, uma visão de melhoria e um tratamento simbólico de superação, de poder e status.
O Apocalipse , ou revelação teve diversas narrativas editadas entre os autores do Novo Testamento. Um exemplo claro é visto no versículo 18 onde o autor adverte que “Se alguém fizer acréscimos às páginas deste livro, Deus o castigará com as pragas descritas aqui” referindo-se ao momento histórico na qual o cristianismo passava, uma revolução teológica com diversas seitas defendendo conceitos, tradições e rituais diferentes de Deus e o Messias.
A seita dos docetas por exemplo, acreditava que Jesus não teve um corpo físico mas seria apenas um espírito, sua crucificação e morte foram apenas ilusão de ótica.
Os ebionistas acreditavam que Jesus não nascera filho de Deus mas foi adotado por Deus.
Além disso o mitraísmo, paganismo e o cristianismo agnóstico também surgiu e faziam parte dessa disputa acirrada com o cristianismo tradicional e o judaísmo.
A primeira tentativa de organizar esse caos de escrituras sagradas ocorreu por volta de 142 por um rico comerciante de barcos chamado Marcião que nasceu na atual Turquia e viajou para Roma convertendo-se ao cristianismo. Era um teólogo influente que tentou compilar sua própria seleção de textos sagrados. A Bíblia de Marcião era bem diferente da que conhecemos hoje já que se simpatizava com uma seita cristã hoje desaparecida, o gnosticismo.
A HISTÓRIA OBSCURA DO CRISTIANISMO E SEUS PLÁGIOS TEOLÓGICOS. PARTE II
O gnosticismo não esta tão desaparecido como se pensava. De fato tenho entrado em contato com associações gnósticas que tem a finalidade de busca o conhecimento interno das pessoas utilizando passagens de grande valor moral permeando um série de grandes representantes religiosos como o hinduísmo, cristianismo, budismo e tradições da Índia e Tibet, Maias e assim por diante.
O gnóstico busca florescer a compreensão do que somos, quem somos e como nossa constituição emocional pode nos fornecer respostas a respeito de nossa natureza espiritual. Algo bastante semelhante a construção interna do conhecimento como a filosofia da maçonaria que faz um chamado a construção interna do templo do rei Salomão. Ou seja, ela busca a sabedoria interna.
Para os gnósticos da época pós-Cristo o Deus do Velho Testamento não era o mesmo que enviou Jesus. De fato as duas divindades seriam inimigas mortais. O Deus hebraico era um sádico sanguinário e controlava apenas o mundo material, já o universo espiritual seria dominado por um Deus bondoso, pai de Jesus. De fato há uma diferença clara entre a personalidade do Deus do velho testamento e o do Novo Testamento, parecendo tratar-se de deuses distintos.
Por volta de 170, o gnosticismo foi declarado proibido pelas autoridades eclesiásticas, e Marcião foi excomungado. Roma então que durante anos foi a maior inimiga dos cristãos tornou-se posteriormente o maior representante cristão.
A concepção de um Deus cristão que era bondoso e não um sádico foi criada e espalhada por um personagem da historia do cristianismo chamado Paulo de Tarso.
Quando os romanos invadiram Israel no século1 a.C não se importavam com o monoteísmo adotado pelos judeus em Jerusalém. Como passar do tempo os romanos começaram a se interessar pelo judaísmo. Os ensinamentos e as doutrinas adotadas pelos judeus soavam como absurdas ao romanos uma vez que para seguir esta nova doutrina era necessário que a adoção de posturas como a mudança na alimentação e a circuncisão.
Neste momento, o cristianismo não passava de uma doutrina judaica comum entre eles. Foi então que determinou-se a diferença entre judeus e cristãos. Será que aquelas pessoas convertidas no cristianismo e que ainda não tinham adotado os costumes judaicos -como a circuncisão- deveriam ser salvos?
Paulo de Tarso começou a espalhar a idéia de manter o cristianismo como uma doutrina que deus era um bom samaritano e não era um sanguinário como o Deus judeu que queria provas da devoção dos humanos, como pedidos de sacrifício e morte ao fio das espadas.
Em 313 Constantino decretou que os cristãos não deveriam ser mais caçados como animais e decretou esta religião como oficial de seu império. Então, Deus que tinha a popularidade de ser mal por sempre estar ameaçando a humanidade (como o dilúvio) passou a ser um Deus de amor, deixando pra trás a idéia de temer a Deus para a idéia de “ Deus da compaixão”, mas ainda há passagens na bíblia dizendo que devemos temer a Deus. Temer, ou ter medo de Deus é um tratamento usado nas tradições judaicas que permaneceu nas escrituras cristãs.
O imperador romano Constantino se aliou à Igreja com a clara idéia de fortalecer o seu império. Para isso, no entanto, precisava de uma fé sólida. A pressão de Constantino levou os mais influentes cristãos a se reunirem no Concílio de Nicéia em 325 para colocar diretrizes na recém consolidada religião. Surge ai o cânone cristão, ou seja os livros que segundo a Igreja haviam sido escritos inspirados por Deus.
Obviamente certas coisas nunca mudam, sabe-se que essa foi uma escolha também puramente política.
Eles escolheram os evangelhos de Marcos, Mateus, Lucas e João para representar a história de Cristo enquanto as invenções dos docetas, dos ebionistas e de outras seitas foram excluídas e tratadas como hereges. Os textos excluídos são chamados de evangelhos apócrifos, que vem do grego apocrypha, ou, aquele que foi ocultado.
A maioria dos livros apócrifos se perdeu já que os escribas da Igreja não estavam mais interessados em recopiá-los. Entretanto com o surgimento da arqueologia no século 19, pedaços desses textos foram encontrados nas areias do Oriente Médio.
Principalmente os textos escritos pelos judeus essênios e pelos cristãos gnósticos. Segundo a visão do cristianismo gnóstico Jesus foi apenas um humano com uma posição filosófica distinta e não um filho de Deus.
Os pergaminhos do Mar morto revelam diversas passagens apócrifas escritas por Essênios e gnósticos. Evidentemente que a alegação é que não foram escritos por inspirações divinas, talvez porque mostrassem Jesus como ele realmente era e não como gostariam que ele fosse.
Embora o conselho de Nicéia tenha selecionado livros com inspiração divina que foram escritos por Marcos, Mateus, Lucas e João, eles ainda sim apresentam divergências entre si.
Primeiramente, se Marcos, Mateus, Lucas e João tivessem escrito os livros eles estariam no idioma hebraico e não grego, portanto grande parte dos estudiosos se torna cético quando se trata da originalidade desses textos, ainda mais considerando o fato de nenhum deles ser contemporâneo de Cristo.
Por exemplo, os textos de Tiago e Judas foram escritos por pessoas sem qualquer tipo de inspiração divina.
Muitos evangelhos foram perdidos, como o de Judas, dos egípcios, Tomé, André, atos de Pilatos, Pastor de Hermas e etc.
Mas os 4 evangelhos canonizados e considerados inspirados entre si não se concordam. Marcos, Mateus e Lucas divergem totalmente quando comparado com João. Eles desconheciam a salvação através da fé. Eles ensinam que se aprendemos a perdoar os outros Deus nos perdoará, ou seja, o evangelho da boa ação e da caridade.
O evangelho de João diz que precisamos nascer em Cristo Jesus que morreu na cruz por nós. O problema é que se os três evangelhos são inspirados então o de João é falso ou apócrifo, mas se o de João for inspirado então os outros três são apócrifos. Há uma série de interpolações entre esses 4 livros para que eles sejam combinados entre si.
Um caso polêmico de texto apócrifo foi descoberto em 1886 no Egito. Ele é assinado por Maria que muitos acreditam ser a Madalena, discípula de Jesus, presente em vários trechos do Novo Testamento. O evangelho atribuído a ela é essencialmente feminista e Madalena é descrita como uma figura tão importante quanto Pedro e os outros apóstolos.
Maria Madalena não era prostituta como se afirma até os dias de hoje. Ela ganhou este título devido o Papa Gregório em 591 que incentivou a inserção dessa falácia para ressaltar o poder de cura moral de Jesus Cristo.
No passado não havia sobrenomes. O segundo nome referia-se a cidade de onde as pessoas vinham. Golias de Gate era da cidade de Gate, Jesus era de Nazaré, Paulo era de Tarso e Maria Madalena era da cidade de Magdala.
Possivelmente Maria Madalena foi uma bem sucedida financiadora de barcos pesqueiros e teria financiado as pregações de Cristo, e pode ser considerada co-autora peça chave do cristianismo, pois viu a ressurreição de cristo. O que é curioso que o maior de todos os milagres que Cristo fez, sua ressurreição, foi um milagre feito por de baixo dos panos. Jesus poderia ter ressuscitado e aparecido para todos os céticos e judeus de sua época mostrando que era realmente o filho de deus, mas não. Jesus ressuscitou na frente de uma suposta ex-prostituta e deixou o seu mais importante milagre escondido da humanidade. Imagina quantos ímpios ele poderia salvar somente ressuscitando na frente de todos.
Nos primórdios do cristianismo, as mulheres eram plenamente aceitas no clero. Eram inclusive consideradas capazes de fazer profecias, mas no século 3 que o sacerdócio virou monopólio masculino e o evangelho de Maria madalena foi censurado.
Na construção, edição e tradução da Bíblia vários trechos machistas foram aparecendo e mantidos. Este é o caso da passagem 1 Timóteo 2 11 e 12 atribuída ao apóstolo Paulo “A mulher aprenda com toda a sujeição. Não permito à mulher que ensine, nem que tenha domínio sobre o homem porque Adão foi formado primeiro, e depois Eva”.
Paulo jamais disse isto elo simples fato de que na época em que ele viveu o cristianismo não pregava a submissão da mulher. Essa parte foi inserida por algum escriba por volta do século 2 de acordo com a análise linguística.
Após a conversão de Constantino precisou-se traduzir os textos sagrados para o latim. Isso foi feito pelo teólogo Eusebius Hyeronimus que foi canonizado com o nome de São Jerônimo sob o comando do papa Damaso. Então São Jerônimo viajou a Jerusalém em 406 para aprender hebraico e traduzir o Antigo e o Novo Testamento, jornada que perdurou 17 anos.
A tradução feita por ele é tão influente nos dias de hoje que até seus erros de tradução se tornaram clássicos. Ao traduzir uma passagem do Êxodo que descreve o semblante do profeta Moisés, são Jerônimo escreveu em latim cornuta esse facies sua, que quer dizer “sua face tinha continha raios de luz” mas que erroneamente foi traduzida como “sua face continha chifres”. Esse detalhe esquisito foi levado a sério por artistas como Michelangelo.
Assim, a única forma de disseminar o livro sagrado era copiá-lo à mão, tarefa que sempre era feita por monges e que muitas vezes alteravam as passagens bíblicas de acordo com a forma na qual pessoalmente acreditavam.
Posteriormente com a queda do Império Romano grande parte dessa literatura da Antiguidade grega e romana foi perdida essas copias de monges foram disseminadas pelo mundo todo e novamente editadas e interpoladas unicamente para agradar a reis e imperadores. Embora se saiba que na idade media grande parte dessas passagens bíblicas também foram distorcidas para manipular o povo ignorante que não sabia ler Latim e portanto dominá-los com base nos ensinamentos cristão, alterando-os.
No século 15, alguns monges espanhóis trocaram o termo “babilônios” por “infiéis” no texto do Antigo Testamento como estratégia para atacar os muçulmanos que disputavam com os espanhóis a posse da península Ibérica.
Após a invenção da imprensa em 1455 a interpolação e edição de textos bíblicos ficou mais difícil, mas ainda sim acontecia durante a tradução de um idioma para outros.
Em 1522 o pastor Martinho Lutero usou a imprensa para divulgar em massa sua tradução da Bíblia, que tinha feito direto do hebraico e do grego para o alemão, a nova versão trouxe várias mudanças que provocou revolta na Igreja.
Posteriormente William Tyndale traduziu a Bíblia para o inglês onde no Novo Testamento ele trocou propositadamente a palavra ecclesia ou congregação por igreja, o termo preferido pelas traduções católicas. A finalidade dessa mudança era justamente desafiar o poder dos papas já que Tyndale era protestante. Ele foi queimado como herege em 1536.
A Bíblia se modificou muito embora cada pessoa ou grupo religioso tenha a interpretado da maneira que mais lhe convém, muitas vezes com propósitos equivocados. Em pleno século 21, pastores fundamentalistas tentam proibir o ensino da Teoria da Evolução nas escolas dos EUA (Veja aqui) sendo que a própria Igreja católica aceita as idéias de Darwin desde a década de 1950. Alguns casos são ainda mais extremos, líderes religiosos como o pastor Jerry Falwell defendem o retorno da escravidão e o apedrejamento de adúlteros. No Oriente Médio alguns rabinos extremistas usam trechos da Torá para justificar a ocupação de terras árabes.
A Filosofia e a Ciência plagiadas.
Não foi somente a teologia alheia foi cooptada pela tradução judaica cristã. A filosofia e a própria ciência foram e ainda são aprisionadas pelo domínio cristão embora já caminhem por si só.
A filosofia cristã como a conhecemos hoje só criou-se após a aquisição dos poderes da razão dos filósofos tornando Tomás de Aquino não apenas um membro do pensamento escolástico mas também patrístico em que Agostinho acoplou elementos helenistas e neoplatônicos na revelação judaico-cristã. Isso porque os ensinamentos filosóficos caiam como uma luva no colo dos cristãos. Sendo assim, a patrística se interessava principalmente à história do dogma religioso com bases filosóficas.
Essa visões filosóficas da natureza dos gregos incorporadas na teologia católica e impostas à sociedade concentravam-se em si a autoridade para discutir assuntos religiosos e da natureza a qual todos deviam se submeter sob ameaças de terríveis punições.
A Ciência também foi cooptada pela religião, de fato as primeiras universidades criadas na Europa foram criações cristãs e todo conhecimento adquirido deveria ser compatível coma idéias de um ser divino, por mais absurdo que fosse a explicação.
Com a modernidade emerge então a filosofia da natureza que acabou desenvolvendo mecanismos e métodos investigativos próprios com uma visão laicista. Esse sistema de produção cientifica criado no seio da religião deixa de pertencer a ela e ganha proporções próprias.
A observação e a experimentação foram sendo entendidas como sendo muito importantes para o conhecimento da natureza. Descartes era um filósofo mecanicistas que separou a realidade dualística do reino de extensão material e o reino da substância do pensamento que não possui extensão.
Gradativamente ia se rompendo a antiga relação entre a filosofia pura e a filosofia da natureza, que mais tarde, vem a se chamar ciência. Assim a ciência foi se transformando em um sistema empirista, pois acreditava-se que somente pela experimentação era possível adquirir a verdade.
O empirismo reduz tudo a experimentação, números e a “matematificação” do mundo. De fato a ciência vem impondo isso e abandonando uma posição mais filosófica e reflexiva dos dados obtidos durante sua experimentação. Evidente que a ciência tem sob seus aspectos mais crus um sistema reducionista quando carece de uma reflexão mais profunda. Por outro lado a visão tradicional da religião cuja verdade é obtida através de revelações de um sistema de regramento divino não resolve o problema das questões mais elementares da humanidade.
A separação entre ciência e religião criou focos diferentes. A ciência explica o mundo sob um determinado sistema de verificação e não tem relação alguma com a moral. O cristianismo que de fato surge com a vinda de Cristo na Terra não tem mais o seu significado original, o significado da moral e das regras divinas para obter o caminho do reino dos céus. Ele foca-se hoje tanto na moral quanto na explicação do mundo material, razão pela qual aquelas religiões que utilizam sistemas científicos para se justificar são classificadas como pseudo-cientificas, pois a base de sua crença é a explicação e não a fé. Isso torna o sistema nulo, pois sob o ponto de vista estrutural essas crenças não são ciência pois carece da experimentação materialista e sob o ponto de vista religioso torna a razão da crença puramente experimental e não na fé. Trona-se então uma pseudo-ciência e uma pseudo-religião.
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Conclusão
Segundo o antropólogo francês Pascal Boyer a religião pode ter surgido como um sistema de detecção de intenção do próximo. Ele acredita que esse sistema de detecção pode ser aplicado a coisas que não têm intenções de nenhum tipo como a chuva, mas a simples ideia de que há diversos espíritos na natureza seria teria um efeito em nosso sistema de detecção de mentes, tão hiperativo.
Por esse ponto de vista, a espiritualidade faz parte dos nossos instintos.
Sabemos que os deuses também passaram por diversos passos evolutivos. Come;canram sendo forças da natureza com suas feições animalescas. Mas com o advento da agricultura há 10 mil anos, no Oriente Médio os deuses viraram grandes quimeras humanas e animais. A nossa espiritualidade progrediria junto centrando cada vez mais em uma perspectiva antropocêntrica.
O cristianismo é a uma religião estritamente antropocêntrica. O homem é o topo da criação divina. A Terra não foi vista como o centro do universo a toa, a sua centralização era feita com base na vida, a vida humana. É um simbolismo, assim como as três pedras que Davi usou para matar Golias. Elas claramente representam a numerologia da santa trindade, assim como o número 7 tem um valor cristão forte. O cristianismo literalmente roubou esses simbolismos e posteriormente os mascarou para apresentar-se como uma religião menos mitológica.
Assim como a cabala, o judaísmo e o cristianismo são totalmente recheados dessas simbologias baratas, da astrologia e uma numerologia própria embora nenhum cristão admita isso. Mas é evidente nos textos bíblicos, razão pela qual Cristo recebe diferentes nomes, como Emanuel, estrela da manhã, leão de Judá.
Todos esses nomes tem peso simbólico cultural, seu o próprio nome é uma composição dupla. O filho de Deus é Cristo e não Jesus. Jesus é o Cristo e não Jesus Cristo.
Cristo vem do grego masiah ou messiah, aquele que é ungido por Deus e Jesus vem do hebraico e significa Yahweh ou Javé.
Jesus e Cristo são a concepção de busca do auto-conhecimento, da sabedoria de Salomão, através do filho de Deus. A sabedoria do templo de Salomão é claramente a sabedoria interna, a supressão de instintos baixos, da busca do auto controle e não um templo real como preconizam os pastores. Sob o ponto de vista metafórico no gnosticismo Jesus Cristo tem o mesmo significado que Krishna Arjuna. Uma composição dupla da busca pela sabedoria do templo interno.
O que o gnóstico mostra é que não importa se você olha para os ensinamentos cristãos, ou a passagem das quatro verdades do budismo, todas elas tem interpretação puramente metafórica e por vezes iguais. O que discordo deles é que muitas vezes eles tentam fazer um olhar antropológico amplo, analisando a tradição e as culturas até a ciência de uma determinada civilização ressaltando sempre o aspecto positivo do conhecimento. Mas preservam a mesma característica comum a todas as religiões, a rejeição as evidentes opostas aquilo que acreditam.
Há evidencias que caminham contra a concepção de que o sobrenatural exista, principalmente as interpretações literais de livros sagrados.
Por mais que o gnosticismo tenha se apresentado como um interpretador das entre linhas metafóricas dos diversos livros religiosos eles ainda são insuficientes, pois não se contentam em se restringir somente ao aspecto moral.
Tanto no cristianismo quando em passagens de Bhagavad Gita nas tradições da Índia e Tibet há passagens instigando a passar o fio da espada no ímpio.
No caso especificamente do cristianismo essas interpretações tem sido sempre de forma literal, basta voltarmos a idade média.
Jesus talvez tenha sido o único cristão de verdade, embora pouco se sabe a respeito de sua real história. É possível que o seu pode possa ter sido atribuído através da compilação de dados de pessoas que jamais conheceram ele pessoalmente.
O Cristianismo carece de uma teologia própria e de bases exclusivas, surgindo dentro de um contexto social/histórico cultural com um peso muito maior no que tange questões políticas do que religiosas. O homem tem buscado a Deus para tentar justificar sua crença. Acreditar e compreender como Deus trabalha sem mesmo saber se ele existe. Para isso diversos livros sagrados, fora e dentro do cristianismo pregam suas verdades, seus milagres e somente suas virtudes.
Com uma astrologia puramente travestida para esconder seus componentes cooptados de outras tradições o cristianismo surgiu com evangelhos tendenciosos, plagiados, humanos e talvez nunca inspirados, ele unicamente tenta sustentar uma verdade como qualquer outra religião na qual competiu no passado. Hoje, vivemos em um mundo moderno, revolucionário, mas infelizmente ainda não há um cristão sequer no mundo que saiba interpretar a bíblia de forma metafórica. Todos, sem exceção tem caído no senso do ridículo afirmando cegamente que gigantes filisteus existiram, que é possível andar sobre a água. Afirmando verdades absolutas e matando ao fio da espada baseados em fiapos de textos contraditórios e politicamente selecionados. Seria cômico senão trágico. Apesar dos tempos modernos, certas coisas nunca mudam, a mesma política de pão e circo. A bíblia ainda é a maior prova de que o Deus cristão é uma criação humana. Nada mudou, todo o significado que damos a nossas vidas ainda é baseado em mitologias do Neolítico.
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