VIDA NO FUNDO DO MAR
Equipe encontra vida microscópica no local mais fundo dos oceanos
Uma equipe internacional de cientistas anunciou a descoberta de vida microscópica, e em abundância, no leito da Fossa das Marianas, a 11 mil metros de profundidade, conhecido como a parte mais funda de todos os mares da Terra, no meio do Oceano Pacífico. Até então, em um ambiente tão hostil - onde a luz solar não alcança e a pressão chega a 1.100 quilogramas por centímetro quadrado -, acreditava-se que a vida fosse algo improvável.
As evidências levantadas pela pesquisa levou Robert Turnewisch, um dos autores do trabalho, da Associação Escocesa para Ciência Marinha, a declarar que as partes mais profundas do mar "certamente" não são zonas mortas.
A pesquisa foi publicada na edição mais recente da revista "Nature Geoscience". Em 2010, a equipe enviou um módulo não tripulado até o leito da fossa marinha, onde foram coletadas amostras de sedimentos cavadas 20 centímetros sob o leito.
O local, chamado de Challenger Deep, foi o mesmo onde dois anos mais tarde, em um submarino tripulado, o cineasta David Cameron disse ter encontrado amebas gigantes e anfípodes, uma criatura minúscula semelhante a um camarão. Mas na visita do diretor de Avatar, não foram retiradas amostras de solo na profundidade da expedição que gerou o estudo publicado na "Nature Geoscience".
Turnewitsh explicou que os micro-organismos da região respiram usando o mesmo mecanismo celular existente no nosso corpo, por isso, medir o consumo do elemento foi uma medida indireta da atividade das colônias microbianas. Para surpresa dos cientistas, a quantidade de organismos encontrados no fundo da Fossa das Marianas era duas vezes maior que do que dos seres microscópicos coletados cinco quilômetros mais acima, em planícies abissais. Foram encontrados cerca de 10 milhões de micróbios por centímetro cúbico de solo escavado no Challenger Deep - um centímetro cúbico equivale a um mililitro.
Os micro-organismos que vivem na profundeza da Fossa das Marianas se sustentam de plantas e outras criaturas mortas que descem da superfície do oceano depois que se decompõem. Trata-se de tanto material orgânico que a região pode ter influência no ciclo de carbono do planeta e, consequentemente na regulação do clima da Terra, afirma o estudo.
CRIATURAS ABISSAIS: OS MONSTROS QUE VÊM DO FUNDO DO MAR
Esqueça o Lago Ness e seu monstro nas águas geladas da Escócia. Monstro por monstro, temo-los por toda a parte, e são reais. São criaturas que parecem concebidas por uma prodigiosa mente criativa para fins cinematográficos. Mas não. Elas vivem abaixo de nós, nas profundezas dos oceanos, na chamada zona abissal.
Peixe Ogro (Wikicommmons).
Um lugar escuro, frio e que abriga milhares de espécies peculiares. Essas criaturas são conhecidas como “peixes abissais” e são muito curiosos, quando não fascinantes, apesar da aparência estranha e, muitas vezes, terrível. Biólogos e cientistas afirmam que muitos desses seres marinhos ainda são desconhecidos pelo homem. Estipula-se que temos conhecimento de apenas 20% das formas de vida dos oceanos. Alguns vivem a cerca de cinco mil metros de profundidade, em fendas e rochedos. No entanto, de tempos em tempos, emerge uma nova espécie a dar-nos o ar da sua graça.
Geralmente, a aparência das criaturas abissais é atípica. Isso se dá por causa da adaptação física a que foram submetidas a fim de sobreviver às difíceis condições nos ambientes inóspitos dos abismos marinhos, desenvolvendo formas quase aterradoras.
Esses animais desenvolveram, também, técnicas e capacidades interessantes. Por causa da escuridão, da ausência de algas e outros peixes nessas regiões, sua busca por alimento torna-se uma das maiores sagas marinhas pela sobrevivência. Algumas delas possuem grandes capacidades sensoriais, sendo capazes de identificar a presa na mais profunda escuridão. Outras espécies possuem bocas colossais com uma abertura duas vezes maior do que o próprio tamanho. Outras produzem sua própria luz para atrair as presas por meio de um processo chamado bioluminescência. Para reproduzirem-se, muitas conseguem amadurecer como machos e, após um período, como fêmeas. A característica hermafrodita dribla a falta de parceiros. O distinto habitat também influencia as cores desses peixes - geralmente marrons, cinzas e negros.
Os seus nomes podem mudar de acordo com a região e país. Conheça as espécies abissais mais bizarras do planeta.
Peixe Ogro Se existe um peixe que mais parece um monstro alienígena, ei-lo. É o peixe ogro, uma espécie da família “Anoplogastridae” que vive em águas tropicais dos oceanos Pacífico e Atlântico, a mais de cinco mil metros de profundidade. Sua principal característica são os dentes caninos, os maiores encontrados nas espécies de peixes. O peixe ogro é um peixe muito pequeno, um dos menores dos oceanos, porém robusto. Sua aparência tenebrosa se deve aos dentes, olhos enormes e espinhos na cabeça. No entanto, são tidos como peixes inofensivos.
Stargazer (Wikicommmons).
Stargazer Este tipo de peixe também pode ser encontrado em águas rasas. Pertence à família “Uranoscopidae”, dividida em oito tipos diferentes. Além do aspecto bizarro, eles são venenosos e algumas espécies podem causar choques elétricos.
Oarfish (Wikicommmons).
Oarfish O Oarfish é uma das espécies mais estranhas já encontradas nos oceanos. É um dos maiores peixes que existem e tem o formato de uma lâmina. Mas sua característica mais estranha é que ele também nada na vertical.
Tamboril (Wikicommmons).
Tamboril Com uma cabeça desproporcional ao corpo, possui afiadíssimos dentes e uma estranha antena no alto da cabeça, utilizada para o ataque, parecida com uma varinha de pesca. Por isso também é conhecido como peixe pescador. Ele abocanha suas vítimas utilizando-se do processo de bioluminescência, emitindo luz para atraí-las. Uma de suas principais características é seu poder de camuflagem. Ele se esconde junto ao fundo do oceano e fica praticamente invisível à espera das presas.
Caranguejo Aranha (Wikicommmons).
Caranguejo-aranha gigante Também conhecido como aranha do mar, é um dos mais gigantescos animais abissais. Muito encontrado na costa japonesa, o caranguejo-aranha gigante, quando com as patas esticadas, pode atingir até quatro metros e pesar 20 quilos.
Peixe Dragão (Wikicommmons).
Peixe-dragão Encontrados nos oceanos Índico e Pacífico, esses peixes são predadores muito competentes por possuírem diversos espinhos dorsais e peitorais, com os quais prendem suas vítimas, engolindo-as por inteiro. Esses espinhos também têm glândulas que armazenam veneno.
Carambola-do-Mar (Wikicommmons).
Carambola-do-mar Este pequeno ser abissal possui um aspecto gelatinoso e transparente. Tem dois longos tentáculos que usa para a captura de alimentos.
Quimera (Wikicommmons).
Quimera Este peixe é parente dos tubarões e das raias. É considerado uma das espécies mais antigas de seres marinhos. Possui o maxilar junto ao crânio, o que lhe dá um aspecto desagradável. Os machos têm cinco barbatanas e um espinho ligado a uma glândula venenosa. Nadam em águas frias.
Dragão Marinho (Wikicommmons).
Dragão marinho Parente do cavalo-marinho, essa estranha forma de vida abissal possui uma estética mais fantástica do que assustadora, diferente dos seus colegas. Todo o seu pequeno corpo carrega o que parecem folhas, dando-lhe um visual muito artístico quando se move. É mais comum nas águas da Austrália e suas cores vivas o fazem uma exceção entre as criaturas escuras que por lá vivem. Essas cores também servem como camuflagem para a própria proteção.
Enguia Pelicano (Wikicommmons).
Enguia pelicano A principal característica desse gênero de enguia é sua boca imensa, que lembra a de um pelicano. Sua mordida é extremamente potente e é um dos maiores predadores dos mares profundos.
Hatchetfish (Wikicommmons).
Hatchetfish Este peixe é um dos mais estranhos da zona abissal. Encontra-se principalmente em águas sul-americanas. É um peixe bem pequeno, mas seus olhos esbugalhados no alto da cabeça lhe dão um ar demente e horrível.
Pepino do Mar (Wikicommmons).
Pepino do mar Essas criaturas invertebradas são invulgares formas de vida. Compridas e vultosas, rastejam pelo chão marinho. Também fazem uso da camuflagem para ataque ou proteção. Na culinária oriental, são consideradas iguarias. Alimentam-se de detritos orgânicos encontrados no fundo do oceano.
Lula Colossal (Wikicommmons).
Lula-colossal É a maior espécie de lula já encontrada. Um exemplar foi capturado na Antártida, em 2007, medindo 10 metros e pesando quase 500 quilos. Este tipo de lula vive a entre 1000 e 2500 metros de profundidade.
A enigmática zona abissal abriga uma fascinante parte da fauna marítima. Há milhares de outras espécies de seres abissais, e muitas delas ainda não conhecemos. E, a cada dia, fica claro que sabemos mais sobre a superfície da lua do que sobre os mistérios das profundezas dos oceanos.
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