MORTE E FUNERAIS PARA DIFERENTES POVOS E CULTURAS
Atendendo ao pedido de um internauta, fui pesquisar sobre a morte e o funeral em diferentes povos e culturas.
É muito interessante verificar que um fato comum a todos os povos, tem rituais e visões tão diversas e manifestações diferentes.
Vamos começar pelo povo brasileiro, que temos conhecimento de causa!
No Brasil, o funeral
costuma ser realizado em locais apropriados (geralmente, no serviço do
próprio cemitério), a duração é de no máximo 48 horas após o
falecimento. No dia 02 de Novembro, é o Dia de Finados, é quando
relembramos nossos mortos, geralmente, com muito pesar.
O prazo de 48 horas é curto se
comparado a outras culturas, a justificativa é que o clima tropical
favorece a decomposição do corpo, mas, há quem diga que isto pode ser
reflexo da visão que o brasileiro tem da morte e a relação com o
falecido, e pode até influenciar em nossa recuperação pós-luto, gerando
até conflitos mal-resolvidos.
Com base nas cenas que eu já presenciei em velórios, realmente, o
sentimento mais forte é a dor e o desespero, neste caso, não vejo
alternativa, senão abreviar o máximo a despedida final. Destaco,
também, a necessidade que nós temos de tocar e beijar o nosso morto.
Na Itália e na Suíça,
geralmente, os funerais são feitos em casa e duram no mínimo 48 horas,
podendo chegar a uma semana, para que a maioria de amigos e parentes
possam se despedir do falecido. As pessoas vão e vem, beliscam alguns
salgados, tomam vinho, uma ou outra risada, e isso não causa
constrangimento. Na Suíça, por exemplo, há hospitais que disponibilizam
uma sala refrigerada, onde o corpo fica a disposição dos visitantes, que
podem até marcar hora para a visita.
Em Moscou, alguns
utilizam uma igreja ortodoxa local, onde o funeral é feito com uma
reunião muito alegre, com pessoas vestindo roupas coloridas (é proibido
usar preto) e entoando cânticos de alegria.
No México, o dia de
finados é comemorado com muita festa e alegria, exceto, pelo motivo da
comemoração, são muito semelhantes a uma festa de
aniversário, inclusive, o morto é convidado para participar do banquete e
os vivos festejam para que ele fique bem. As festas podem ser em casa
ou no cemitério, mas tem que ter muita alegria e “comes e bebes”. Para
sintetizar a visão da morte para o mexicano, encontrei o seguinte
conteúdo:
“No México contemporâneo, temos
um sentimento especial diante do fenômeno natural que é a morte. A morte
é como um espelho que reflete como vivemos e nossos arrependimentos.
Quando a morte chega nos ilumina a vida. Se nossa morte precisa de
sentido, tão pouco sentido teve a vida, "diga como morre e te direi como
é". Fazendo uma comparação com os cultos pré-hispânicos e a religião
cristã, se sustenta que a morte não é o fim natural da vida, se não uma
fase de um ciclo infinito. Vida, morte e ressurreição são os estados do
processo que nos ensina a religião cristã.”
No Japão, os funerais
são feitos, geralmente, na casa da família, e o interessante é que eles
fazem uma cerimônia de preparação do corpo antes de sepultá-los. A
preparação envolve a limpeza (para a purificação), a troca de roupas e a
maquiagem para o corpo ficar bonito, com aparência saudável e preparado
para a viagem que o morto fará ao novo mundo, e tudo isso é feito
durante o funeral e na presença de todos.
Este ritual pode ser feito pelos
próprios familiares, mas, geralmente, são os “Nokanshi” que fazem, pois
eles são profissionais especializados nisso.
Os budistas entregam à família
do falecido um envelope com uma quantia, indeterminada, de dinheiro no
momento do funeral, e costumam celebrar missas ao longo do tempo que se
passa após a morte, para manter a memória do falecido e reunir amigos e
parentes.
Para quem quiser saber mais
sobre a preparação do corpo no Japão, eu indico o filme “A Partida”, que
além de explorar esse costume japonês, aborda também os sentimentos
sobre a morte, os conflitos familiares e o preconceito profissional.
Voltando a nós brasileiros. Será que o nosso luto é muito pesaroso? Se,
assim for, será que isso interfere em nossa recuperação pós-luto?
Certa vez, fiz uma reflexão sobre este assunto e cheguei a conclusão de
que a dor e o sofriemento são inevitáveis, mas, não podemos deixar de
lado os sentimentos como a gratidão por aquela pessoa ter feito parte
de nossa vida, pelo carinho recebido, sua alegria, seus conselhos, as
lições de vida que foram deixadas, a felicidade que ela nos
proporcionou, sua proteção, enfim, a sua verdadeira herança. O que você
acha?
Eu tenho a impressão de que essas recordações serão como bálsamo para a
dor do luto, e farão com que essa pessoa esteja sempre presente em nossa
vida.
Eu gosto muito do filme "O Rei Leão I", pois, ele trata o luto de uma
forma muito especial, e deixa claro que quando um ente querido morre,
nós não o perdemos, ele continua vivendo em nós, isso fica claro
quando o pai leão diz ao seu filhote "Somos um!".
POVOS E CULTURAS
Apresentamos aqui os Povos com características mais significativas e respectivas Culturas.
Amish
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Amish: A grande maioria encontra-se nos
estados da Pensilvânia, Indiana e Ohio e têm proveniencia da Suíça no
Séc.XVI. Foram perseguidos na Europa pelos católicos e por isso fugiram
para os EUA onde hoje vivem quase que em exclusividade.
Jacob Amman definiu os seus princípios e que são o ‘isolamento do Mundo
exterior’, ‘viver da terra’, ‘interajuda’ e ‘ausência de adornos’. São
de facto um povo muito simples.
Para se deslocarem só utilizam veículos de tracção animal. Vivem em
confortáveis e práticas casas de telhado inclinado e pintadas de branco.
Cozinham a lenha e usam pequenos geradores ou candeeiros a gás para a
iluminação. Os poucos telefones que têm, são comunitários. Vivem em
comunidades agrícolas e as casas ou celeiros são construídos por todos
num ritual a que chama ‘frolic’, que significa ‘brincadeira’. O
planeamento é feito pelos anciãos e a construção é terminada no mesmo
dia em que tem inicio. Chamam à comunidade externa (com que por vezes se
relacionam para vender os seus produtos) de ‘Englishers’. As famílias
são grandes, unidas e disciplinadas e os filhos tem um curto período de
alguma liberdade a que chamam ‘rumm-shpringa’, que significa ‘corre
livremente’. As mulheres confeccionam quase toda a roupa da família. A
excepção são as roupas interiores e os fatos de homem que são comprados
em lojas da especialidade. Para fora são vendidos os seus trabalhos de
‘patchwork’, como as colchas, que são cozidas em máquinas de costura a
pedal. As mulheres solteiras identificam-se pela cabeça descoberta,
enquanto as casadas usam uma touca branca.
As crianças vão à escola Amish, até aos 13 anos, basicamente para
aprenderem a trabalhar na quinta ou na oficina, no caso dos rapazes e em
casa, no caso das raparigas.
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Índios/Nativos Americanos
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Índios/Nativos Americanos: Vivem na América do
Norte. A melhor teoria aponta para uma origem na Sibéria. Deslocando-se
pelo território do actual Alasca durante a era glaciar, espalharam-se
pela América do Norte em pequenas comunidades de costumes e rituais
próprios. Os índios, como foram apelidados, permaneceram nas planícies e
florestas, sobretudo do Nordeste e Sudoeste.
- Navajo: Mantiveram o seu próprio idioma, que na segunda Guerra
Mundial foi utilizado como código, sem ter sido interpretado pelo
inimigo. Vivem no Sudoeste. Fazem cuidadas pinturas na areia que eram
utilizadas no passado como ritual de cura. As casas, chamadas ‘hogans’,
eram feitas de pedra, madeira e terra, em formato semi-esférico. O
artesanato é baseado na joalharia em prata e turquesa, de elevada
complexidade. Também as mantas típicas, de cores vivas, são muito
procuradas por serem feitas por métodos tradicionais, que são passados
de geração em geração.
- Sioux: São os mais parecidos com os índios dos ‘westerns’. São
conhecidas as guerras de ‘Little Big Horn’ em que, em 1876, os Sioux se
juntaram aos ‘Cheyenne’ para derrotar a 7ª cavalaria. Bem como a
vingança de 1890, em ‘Wounded Knee’ no Dacota do Sul, onde os Sioux
foram dizimados. Tradicionalmente vestiam com toucados de penas, couro
com franjas, miçangas e mocassins.
- Cherokee: Do Sudoeste. Conhecidos como ‘Povo Principal’. O
artesanato é constituído pelo fabrico de cestos, cerâmica, esculturas e
tecelagens.
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Mexicanos
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Mexicanos: Mistura cultural dos povos
indígenas com os espanhóis que derrotaram os Azetecas no Séc.XVI. As
casas de estilo colonial são muito coloridas. No Séc.XX houve um
movimento artístico que produziu muitos murais. Tradicionalmente era um
povo que vivia da agricultura, mas hoje vivem mais da industria e
sobretudo dos serviços. Há muitas fábricas que produzem tecnologia. Os
tecidos de cores vivas são produzidos em teares tradicionais. Os
“charros” são os cavaleiros equiparados aos “cowboys”, que nas
“charreadas” se vestem de forma tradicional, com roupas bastante
elaboradas, para mostrar a sua destreza a cavalo. Os “Mariachi são
músicos de antigas tradições, que tocam em casamentos (o nome vem do
francês “marriage”, que significa “casamento”), festas e são contratados
para fazerem serenatas. As famílias são grandes e unidas.
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Canadianos
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Canadianos: O Canadá onde vivem, é um país
tranquilo onde a lei é normalmente respeitada. É o segundo maior país do
Mundo e tem paisagens de “cortar a respiração”. Tem muitos recursos
naturais. Colonizados pelos franceses e britânicos (Séc.XVII e XVIII). O
país é chefiado pela Rainha Isabel II. Ao contrário da cultura
americana que tenta misturar as diferentes comunidades da forma mais
harmoniosa possível, a cultura canadiana tenta preservar a identidade
das suas comunidades. A economia do país é fortemente suportada na
indústria. Os canadianos são grandes apreciadores de um desporto chamado
“Lacross” e também de hóquei no gelo. A pesca é um passatempo também
apreciado. A região do Quebeque é fortemente influenciada pela cultura
francesa. Na região da Colúmbia Britânica a madeira é o principal
recurso natural. Os troncos, depois de cortados, são lançados à água
onde são agrupados para serem arrastados por um barco até à serração. O
símbolo oficial do país é uma folha de ácer. Vale a pena visitar, por
exemplo, a montanha de Grouse, na região de Vancouver. A lei é aplicada
pela Real Guarda Montada do Canadá, instituição centenária, reconhecida
pela original farda cor-de-laranja.
Julho: Em Calgary, Alberta, realiza-se um dos maiores ”rodeos” do
Mundo, que dura 10 dias. Chama-se “Calgary Stampede” e nesse evento,
homens e mulheres “cowboys” competem naquele que é considerado o mais
arriscado “rodeo” do Mundo. Durante todas as noites do evento são
realizadas corridas de carroças, terminando no último dia com a final.
Nativos: Os indígenas do Canadá são 2% da população total. Dividem-se em três categorias:
- Índios: Os “Haida” e “Tlingit” no Oeste e os “Iroquois”, “Alogonquin” e “Cree” nas regiões central e Oriental.
- Méti: Mistura de raças entre os antigos comerciantes de peles de origem francesa e as mulheres nativas.
- Inuit: Na região Norte.
Os “Iroquois”, auto-intitulados “Haudenosaunee”, que significa
“povo da casa grande”, são uma federação que unifica as primeiras tribos
“Mohawk”, “Oneida”, “Cayuga”, “Onondaga”, “Seneca” e “Tuscarora”.
Habitavam as florestas do Nordeste dos Estados Unidos e Sudoeste do
Canadá. Tradicionalmente vestiam-se com roupas cobertas de penas.
Os “Pow Wow” são festas realizadas por membros de uma ou várias tribos,
com danças e comida tradicionais. O jogo tradicional dos “Iroquois” é o
“Tewaarathon”, conhecido com o nome de “Lacross” e é praticado em vários
países. Os “Iroquois Nationals” são a única equipa indígena do Mundo
que participa em competições internacionais.
Os “Tótemes” fazem parte da cultura indígena. São esculpidos no tronco
de uma grande árvore, normalmente com figuras de animais, pessoas ou
representações míticas que simbolizam a família, a tribo ou mesmo um
chefe de tribo ou alguém importante. Os tótemes mais bonitos do Canadá,
são feitos pelos “Haida”. A elevação de um tóteme é uma cerimónia que
envolve toda a tribo.
Os “Haida” são um povo de comerciantes que se relacionavam com
outros povos a quem vendiam os recursos naturais que recolhiam na região
onde viviam. Vestiam-se com cobertores comprados aos europeus e nos
quais coziam botões feitos de conchas. Faziam canoas de troncos de
árvore (as melhores são feitas de cedros), que depois pintavam. A
recolha de árvores para este fim, era feita preferencialmente na ilha de
“Queen Charlotte”, junto à Colúmbia Britânica, região a que chama de
“Haida Gwau”, que significa “ilhas do povo”.
Os "Inuit" vivem nos territórios do Noroeste a que chamam de
“Nunavut”, que significa “a nossa terra”. Embora durante anos tenham
vivido de forma isolada do exterior, hoje modernizaram alguns aspectos
da sua vida, embora tentem manter as suas tradições. Tradicionalmente
passavam superstições de geração em geração. Deslocavam-se de trenó e
comiam carne crua. Hoje tudo isto está misturado com o Cristianismo, as
motos de neve e a comida em lata. Os “Inukshuk” são amontoados de pedra
que erguem em pontos altos para se orientarem. Também lhes chamam de
“assusta caribus” porque acreditam que fazem estes animais fugir em
direcção aos caçadores. Os Inuit são tradicionalmente caçadores. Comem
renas (caribus), morsas, focas, baleias e aves. O “Inuktitut” é o idioma
Inuit e tem vários dialectos. Só para dizer neve e gelo, existem 125
palavras. Algumas palavras por nós conhecidas são o “igloo” (casa),
“Anorak” (casaco) e “Kayak” (barco). Os igloos são abrigos temporários
utilizados pelos caçadores nas suas deslocações nómadas. São feitos pela
sobreposição de blocos de gelo, previamente cortados com uma faca de
neve e que fazem uma estrutura abobadada onde o vento não entra e o
calor não sai. Os caçadores modernos continuam a perseguir a carne que
comem e as peles com que se vestem. Mas agora já usam espingardas e
comunicam entre si por rádio (a que chama “uvaq”, que deriva da palavra
“over”, em Inglês, com que se termina uma transmissão). Por vezes o
tradicional trenó é também substituído pela moto de neve. Quando caçam
no gelo, levam um barco de fundo plano para colocarem a caça e também
porque o gelo pode quebrar sob o seu peso.
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Gronelandeses
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Gronelandeses: A Groenlândia é a maior ilha do
mundo. Os Gronelandeses descendem de Inuites e Escandinavos. Este
território autónomo pertence à Dinamarca. Vivem aqui 57.000 pessoas, em
duras condições e apenas na orla Sudoeste. Fala-se Dinamarquês e
Gronelandês (Inuit com palavras dinamarquesas). Têm um bom sistema de
saúde, segurança social e educativo. Muitos Gronelandeses vivem da caça e
da pesca. Ainda utilizam o kayak para se deslocarem nas águas geladas e
os “huskie” (cães do gelo, muito fortes) ainda são usados
preferencialmente para puxar o trenó. Os animais estão protegidos. É
proibido caçar o “narval” mas pode-se caçar o “nanuq” (urso polar). O
número de exemplares que podem ser abatidos também é controlado. Os
caçadores são normalmente “Inughuites”, que é o nome dado aos “Inuites”
na Groenlândia. As povoações são normalmente grandes centros urbanos,
com boas condições, onde os Gronelandeses se concentram. Contudo, não há
estradas a ligar estas povoações. 95% do rendimento da ilha vem da
pesca. Sobretudo camarão e halabote. O artesanato é essencialmente
constituído por criaturas míticas das lendas Inuit, esculpidas em
chifres de caribu, greda ou dentes de baleia. Os Gronelandeses vestem-se
tradicionalmente com elaboradas roupas, decoradas com contas e rendas.
As mulheres vestem calças e calçam botas altas (brancas para as
solteiras, vermelhas para as casadas e azuis ou amarelas para as mais
velhas).
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Miskitu
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Miskitu: Vivem na Nicarágua e Honduras, numa
região conhecida como “Costa do Mosquito”. Este povo é uma mistura de
povos (índios e afro-caraíbas). São maioritariamente Protestantes. São
pobres. Vivem da agricultura, pesca e caça. Falam uma língua também
chamada de “Miskitu”. Mas normalmente também falam inglês e espanhol. A
origem do nome pode estar na palavra “musket” (mosquete, arma fornecida a
este povo pelos piratas, no Séc.XVII). As ilhas Miskitu são pequenos
pedaços de terra não habitada que pertence a este povo e onde vêm caçar
tartarugas, apanhar cocos ou abrigar-se das intempéries. Navegam
normalmente em pequenas canoas. Foram em tempos conhecidos como “Povo
das Tartarugas”. Constroem casas de madeira sobre estacas. Usam troncos
de pinheiro que cortam em tábuas com enormes serras manuais. O telhado é
feito de folhas de palmeira (“papta”). Mas actualmente há muitas casas
com telhados de folha de zinco. Têm portadas para fechar quando chove ou
está frio. Uma vez por ano há uma coroação simbólica do Rei. Na verdade
o último rei foi deposto em 1894.
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Kuna
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Kuna: Habitam a “Kuna Yala” (que significa
“Terra Kuna”), na costa do Panamá e nas ilhas do arquipélago de San Blas
(365 ilhas). O território dentro do Panamá é uma área autónoma desde
1938. As mulheres Kuna são favorecidas nesta sociedade. São elas quem
normalmente herdam a casa da família e o marido vai viver com a família
dela. O traje das mulheres é muito mais rico e colorido. Normalmente os
Kuna preferem ter filhas do que filhos. O estatuto de uma mulher pode
ser avaliado pela argola de ouro que metem no nariz. Quando atingem a
puberdade, as mulheres passam a envolver pernas e braços com fios e
contas. A região é actualmente muito visitada por turistas que vêm de
barco. Estes atiram moedas que os miúdos apanham, mergulhando das suas
canoas. Os Kuna gostam de manter tradições com rituais que passam de
geração para geração. Fazem santuários para animais e plantas, a que
chamam de “Galu”. Tradicionalmente são apanhadores de lagosta. Mas estas
escasseiam cada vez mais e por isso são cada vez mais caras. Dedicam-se
por isso, sobretudo à agricultura. Os pequenos lotes de terreno, junto à
água, servem para cultivar banana, coco e cana-de-açúcar. Fabricam
painéis tecidos manualmente, a que chamam de “Molas” e tradicionalmente
serviam para enfeitar as blusas das mulheres. Também fazem sacos e pegas
porque se vendem mais facilmente.
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Maias
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Maias: Os Maias foram dizimados no Séc.X pelos
espanhóis. Poucos e pouco numerosos foram os grupos que escaparam. No
entanto ainda hoje há aproximadamente 6 milhões de Maias que vivem
sobretudo no Sul do México. Cultivam milho e tecem coloridos tecidos.
Alguns trabalham em plantações de café e algodão, mas estas actividades
nada têm a ver com a tradição deste povo. Cozinham “tortillas”
(parecidas com panquecas) feitas de farinha de milho. A mesma massa pode
ser cozinhada como pão. Alimentam-se também de feijão, abóbora e fruta,
bem como, alguma carne e peixe. As casas são feitas de ramos, barro,
gesso e madeira. São normalmente pintadas de branco. Os telhados são por
vezes cobertos com folhas ou erva. Sobretudo nas regiões onde mais
chove. As roupas tradicionais são coloridas. Sobretudo as das mulheres.
As raízes musicais dos Maias têm origem nos escravos trazidos de África
para a América Central. O xilofone é o instrumento principal. No Ano
Novo os Maias vão comemorar para as montanhas. Há também muitos Maias na
Guatemala. Chichicastenango é um bom exemplo. Os Maias eram também bons
oleiros. Em Amatenango (México) as peças são feitas de barro terracota,
de forma tradicional.
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Kogi
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Kogi: Vivem no Norte da Colômbia em Santa
Maria, nas montanhas de Sierra Nevada. São ameríndios que escaparam à
conquista espanhola, descendentes da civilização “Tairona”. Veneram a
montanha onde vivem. Chamam-lhe “Lugar da Criação” e “Coração do Mundo”.
São uma espécie de nómadas, embora nunca saiam da mesma região. Andam a
cavalo por caminhos de montanha com muito relevo e vão mudando de
altitude ao longo do ano, conforme as estações. Consideram-se o “irmão
mais velho” do resto da humanidade. São as mulheres quem cuida da
agricultura e fazem-no como um ritual de fertilidade. Apanham conchas na
praia que depois trituram para misturar com folhas de coca. Os homens
mascam essa pasta estimulante. Os “Mamas” (“mamos” significa “sol”) são
curandeiros, sacerdotes e juízes. São escolhidos quando nascem e passam
por 18 anos de formação. Passam muito tempo em grutas sem qualquer luz
solar. As casas são feitas em função das suas crenças. Os telhados têm 7
camadas de colmo que representam os 9 níveis do Universo. As mulheres
tecem sacos e mochilas com fibra de cacto que cultivam. Servem para
transportar folhas de coca que estão sempre presentes nos encontros
sociais. O edifício maior da aldeia é o “nuhue” (“casa dos homens” ou
“casa do Mundo”). É aqui que os homens se encontram para conversar. Os
homens vivem em cabanas separadas das mulheres e crianças. São um povo
muito espiritual.
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Otavalens
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Otavalens: Vivem numa povoação chamada
“Otavalo”, num vale dos Andes e falam “Quichua”, uma das antigas línguas
Incas. Embora fortemente influenciados pelos colonizadores, os
Otavalens mantiveram muitas das suas tradições. Onde mais se nota a
influencia dos espanhóis é nas técnicas de tecelagem e na abertura para o
comercio dos seus produtos. Hoje são um povo próspero. As casas e os
trajes mantêm a tradição. Os homens deixam crescer o cabelo que apanham
numa longa trança (“shimba”). A madeira para a construção das casas
também é cortada de forma tradicional. Fazem uma estrutura simples com
eucalipto e depois metem os troncos na horizontal, a mais de 2 metros do
solo e cortam-nos em longas tábuas, utilizando uma grande serra manual,
impulsionada por um homem de cada lado. As terras do Equador são
férteis. Produzem frutos e legumes em abundância. A abóbora é muito
utilizada na confecção de pratos (“calabash”). Nos Andes as Flautas de
Pan são muito utilizadas. Estas flautas são feitas de cana. Há dois
mercados. Um para turistas (têxteis e artesanato) e outro para os locais
(alimentos, animais e outros produtos. Abrem cedo e terminam a meio da
manhã. Os tapetes são feitos com lã de lamas e alpacas e são normalmente
muito coloridos. Os camponeses percorrem por vezes grandes distâncias
para irem vender os seus produtos ao mercado. Também se vendem flores e
porquinhos-da-índia (“cuys”) que são tratados como animais de estimação e
cozinhados em ocasiões especiais. Normalmente toda a população usa
chapéu. E este é também um produto tradicional. Há os panamá
(originários do Equador) e os “sombrero” (feitos de feltro que é molhado
e moldado sob pressão).
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Yagua
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Yagua: Vivem no Nordeste do Peru, na bacia do
rio Amazonas. Estes índios têm uma forma de caçar e de se defenderem que
consiste em utilizar um tubo com o qual sopram dardos envenenados. Este
veneno (“curare”) é feito com folhas e raízes que apanham na floresta e
é extremamente letal. A vítima fica imediatamente paralisada e morre
por asfixia.
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Yanomami
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Yanomami: São um povo muito antigo que vive na
bacia do Amazonas (Venezuela e Brasil). Estes índios vivem no meio da
floresta tropical e têm muito pouco contacto com outros povos. Caçam,
pescam e colhem frutos silvestres. Também fazem algum cultivo. A
exploração de ouro tem provocado alguns problemas para os Yanomami que
vêm o seu território ser “assaltado” por gente indesejada. São mais de
20.000 e as suas aldeias estão junto à fronteira da Venezuela e Brasil.
Algumas aldeias (40-300 pessoas) estão nas margens do Amazonas e também
dos rios Negro e Orinoco. Mas a maioria vive no interior da floresta
densa. Fazem cerveja de mandioca (“cassava” doce) cuja raiz é esmagada,
mastigada e cuspida pelas mulheres e é exactamente a saliva que provoca a
fermentação. Esta bebida é utilizada para efeitos sociais e cerimoniais
(acreditam que afasta os maus espíritos). As casas (“yanos”) são feitas
de paus e cobertas de folhas. Toda a família vive na mesma casa. Podem
chegar a alojar várias centenas de pessoas. Quando há várias famílias na
mesma casa, cada uma tem a sua fogueira em torno da qual suspendem as
camas de rede. Quando alguém morre, a cerimónia inclui danças em que os
homens cobrem a cabeça com penugem branca. Depois o corpo é queimado, os
ossos são moídos e misturados com sopa que é bebida pelos familiares e
amigos de forma a que, segundo acreditam, o morto possa voltar a estar
entre os vivos. Os Yanomami não têm linguagem escrita. Todos os
conhecimentos são passados entre gerações por via oral. São um povo
nómada na medida em que se deslocam em função das estações, à procura
dos melhores terrenos. O cultivo é feito em pequenas parcelas de
terreno, roubado à floresta. Como ornamentos usam paus finos espetados
nos lábios e por vezes no nariz. Os homens usam um pau no meio do lábio
inferior e as mulheres usam outros dois nos extremos do lábio.
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Kayapo
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Kayapo: Vivem na bacia do Amazonas. Também os
Kayapo vêm, cada dia que passa, o seu território ser violado pelo
constante abate de árvores que o governo não consegue (ou não quer)
controlar. Nomearam um chefe (Raoni), como representante do povo e este
homem percorre o Mundo, não abdicando de se vestir de forma tradicional,
com toucado de penas e concha no lábio inferior, contando o drama dos
Kayapo e procurando apoios para a sua causa.
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Uros
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Uros: Vivem num dos lados do Lago Titicaca,
junto à cidade de Puno no Peru. São mais de 40 ilhas muito pequenas que
são feitas pelos seus habitantes, com placas de rizomas da totora
(Schoenoplectus totora), uma planta do mesmo género do nosso bunho
(Schoenoplectus lacustris / Scirpus lacustris) e muito parecida com
este. Por cima dessas placas que são amarradas umas às outras e fixadas
ao fundo do lago com estacas, colocam camadas de totora que vão
renovando. As águas do lago são pouco profundas. Os Urus são cerca de
800. Também as suas casas, os seus barcos e até os tapetes são feitos
com a totora que abunda no lago. Serve também de combustível e as suas
flores fazem um bom chá medicional. A parte inferior e mais tenra da
totora é comestível e acompanha normalmente as refeições. As casas têm
uma estrutura de paus e tudo o resto é feito de “quesana” (canas
amarradas em pranchas). Alguns Urus conseguiram comprar painéis solares
que geram energia para as suas casas. Como fonte de rendimento os Uros
produzem têxteis e outros objectos de artesanato que vendem aos turistas
ou trocam no continente por outros produtos. Os têxteis são muito
bonitos e de cores muito vivas. Os Urus são também pescadores. Em tempos
pescavam grandes quantidades para venderem. Actualmente pescam apenas o
suficiente para as suas refeições ou trocas no continente. Também o
secam para consumir mais tarde. Por vezes as ilhas têm uma construção de
estacas mais altas que é utilizada como ponto de observação. Apesar do
sol forte que é também reflectido pelas águas do rio, a região é sempre
fria, uma vez que o lago está a 3800 metros de altitude. As suas roupas
são feitas de lã e usam sempre chapéu ou barrete. Os turistas devem ter
cuidado ao visitarem as suas ilhas. Os Urus estão habituados a caminhar
no solo de cana. Mas para quem não está, arrisca-se a cair ao pisar uma
zona menos consistente.
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Ayacucho
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Ayacucho: Vivem nos Andes (Peru) e tal como os
“Otavalens” têm o nome de uma cidade. Descendem dos “Huari” (povo
anterior aos Incas). Ayacucho significa “alma vermelha”. No tempo da
colonização espanhola a região era um centro cultural e comercial. E foi
aqui, na sangrenta Batalha de Ayacucho, que o Peru se libertou do
domínio espanhol (1824). Nos anos 80 os Ayacucho foram envolvidos nos
conflitos entre o exercito e os terroristas. São um povo hospitaleiro e
fazem bom artesanato, o que tem ajudado a desenvolver o turismo. A
cidade tem uma arquitectura impressionante com influencia dos
antepassados ameríndios e colonizadores europeus. Há muitos edifícios
construídos com “mármore do Peru” (pedra cor-de-rosa extraída
localmente). O artesanato inclui têxteis bonitos e de cores vivas,
esculturas de pedra e madeira e peças de filigrana de prata. As mulheres
usam saias de cores vivas, blusas brancas e chapéu preto de feltro. As
roupas tradicionais são usadas sobretudo em ocasiões especiais. No
dia-a-dia as pessoas da cidade (sobretudo crianças) usam roupas
modernas. Os Ayacuchos são fortemente católicos. Na Páscoa há um forte
cheiro a incenso por toda a parte. Reza-se nas ruas e fazem-se
procissões. Tradicionalmente os Ayacuchos fazem retábulos de madeira
(pequenas caixas com portas) onde metem bonecos feitos de pasta de papel
e que representam cenas religiosas ou históricas. Em Fevereiro toda a
gente vem para a rua para se divertir no Carnaval.
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Taquileños
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Taquileños: Vivem junto à fronteira do Peru
com a Bolívia, do lado do Peru, concretamente na ilha “Taquile” do lago
Titicaca. A ilha tem o nome do conde de Taquila de que foi proprietário.
É habitada à mais de 10.000 anos. Não tem carros, as ruas não são
pavimentadas, não há electricidade nem telefones e também não há
policia. A vida nesta ilha mantém-se num formato tradicional. Os
Taquileños seguem três princípios: “Ama Suwa” (não roubes), “Ama Llulla”
(não mintas) e ”Ama quella” (não sejas preguiçoso). Vive-se com
tranquilidade, da pesca, da agricultura e sobretudo do turismo. A
sociedade é comunal. Ou seja, todos os Taquileños, independentemente do
que conseguem obter do seu trabalho, partilham os lucros entre si.
Produzem artesanato têxtil que é tricotado apenas pelos homens. Fazem
“chulos” (gorro usado pelos homens adultos – têm pompons para os casados
e são brancos para os solteiros) e outras peças da indumentária do
dia-a-dia, que depois vendem aos turistas. Quanto às mulheres, o
vestuário também diz sobre o estado civil. Saias azul-escuras ou pretas
para as casadas e cores vivas para as solteiras. As saias que usam nas
festas podem ter até 16 camadas. Homens e mulheres usam faixas bordadas.
A chegada faz-se por um porto e depois enfrenta-se uma escadaria de
mais de 500 degraus que termina num antigo arco de pedra avermelhada. A
ilha fica em festa na Páscoa, na altura das colheitas e no Ano Novo.
Nestas alturas os Taquileños vestem os melhores trajes e saem para a rua
com música, danças e comida. A planta da coca é considerada sagrada. E
há muita na ilha.
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Mapuche
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Mapuche: Mapuche significa “povo da terra”. Em
tempos este povo cobria todo o Chile e Norte da Argentina. Nunca
aceitaram o domínio espanhol e mantiveram a sua língua, religião e
organização familiar. A influência espanhola foi mínima. Adoptaram a
utilização de cavalos e a criação de gado. Chamam à sua terra “Waj Mapu”
(toda a terra) e a língua é o “Mapudungun” (a linguagem da terra). Os
Mapuche têm-se adaptado à diversidade de terrenos onde têm vivido. Picos
de montanha, vales e terras baixas costeiras e planícies. Os xamãs
(sacerdotes) chamam-se “machis” e normalmente são mulheres. As casas
chamam-se “rucas”. São feitas com colmo, de telhado inclinado e sempre
viradas para Leste, que é, acreditam, fonte de todas as forças da vida
(onde nasce o sol, a lua e as estrelas). Há uma zona da casa onde se faz
a fogueira, no meio de um circuito de pedras, que é o local onde se
cozinha. O gado, que é guardado a cavalo, é forte fonte de rendimento do
Papuche.
As mulheres tratam das tarefas da casa e dos filhos e os homens fazem o
trabalho no campo. Cultivam trigo, milho, feijão, batata, ervilhas e
pimentos. Os grandes grupos familiares chamam-se “lofs” e substituem a
normal organização das aldeias. Um “lof” tem 15-20 famílias, cujo líder é
o “Lonko”. A maior festa é o “Nguillatun” onde rezam para obterem boas
colheitas e gado com saúde. O jogo tradicional é o “palin”. Usam um
“weño” curvo e uma bola pequena.
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Mouros
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Mouros: Vivem no Sahara Mauritano, num
território com baixíssima densidade populacional. São nómadas e vivem de
forma tradicional. Deslocam-se em função da existência de água e
pastos. Nas suas viagens têm contactos com outros povos sedentários a
quem compram cereais, legumes, açúcar e armas. De Setembro a Dezembro os
Mouros ficam no Norte, onde há boas pastagens, embora haja menos poços.
Depois de terminado o Inverno vão para Sul, percorrendo terrenos áridos
e dunas. Regressam depois das chuvas do Outono. O único "mobiliário"
que uma tenda Moura tem é o "Rhal". Trata-se de uma pequena base de
madeira com pernas. Quando viajam, o "Rhal" é metido sobre o camelo com
as pernas para cima. As mulheres e crianças sentam-se sobre ele e
colocam os utensílios de cozinha nos lados. Quando estão acampados, o
"Rhal" fica do lado da tenda virado a Norte. Quando se deslocam entre
regiões os Mouros andam todos os dias durante todo o dia. O acampamento é
desmontado em cerca de uma ou duas horas. Em deslocação os homens vão a
pé atrás do camelo, acompanhando o gado, e as mulheres vão montadas e
levando com elas as crianças. Seguem uma direcção e param quando
encontram um bom local, sobretudo um que tenha alguma pastagem. As suas
casas são tendas montadas com um pano que cobre uma estrutura de paus
curvos. Os Mouros vivem em grupos familiares de cinco a vinte pessoas. O
termo "Khayme" (lê-se "Raima") significa "casa" mas no sentido de
acampamento e família. Para transporte de água fazem odres de pele de
cabra curtida. Quando se casam as mulheres continuam a viver com os pais
durante mais um ano. Nesse período a mãe faz uma nova tenda para o
casal, usando faixas de algodão. A tenda será sempre da mulher, mesmo em
caso de separação do casal. O chão das tendas é coberto com esteiras de
palmas. Além da "Rhal" tem também uma mala metálica para guardar a
roupa.
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Tuaregues
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Tuaregues: O rosto tapado com panos tingidos
de índigo é um dos aspectos culturais dos Tuaregues e tem também sido
fonte de problemas. São o povo mais representativo da vida nómada. Têm
sido motivo para muitos contos românticos e filmes sobre a sua vida no
deserto. Tradicionalmente, para os Tuaregues as fronteiras não tinham
qualquer significado. Mas desde a colonização pelos europeus dos
territórios por onde deambulavam que a sua vida nómada se tem tornado
cada vez mais difícil. Actualmente a maioria dos Tuaregues tornaram-se
sedentários e vivem da agricultura. Os Tuaregues descendem de Árabes e
Berberes. Foram os primeiros a habitar o Sahara. Em tempos viviam do
comercio feito pelas suas caravanas de camelos. O declínio deste povo,
em tempos temido e respeitado, deveu-se às secas, guerras civis e
repressão por parte dos povos sedentários. Também o conhecimento dos
desertos e a evolução tecnológica veio permitir que o transporte no
deserto se tenha substancialmente banalizado.
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Ashantis
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Ashantis: Vivem no Sul do Gana. O “asantehene”
é o seu rei, mas este tem um poder muito limitado já que o Gana tem um
governo. Há uma forte tradição de produção de artesanato, nomeadamente o
original conceito de “caixões temáticos” em que o futuro cliente pode
escolher o formato do seu “leito eterno” (peixes, pássaros, galinhas,
guitarras, bíblias, etc.). O pano “kente” é um tecido portador da
cultura Ashanti e é o padrão utilizado nas roupas da realeza. Cada
padrão de tecido tem um nome. O fio é tingido, fervendo-o com goma e
tinta e depois é posto a secar. Depois é enrolado em grandes fusos que
alimentam os teares. São produzidas faixas longas e estreitas que depois
são cozidas num pano. O rei senta-se num Banco Dourado que segundo
acreditam caiu do céu e veio ao encontro do primeiro “asantehene”. O
fabrico artesanal de bancos é uma especialidade dos Ashanti. Fazem-nos
trabalhando a madeira maciça com uma enxó (pequeno machado feito com um
cabo curvo).
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Dogons
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Dogons: Vivem no Sudeste do Mali. São cerca de
100.000. A falésia do Bandiagara tem 145 Km. A maioria dos Dogons vive
no sopé destes montes. Há algumas aldeias entalhadas em plena falésia.
São bons conhecedores de astronomia. O “Sigui” é uma importante
cerimónia que se realiza apenas em cada 60 anos e cuja data é
determinada pela passagem da estrela sírios entre dois picos de
montanha. Este evento serve para passar o poder para a geração seguinte
(passagem simbólica). Nessa altura é construída uma nova “toguna” (casa
de reunião, casa “palabra” ou casa das palavras). Os primeiros
habitantes eram os Tellem que até à 500 anos atrás viviam exclusivamente
em casas escavadas na montanha. É ali que os Dogons sepultam os mortos e
num nível imediatamente abaixo há algumas aldeias Dogons. Os Dogons são
animistas. O culto “Wagem” é realizado para envolver os mortos nos
assuntos da aldeia. O culto “Binu” é realizado para envolver todo o
Mundo espiritual. O culto “Lebe” é realizado antes do início das chuvas e
pratica-se o “Bulu” (ritual agrícola) para dar boas colheitas. Os “Awa”
são uma sociedade que guia as almas dos que morrem, até ao Mundo
sobrenatural. É tarefa de homem. Usam mascaras e fatos que imitam
animais. Falam “Sigi so”, uma língua estranha como se estivessem
possuídos por seres sobrenaturais. São os “Awa” que realizam o “Sigui”. A
“Toguna” (“casa palabra”) é o centro espiritual dos Dogons. É também
aqui que se discutem os problemas da aldeia. O telhado é
propositadamente baixo para que durante uma discussão os intervenientes
não se possam levantar e assim tenham de manter os “ânimos baixos”. São
feitas pinturas nas paredes exteriores com animais e figuras
sobrenaturais. Utilizam também padrões em xadrez que significam a
relação entre os mortos e os vivos. Tradicionalmente os Dogons faziam
portas ornamentadas mas começaram a fazer cada vez menos porque eram
roubadas pelos turistas. Os Dogons são agricultores que tratam das suas
pequenas parcelas de forma intensiva. Um dos produtos que cultivam é a
cebola. Depois trituram-nas e fazem bolas que põem a secar para depois
venderem. Este produto é recolhido e transportado em camiões para a
Costa do Marfim onde é utilizado para fazer molhos. A rega das suas
hortas é um trabalho laborioso. Transportam a água em grandes vasos de
barro que depois é espalhada com pequenas cabaças. Este é um trabalho
para as mulheres.
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Wodaabe
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Wodaabe: Vivem na Nigéria e Níger. Os Wodaabe
juntam-se no final da época seca para um festival que dura uma semana.
Neste evento os homens tentam atrair a atenção das mulheres para
arranjarem casamento. Para isso vestem-se com as melhores roupas,
colocam as melhores joias e pintam-se, sobretudo contornando os olhos e
pintando os lábios de preto, de forma a realçar o branco dos olhos e dos
dentes. A cerimónia chama-se “Yaake”. Abrem muito os olhos e arreganham
os dentes na tentativa de atrair o sexo oposto. Outra cerimónia é o
“geerewol” em que os homens dançam durante várias horas. Se uma mulher
se sentir impressionada, dirige-se ao homem escolhido e toca-lhe em
sinal de o ter aceite para marido.
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Dinka
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Dinka: Vivem no Sul do Sudão e são
seminómadas. Partilham a região com os “Nuer”. São sobretudo criadores
de gado (maioritáriamente vacas), mas também são agricultores (cultivam
sorgo e milhete). Na época das chuvas vivem no meio dos pântanos em
casas que constroem sobre bancos de areia. As casas são feitas de lama
com telhado de colmo. Na época seca (Setembro-Maio) saem com o gado à
procura de regiões onde haja pastagem. Apenas os velhos e os doentes
ficam na aldeia. Os Dinka têm sofrido com a guerra civil que existe
nesta região desde 1983. As vacas dos Dinka são de uma raça com chifres
muito longos. Servem de dote que é oferecido aos pais da noiva no
casamento e também como tributo à parte ofendida num qualquer conflito,
conforme decisão dos anciões da aldeia. Os Dinka fazem canções e danças
em homenagem às suas vacas. É tarefa das mulheres a ordenha das vacas,
cujo leite é recolhido para cabaças. Bebem uma boa parte e o restante é
fermentado ou batido para fazer manteiga. O estrume das vacas é usado
como replente de insectos. Queimam-no em fogueiras cujo fumo mantem os
insectos afastados. Durante o dia esfregam na pele a cinza das fogueiras
onde queimam o estrume e aplicam este método também nos animais. Desta
forma evitam a trnasmissão de doenças como o paludismo. A urina das
vacas também tem utilidade. Aplicam-na nas feridas como anti-séptico e
nas peles para as lavar e curtir. A cinza do estrume queimado também
serve de maquilhagem e pasta de dentes. Quando uma vaca morre a sua pele
é transformada em tapetes, tambores, cintos, cordas, etc. Até os cornos
são aproveitados. Quando chega a hora de recolher o gado para o curral
(“Khat”), os Dinka tocam um tambor e o gado responde a um ritmo
específico porque para isso foram treinados. Cada família tem o seu
próprio ritmo e por isso o gado não se mistura. O “Khat” fica no meio da
aldeia.
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Gamo
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Gamo: Vivem nas terras altas do Sudoeste da
Etiópia. São aproximadamente 700.000 e as aldeias estão em colinas,
muitas delas acima dos 3.000 metros. São agricultores (trigo, milho,
sorgo e “enset” que é parecido com a bananeira). Os terrenos são
trabalhados por grupos de 10 a 15 pessoas que cavam a terra com enchadas
de madeira e plantam cereais na esperança de poder complementar a
alimentação de “enset”. Nesta região chove bastante. Muito de Junho a
Setembro e um pouco menos de Fevereiro a Março. Do “enset” tiram
alimento e dos caules fazem cordas. As aldeias tem uma cabana principal,
com telhado alto e pontiagudo. Aqui se juntam para cozinhar, fumar e
conviver. As refeições são cozinhadas muito lentamente na fogueira, cujo
fumo sai por entre a folhagem do telhado. As casas são feitas com
grandes canas de bambu espetadas no chão onde depois são entrelaçadas
outras canas como se fosse um enorme cesto. Depois é feito o telhado que
se assemelha ao fundo de um cesto virado ao contrário (estrutura em
estrela, com outras canas entrelaçadas) e que é amarrado às paredes.
Depois o telhado é coberto com colmo. As casas mais pequenas, ao lado da
casa principal, é onde normalmente vive o filho da família
(eventualmente com a sua mulher) ou então servem para guardar cereais.
As casas principais podem ter mais de 6 metros de altura. Algumas têm um
pequeno alpendre. Se a casa tem grandes canas espetadas à entrada,
significa que o seu dono se está a iniciar como ancião (“halaka”).
Depois das chuvas de Setembro comemoram o Ano novo. Sacrificam ovelhas e
os recém casados ou recém iniciados participam em rituais especiais.
Por todo o lado se ouvem sonoros “Yo” (saudação). Durante o ano há
outras celebrações de menor importância. Toda a aldeia participa nos
funerais, mas só a família assiste ao enterro. Os homens vestem trajes
de guerra e empunham lanças. Juntam-se para correr e cantarem canções de
guerra. Procuram passar a força necessária para enfrentar a morte.
Quando se casam, as mulheres vão viver com a família do marido.
Deslocam-se para a casa nova, montadas num burro e vestindo os seus
melhores trajes e objectos que demonstrem riqueza e poder, o que pode
incluir peles de felino como o leopardo.
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Mbendjele (Pigmeus)
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Mbendjele (Pigmeus): Vivem nas florestas da
África Central (República Democrática do Congo (Zaire), Gabão, Camarões,
República Centro-Africana e Uganda). São 200.000 grupos e muitas vezes
designados por pigmeus de uma forma genérica. São de muito baixa
estatura e vivem do que a floresta lhes dá. São caçadores e
recolectores. São um pouco nomadas, já que se deslocam entre regiões da
floresta (cerca de 30 vezes por ano) para não esgotarem os recursos
naturais de um mesmo local. É tarefa das mulheres a apanhar de frutos,
cogumelos, tubérculos e lagartas. Pescam e apanham animais pequenos, sem
derramarem sangue (o que iria contra as suas convicções).
Entreajudam-se na época das colheitas. Fazem uma pasta vermelha chamada
“mongolé”, com óleo de noz, pó de medeira morta, areia e água, a qual
dizem ter poderes de protecção. Esfregam-na nos bébés e nos adulescentes
para que cresçam fortes e com saúde. Fazem cordas de casca de árvore ou
outros materiais colhidos na floresta, a que chamam “mokodis” e que
colocam em partes do corpo dos doentes, na convicção de que têm poderes
curativos. Atam-nos também no pulso ou à cintura das crianças como forma
de protecção. Nas frequentes mudanças de acampamento, as mulheres mais
velhas têm a incumbencia de transportar brasas em folhas, para que
possam acender rapidamente uma fogueira no novo local. São as mulheres
que transportam os utensilios de cozinha (excepto o almofariz que fica
em cada local para quando regressarem). Usam folhas como pratos. Os
caçadores normalmente não usam armas de fogo, embora por vezes as possam
“alugar” em troca de uma parte da caçada. Caçam animais pequenos, o que
não inclui gorilas, por acreditarem que são reincarnações de Homens.
Durante a caçada caminham em silencio absoluto e comunicam por gestos.
São muito eficazes. Apanham macacos e “duikers” (espécie de antilopes)
que depois são cortados na aldeia e cozinhados para que todo o grupo
possa comer. A carne que sobra é defumada para que se conserve durante
algum tempo.
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Maasai
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Maasai: Vivem no enorme vale do Rift (Quénia e
Norte da Tanzânia). Um bom ponto de contacto com a sua cultura é na
reserva de caça “Maasai Mara”. São seminómadas e vivem dos animais
(vacas). Tradicionalmente não entendiam o conceito da posse da terra.
Actualmente tiveram de se adaptar à nova realidade do turismo que vem à
procura da vida selvagem em safaris e ganham algum dinheiro vendendo
artesanato. Os Maasai juntam-se por grupos etários que se mantêm durante
toda a vida. Cada grupo tem um conjunto de tarefas, até subir de
estatuto, o que é comemorado com uma cerimónia especial. Por exemplo, o
grupo dos adolescentes (até aos vinte e poucos anos) são considerados
guerreiros (“moran”) e a sua tarefa é cuidar do gado. Cada “moran” deve
conseguir reconhecer as suas cabeças de gado. Nas cerimónias os “moran”
cantam enquanto dão enormes saltos. Pintam-se de ocre. As crianças têm a
tarefa de cuidar do gado de menor importância (ovelhas e cabras).
Respeitam os mais velhos e tratam todos por pai/mãe. Os Maasai utilizam o
sangue de vaca para fortalecer os doentes, as mulheres após o parto e
as crianças após a circunsisão. O sangue, rico em proteínas, é extraído
do pescoço da vaca com um furo que apanha uma veia e que depois é tapado
para que a vaca continue a sua vida. É tarefa das mulheres construir e
manter a casa, apanhar lenha, trazer água, cuidar das crianças, fazer
artesanato (de contas que são compradas a outros povos – têm regras
específicas para as cores e respectivas combinações que podem ser
utilizadas) e cultivar e vender legumes. Depois do ritual de iniciação
na puberdade, as mulheres estão prontas para casar. Normalmente os
maridos são bastante mais velhos porque só podem casar no fim do periodo
“moran”. O “Corno Kudu” é tocado para chamar os “moran” para a
cerimónia “eunoto” que os faz passar a “anciões júnior”. Esta cerimónia
acontece em cada 10 anos e junta os “moran” do Quénia e da Tanzânia. O
novo estatuto tira-lhes grande parte da liberdade que tinham enquanto
“moran”, altura em que viviam juntos, com o gado, livres e a fazer as
suas caçadas no grande Vale do Rift. Depois do “eunoto” podem casar. Na
cerimónia vestem-se com túnicas vermelhas, pintam-se e fazem uma última
refeição juntos. Depois voltam ao acampamento principal. Sentam-se nas
peles sobre as quais foram circuncisados e os cabelos compridos de
guerreiro são rapados pelas mães. Para a maioria é um momento triste por
saberem da liberdade que acabam de perder.
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Zulus
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Zulus: Vivem na África do Sul. São cerca de 3
milhões e a maioria está na região de “Kwa-Zulu Natal”. São um povo
guerreiro que consquistou muitas outras tribos. Entre 1816 e 1823, sob o
comando de Shaka Zulu, consquistaram 50 vezes o tamanho do seu
território original. Os trajes tradicionais incluem peles, lanças e
escudos. Parte dos Zulus vivem em “umuzis” (circulo de casas), algumas
das quais ficam dentro de terras de brancos. Algumas “umuzis” vivem do
turismo, vendendo artesanato. Fazem trabalhos de contas. As joias feitas
de contas são uma forma tradicional de uma mulher comunicar a um homem
que está interessada numa relação com ele. Também fazem cestaria com uma
trama muito apertada, o que lhe confere resistência e até
estanquicidade. Os Zulu são criadores de gado e agricultores. Alguns
trabalham em terras de brancos e em minas de carvão noutras regiões. Os
Zulu acreditam na feitiçaria e temem que esta seja causadora de doença e
mesmo morte. Por isso consultam frequentemente os “isangona”
(curandeiros, normalmente mulheres). Os “isangona” aprendem com outros
mais velhos e experientes. Adornam o cabelo com contas e usam o “ishoba”
(pau feito com uma cauda de animal selvagem e enfeitado com contas).
São responsaveis pelo diagnóstico dos males do povo. Mas é o “inyanga”
que fabrica o “umuti” (medicamento) e o administra.
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San (Boximanes)
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San (Boximanes): Vivem na África do Sul,
Botswana e Namíbia. São também conhecidos por “Boximanes” e foram os
primeiros habitantes do deserto do Calaári. Vivem de uma forma muito
primitiva, que em muito se assemelha aos pigmeus da África Central. São
caçadores-recolectores. Cada grupo familiar tem cerca de 20-30 pessoas e
partilham tudo. Estão perfeitamente adaptados à vida no mato e vivem
facilmente daquilo que a natureza lhes dá. A caça é tarefa dos homens.
Fazem arcos e armadilhas e o resultado da caçada é para distribuir por
todo o grupo. As setas são envenenadas. Fabricam o veneno com larvas de
escaravelho (são necessárias cerca de 10 por cada seta), seiva de
plantas (que serve para colar o veneno à seta) e saliva. A mistura é
feita numa concavidade de um osso de antilope. O veneno é colado
imediatamente a seguir à ponta, para que o caçador não se envenene se
por acaso se picar acidentalmente. Quando atingem um animal de maior
porte, têm de o perseguir durante vários dias, até que o veneno o
derrote. Por vezes também caçam com armadilhas. Desta forma apanham
sobretudo animais de pequeno porte. As mulheres acupam-se da apanha de
frutos e da confecção de sacos de pele onde transportam os frutos. Os
San não têm líderes formais, mas respeitam sobretudo os melhores
caçadores. Os San escavam a terra à procura de raizes e tubérculos que
lhes servem de alimento. Também aproveitam a seiva para utilizações
medicionais. Também apanham laranjas-amargas para chuparem o seu sumo.
Mas também as utilizam para fazer sabão e tinta. Da casca da árvore que
dá este fruto, fazem medicamentos e com as folhas curam feridas. Os
grupos familiares constroem as suas casas numa zona rodeada de um muro
de paus e espinhos, sempre com as portas viradas para o centro do
circulo. É no centro deste pequeno aglumerado que todos se reunem para
conviver e onde as mulheres cozinham. Os “xamãs” são os líderes
espirituais dos San. Entram em transe durante as suas danças, para
fazerem curas ou garantirem boas caçadas. Nos seus territórios podem
encontrar-se pinturas rupestres com cerca de 27.000 anos.
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Margaxes
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Margaxes: Vivem em Madagascar e descendem dos
primeiros habitantes que vieram do Sudoeste Asiático e se instalaram nas
terras altas (centro da ilha). Depois vieram africanos e árabes que se
instalaram junto à costa. Desta mistura de raças resultam os Margaxes
(16 milhões divididos em 20 grupos étnicos). A ilha de Madagascar é a 4ª
maior do Índico e está a 400 Km da costa de África. Está aqui uma das
maiores biodiversidades do Mundo. A alimentação dos Margaxes usa muito
arroz como base. São agricultores (café, baunilha, açucar,
cravo-da-índia, etc.). O mar tem muito peixe e por isso esse é o
principal alimento de quem está perto da costa (também têm muito
marisco). No Sul há a tradição de decorar as sepulturas com chifres de
Zebu esculpidos. As crenças e costumes dos Margaxes têm muitos tabus
(“fady”). Os “Mahafaly” (grupo étnico do Sul), por exemplo, acreditam
que não devem deixar que as crianças durmam com os pais porque isso lhes
dá azar. Muitos seguem religiões tradicionais, nas quais procuram
agradar aos antepassados mortos (“razana”). Os “Merina” e os “Betsileo”
(grupos étnicos das terras altas) desenterram os mortos, alguns anos
após a morte, para retirar os ossos que enrolam numa nova mortalha. Esta
cerimónia chama-se “viragem do morto” (“famadihana”). Muitas vezes as
casas dos mortos são de melhor qualidade do que as dos vivos.
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Ciganos
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Ciganos: Estão espalhados pela Índia, Roménia,
Bulgária e Hungria. Também no resto da Europa, América do Norte e
Austrália. São mais de 12 milhões de Nomadas, espalhados por todo o
Mundo. As maiores comunidades estão em países como a Roménia, Bulgária e
Hungria. Mas também pelo resto da Europa, América do Norte e Austrália.
Têm tradições e língua próprias. São originários do Norte da Índia e
espalharam-se por todo o Mundo, à procura de melhores condições de vida.
Sempre foram considerados forasteiros e por isso foram e são
constantemente perseguidos. Vivem em casas móveis e valorizam muito a
sua liberdade. De qualquer forma os que se tentam fixar, são, mais tarde
ou mais cedo, expulsos pelos povos sendentários das regiões por onde
passam. Comem e cozinham ao ar livre. Alguns vivem em “Vardos” (bonitas
caravanas, coloridas e decoradas com cores vivas, que tradicionalmente
eram puxadas por cavalos). A Santa padroeira dos Ciganos é Sara. Por
exemplo, em França, na aldeia de St. Maries de la Mer, todos os anos se
juntam comunidades ciganas para comemorar a sua Santa padroeira.
Tradicionalmente os Ciganos eram sobretudo negociantes de cavalos.
Obedecem a complexas leis que os impedem de contactar com coisas
“marimé” (impuras). Por isso os utensílios de cozinha são lavados em
recipientes próprios, não podendo ser utilizados por exemplo para lavar
as mãos. Os funerais são acontecimentos importantes em que o morto é
enterrado com a melhor roupa e muitas vezes com objectos, comida, jóias e
dinheiro. Os restantes bens do morto são destruídos. Em Maio a
República Checa recebe um Festival Internacional Cigano. Vêm Ciganos de
todos os pontos do Mundo para cantar e dançar. É uma grande concentração
da cultura cigana. Os Ciganos são bons músicos. Influenciaram por
exemplo a música da Hungria e Espanha (“flamenco”). A tradição da música
como profissão surgiu do facto desta lhes dar grande liberdade para
viajar, levando consigo o seu meio de subsistência. Tradicionalmente
casam muito cedo. O noivo tem de pagar à família da noiva, pelo direito
de casar com ela. Os casamentos são “feitos” entre famílias. Por
exemplo, em Stara Zagora (Búlgaria), todos os anos se realiza uma grande
feira cigana em que as famílias se juntam para combinarem os casamentos
dos seus filhos. As raparigas usam as suas melhores roupas nestas
festas.
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Europa
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Ma’dan
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Ma’dan: Vivem nos pântanos do Iraque em ilhas
artificiais. Por isso são conhecidos pelos “Árabes dos Pântanos”. Vivem
desta forma há mais de 5.000 anos. As ilhas e as casas são feitas pelos
Ma’dan com juncos do pântano. Pescam para comer e vender e também
cultivam arroz. Cada família tem normalmente pelo menos um bufalo que
lhes dá estrume que utilizam como combustível e que também lhes dá leite
para alimento ou “moeda” de troca por trigo para fazerem farinha para o
pão. O bufalo é muito valorizado pelos Ma’dan e por isso quando este
fica doente, chegam a cantar para ele. Raramente um bufalo é morto para o
comerem.
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Sami
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Sami: Vivem no Norte da Europa (Lapónia –
Região do Árctico e Noruega). Eram caçadores de renas. Mas actualmente
são pastores destes animais, embora hajam cada vez menos. Os Sami do
Norte da Noruega são seminómadas. Na Primavera passam da Tundra para as
regiões costeiras e ilhas, para depois regressarem no Outono. Esta é uma
viagem dura em que a longa fila de renas ruma a Norte, seguindo um dos
pastores que esquia à frente, enquanto os outros pastores vão atrás, em
trenós de cães, de forma a impedir que alguns animais se desviem do rumo
seguido. Por vezes atravessam montanhas e rios. Antes de iniciarem a
viagem, o gado é reunido e contado. Os pastores correm em torno do gado,
cercando-o com grandes faixas de tecido que fazem esvoaçar no ar. Usam
lulus-da-pomênia (cães) para empurrar as renas. Os Sami mais abastados
usam actualmente motos de neve e rádios para comunicarem entre si. Na
região da Tundra vivem em casas modernas. Em viagem usam tendas
semelhantes às dos índios. Os Sami conseguem trabalhar e sobreviver a
temperaturas que podem chegar aos 45º negativos. Formam equipas de
trabalho (“Sii’das”) e cada uma cuida das suas renas que reconhecem
pelas marcas (normalmente fazem cortes nas orelhas). Os trajes
tradicionais são azuis e vermelhos (a parte vermelha com um padrão
fino). Vestidos para as mulheres e túnicas para os homens, ambos
apertados na cintura com cintos. No Inverno cobrem-se com peles de rena
(“peske”) usam chapéus altos, do mesmo padrão vermelho do resto da
roupa, que por vezes forram com ervas. No que toca à religião os Sami
foram em tempos animistas. Actualmente são cristãos. São muito ligados à
natureza e acreditam que esta é habitada por espíritos.
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Drusos
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Drusos: Vivem nas regiões monstanhosas da
Síria, Líbano, Israel e Jordânia. São cerca de 1 milhão e a sua origem
deriva do Islamismo. Não são reconhecidos pelos muçulmanos por não
respeitarem os 5 pilares do Islão. Os homens podem ter uma mulher.
Acreditam num só Deus e na reincarnação. Os Drusos dividem-se em dois
grupos. Todos vão ao “Khalwa” (lugar de culto) às quintas-feiras. Mas
depois da primeira parte do serviço religioso, os “Juhall” (a maioria)
sai e apenas ficam os “Uqqal” para o resto do serviço. Os “Uqqal” são os
homens e mulheres mais devotos e sábios. Para alcançar estes estatutos
têm de se candidatar e passar por um longo período de análise. De entre
os “Uqqal” ainda se seleccionam os “Ajaweed” (significa “os bons”) que
são a elite entre a elite. São eles que têm a autoridade religiosa e
legal. As mulheres são educadas juntamente com os homens. Mas são
consideradas mais espirituais que os homens. Têm menos contacto com a
vida laica e raramente tem autorização para coisas simples como por
exemplo, tirar a carta de condução. Normalmente trabalham em casa e por
vezes no campo. Os homens ”Uqqal” vestem uma túnica preta e um chapéu
branco. A tecelagem é uma tarefa importante entre os Drusos. Os mais
religiosos apenas vestem túnicas urdidas à mão. Há uma seita Drusa
conhecida por “Os Azuis” que só vestem de azul escuro, túnicas tecidas e
tingidas à mão. Para Drusos os profectas são sete. Adão, Noé, Abraão,
Moisés, Jesus, Muhammad Ibn Ismail al-Darazi e Jethro. Nas encostas do
monte Hérmon em Israel, fica Madjal Shams que é uma cidade Drusa. Nesta
região há outras quatro aldeias Drusas que já pertenceram à Síria.
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Persas
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Persas: Vivem no Irão, Afeganistão e um pouco
espalhados pela Ásia e Médio Oriente. Os Persas, na sua maioria, seguem a
religião Islâmica. Mas um pequeno número ainda segue o “Zoroastrismo”
que é a mais antiga religião monoteísta ainda existente. Esta religião
foi prospera no tempo do Império Persa. Mas depois foi dominada pelo
Islão. Acreditam em “Ahura Mazda”, o Deus único que criou o Mundo e que
luta eternamente com “Angra Mainyu” (o mal). O simbolo de Ahura Mazda é o
fogo (triunfo da luz sobre as trevas). O “Nowruz” é o grande festival
Zoroastrista que se realiza por toda a Ásia e Médio Oriente. Esta
religião tem vindo a reaparecer em algumas ex-repúblicas soviéticas onde
a religião de uma forma geral era proibida e no Afeganistão onde as
não-muçulmanas não eram toleradas. O “Avesta” é o livro sagrado do
Zoroastrismo. O “Chaharshanbeh Souri” é o primeiro dia do “Nowruz” e
celébra o novo ano solar em Março. Fazem-se fogueiras e as pessoas
saltam sobre elas. No 13º dia do Nowruz (o último), realiza-se o “Sizdah
Bedar” em que todos saem de casa e vão fazer pic-nics ou participam em
festas ao ar livre. Simboliza o início de um novo ano agrícola. Os
Persas vêm os seus tapetes como se fosse joias. É objecto de luxo e em
caso de necessidade pode ser vendido. No Sul do Irão está o templo de
“Chakchak” que é um dos lugares mais sagrados dos Zoroastristas e onde
todos os anos se realiza uma peregrinação de cinco dias. Os principios
da sua fé são os “Bons Pensamentos”, as “Boas Palavras” e as “Boas
Acções”. No “Nowruz” são utilizados os sete “S” (“haft sin”), que são
“Seer” (alho), Seeb (maça), “Serkeh” (vinagre), “Sombol” (jacinto),
“Sekeh” (uma moeda de ouro) e “Somagh” (sumagre). Nas casas são expostos
em conjunto com velas, um espelho, uma “avestra” e um aquário com
peixes vermelhos.
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Ásia
Médio Oriente
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Beduínos
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Beduínos: Os Beduínos têm origem na Península
Arábica e actualmente estão também na Jornânia, Egipto e Israel. São
umas das duas culturas árabes com características muito distintas. Os
Beduínos são nomadas e os restantes são sedentários. Os Beduínos são
pastores e orientam as suas vidas movimentando-se de oásis em oásis.
Vivem em grupos familiares com uma linhagem traçada pelos elementos
masculinos e que vai até ao nível do clã e da tribo. Tradicionalmente
regem-se por um código de honra muito rigoroso. Controlaram em tempos as
rotas comerciais da Península Arábica e por isso tinham um conhecimento
profundo do deserto. Serviam de guias e cobravam taxas a quem quisesse
atravessar os seus territórios. Vivem de uma forma dura e a sua cultura
austera deu-lhes uma imagem de romantismo que pouco tem a ver com a
realidade. Os povos sedentários têm tentado forçar os Beduínos a fixar
residencia. E em boa parte têm conseguido. Faz parte do código de
conduta dos Beduínos receber bem as visitas. Nos desertos é muito raro
encontrar-se alguém desconhecido. Por isso primam pela “Diyafa” (honrar
os hospedes), servindo-lhes chá doce e a melhor comida que tenham. As
mulheres Beduínas são encarregues das tarefas domésticas, o que inclui o
fiar da lã e moagem de cereais com pesadas pedras e também o montar e
desmontar das tendas em cada movimentação do grupo. Estas tendas são
divididas em dois espaços, sendo a parte da frente para os homens e a
parte de trás para as mulheres. As mulheres Beduínas estão muito
protegidas pelo código de honra e muitas vezes têm menos restrições que
as mulheres árabes sedentárias. Vestem de negro, por vezes com bordados.
Cobrem a cabeça algumas usam o véu para tapar a cara. O estatuto da
família pode ser observado pela quantidade de moedas que as mulheres
usam no véu. Os homens vestem de branco com uma túnica larga e na cabeça
usam um lenço que pode ser branco ou aos quadrados vermelhos e brancos,
preso com um cordão de algodão preto (o “Agal”). Os Beduínos são
muçulmanos e a maioria são muito respeitadores da sua religião, embora
por vezes a misturem com tradições pré-islâmicas. Os Beduínos vivem dos
seus camelos. Respeitam os seus animais como se fossem da família e
estes são vistos como uma dádiva de Deus. Utilizam-nos como forma de
transportar cargas e alimentam-se do seu leite, o que pode ser a única
forma de sobreviver numa longa travessia do deserto. São um povo de
tradição oral. As histórias são contadas na forma de poesia, que passa
desta forma de geração em geração. Por vezes acompanham a poesia com
música, utilizando um tambor ou eventualmente uma pequena arpa, muitas
vezes feitas com os poucos meios que têm à mão.
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Península Arábica
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Cazaques
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Cazaques: Vivem no Cazaquistão, Usbequistão,
Rússia e Mongólia. São numerosos e tradicionalmente são pastores,
embora a maioria tenha abandonado esta vida nómada, vivendo agora nas
cidades ou como agricultores. São muçulmanos. Mesmo os Cazaques que já
não pastam gado nas duras estepes da Ásia Central, em ocasiões especiais
ainda constroem as suas “Yurts” (casas tradicionais), mostrando com
orgulho a sua tradição. As “Yurt” são construidas com uma estrutura de
madeira em abobada que é coberta de feltro. O feltro é feito pelas
mulheres, com lã, que é batida em água quente, enrolada e comprimida até
ficar resistente e impermeável. Fazem uma porta de madeira (por vezes
decorada). O tecto tem uma saída para o fumo. No interior colocam muitos
tapetes coloridos de lã e feltro. Os Cazaques gostam muito de receber
visitas nas suas “Yurts”. Lá dentro, no meio da casa, fica a fogueira
com o “Kazar” (pote metálico) suspenso. Comem carne de carneiro e
cavalo, leite e produtos que dele derivam e pão. Começam as refeições
com “Chai” (chá), por vezes acompanhado de pão, nozes e doces. Os
Cazaque são por tradição excelentes cavaleiros. Acredita-se que foi
nesta região que o homem aprendeu a montar a cavalo. Alguns conseguem
atirar setas com grande precisão enquanto galopam a cavalo. Fazem jogos a
cavalo como o “Kokpar” que é parecido com o polo mas que neste caso é
jogado com uma ovelha ou cabra sem cabeça que deve ser apanhada, atirada
de uns elementos para os outros da equipa, até a conseguirem lançar
para a baliza da equipa adversária.
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Nenets
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Nenets: Vivem na Sibéria Ocidental em duras
condições de vida. Alguns são nómadas e esses mudam de acampamento duas
vezes por ano. Alguns grupos de Nenets podem ser encontrados na
Península de Yamal (significa “o fim da terra”). Aqui as temperaturas
podem chegar aos -50ºC. Os Nenets vivem das renas que lhes dão
praticamente tudo o que necessitam. Dão-lhes alimento, pele para o
vestuário e para as casas e com o couro também fazem cordas. As renas
são tratadas com todos os cuidados pelos Nenets. Durante as migrações as
renas puxam os trenós onde vão todos os bens que os Nenets possuem. E
nem os rios as detêm, porque graças às suas patas largas e achatadas que
lhes dão sustentação sobre a neve, também conseguem nadar a uma
velocidade sificientemente grande para manter os trenós a flutuar. Os
Nenets nomadas metem as suas crianças a estudar em intenatos e quando
regressam, continuam a viver de forma tradicional. No que respeita a
alimentação, comem carne (sobretudo de rena) e peixe. Na maior parte das
vezes a carne é consumida crua e o sangue é bebido enquanto ainda está
quente. Tudo o que vestem é feito de pele de rena. Os casacos das
mulheres chamam-se “Yagushka” e tem duas camadas de pele com pelo de
ambos os lados. As botas são também feitas de pele, com processo
identico. As roupas dos bébés são feitas com a pele das crias de rena
que é bastante mais suave. O Deus dos Nenets chama-se “Num”. São
animistas. Têm um trenó sagrado que transporta ídolos religiosos e
outros objectos de culto. Este trenó raramente é desembrulhado e quando
isso acontece, é sempre por um ancião e muitas vezes é puxado por renas
brancas que são consideradas especiais. Quando alguém especialmente
considerado pelo grupo, morre, fazem uma “Yaminga” (boneca de pele de
rena) que o representa. Prendem-se os objectos do morto e acreditam que a
boneca os protegerá do mal. Como animistas que são, a superstição faz
parte da sua vida diária. As mulheres não podem pisar uma corda e os
objectos são dispostos na casa sempre da mesma forma. Ao longo do tempo
os Nenets têm encontrado esqueletos de mamutes na Península de Yamal e
têm utilizado as suas presas para fazer botões, caixas e outros
utensilios com o seu marfim. A Primavera é a altura em que os Nenets
migram para a Península de Yamal. Numa paisagem completamente branca de
neve, percorrem 1.000Km para chegarem à tundra e às pastagens de verão.
Fazem uma fila que pode ter 4 ou 5.000 renas, puxando inumeros trenós
carregados e cobertos de pele. As mulheres e as crianças vão nos trenós e
os homens conduzem os grupos. Depois os animais têm três meses para se
alimentarem, antes da chegada do Outono, altura em que iniciam o
regresso.
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Sherpas
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Sherpas: Vivem no Tibete, Nepal, Butão e
Índia. São mais de 35.000 e o nome “Sherpa” deriva de “Shar” (que
significa “Pessoa”) e “Wa” (que significa “Leste”). Organizam-se por 19
clãs e cada pessoas tem como apelido, o nome da sua aldeia. A maior
população de Sherpas vive no Nepal, em concreto nos Himalaias. São mais
de 10.000 e o maior grupo está no vale de “Khumbu” que dá acesso ao
Everest. Vivem a grandes altitudes (2.600-4.300 metros) e por isso estão
habituados a trabalhar em terreno sinuoso, com ar rarefeito. Acabaram
por ficar famosos como guias e carregadores das expedições que sobem ao
Everest. É aliás a grande fonte de rendimento deste povo. Os Sherpas
sempre viveram dos iaques que são dos poucos animais que sobrevivem a
grandes altitudes. Dão-lhes a lã com que fazem a roupa e o couro para os
sapatos. O estrume serve de combustível e fertilizante para os
terrenos. E são um bom animal de carga uma vez que, apesar de lentos,
conseguem percorrer grandes distâncias com cargas consideráveis. O seu
leite é bebido com chá e também fazem manteiga e queijo. Os Sherpas
também cultivam batatas que é um dos poucos alimentos que conseguem
produzir neste ambiente. Tudo o resto, salvo raras excepções, tem de ser
trazido de fora. Raras são as estradas que permitem a circulação de
viaturas. Por isso tudo tem de ser carregado às costas. Os fardos não
podem ultrapassar os 30 Kg. Homens e mulheres Sherpas têm o mesmo
estatuto e por isso as tarefas são partilhadas, indiferentemente se são
domésticas ou por exemplo, o trabalho agricola. As aldeias Sherpas das
zonas mais perto do Monte Evereste estão agora muito viradas para o
turismo. Apesar das dificuldades de transporte, as pequenas lojas de
aldeia adaptaram-se para poderem ganhar algum dinheiro com o turista de
alta montanha. Por isso vendem desde os objectos mais tradicionais, que
são levados como lembrança, até aos produtos a que o turista ocidental
está habituado. Antes de enfrentarem uma escalada ao Evereste, os
Sherpas realizam uma cerimónia em que pedem aos Deuses da montanha que
lhes permitam regressar a salvo. Chamam a esta cerimónia a “Puja”. Os
Sherpas são budistas.
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Usbeques
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Usbeques: Vivem no Usbequistão (70% da
população é Usbeque) que pertenceu à ex. União Soviética, mas também no
Afeganistão, China e Cazaquistão. Os seus antepassados eram mercadores
da Rota da Seda. A maioria são muçulmanos, embora na época do comunismo
fossem oficialmente ateus. Toda a sua cultura é fortemente influenciada
pela cultura árabe. E isto é bem visível na própria arquitectura. Um bom
exemplo disso é a Madrassa Mir-I-Arab, a escola de religião islâmica em
Bukhara (antiga capital do Império Persa). Outro exemplo é a Mesquita
Kalyan, perto da Madrassa, que tem um minarete com 45 metros de altura. O
pão Usbeque (“Nan”, o mesmo nome que tem na Índia) é normalmente
achatado, podendo ter um buraco no meio. Têm algumas tradições
associadas ao pão. Por exemplo, quando o metem em cima da mesa, nunca o
fazem, virando-o ao contrário. Também nunca o cortam com uma faca e sim,
sempre à mão. O comercio de tapetes é uma tradição que existe desde os
tempos da Rota da Seda. Os grandes bazares (como o mercado principal de
Tashkent, a capital), têm normalmente uma zona específica para os
tapetes. Para a sua confecção, os fios de seda são retirados dos casulos
das larvas do bicho da seda e podem ter 300 a 900 metros de comprimento
sem quebras. O fio é desenrolado, tingido e depois tecido para depois
ser então utilizado. Margilan é a principal cidade produtora de seda.
Mas o Usbequistão é sobretudo conhecido pelos bordados. O estado apoia a
aprendizagem desta arte que passa de geração para geração. Os bordados
mais sofisticados são feitos com fios de ouro. A arquitectura dos
edifícios é semelhante à de outros países muçulmanos. As fachadas são
decoradas com versos do Corão e com padrões geométricos. Nota-se a
ausencia de figuras humanas já que o Islão proibe a sua representação,
tal como da figura de Deus. Os casamentos tradicionais têm três fases. A
primeira realiza-se de manhã, participam apenas os homens e chama-se
“Erkah Ash”. A segunda realiza-se à tarde, participam apenas mulheres e
chama-se “Khotin Ash”. A terceira realiza-se à noite, todos participam e
chama-se “Toy”. Nestas festas há sempre música e bailarinas e os
convidados são às centenas. Os jardins de chá são locais agradáveis que
oferecem tranquilidade e descontracção. As casa de chá (“Chai Khana”)
são outros locais onde se pode tomar chá verde acompanhado de pão
(“Nan”). As pessoas sentam-se numas camas de madeira baixas, cobertas
com um colchão fino e de tecido colorido. No meio é colocado o chá e o
pão.
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Kalash
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Kalash: Vivem no Noroeste do Paquistão
(Chitral). São cerca de 4.000 e acreditam serem descendentes de
Alexandre o Grande (400AC). São de facto um povo diferente dos
paquistaneses. Não são muçulmanos. A sua religião é parecida com a
antiga religião grega. Baseia-se na natureza e adoram o seu Deus de
forma indirecta. Ou seja, através de divindades de segundo plano.
Acreditam em fadas (que vivem em algumas montanhas) e também em bruxas e
demónios. Vivem do cultivo (milho e trigo) nos socalcos de montanha,
das árvores de fruto e do pastoreio (cabras e ovelha). O leite
serve-lhes de alimento e as cabras são muitas vezes dadas em sacrifício.
Constroem as suas casas de madeira e pedra, com dois pisos e uma
varanda. No piso inferior fica o gado e os cereais e em cima ficam as
pessoas. O piso superior tem uma lareira onde também cozinham. Mas no
Verão vão todos dormir e cozinhar para a varanda. Os Kalash vivem em
vales remotos. As escolas ficam longe e por isso as crianças têm um
difícil acesso ao ensino. Quando vão às escolas, o Governo ensina-lhes a
religião islâmica na tentativa de as converter. No Solstício de Inverno
realiza-se o “Chaumos” (o festival mais importante), que dura duas
semanas. No último dia sacrificam bodes em honra do Deus “Balimain”. O
altar dos sacrifícios é decorado com quatro cabeças de cavalo em
madeira, que representam a encarnação de Deus. Os funerais são
antecipados por dois dias e duas noites de luto em que os Kalash dançam e
cantam. À três decadas atrás os mortos eram deixados em urnas de
madeira abertas. As mulheres vestem de preto com um traje a que chamam
“Piran”. Não cobrem a cabeça (ao contrário das Paquistanesas). O traje é
decorado com uma faixa bordada e fazem também bordados no peito. Usam
também um toucado cravado de botões e conchas e cordões de contas
coloridas. Nas festas podem usar um toucado especial que tem um grande
pompom em cima. As mulheres fazem cinco tranças com o cabelo. A trança
principal é feita com o cabelo da frente. Sobre esta trança usam uma
faixa que cai até à cintura e que é decorada com conchas e contas.
Acreditam que dá azar pentearem o cabelo dentro de casa, por isso
fazem-no junto ao rio.
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Rajputes
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Rajputes: Vivem na Índia, no Estado do
Rajastão. Os Rajputes actuais descendem de uma casta nobre que se uniu à
nobreza Mongol. A região desértica onde vivem é conhecida pelos
templos, fortalezas e mesquitas. Fazem bom artesanato (cada principado
tem a sua especialidade). As mulheres vestem-se com cores vivas,
bordados e objectos de prata. Os homens usam turbantes de cores fortes.
As carroças e os animais também costumam ser decorados com cores fortes.
Pushkar tem muitos templos. Um deles (o único na Índia) é dedicado a
Brama (criador do Universo) e os peregrinos Hindus vêm banhar-se nas
águas do lago, junto ao templo, porque acreditam que isso os pode ajudar
a terminar o ciclo de reincarnações, passando directamente para o céu
quando morrerem. Os Deuses Vishnu (O Conservador) e Shiva (O Destruitor)
são mais populares do que Brama. O Rajastão está na origem das pinturas
com “Henna” ou “Mehndi”, cuja tradição está hoje espalhada por toda a
Ásia e Norte de África. Por isso esta é a principal região produtora de
“Henna”. Em Novembro a Feira de Pushkar recebe um festival que dura
cinco dias e que recebe milhares de pessoas. A origem desta festa está
no comercio de gado e camelos. São cerca de 25.000 camelos que vêm para
ser vendidos, mas também para participar em corridas e provas de força e
beleza. Durante o periodo do festival as dunas à entrada da cidade
transformam-se num imenso acampamento. As mulheres dançam “Ghoomer”,
fazendo rodopiar as saias coloridas e os homens também participam em
danças folclóricas sem no entanto se misturarem.
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Bengaleses
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Bengaleses: Vivem na província indiana de
Bengala e no Bangladesh. T~em em comum a mesma estirpe, a mesma língua e
a literatura. No que toca a religião os Bengaleses de Bengala Ocidental
são Hindus, enquanto os do Bangladesh são muçulmanos. Os Bengaleses das
zonas rurais são pescadores e agricultores. Dependem fortemente das
cheias do Ganges e do Bramaputra. Calcutá, na Índia é uma das principais
cidades dos Bengaleses. É densamente populada, a poluição é forte e as
águas, sobretudo na época das monções, é fonte de doenças. Os Bengaleses
Hindus adoram muitos Deuses. Por exemplo, Shiva (Deus da destruição)
que é identificado com o Ganges. Fazem banhos rituais neste rio e depois
as mulheres oferecem flores, incenso e água benta a Shiva. Varanasi é
uma cidade sagrada para os Hindus. Todos os dias, ao amanhecer, os
devotos descem os degraus (“ghats”) que dão acesso às águas sagradas do
Ganges e banham-se. Depois meditam, fazem ioga e dedicam oferendas a
Shiva. As grinaldas utilizadas no culto Hindu são vendidas nos mercados,
o que dá um colorido bonito ao local. Muitas famílias vivem nas ruas
das grandes cidades. No Bangladesh a maioria dos Bengaleses vivem da
agricultura (arroz, juta, chá e trigo). A juta é a principal exportação e
por isso dá trabalho a uma grande quantidade de pessoas. Serve para
fabricar sacas e suportes de tapetes. A juta é deixada a ensopar na água
e depois a sua fibra é extraída manualmente do caule. Depois passam por
máquinas onde se retiram os restantes vestígios de casca e que amaciam
as fibras. Finalmente o fio grosso é transformado em tecido
(serapilheira).
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Cingaleses
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Cingaleses: Vivem no Sri Lanka, a Sul da Índia
e partilham o território com os Tâmules. Estes dois grupos étnicos
estão em constante conflito, o que dificulta o desenvolvimento do país.
Os Cingaleses são Budistas mas com influências Hindus. Os idiomas do
país são o cingalês e o tâmul. São sobretudo agricultores, embora hajam
algumas indústrias têxteis e de vestuário. O Sri Lanka é o maior
produtor de chá do Mundo. As folhas são apanhadas à mão pelas mulheres.
Os produtos são transportados de carroça puxada por búfalo. Também
produzem borracha, de cuja árvore é extraída a seiva branca (latex),
fazendo um sulco em espiral à volta do tronco. Os elefantes selvagens
são um problema para os Cingaleses. Por isso por vezes fazem estruturas
de madeira com bonecos a imitar pessoas, para os afastar das aldeias e
das culturas. Os teatros de marionetas são comuns e representam
histórias da Ramayana (epopeia hindu). Em Kandy (foi em tempos capital
do Sri Lanka) realiza-se no mês de Verão de Esala, a “Perahera”
(procisão) que dura dez dias, com desfiles todas as noites. A povoação
está nas colinas do centro da ilha e esta festa chama-se precisamente
“Esala Perathera”. Elefantes enfeitados e com luzes, desfilam sendo o
mais importante chamado de “Maligawa”. Este transporta um cesto de ouro
com um sagrado dente do Buda. Esta festa teve origem em 313DC quando o
rei Kit Siri Mevan trouxe o dente da Índia. Bailarinos dançam nesta
festa, tal como aprenderam a fazer das gerações anteriores. A casta dos
bailarinos já nasceu com essa função e os reis davam-lhes terras em
troca da diversão que proporcionavam. Usam mascaras coloridas como as
que são feitas em Abalangoda no sul da ilha.
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Tibetanos
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Tibetanos: Vivem no Tibete. O seu território
foi sendo ocupado pela Índia, China, Nepal e Butão, até ser
completamente ocupado pela China. São Budistas. As regiões chinesas de
“Ngari” e “U Tsang” correspondem à região autonoma do Tibete. A norte
dos Himalaias, no planalto do Tibete, vivem aproximadamente um milhão de
nómadas. A vida aqui é difícil. Os terrenos não são cultivaveis e por
vezes há tempestades muito violentas. Alguns destes nómadas no Inverno
procuram outros terrenos com pastagens para os animais. Os animais são a
fonte de subsistência destas pessoas. Fornecem alimento, lã, peles e
transporte. A lã de caxemira é fornecida pelas cabras e é muito
procurada. Os nómadas vivem em tendas feitas de pelo de iaque (grandes
animais, peludos e parecidos com bois). Normalmente acampam junto às
nascentes de água. Há lagos no planalto tibetano mas a água é salgada. O
iaque dá-lhes leite que é fonte importante de alimento e com ele fazem
também manteiga que por sua vez é utilizada no seu espesso chá (preto)
tradicional. O Budismo chegou ao Tibete no Séc.VIII vindo da Índia. Os
mosteiros onde vivem os monges são normalmente bonitos. Os lideres
religiosos chamam-se Lamas. Este ramo especial do Budismo (o Tibetano)
tem o costume de pendurar bandeiras e de fazer girar moinhos de oração
(cilindros que rolam sobre um eixo). Estes moinhos têm inscrições dos
mantras, os textos sagrados. São feitos rodar no sentido dos ponteiros
do relógio, enquanto recitam os mantras e fazem as suas orações. Nos
seus rituais os Lamas fazem soar as “Dung-Chens”, trombetas longas (3
metros) que fazem lembrar o som dos elefantes. As crianças aspirantes a
monge, entram para os mosteiros aos 8 anos e fazem a escolaridade dos 18
aos 25 anos. Estudam os ensinamentos Budistas e também poesia, arte e
medicina. Após a invasão chinesa, muitos monges foram perseguidos e os
mosteiros foram destruídos. Foram quase 30 anos duros para os Budistas
que ficaram no território. Actualmente muitos mosteiros foram
reconstruídos e a religião ganha novo folgo com a abertura de escolas no
Sul da Índia.
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Mongóis
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Mongóis: Vivem na Mongólia com os montes Altai
(neves permanentes) a Oeste e o deserto de Gobi a Sul. É um território
de longas estepes com muito poucos habitantes (a maioria vive nas
cidades). Fora das cidades vivem os nómadas que se deslocam entre
pastagens com os seus animais. A vida nas estepes é difícil e mantem-se
igual desde à centenas de anos. O simbolo dos Mongóis é o cavalo. São
magníficos cavaleiros e os seus animais são muito robustos. São cavalos
pequenos mas rápidos, com pernas musculadas. Têm uma grande resistencia,
podendo correr durante horas seguidas. Vivem ao ar livre no duro clima
das estepes. Apesar da influencia ocidental, ainda se podem ver as
roupas tradicionais. O “Deel” é uma túnica pesada, quente e com uma
faixa para a cintura. Os Mongóis têm uma escrita própria mas que foi
esquecida durante meio século. Actualmente foi recuperada e faz parte da
cultura deste povo. A tradição também passa pelo canto gutural. Os
cantores produzem um som que aparenta prolongar a expiração durante
vários minutos seguidos. Os nómadas são criadores de cavalos, mas também
de iaques, ovelhas, cabras e camelos (duas bossas). Alimentam-se do
leite e carne dos seus animais e também de farinha e derivados de leite.
Em Julho realiza-se o “Naadam”. O maior festival mongol que dura três
dias e durante os quais fazem corridas de cavalos, tiro com arco e luta.
Há muita comida, contam-se lendas e cantam-se canções antigas. Nas
corridas de cavalos os cavaleiros têm entre quatro e dez anos. O bom
cavalo é sempre mais valorizado que o bom cavaleiro. As casas dos
Mongóis chamam-se “Ger”. São construídas com uma estrutura de mastros e
malha de madeira que assenta num aro. Tudo isto é seguro por correias de
couro e esteios. A estrutura é coberta por um feltro branco, grosso e
apertado com cordas. As casas têm uma abertura no topo por onde entra
luz e ar. Algumas têm no interior móveis pintados de cores vivas. Estas
casas são fáceis de transportar e montam-se em meia hora. A porta fica
sempre virada a Sul. Mesmo os Mongóis das cidades vivem em “Gers”. Uma
das tradições Mongóis é a caça ao lobo. Deslocam-se de moto e caçam com
espingarda. Seguem regras que proíbem caçar fêmeas e crias no Inverno.
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Yakut
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Yakut: Vivem na Sibéria Russa, a região mais
fria do hemisfério Norte. A cidade mais fria do Mundo é Verkhoyansk na
República de Sakha. São criadores de cavalos e conseguem faze-lo no
lugar habitado mais inospito do Mundo. Aqui registaram-se –68ºC, a mais
baixa temperatura alguma vez registada. Além dos cavalos, criam também
vacas e renas. Os vacalos são animais , obviamente, apadptados a estas
duras condições. São muito resistentes, têm pelo denso e uma boa camada
de gordura. Alimentam-se livremente da pouca pastagem que encontram,
mesmo no Inverno. Servem de transporte aos Yakut, que também usam as
suas peles. A região tem diamantes, ouro, prata, carvão, gás natural e
estanho, entre outros. Muito vivem da indústria. Os Yakut aquecem as
suas casas com a lenha que vem das árvores da floresta boreal. Com estas
temperaturas basta um bafejar quente para que a humidade congele de
imediato e caia no chão em estado sólido. Por isso é preciso ter muito
cuidado com a mínima exposição de quaisquer partes do corpo ao frio. Por
exemplo, as vacas são mungidas num local protegido e o leite é deixado
num recipiente por alguns minutos até que congele. Depois o bloco é
retirado e guardado no estado sólido. Para o beber é preciso depois
aquece-lo em casa. Para manter as casas quentes, estas têm sempre duas
ou três portas seguidas, separadas por uma área de passagem. Como muitas
vezes a água congela nos canos das casas e das condutas públicas, as
pessoas procuram um rio para cortarem blocos de gelo que é deixado no
exterior. Quando necessitam de água, descongelam um pedaço de gelo ao
lume. Quando um cano público rebenta, é normal formar-se uma coluna de
gelo no local onde a água derramou.
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Padaung
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Padaung: Vivem na Birmânia e são menos de
7000. As mulheres Padaung são conhecidas como “Mulheres Girafa” porque
têm a tradição de alongar o pescoço. Para isso, aos cinco anos de idade
começam a colocar aros no pescoço. Os primeiros são colocados pelo
feiticeiro e depois colocam mais um em cada dois anos, até chegarem ao
comprimento pretendido, ou seja, 25 cm na idade de se casarem. É uma
prática estranha mas atribuida à beleza feminina. O número dos aros e o
seu valor, indicam a importancia social na família da mulher.
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Iban
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Iban: Vivem na Malásia, concretamente na ilha
Bornéu, na zona Noroeste, provincia de Sarawak. Chamam-lhes “O Povo das
Conghouse”. Floresta tropical densa. Rios labirinticos. Quase 1/3 dos
Iban são caçadores, pescadores ou agricultores que cultivam arroz na
floresta. Os Iban acreditam na existência de uma ave que é mensageira
dos espíritos e que se chama “Calau”. A província de Sarawak é conhecida
por “Terra do Calau”. Apesar de ainda praticarem rituais tradicionais, a
maioria dos Iban já foram convertidos ao Cristianismo.
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Haúças
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Haúças: Falam um idioma com o mesmo nome.
Vivem no Norte da Nigéria, em zona de savana. São um povo muito alto,
com sangue “Fula”, que vive do pastoreio de cabras e camelos e também de
alguma agricultura. As suas casas são feitas de tijolo de lama e paus e
cobertas com folhas de bananeira. São depois rodeadas de um muro pela
altura do peito, deixando espaço para um pátio onde cozinham, comem,
convivem e onde mantêm também as suas pequenas hortas. Os animais
domésticos circulam livremente pelos pátios. São muçulmanos, muito
crentes em Ala. As aldeias têm uma mesquita que é a maior cada da
aldeia. O seu maior inimigo são as hienas que por vezes atacam os seus
rebanhos e até as suas crianças. Autoproclamam-se “O povo da savana”.
São amistosos e gostam do convívio com viajantes. A aldeia tem um poço
comunitário onde as mulheres contam histórias enquanto tiram a água de
que necessitam para o dia-a-dia. O barbeiro é considerado o sábio da
aldeia. A profissão é passada de geração em geração. Escuta os problemas
de cada um e dá conselhos, normalmente baseados no bom senso. É também
ele quem por vezes faz as circuncisões. É uma prática religiosa entre
muçulmanos e comum a outras religiões. As mulheres têm muitas vezes a
tarefa de tecer esteiras, que depois vendem para complementar o
orçamento familiar. Na família, as meninas mais velhas têm a tarefa de
cuidar dos irmãos mais novos. Os rapazes não têm tarefas atribuídas. Só
os elementos do sexo masculino têm autorização para opinar sobre os
problemas familiares do dia-a-dia. E quando se consulta uma mulher mais
velha, isso nunca é referido. As mulheres casam muito cedo e quando isso
não acontece, é uma preocupação para a família. O marido oferece um
dote aos pais da noiva. O primeiro filho deve nascer na casa da mãe da
mulher. O trabalho de parto faz-se com a mulher deitada sobre uma folha
de bananeira, com a mãe e as velhas da aldeia a ajudarem. O pai só pode
ver o filho, decorridos 7 dias após o seu nascimento. Nessa altura
atribui-lhe um nome. Quando o marido está farto da mulher, pode
repudia-la. O que significa que esta tem de voltar a viver com os pais.
Isto é considerado uma grande vergonha para a família. Se uma mulher
engravida sem estar casada, corre o risco de ser condenada por
adultério. A pena para estes casos é a morte por lapidação
(apedrejamento).
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Chukchi
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Chukchi: Vivem na Sibéria Russa, no extremo
Nordeste. O termo “Chukchi” significa “rico em renas”. Este povo fala
russo, embora ainda existam alguns que falam Chukchi. Nesta região
também vivem outros povos. Os Chukchi dividem-se entre dois grupos que
trocam produtos entre si. Os “Chukchi costeiros” são pescadores
sedentários e os “Chukchi do interior” são criadores de renas, nómadas,
deslocando-se no Verão e no Inverno à procura de pastagens. No Inverno
podem ser encontrados na floresta boreal. Os Chukchi costeiros, além da
pesca, também caçam focas e morsas. Os seus barcos tradicionais
(“Umiak”) são feitos com uma estrutura de madeira que cobrem com pele de
morsa. Os barcos têm 3 a 9 metros e muitas vezes, durante o Inverno,
têm de ser arrastados pelo gelo até encontrarem água. Consideram cinco
estações no ano e o Inverno (“Leleng”) ainda é dividido em três
periodos. Esta divisão tem a ver com mudanças do nascer e por-do-sol, da
quantidade de mosquitos e do estado da neve. Os Chukchi são animistas.
Por isso atribuem forças espirituais a animais e objectos, pelo que têm
muitos rituais que cumprem no dia-a-dia. Acreditam que um animal que
tenham caçado, só o conseguiram porque este se deu ao caçador. Por isso
respeitam o seu espírito, muitas vezes tratando o animal como se ainda
estivesse vivo. Tradicionalmente são escultores que trabalham em dentes
de morsa ou baleia. Esculpem histórias, mitos e lendas que normalmente
envolvem animais selvagens. Os xamãs usam tambores para comunicar com os
espíritos. Por vezes entram em transe durante os seus rituais. Fazem
bonecos de madeira e pele de rena que são idolos de protecção para as
renas.
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Fulas
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Fulas: Agricultores nómadas do Norte da Nigéria. Por vezes visitam as terras dos Haúças à procura de novas pastagens para o seu gado.
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Huilas
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Huilas: São do distrito da Huila concelho do
Lubango (Sá-da-Bandeira). Vestem panos muito coloridos (samacacas) sem
uma cor especifica, podendo compor várias cores. Tapam apenas o ventre
com uma tanga "Tchitate". Usam colares de missangas que cobrem todo o
peito e sobretudo o pescoço. Fazem efeitos no cabelo com pedaços de cana
que enchem de cabelo e um preparado de "gunde" (cebo de boi derretido e
misturado com outros produtos), o que lhes dá um odor muito forte e
desagradável para quem não está habituado. Nas pernas usam pulseiras
"tchinungas" que vão até acima do tornozelo e que fazem soar durante as
suas danças tradicionais. Os "Muilas" são pastores (vacas, cabras,
galinhas e porcos). Também são agricultores. Cultivam milho ("mapungo"),
feijão ("tchipoque"), abóboras ("matangas") e couve ("macouve"). Para
calçar, fazem sandálias com pedaços de pneu que cortam de forma singular
de maneira a que do mesmo pedaço consigam fazer todas as componentes da
sandália. Chamam a estas sandálias "Noncacus". Vivem aglumerados a que
chamam “sanzalas”, em casas feitas de paus, barradas com barro e
cobertas de capim. O formato é redondo. Cada tribo tem um chefe,
designado por "soba".
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Rastafari
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Rastafari: Mais do que um estilo de vida,
trata-se de uma religião que nasceu na Jamaica e que segue o imperador
Haile Selassie da Etiópia (“Ras Tafari” é o seu nome de batismo), que
acreditam ser o messias. Acreditam também que um dia regressarão à terra
natal. Os Rastafari deixam crescer o cabelo que enrolam em longas
tranças e “transportam” dentro de boinas largas. As suas cores são o
vermelho, o amarelo e o verde. A maioria das maiores cidades desta
região são construídas por antigos edifícios e grandes monumentos
públicos, alguns deles remontam ao tempo dos primeiros colonos.
As Antilhas são ilhas de beleza indescritível. Como é o caso de Cuba.
Praias de areia muito branca, plameiras e um serviço atencioso ao
turista nas unidades hoteleiras. Mas a calma habitual pode ser de um
momento para o outro transformada no caus por um dos muitos furacões ou
outras perturbações climáticas que afrontam frequentemente a região. A
música faz parte da vida destes povos. Da “Ranchera” na América Central,
à “Rumba”, “Calypso” ou “Raggae” das Índias Ocidentais. O críquete é
muito apreciado nas Índias Ocidentais. Foi introduzido pelos colonos
Britânicos. A região é rica em frutas de muitas cores, aromas e sabores.
Também abundam os legumes, que são vendidos em mercados de rua. As
festas católicas são sempre muito solenes e os rituais incluem ruas
cobertas de um atapetado de serrim pintado.
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Himbas
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Himbas: Vivem no Norte da Namíbia, na região
de Kaokoland e são nomadas, pastores de vacas e cabras. Podem ser
encontrados ao longo do rio Cunene. Vivem de forma tradicional e por
isso, à margem do Mundo moderno. Têm sobrevivido a guerras e secas, mas a
ameaça maior está para chegar com a construção de uma barragem que irá
inundar a grande parte dos seus tradicionais terrenos de pasto.
Himba (ou Ovahimba), é frequentemente traduzido como "os do rio", "os
que se pavoneiam", “aqueles que pedem as coisas” ou ainda, os
"mendigos". Vivem relativamente bem, graças aos seus animais (bovinos,
cabras e carneiros).
Os missionários conseguiram cristianizar os Herero, mas nunca
conseguiram convencer as mulheres Himba a cobrir o peito. São animistas.
Os antepassados são considerados como vivos mas sob outra forma,
interessando-se pelos negócios dos mortais e servindo de mensageiros
entre os seus descendentes e Deus.
Vivem em pequenas povoações rodeadas de paliçada de paus, que protege o
gado domestico dos animais selvagens. Vivem em pequenos clãs (cerca de
50 pessoas), bem organizados. Chamam “kraals” às povoações fortificadas.
Há muito que deixaram de ser caçadores e de colher produtos da
natureza.
São semi nómadas, abandonando a aldeia por alguns meses e regressando
quando os pastos ficam novamente verdes. São sociedades matriarcais em
que as mulheres transmitem os direitos de propriedade e de herança. As
mulheres revestem o corpo com pomadas feitas à base de manteiga, cinza e
hematite (minérios de ferro). Tratam do cabelo com cuidado, fazendo
tranças que identificam o seu estado civil. Mantêm relações sexuais
livres, partilhando o parceiro com as suas colegas. Produzem jóias e
correntes com que adornam a pele de cor ocre. Só as mulheres podem comer
o fígado da cabra que é considerado como oferta em sacrifício.
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Mestiços e Latinos da América Central
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Mestiços e Latinos da América Central: Entre a
América do Norte e a América do Sul há uma faixa estreita que é a
América Central. Aí vivem sobretudo mestiços e latinos que resultam da
mistura de habitantes originais com descendentes de imigrantes. O Canal
do Panamá é uma das fontes de trabalho nesta região. Levou 34 anos até
ficar terminado e durante esse periodo morreram mais de 30.000
trabalhadores. A actual população resulta da mistura de escravos vindos
de África, com habitantes do Caribe.
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Crioulos das Antilhas
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Crioulos das Antilhas: Inicialmente os
habitantes originais das Índias Ocidentais eram “índios caraíbas” (daí o
nome do mar). Mas hoje pouco resta desse povo. Actualmente a grande
maioria dos habitantes são crioulos que descendem de filhos de colonos e
escravos vindos de África. O termo “crioulo” é atribuido aos
descendentes de Europeus que vivem nas Índias Ocidentais francesas, como
Stª. Lúcia, Martinica, Guadalupe, Dominica e Haiti. A cultura crioula é
muito colorida.
Haiti: Ver a Catedral, em Port-au-Prince, pintada de cor-de-rosa vivo.
Toda a cidade é muito colorida, o que reflete bem a cultura do crioulo.
Autocarros pintados, chamados “tap-taps” que devem o nome ao facto das
pessoas baterem nas paredes do autocarro quando querem avisar o condutor
de que chegaram ao seu ponto de paragem. Estes coloridos autocarros vão
muitas vezes apinhados de gente e com música alta sempre a tocar.
Vestir: O crioulo veste ao estilo europeu, mas acrescenta a cor
africana. No que respeita a idioma o crioulo é uma mistura de palavras
francesas ou derivados do francês, com a maneira de estruturar o
discurso à maneira africana.
Religião: Nas Índias Ocidentais francesas a religiosidade vive-se
intensamente. O catolicismo e as suas festas, convivem com o “vodum”
(que não é o mesmo que o “voodoo”).
Mercado ao ar livre: Nas ruas as mulheres vendem de tudo um pouco. O
colorido e a confusão destes “mercados” são em tudo semelhantes aos que
se podem encontrar em África.
Música: Os crioulos são muito musicais. “Zook” e “Beguine” na Martinica e
Guadalupe, “Meringué” no Haiti e Dominica. O “Jazz americano” com a
influencia dos sons das caraíbas é dos estilos mais ouvidos.
Jogos: O Dominó é um dos jogos mais populares. A maioria das ilhas é de
origem vulcânica. Relevo acentuado com praias de areia branca e água de
azul turquesa, que ajudam no desenvolvimento do turismo.
Festas: O Carnaval é levado a sério. Começam os preparativos em Janeiro e
a festa vai até à Quaresma.
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(Martinica e Guadalupe)
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Tailandeses
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Tailandeses: São quatro os principais grupos.
Os do Centro, do Laos, do Norte e do Sul. São 62 milhões e descendem dos
chineses da provincia de Yunnan. São governados pela monarquia. Seguem
maioritariamente a religião budista. Têm uma cultura própria. A capital
dos Tailandeses, Banguecoque é uma cidade movimentada e com um transito
caotico. Os taxis baseados em motos de três rodas (os “Tuk-tuk”) são
caracteristicos desta região. Banguecoque tem muitos canais repletos de
barcos que vendem de tudo. Trata-se por isso de um mercado flutuante em
que praticamente todos os barcos são conduzidos por mulheres que os
levam pela força do remo. As mulheres vestem-se com uma túnica azul e
usam chapeu (“Muak ngob”). A tradição do tratamento da seda é antigo. Os
tecidos são muito coloridos e de padrões bonitos. Os templos budistas
são bonitos mas os crentes normalmente preferem rezar em casa, onde
constroem os seus próprios altares com a imagem do Buda. Nos templos
sentam-se no chão porque nunca devem ter a cabeça num plano mais alto
que o Buda ou que qualquer monge. Os monges vestem-se com uma túnica
cor-de-laranja. Em torno das cidades há pequenas aldeias de agricultores
que se juntam em grupos familiares ou clãs. São governados por um chefe
e um concelho. Cada clã tem as suas tradições e pode ser indentificado
pela forma de vestir dos seus membros. Todas as aldeias têm o seu local
de culto e reunião (“Wat”). As aldeias juntam-se em grandes comunidades
para se entreajudarem. A nível desportivo, praticam o “Muay Thai” (box
tailandês), uma arte marcial muito popular. Antes de iniciarem o combate
os lutadores dançam ao ritmo de uma música característica. Horam o
treinador, o “Muay Thai” e a família. O combate é duro e os lutadores
envolvem as mãos em panos, apenas para se protegerem. Os Tailandeses do
Norte são os “Akha”. Vivem na montanha e podem ser reconhecidos pelo
toucado decorado com bolas de prata e contas coloridas, usadas pelas
mulheres. Os “Yao” podem ser reconhecidos pelo turbante preto, usado
pelas mulheres. Vestem também uma túnica comprida (preta), uma gola
felpuda e vermelha e umas calças bordadas com padrões finos e coloridos.
A tradição dos bordados está muito enraizada entre os “Yao”.
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Brasileiros
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Brasileiros: O maior país da América do Sul é
constituido por 26 estados e um distrito federal e tem também a maior
população da América do Sul. Dizem que o nome do país vem da palavra
“brasa” e que se referia à cor vermelha do pau-brasil. 80% da população é
urbana. É uma mistura de raças. Originalmente Portuguêses e Africanos e
depois imigrantes do médio e extremo oriente. Os bairros de luxo
convivem lado-a-lado com os bairros de lata (favelas, normalmente nas
encostas que ladeiam as grandes cidades). As favelas são controladas por
marginais traficantes de droga que se juntam em “gangs” muito
violentos. Da favela descem os trombadinhas, verdadeiras ordas de
miudos, que “varrem” as ruas à procura de qualquer oportunidade para
assaltar os mais incautos. Todos os brasileiros vibram com o futebol. Em
qualquer canto se joga futebol. Nas favelas, nas calçadas das cidades e
sobretudo na praia, como é caso do Rio de Janeiro onde a praia é
iluminada à noite para que se possa jogar durante as 24 horas do dia.
Por isso aqui se “fabricam” dos melhores jogadores do Mundo. O futebol
foi introduzido por escoceses no fim do Séc.XIX. O carnaval é outra das
grandes paixões do país. Toda a gente vem para a rua numa grande festa. O
sambódromo do Rio de Janeiro é o mais famoso. Os bairros da cidade
gastam muito dinheiro nos seus carros e fatos alegoricos e centenas de
pessoas trabalham com dedicação durante todo o ano, para mostrarem os
resultados no carnaval. O Brasil é o maior produtor de café do Mundo.
Curitiba, no Sul (Estado do Paraná), é exemplo de qualidade de vida e
protecção ambiental. É uma cidade muito cultural, onde se ouve jazz e
música clássica. A população tem muitos descendentes de alemães, por
isso há muita gente loura. Os Brasileiros são por regra festeiros e
descontraídos.
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Baianos
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Baianos: Vivem no Nordeste do Brasil, junto à
costa. Esta faixa de terrenos férteis foi onde os portugueses
estabeleceram colónias nos Séc.XVI e XVII. Foram trazidos escravos de
África para trabalhar nas plantações de tabaco, café e cana-de-açucar.
Em 1888 a escravatura foi abolida e os descendentes destes negros vivem
na provincia da baía. Salvador da Baía já foi a capital do Brasil. O
bairro do pelorinho ainda tem os postes onde os escravos eram
chicoteados. Hoje a cultura da região tem muito da cultura africana. E
esse é um forte motivo para a atracçãode turistas. No carnaval vêm para a
rua cerca de 3 milhões de pessoas (muitos dos quais, turistas), para
fazerem aquela que é a maior festa de rua do Mundo. Entram na festa
muitos grupos com intrumentos de percurssão, os chamados “blocos afrós”.
No mercado podem ver-se pilhas de cana-de-açucar que é apanhada da
mesma forma que o era pelos escravos. A cozinha tradicional da Baía é
feita com as mãos (acreditam que assim passam a energia da pessoa que
confecionou), utilizando produtos locais (há sobretudo muito peixe e
marisco) e métodos antigos que vêm de África. O “Candomblé” é uma
religião que mistura as crenças africanas com as práticas Cristãs. Os
escravos eram proibidos de praticar a fé que traziam de África e por
isso disfarcavam-na com rituais católicos. Desta mistura nasceu o
Candomblé que actualmente faz parte integrante da cultura Baiana. Os
“Orixás” são os Deuses africanos. Como é o caso de “Xango” (”orixá” do
fogo) que é representado por algo a arder. Os rituais do candomblé são
sempre acompanhados de danças frenéticas com algumas pessoas a entrar em
transe. “Omolú” é o “orixá” dos doentes (no tempo dos escravos era
associado a São Lázaro, Santo Católico). É representado por uma pessoa
coberta de palha. A “Irmandade da Boa Morte” é uma sociedade de mulheres
(com mais de 40 anos) que realizam procissões, danças e festejos na
rua. O branco é a cor do Candomblé. A capoeira também faz parte da
cultura Baiana e também resulta de um disfarce dos antigos escravos para
poderem treinar uma forma de lutar. Disfarcavam os seus treinos de
dança e assim a capoeira tornou-se uma arte marcial dançada em que os
participantes dão grandes saltos em rotação, mortais e projecções.
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Argentinos
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Argentinos: A influência espanhola sobrepõe-se
à das origens ameríndias. São católicos romanos. Mais de 1/3 da
população vive em Buenos Aires e quase 90% vive nas cidades. É o segundo
maior país da América do Sul. A maioria da população é hispânica mas há
pequenas comunidades francesa, japonesa, polaca e judia e ainda uma
comunidade relativamente grande de italianos que descendem de imigrantes
que para ali foram no final do Séc.XIX e XX. O nome do país deriva de
“argentum” (significa “prata”) que se pensava ali existir quando se
começou a explorar o país. O “Bandonón” é uma concertina grande
(inventado em 1830), instrumento nacional e elemento fundamental no
tango. Pensa-se que o nome deriva de “Band” (antigo comerciante de
instrumentos) com “acordeón”. São os “Bandoneonistas” quem o tocam. O
Tango nasceu nos bairros de Buenos Aires (início do Séc.XX) e daí partiu
para todo o Mundo. É uma dança sensual e muito bonita. A Argentina
produz bons vinhos e a melhor região é a de Mendonza. Mas o grande
contributo para a economia do país é a carne de vaca. Aqui se comem os
melhores bifes do Mundo. Em churrasco (“asado”) e ao gosto dos locais,
bem passada. O gado é criado nas “pampas” por “gauchos” (cavaleiros
nomadas) que são um simbolo nacional, como os “cow-boys” o são para os
americanos. O “Barrio de la Boca” (bairro da foz) fica na zona Sudeste
de Buenos Aires, na foz do rio Riachuelo. É um bairro histórico de casas
de madeira e placas de estanho, pintadas de cores primarias e ruas
empedradas. Foi inicialmente o bairro italiano onde se adoptou o costume
do porto de Génova que consistia em aproveitar os restos da tinta com
que se pintavam os barcos, para pintar também as casas. Hoje o bairro é
habitado por artistas e boémios que fazem questão em manter esta
tradição, pelo que este é certamente dos mais coloridos bairros do
Mundo.
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Finlandeses
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Finlandeses: Vivem na Finlândia, no Norte da
Europa. Esta é uma região muito fria, sobretudo no Inverno. Entre 21 de
Junho e 22 de Dezembro há menos de 4 minutos de uz solar por dia. No
verão, quando o sol aparece, fazem-se festas. A Finlândia tem muita
floresta (3/4 do país) e os finanlandeses preocupam-se bastante com a
protecção da natureza. A Finlândia já pertenceu à Suécia e a à Russia.
São um povo que adopta facilmente a tecnologia (país com maior número de
telemóveis por habitante). A grande fonte económica deste povo é a
floresta. Gostam de caçar e pescar. Apreciam os desportos na neve (que
abundam nesta região) e regra geral procuram manter a boa forma física. O
desporto nacional é o “pesapallo” (parecido com o basebol). Em Março o
“hiihtolomaviikko” são as férias do esqui. Vão todos para a floresta
esquiar ou andar de mota de neve. À noite acampam e fazem churrascos.
Toda a família está muito adaptada à vida na neve. No Solstício de Verão
fazem uma grande festa (“Juhannus”). Vão para o campo, celebrando a
natureza. As cidades são decoradas de lilás e vidoeiro. Acendem grandes
fogueiras (“kokkos”) para afastar os maus espíritos. São grandes adeptos
da utilização das saúnas (existem mais de 1.700.000 saúnas – quase
todas das casas têm uma). O nome saúna é finlandês, embora esta não
tenha sido ali inventada. As saúnas públicas são um bom espaço para
socializar. Aquecem pedras que depois são salpicadas de água para
libertarem vapor. As pessoas suam, abrindo os poros e por vezes algumas
saem directamente da saúna para um revigorante mergulho na água gelada
ou na neve. Um acto de coragem que, segundo dizem, desperta corpo e
alma. No último dia de aulas de cada ano, faz-se uma grande festa para
os finalistas dos cursos superiores. Estes podem ser identificados pelo
boné branco e pelas rosas vermelhas que usam nesse dia.
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Espanhois
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Espanhois: Vivem em Espanha, no Sul da Europa.
Este reino foi formado no final do Séc.XV pela união matrimonial dos
reinos de Aragão e Castela. Nas 17 regiões há quatro grupos étnicos
(oficiais) e falam-se quatro idiomas (Castelhano, Catalão, Galego e
Basco). Cada grupo tem uma cultura distinta. Os espanhois receberam
fortes influências culturais das civilizações antigas que os governaram
(sobretudo Romanas e Mouras). Em Abril a cultura andaluz pode ser vista
em todo o seu esplendor na feira anual de Sevilha. Há muitas festas e
nas ruas há muitos cavaleiros vestidos com fatos tradicionais. Há uma
cultura transversal a todos os grupos étnicos que é a das “tapas”. São
pequenos pratos dos mais variados tipos de comida (azeitonas, lulas,
cogumelos, peixinhos, etc.) que acompanham a cerveja. Tradicionalmente
eram gratuitas mas agora são pagas e passaram também a ser um pouco mais
sofisticadas no que toca à confecção. Os Espanhois jantam tarde e por
isso, depois de sairem do trabalho, por vezes juntam-se em pequenos
grupos para umas “tapas”. Os Espanhois vivem algumas tradições com muita
intensidade. As mais fortes são de origem católica romana. Por todo o
país fazem-se anualmente mais de 3000 festas religiosas. Em Tarragona
faz-se uma festa onde há a tradição do “Castell”, palavra Catalã que
significa castelo. Grandes grupos de homens juntam-se para construirem
pirâmides humanas, subindo por níveis, para cima dos ombros uns dos
outros. Devem ter pelo menos oito andares. Os “Castellers” de baixo
devem sustentar os que sobem. Em Agosto, na última quarta-feira do mês,
em Buñol, perto de Valência, relaiza-se a “Tomatina”. A festa junta mais
de 30.000 pessoas, atraindo muitos turistas. Mais de 120.000 Kg de
tomate serve de munição para uma guerra que começou nos anos 40 com uma
brincadeira de crianças. No fim da festa as ruas são um mar de polpa de
tomate. Os Catalãos (Nordeste) fazem uma festa onde dançam a “Sardana”.
Juntam-se em grandes rodas, dando as mãos que levantam em conjunto. Na
Galiza (Noroeste) há a tradição das gaitas-de-foles. Uma herança que vem
dos antigos povos Celtas que ocuparam a região, acabando depois por se
fixarem na Escócia e Irlanda. Na Andaluzia (Sul) a tradição é a do
“flamengo”. Uma dança elegante, acompanhada de castanholas e música
ritmada de guitarra acustica. Os Bascos (Espanha e França) falam o
“Euskara”, uma língua que não tem qualquer relação com outra lingua
europeia e de que não se conhece a origem.
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Islandeses
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Islandeses: Vivem na Islândia (ilha vulcânica
do Atlântico Norte). Toda a energia que utilizam é geotérmica.
Praticamente não existe poluição. Os alimentos também não têm quimicos.
No Inverno não há dia e no Verão não há noite. São sobretudo pescadores
(bacalhau, arenque, peixe-vermelho, camarão, etc.). Têm uma relação
forte com a água. Todos sabem nadar. Aproveitam o calor das rochas
vulcânicas para cozinhar (por exemplo, na ilha de “Heimaey”) e também
para aquecer as águas das piscinas, como é o caso do “Spa” “Lagoa Azul”,
junto à central geotérmica de “Svartsengi”.
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Celtas
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Celtas: Vivem nas ilhas Britânicas (Escócia,
Irlanda e País de Gales). As linguas celtas (gaélico) são o irlandês, o
escocês e os dialectos da Cornualha e Ilha de Man. O galês é a lingua do
País de Gales. Mas qualquer uma destas linguas é actualmente muito
pouco falada. As danças tradicionais, os jogos das terras altas
(“Highlands”), como o lançamento do tronco e do martelo, os trajes e a
gastronomia, como o “haggis” (estômago de ovelha recheado) e ainda a
arte da tecelagem de tartâs (panos com padrões de xadrez) com que se
confecionam os “kilts” (saias para homens escoceses), fazem todos parte
da cultura dos Celtas.
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Ingleses
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Ingleses: Vivem na Inglaterra que é parte
integrante da Grã-Bretanha e que por sua vez faz parte do Reino Unido.
São actualmente uma enorme mistura de várias nacionalidades e culturas
(Normandos, Dinamarqueses, Viquingues, Celtas e mais recentemente,
imigrantes de todos os pontos do Mundo em que a Inglaterra teve
colónias). São amantes de desportos como o críquete e o futebol. Os
Ingleses normalmente socializam nos “pubs”. As universidades são de
prestígio internacional, como é o caso de Cambridge. São um povo
combativo e que sabe sofrer com dignidade, como a história tem provado,
nas guerras em que se têm envolvido. O carnaval de Notting Hill em
Londres é um evento que envolve mais de um milhão de pessoas de todas as
raças.
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Escandinavos
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Escandinavos: Vivem na Escandinavia que
engloba alguns países do Norte da Europa (Noruega, Suécia e parte da
Finlândia, embora normalmente usem o termo para referir a Noruega,
Suécia e Dinamarca e por vezes incluem também a Islândia e a Finlândia).
As deslocações na neve acabaram por se tornar num desporto para os
escandinavos. É comum a prática de pesca no gelo. Abrem um buraco no
gelo e é aí que pescam. Há uma tradição para os suecos e noruegueses,
dedicada a Santa Lúcia, em que no dia 13 de Dezembro a filha mais nova
da família, leva o pequeno-almoço aos país, vestida de branco, com uma
faixa vermelha e uma coroa de folhas com velas. O significado deste
ritual tem a ver com o simbolismo da luz nos Invernos escuros. A
qualidade de vida é boa e têm uma boa assistência social. São muito
respeitadores do ambiente. Na Dinamarca, sobretudo em Copenhaga, a
bicicleta é um meio de transporte muito apreciado. Pessoas de todos os
estratos sociais usam-nas para se deslocarem.
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