PLANETAS HABITÁVEIS
Telescópio descobre 54 planetas possivelmente habitáveis
O anúncio da descoberta de um incrível sistema planetário com seis planetas pode ter eclipsado os achados mais significativos feitos pelo Telescópio Espacial Kepler.
O
gráfico mostra a distribuição dos exoplanetas localizados pelo Kepler
segundo o tamanho e a distância de suas estrelas. [Imagem: NASA/Wendy
Stenzel]
O fato é que a equipe científica do Kepler anunciou também a descoberta de mais de 1.200 "candidatos a planetas", sendo que 68 do tamanho aproximado da Terra e nada menos do 54 dentro da zona habitável.
Como já havia sido previsto pelos cientistas, o telescópio pode ter encontrado também exoplanetas que possuem luas com condições de abrigar a vida.
Outras Terras
"Nós passamos de zero para 68 candidatos a planeta do tamanho da Terra e de zero para 54 candidatos na zona habitável, uma região onde pode existir água líquida na superfície de um planeta. Alguns candidatos até podem ter luas com água líquida," resumiu William Borucki, do Centro de Pesquisas Ames, da NASA e pesquisador da missão Kepler.
"Cinco dos candidatos planetários são simultaneamente de dimensões comparáveis à da Terra e com órbita na zona habitável de suas estrelas-mãe," revelou o cientista.
Candidatos a planeta são achados que requerem observações subsequentes para confirmar se são planetas reais.
"Nós encontramos mais de mil e duzentos candidatos a planetas - isso é mais do que todos os exoplanetas encontrados até hoje," disse Borucki. "Neste momento eles são apenas candidatos, mas a maioria deles, estou convencido, será confirmada como planetas nos próximos meses e anos."
O primeiro planeta fora do Sistema Solar - exoplaneta ou planeta extrassolar - foi descoberto em 1995.
Milhões de planetas
"O fato de que encontramos tantos candidatos a planeta em uma fração tão pequena do céu sugere que há incontáveis planetas orbitando estrelas como o nosso Sol em nossa galáxia," disse Borucki.
"O Kepler poderá encontrar apenas uma pequena fração dos planetas em torno das estrelas que ele observa porque as órbitas não estão alinhadas adequadamente. Se você levar em conta esses dois fatores, nossos resultados indicam que deve haver milhões de planetas que orbitam estrelas vizinhas do nosso Sol," calcula ele.
O
telescópio espacial Kepler está explorando uma fatia ínfima da Via
Láctea, medindo cerca de 3.000 anos-luz. [Imagem: NASA/JPL-CALTECH/R.
HURT/SSC-CALTECH]
E isto levando em conta que os cientistas até agora só tiveram tempo de analisar os dados coletados até Setembro de 2009. O telescópio Kepler deverá continuar fazendo novas observações pelo menos até Novembro de 2012.
A equipe da Missão Kepler já tem dados confirmados de um total de 15 planetas extrassolares, inclusive o menor exoplaneta conhecido, o Kepler-10b
Notícias | Planeta Possivelmente habitável localizado ao redor de Estrela próxima.
A descoberta ainda precisa ser confirmada, e para realizar o estudo a equipe analisou 6000 observações de Tau Ceti obtidas por três instrumentos, incluindo o espectrógrafo especializado em caçar planetas HARPS, do Observatório ESO de La Silla, no Chile. Os outros telescópios utilizados foram o Telescópio Anglo-Australiano em siding Spring e o Telescópio Keck no Mauna Kea, Havaí.
"A descoberta serve para apoiar a idéia emergente de que virtualmente cada estrela possui planetas, e que a galáxia deve possuir inúmeros planetas habitáveis com tamanho próximo ao da Terra", afirmou Vogt, que acrescenta: "Eles estão por toda parte, até no nosso quintal cósmico". A respeito do mundo potencialmente habivável, Tuomi diz: "Não é possível dizer a composição, mas não tenho certeza se esse planeta possui uma superfície rochosa. Poderia ser um planeta coberto por um oceano global, mas no momento só podemos especular".
Os cientistas utilizaram uma nova técnica de análise, que se confirmada pode auxiliar a busca por planetas menores. Os líderes do estudo se mostram confiantes de que ao menos os primeiros três mundos, com períodos ao redor da estrela de 14, 35 e 94 dias respectivamente, serão confirmados. Para os demais, o que pode ser habitável com 168 dias e o último, com um ano de 640 dias, mais dados devem ser levantados por próximas pesquisas. Se confirmados, os planetas ao redor de Tau Ceti serão alvos preferenciais de investigação nos próximos anos.
Três planetas encontrados em torno de uma estrela como o sol
O caça-planetas Kepler descobriu os planetas ao redor da estrela Kepler-18, que é apenas 10% maior do que o nosso sol e contém 97% da massa solar. O sistema também pode hospedar mais planetas do que foram encontrados até agora.
Todos os três planetas, designados Kepler-18b, c, d, orbitam muito mais próximo de sua estrela do que Mercúrio com o sol. O planeta b é o mais próximo da estrela, tendo 3,5 dias para completar sua jornada. O planeta tem cerca de sete vezes a massa da Terra e tem o dobro de seu tamanho, fazendo com que Kepler-18b seja chamado de super-Terra.
Kepler-18c, que leva 7,6 dias para orbitar a estrela, é cerca de seis vezes maior que o nosso planeta e tem uma massa equivalente a 17 Terras. Kepler-18d tem uma órbita de 14,9 dias e tem cerca de sete vezes o tamanho da Terra, com uma massa de 16 Terras. De acordo com estes números, os planetas c e d são qualificados como Netunos de baixa densidade.
A sonda Kepler caça exoplanetas usando o método de trânsito, que busca quedas periódicas no brilho de uma estrela, ao longo de um tempo que poderia indicar que um planeta passa na frente dela a partir da perspectiva do telescópio. Os mundos alienígenas em torno de Kepler-18 foram encontrados com este método, mas as órbitas dos planetas foi um ponto de interesse para os pesquisadores.
Kepler-18c orbita sua estrela-mãe duas vezes para cada órbita que Kepler-18d completa. Mas os dois planetas não cruzam a face de sua estrela-mãe nesses mesmos períodos orbitais.
Isto significa que periodicamente eles ficam alinhados do mesmo lado da estrela, próximos um do outro, exercendo uma atração gravitacional mútua que alternadamente atrasa e adianta os trânsitos respectivos.
Isto sugere que Kepler-18c e 18d estão envolvidos em uma espécie de dança orbital.
Os planetas em torno de Kepler-18 foram de fácil identificação para os astrônomos, porque a atividade orbital entre Kepler-18c e 18d indicou que eles pertenciam ao mesmo sistema planetário. Mas provar a identidade de Kepler-18b, a super-Terra, é um pouco mais complicado.
A equipe de astrônomos usou uma técnica chamada “validação de planeta”, que examinou a probabilidade do corpo cósmico ser outra coisa. Os primeiros pesquisadores analisaram imagens de alta resolução do espaço em torno da estrela Kepler-18 para ver se o sinal de trânsito poderia ter sido causado por outros objetos.
Ainda há uma pequena possibilidade de que Kepler-18b seja um outro objeto, mas os pesquisadores estão muito confiantes de que ele é definitivamente um planeta.
Na verdade, cálculos mostram que é 700 vezes mais provável que Kepler-18b seja um planeta de verdade ao invés de um objeto qualquer.
Os astrônomos disseram que este método de validação de planeta poderia desempenhar um papel importante na busca permanente de planetas alienígenas habitáveis.
O objetivo do Kepler é encontrar um planeta do tamanho da Terra numa zona habitável, onde a vida poderia surgir, com uma órbita de um ano. Provar que tal objeto é realmente um planeta é muito difícil com a tecnologia atual. Mas quando encontrarem o que parece ser um planeta habitável, será necessário usar um processo de validação ao invés de um processo de confirmação.
Até a data, Kepler encontrou 1.235 candidatos planetários que estão aguardando a confirmação através de observações. Pesquisadores estimam que pelo menos 80% destes serão verificados como planetas de fato.
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