QUARTA DIMENSÃO

O que é a quarta dimensão?


As três primeiras dimensões – comprimento, largura e altura – representam o espaço. A quarta representa o tempo. Se estabelecermos um sistema de referência como o da figura , com três eixos perpendiculares entre si, qualquer ponto do espaço pode ser definido por três números, que representam as coordenadas do ponto em relação aos eixos. Tudo o que acontece, porém, acontece no tempo. Portanto, para descrever um acontecimento, é preciso mais um número, que represente uma medida de tempo, isto é, uma coordenada temporal. A novidade anunciada no início do século por Einstein, é que espaço e tempo, ao contrário do que se pensava, são grandezas intimamente relacionadas. Para escrever as equações de sua Teoria da Relatividade, ele utilizou então sistemas de referência de quatro dimensões (de impossível representação gráfica) e passou a tratar o espaço e o tempo como uma entidade única, o espaço-tempo.


Cientistas descobrem como detectar a quarta dimensão do espaço

 

Quarta dimensão do espaço
Dois cientistas norte-americanos acabam de publicar uma pesquisa que demonstra como detectar a quarta dimensão do espaço. Somando-se o tempo, passaríamos então a "ver" nosso universo em cinco dimensões. A teoria é, na verdade, um novo modelo para o entendimento da força da gravidade, uma alternativa à Teoria da Relatividade Geral, de Einstein.
A demonstração matemática permitirá que os astrônomos testem a nova teoria da gravidade e as cinco dimensões do universo. Charles R. Keeton e Arlie O. Petters batizaram sua teoria de modelo gravitacional de branas de Randall-Sundrum de tipo II.
Universo de cinco dimensões
A teoria sustenta que o universo visível é uma membrana incorporada em um gigantesco universo, de forma muito parecida com uma alga-marinha flutuando sobre o oceano. Esse "mundobrana" ou "universobrana" tem cinco dimensões - quatro dimensões espaciais mais o tempo - comparado com as quatro dimensões - três espaciais mais o tempo - da Teoria da Relatividade Geral de Einsten.
O modelo matemático apresentado prevê certos efeitos cosmológicos que, se observados, ajudarão os cientistas a validar ou rejeitar a teoria do mundobrana. Segundo eles, as observações poderão ser possíveis com a utilização de um telescópio espacial com lançamento previsto para os próximos anos.
Se comprovada, o impacto de uma nova dimensão não se restringirá à Física. "Ela irá confirmar que há uma quarta dimensão no espaço, o que irá criar uma alteração filosófica em nosso entendimento do mundo natural," diz Petters.
Branas e mundobranas
Cientistas descobrem como detectar a quarta dimensão do espaço
O modelo de um mundo de branas de Randall-Sundrum - batizado com o nome de seus criadores, Lisa Randall, da Universidade de Harvard e Raman Sundrum, da Universidade Johns Hopkins - consiste em uma descrição matemática de como a gravidade dá forma ao universo, diferindo da explicação dada pela Teoria Geral da Relatividade. A imagem ao lado é uma simulação em computador de como seriam as branas.
Keeton and Petters centraram sua atenção em uma conseqüência gravitacional em especial da teoria do mundobrana, que a distingue da teoria de Einstein.
A teoria do mundobrana prevê que buracos negros relativamente pequenos, criados quando o universo nasceu, sobreviveram até hoje. Os buracos negros, com massa equivalente a um pequeno asteróide, seriam uma parte da matéria escura. Como seu nome sugere, a matéria escura não emite e nem reflete luz, mas exerce uma força gravitacional.
A Teoria da Relatividade Geral, por sua vez, estabelece que esses buracos negros primordiais não existem mais. "Quando nós calculamos a que distância da Terra poderiam estar os buracos negros do mundobrana, ficamos surpresos de descobrir que os mais próximos podem muito bem estar no interior da órbita de Plutão," diz Keeton.
Petters acrescenta: "Se os buracos negros do mundobrana formarem apenas um por cento da matéria escura em nossa parte da galáxia - uma estimativa conservadora - poderá haver milhares desses buracos negros em nosso Sistema Solar."
Encontrar um buraco negro
Agora, para comprovar sua teoria de cinco dimensões, os cientistas terão que encontrar esses buracos negros. Eles demonstraram que pode ser possível detectá-los observando a radiação de outras galáxias que está vindo continuamente para a Terra.
Cientistas descobrem como detectar a quarta dimensão do espaço
Ao passar perto de um corpo com a força gravitacional tão forte quanto um buraco negro, essa radiação é afetada, formando um efeito chamado "lente gravitacional."
Os cientistas estão particularmente interessados nos jatos de raios-gama que vêm em direção à Terra. Raios-gama de alta concentração originam-se, por exemplo, de explosões estelares. Ao passar perto de um buraco negro, esse raios sofreriam um padrão de interferência, que pode ser detectado.
A técnica das lentes gravitacionais ja é comum em astrofísica, sendo utilizada, por exemplo, para se procurar por planetas extrasolares. Mas os cientistas descobriram que a "assinatura" da quarta dimensão espacial também aparece no padrão de interferência captado, surgindo como uma contração entre as "franjas" do padrão.
Segundo os cientistas, o telescópio espacial GLAST ("Gamma-ray Large Area Space Telescope"), a ser lançado em Agosto de 2007, será capaz de medir esse padrão de interferência.
Agora, é só esperar o lançamento do GLAST e aguardar que os cientistas façam suas medições. E, caso a teoria seja comprovada, preparar-se para ver a ciência dando os primeiros passos rumo ao conhecimento de um outro universo, intuído por muitos, mas até agora fugidio e insistentemente se escondendo de nossos mais apurados "sensores".


Cientistas a ponto de dominar a Quarta Dimensão


Físicos da Universidade de Aarhus, na Dinamarca, deram um grande passo para derrubar o muro que separa o microcosmo da mecânica quântica do mundo macro da vida cotidiana e da tecnologia. Conseguiram unir os destinos - ainda que por uma fração de segundo - de trilhões de átomos separados no espaço.
A recompensa para a ciência, caso consiga dar muitos outros passos nessa direção, virá na forma de computadores muito superiores aos atuais. E, quem sabe, na forma do teletransporte, um velho sonho da ficção científica.

quarta dimensao

Brian Julsgaard e dois colegas de Aarhus foram capazes de induzir uma estranha propriedade em duas amostras compostas por cerca de 1 trilhão de átomos de césio cada -o fenômeno conhecido como entrelaçamento. Embora já tenha sido obtido com poucas partículas, é a primeira vez que um objeto macroscópico é levado a esse estado.
O trabalho está publicado na revista britânica "Nature" (http://www.nature.com).
O fantasma de Einstein
Em 1935, Albert Einstein, Boris Podolsky e Nathan Rosen haviam publicado um trabalho com a intenção de desmascarar a teoria da mecânica quântica, que consideravam maluca demais para ser levada a sério.
Partindo de preceitos teóricos, mostraram que seria possível duas partículas se "entrelaçarem", de modo que a determinação de certa característica em uma delas imediatamente seria transposta para a outra, não importando a distância entre elas.
Mas o próprio Einstein definiu o entrelaçamento como uma "fantasmagórica ação a distância". Acontece que os partidários da mecânica quântica estavam corretos, e o fenômeno de partículas entrelaçadas realmente existe.
Em 1997, cientistas da Universidade de Innsbruck, na Áustria, levaram o entrelaçamento às manchetes ao anunciar que haviam usado a técnica para teletransportar um fóton (partícula de luz) instantaneamente de um ponto a outro de uma sala. O experimento envolvia apenas três partículas.
Agora, o número de elementos envolvidos na manipulação quântica sobe para a casa dos trilhões com o feito de Julsgaard. Ele disparou um laser (feixe organizado de fótons) sobre duas amostras de césio, fazendo com que elas ficassem entrelaçadas.
O entrelaçamento valeu para todas as partículas da amostra, mas durou apenas meio milissegundo (metade de um milésimo de segundo). Conforme os átomos das amostras interagiam com outros elementos, como por exemplo os recipientes que os guardavam, iam perdendo o caráter entrelaçado, até ele se desfazer totalmente.
Além de ser o primeiro experimento a envolver um conjunto grande de partículas entrelaçadas, ele tem outro diferencial: a criação do entrelaçamento foi obtida sem que as amostras precisassem interagir uma com a outra, sendo o fenômeno induzido apenas pelo disparo do laser.
"Essa característica significa que o entrelaçamento pode ser obtido a distâncias consideráveis, o que é obviamente importante para a comunicação quântica", disse à Folha Eugene Polzik, um dos colegas de Julsgaard envolvidos no experimento.
Comunicação quântica é a idéia de usar o entrelaçamento para transmitir informações. Suponha que Alice e Bob queiram trocar mensagens usando a "fantasmagórica ação a distância" (Alice e Bob são os nomes preferidos dos físicos para dar exemplos). Cada um deles ganha uma partícula entrelaçada. Se Alice altera o estado da sua partícula, a outra é automaticamente modificada, e Bob imediatamente fica sabendo. Se mensagens forem codificadas em estados quânticos de partículas, é possível trocar informações.
Xerox atômico
Da mesma maneira funcionariam outras, e mais audaciosas, idéias, como o teletransporte _algo semelhante a um xerox atômico a distância.
Para transportar uma pessoa, por exemplo, seria preciso colocar no local de destino um conjunto de átomos representativo da composição do indivíduo e entrelaçá-lo com as partículas da própria pessoa.
"Teríamos a mesma quantidade dos mesmos tipos de átomo em cada um dos locais e transferiríamos o estado quântico dos átomos do local um para o local dois. Como átomos no mesmo estado quântico são indistinguíveis, é como se os tivéssemos transportado do ponto um ao dois", diz Polzik.
Embora o entrelaçamento de trilhões de átomos já seja bastante significativo, ainda está longe o momento em que alguém sairá por aí dizendo "Beam me up, Scotty", como o capitão Kirk fazia no seriado "Jornada nas Estrelas" para ser levado de volta à nave.
"O teleporte de qualquer objeto quântico complexo, mesmo de uma bactéria, iria exigir transferir o estado descrito por zilhões de parâmetros, como posição e momento de todos os elétrons etc. Isso é uma enorme quantidade de informação e será muito difícil de fazer. Por ora estamos pensando em teleportar apenas um parâmetro de uma amostra atômica, e isso já é suficientemente difícil."
A equipe agora trabalha para melhorar ainda mais o grau de entrelaçamento de suas amostras e tentar o teletransporte atômico.

Posted by DJ BURP | às 16:48 | 0 comentários

POVOS E CULTURAS




MORTE E FUNERAIS PARA DIFERENTES POVOS E CULTURAS


Atendendo ao pedido de um internauta, fui pesquisar sobre a morte e o funeral em diferentes povos e culturas.
É muito interessante verificar que um fato comum a todos os povos, tem rituais e visões tão diversas e manifestações diferentes.
Vamos começar pelo povo brasileiro, que temos conhecimento de causa!

No Brasil, o funeral costuma ser realizado em locais apropriados (geralmente, no serviço do próprio cemitério), a duração é de no máximo 48 horas após o falecimento. No dia 02 de Novembro, é o Dia de Finados, é quando relembramos nossos mortos, geralmente, com muito pesar.
O prazo de 48 horas é curto se comparado a outras culturas, a justificativa é que o clima tropical  favorece a decomposição do corpo, mas, há quem diga que isto pode ser reflexo da visão que o brasileiro tem da morte e a relação com o falecido, e pode até influenciar em nossa recuperação pós-luto, gerando até conflitos mal-resolvidos.
Com base nas cenas que eu já presenciei em velórios, realmente, o sentimento mais forte é a dor e o desespero, neste caso, não vejo alternativa, senão abreviar o máximo a despedida final. Destaco, também, a necessidade que nós temos de tocar e beijar o nosso morto.


Na Itália e na Suíça, geralmente, os funerais são feitos em casa e duram no mínimo 48 horas, podendo chegar a uma semana, para que a maioria de amigos e parentes possam se despedir do falecido. As pessoas vão e vem, beliscam alguns salgados, tomam vinho, uma ou outra risada, e isso não causa constrangimento. Na Suíça, por exemplo, há hospitais que disponibilizam uma sala refrigerada, onde o corpo fica a disposição dos visitantes, que podem até marcar hora para a visita.

Em Moscou, alguns utilizam uma igreja ortodoxa local, onde o funeral é feito com uma reunião muito alegre, com pessoas vestindo roupas coloridas (é proibido usar preto) e entoando cânticos de alegria.

No México, o dia de finados é comemorado com muita festa e alegria, exceto, pelo motivo da comemoração, são muito semelhantes a uma festa de aniversário, inclusive, o morto é convidado para participar do banquete e os vivos festejam para que ele fique bem. As festas podem ser em casa ou no cemitério, mas tem que ter muita alegria e “comes e bebes”. Para sintetizar a visão da morte para o mexicano, encontrei o seguinte conteúdo:
“No México contemporâneo, temos um sentimento especial diante do fenômeno natural que é a morte. A morte é como um espelho que reflete como vivemos e nossos arrependimentos. Quando a morte chega nos ilumina a vida. Se nossa morte precisa de sentido, tão pouco sentido teve a vida, "diga como morre e te direi como é". Fazendo uma comparação com os cultos pré-hispânicos e a religião cristã, se sustenta que a morte não é o fim natural da vida, se não uma fase de um ciclo infinito. Vida, morte e ressurreição são os estados do processo que nos ensina a religião cristã.”
 No Japão, os funerais são feitos, geralmente, na casa da família, e o interessante é que eles fazem uma cerimônia de preparação do corpo antes de sepultá-los. A preparação envolve a limpeza (para a purificação), a troca de roupas e a maquiagem para o corpo ficar bonito, com aparência saudável e preparado para a viagem que o morto fará ao novo mundo, e tudo isso é feito durante o funeral e na presença de todos.
Este ritual pode ser feito pelos próprios familiares, mas, geralmente, são os “Nokanshi” que fazem, pois eles são profissionais especializados nisso.
Os budistas entregam à família do falecido um envelope com uma quantia, indeterminada, de dinheiro no momento do funeral, e costumam celebrar missas ao longo do tempo que se passa após a morte, para manter a memória do falecido e reunir amigos e parentes.
Para quem quiser saber mais sobre a preparação do corpo no Japão, eu indico o filme “A Partida”, que além de explorar esse costume japonês, aborda também os sentimentos sobre a morte, os conflitos familiares e o preconceito profissional.
 

Voltando a nós brasileiros. Será que o nosso luto é muito pesaroso? Se, assim for, será que isso interfere em nossa recuperação pós-luto?
Certa vez, fiz uma reflexão sobre este assunto e cheguei a conclusão de que a dor e o sofriemento são inevitáveis, mas, não podemos deixar de lado os sentimentos como a  gratidão por aquela pessoa ter feito parte de nossa vida, pelo carinho recebido,  sua alegria, seus conselhos, as lições de vida que foram deixadas, a felicidade que ela nos proporcionou, sua proteção, enfim, a sua verdadeira herança. O que você acha?
Eu tenho a impressão de que essas recordações serão como bálsamo para a dor do luto, e farão com que essa pessoa esteja sempre presente em nossa vida.
Eu gosto muito do filme "O Rei Leão I", pois, ele trata o luto de uma forma muito especial, e deixa claro que quando um ente querido morre, nós não o perdemos, ele continua vivendo em nós, isso fica claro quando o pai leão diz ao seu filhote "Somos um!".



POVOS E CULTURAS




Apresentamos aqui os Povos com características mais significativas e respectivas Culturas.


Amish

Amish: A grande maioria encontra-se nos estados da Pensilvânia, Indiana e Ohio e têm proveniencia da Suíça no Séc.XVI. Foram perseguidos na Europa pelos católicos e por isso fugiram para os EUA onde hoje vivem quase que em exclusividade. Jacob Amman definiu os seus princípios e que são o ‘isolamento do Mundo exterior’, ‘viver da terra’, ‘interajuda’ e ‘ausência de adornos’. São de facto um povo muito simples. Para se deslocarem só utilizam veículos de tracção animal. Vivem em confortáveis e práticas casas de telhado inclinado e pintadas de branco. Cozinham a lenha e usam pequenos geradores ou candeeiros a gás para a iluminação. Os poucos telefones que têm, são comunitários. Vivem em comunidades agrícolas e as casas ou celeiros são construídos por todos num ritual a que chama ‘frolic’, que significa ‘brincadeira’. O planeamento é feito pelos anciãos e a construção é terminada no mesmo dia em que tem inicio. Chamam à comunidade externa (com que por vezes se relacionam para vender os seus produtos) de ‘Englishers’. As famílias são grandes, unidas e disciplinadas e os filhos tem um curto período de alguma liberdade a que chamam ‘rumm-shpringa’, que significa ‘corre livremente’. As mulheres confeccionam quase toda a roupa da família. A excepção são as roupas interiores e os fatos de homem que são comprados em lojas da especialidade. Para fora são vendidos os seus trabalhos de ‘patchwork’, como as colchas, que são cozidas em máquinas de costura a pedal. As mulheres solteiras identificam-se pela cabeça descoberta, enquanto as casadas usam uma touca branca. As crianças vão à escola Amish, até aos 13 anos, basicamente para aprenderem a trabalhar na quinta ou na oficina, no caso dos rapazes e em casa, no caso das raparigas.





Índios/Nativos Americanos

Índios/Nativos Americanos: Vivem na América do Norte. A melhor teoria aponta para uma origem na Sibéria. Deslocando-se pelo território do actual Alasca durante a era glaciar, espalharam-se pela América do Norte em pequenas comunidades de costumes e rituais próprios. Os índios, como foram apelidados, permaneceram nas planícies e florestas, sobretudo do Nordeste e Sudoeste. - Navajo: Mantiveram o seu próprio idioma, que na segunda Guerra Mundial foi utilizado como código, sem ter sido interpretado pelo inimigo. Vivem no Sudoeste. Fazem cuidadas pinturas na areia que eram utilizadas no passado como ritual de cura. As casas, chamadas ‘hogans’, eram feitas de pedra, madeira e terra, em formato semi-esférico. O artesanato é baseado na joalharia em prata e turquesa, de elevada complexidade. Também as mantas típicas, de cores vivas, são muito procuradas por serem feitas por métodos tradicionais, que são passados de geração em geração. - Sioux: São os mais parecidos com os índios dos ‘westerns’. São conhecidas as guerras de ‘Little Big Horn’ em que, em 1876, os Sioux se juntaram aos ‘Cheyenne’ para derrotar a 7ª cavalaria. Bem como a vingança de 1890, em ‘Wounded Knee’ no Dacota do Sul, onde os Sioux foram dizimados. Tradicionalmente vestiam com toucados de penas, couro com franjas, miçangas e mocassins. - Cherokee: Do Sudoeste. Conhecidos como ‘Povo Principal’. O artesanato é constituído pelo fabrico de cestos, cerâmica, esculturas e tecelagens.




Mexicanos

Mexicanos: Mistura cultural dos povos indígenas com os espanhóis que derrotaram os Azetecas no Séc.XVI. As casas de estilo colonial são muito coloridas. No Séc.XX houve um movimento artístico que produziu muitos murais. Tradicionalmente era um povo que vivia da agricultura, mas hoje vivem mais da industria e sobretudo dos serviços. Há muitas fábricas que produzem tecnologia. Os tecidos de cores vivas são produzidos em teares tradicionais. Os “charros” são os cavaleiros equiparados aos “cowboys”, que nas “charreadas” se vestem de forma tradicional, com roupas bastante elaboradas, para mostrar a sua destreza a cavalo. Os “Mariachi são músicos de antigas tradições, que tocam em casamentos (o nome vem do francês “marriage”, que significa “casamento”), festas e são contratados para fazerem serenatas. As famílias são grandes e unidas.




Canadianos

Canadianos: O Canadá onde vivem, é um país tranquilo onde a lei é normalmente respeitada. É o segundo maior país do Mundo e tem paisagens de “cortar a respiração”. Tem muitos recursos naturais. Colonizados pelos franceses e britânicos (Séc.XVII e XVIII). O país é chefiado pela Rainha Isabel II. Ao contrário da cultura americana que tenta misturar as diferentes comunidades da forma mais harmoniosa possível, a cultura canadiana tenta preservar a identidade das suas comunidades. A economia do país é fortemente suportada na indústria. Os canadianos são grandes apreciadores de um desporto chamado “Lacross” e também de hóquei no gelo. A pesca é um passatempo também apreciado. A região do Quebeque é fortemente influenciada pela cultura francesa. Na região da Colúmbia Britânica a madeira é o principal recurso natural. Os troncos, depois de cortados, são lançados à água onde são agrupados para serem arrastados por um barco até à serração. O símbolo oficial do país é uma folha de ácer. Vale a pena visitar, por exemplo, a montanha de Grouse, na região de Vancouver. A lei é aplicada pela Real Guarda Montada do Canadá, instituição centenária, reconhecida pela original farda cor-de-laranja.
Julho: Em Calgary, Alberta, realiza-se um dos maiores ”rodeos” do Mundo, que dura 10 dias. Chama-se “Calgary Stampede” e nesse evento, homens e mulheres “cowboys” competem naquele que é considerado o mais arriscado “rodeo” do Mundo. Durante todas as noites do evento são realizadas corridas de carroças, terminando no último dia com a final.


Nativos: Os indígenas do Canadá são 2% da população total. Dividem-se em três categorias:
- Índios: Os “Haida” e “Tlingit” no Oeste e os “Iroquois”, “Alogonquin” e “Cree” nas regiões central e Oriental.
- Méti: Mistura de raças entre os antigos comerciantes de peles de origem francesa e as mulheres nativas.
- Inuit: Na região Norte.


Os Iroquois, auto-intitulados “Haudenosaunee”, que significa “povo da casa grande”, são uma federação que unifica as primeiras tribos “Mohawk”, “Oneida”, “Cayuga”, “Onondaga”, “Seneca” e “Tuscarora”. Habitavam as florestas do Nordeste dos Estados Unidos e Sudoeste do Canadá. Tradicionalmente vestiam-se com roupas cobertas de penas.
Os “Pow Wow” são festas realizadas por membros de uma ou várias tribos, com danças e comida tradicionais. O jogo tradicional dos “Iroquois” é o “Tewaarathon”, conhecido com o nome de “Lacross” e é praticado em vários países. Os “Iroquois Nationals” são a única equipa indígena do Mundo que participa em competições internacionais.
Os “Tótemes” fazem parte da cultura indígena. São esculpidos no tronco de uma grande árvore, normalmente com figuras de animais, pessoas ou representações míticas que simbolizam a família, a tribo ou mesmo um chefe de tribo ou alguém importante. Os tótemes mais bonitos do Canadá, são feitos pelos “Haida”. A elevação de um tóteme é uma cerimónia que envolve toda a tribo.


Os Haidasão um povo de comerciantes que se relacionavam com outros povos a quem vendiam os recursos naturais que recolhiam na região onde viviam. Vestiam-se com cobertores comprados aos europeus e nos quais coziam botões feitos de conchas. Faziam canoas de troncos de árvore (as melhores são feitas de cedros), que depois pintavam. A recolha de árvores para este fim, era feita preferencialmente na ilha de “Queen Charlotte”, junto à Colúmbia Britânica, região a que chama de “Haida Gwau”, que significa “ilhas do povo”.

Os "Inuit" vivem nos territórios do Noroeste a que chamam de “Nunavut”, que significa “a nossa terra”. Embora durante anos tenham vivido de forma isolada do exterior, hoje modernizaram alguns aspectos da sua vida, embora tentem manter as suas tradições. Tradicionalmente passavam superstições de geração em geração. Deslocavam-se de trenó e comiam carne crua. Hoje tudo isto está misturado com o Cristianismo, as motos de neve e a comida em lata. Os “Inukshuk” são amontoados de pedra que erguem em pontos altos para se orientarem. Também lhes chamam de “assusta caribus” porque acreditam que fazem estes animais fugir em direcção aos caçadores. Os Inuit são tradicionalmente caçadores. Comem renas (caribus), morsas, focas, baleias e aves. O “Inuktitut” é o idioma Inuit e tem vários dialectos. Só para dizer neve e gelo, existem 125 palavras. Algumas palavras por nós conhecidas são o “igloo” (casa), “Anorak” (casaco) e “Kayak” (barco). Os igloos são abrigos temporários utilizados pelos caçadores nas suas deslocações nómadas. São feitos pela sobreposição de blocos de gelo, previamente cortados com uma faca de neve e que fazem uma estrutura abobadada onde o vento não entra e o calor não sai. Os caçadores modernos continuam a perseguir a carne que comem e as peles com que se vestem. Mas agora já usam espingardas e comunicam entre si por rádio (a que chama “uvaq”, que deriva da palavra “over”, em Inglês, com que se termina uma transmissão). Por vezes o tradicional trenó é também substituído pela moto de neve. Quando caçam no gelo, levam um barco de fundo plano para colocarem a caça e também porque o gelo pode quebrar sob o seu peso.




Gronelandeses

Gronelandeses: A Groenlândia é a maior ilha do mundo. Os Gronelandeses descendem de Inuites e Escandinavos. Este território autónomo pertence à Dinamarca. Vivem aqui 57.000 pessoas, em duras condições e apenas na orla Sudoeste. Fala-se Dinamarquês e Gronelandês (Inuit com palavras dinamarquesas). Têm um bom sistema de saúde, segurança social e educativo. Muitos Gronelandeses vivem da caça e da pesca. Ainda utilizam o kayak para se deslocarem nas águas geladas e os “huskie” (cães do gelo, muito fortes) ainda são usados preferencialmente para puxar o trenó. Os animais estão protegidos. É proibido caçar o “narval” mas pode-se caçar o “nanuq” (urso polar). O número de exemplares que podem ser abatidos também é controlado. Os caçadores são normalmente “Inughuites”, que é o nome dado aos “Inuites” na Groenlândia. As povoações são normalmente grandes centros urbanos, com boas condições, onde os Gronelandeses se concentram. Contudo, não há estradas a ligar estas povoações. 95% do rendimento da ilha vem da pesca. Sobretudo camarão e halabote. O artesanato é essencialmente constituído por criaturas míticas das lendas Inuit, esculpidas em chifres de caribu, greda ou dentes de baleia. Os Gronelandeses vestem-se tradicionalmente com elaboradas roupas, decoradas com contas e rendas. As mulheres vestem calças e calçam botas altas (brancas para as solteiras, vermelhas para as casadas e azuis ou amarelas para as mais velhas).




Miskitu

Miskitu: Vivem na Nicarágua e Honduras, numa região conhecida como “Costa do Mosquito”. Este povo é uma mistura de povos (índios e afro-caraíbas). São maioritariamente Protestantes. São pobres. Vivem da agricultura, pesca e caça. Falam uma língua também chamada de “Miskitu”. Mas normalmente também falam inglês e espanhol. A origem do nome pode estar na palavra “musket” (mosquete, arma fornecida a este povo pelos piratas, no Séc.XVII). As ilhas Miskitu são pequenos pedaços de terra não habitada que pertence a este povo e onde vêm caçar tartarugas, apanhar cocos ou abrigar-se das intempéries. Navegam normalmente em pequenas canoas. Foram em tempos conhecidos como “Povo das Tartarugas”. Constroem casas de madeira sobre estacas. Usam troncos de pinheiro que cortam em tábuas com enormes serras manuais. O telhado é feito de folhas de palmeira (“papta”). Mas actualmente há muitas casas com telhados de folha de zinco. Têm portadas para fechar quando chove ou está frio. Uma vez por ano há uma coroação simbólica do Rei. Na verdade o último rei foi deposto em 1894.




Kuna

Kuna: Habitam a “Kuna Yala” (que significa “Terra Kuna”), na costa do Panamá e nas ilhas do arquipélago de San Blas (365 ilhas). O território dentro do Panamá é uma área autónoma desde 1938. As mulheres Kuna são favorecidas nesta sociedade. São elas quem normalmente herdam a casa da família e o marido vai viver com a família dela. O traje das mulheres é muito mais rico e colorido. Normalmente os Kuna preferem ter filhas do que filhos. O estatuto de uma mulher pode ser avaliado pela argola de ouro que metem no nariz. Quando atingem a puberdade, as mulheres passam a envolver pernas e braços com fios e contas. A região é actualmente muito visitada por turistas que vêm de barco. Estes atiram moedas que os miúdos apanham, mergulhando das suas canoas. Os Kuna gostam de manter tradições com rituais que passam de geração para geração. Fazem santuários para animais e plantas, a que chamam de “Galu”. Tradicionalmente são apanhadores de lagosta. Mas estas escasseiam cada vez mais e por isso são cada vez mais caras. Dedicam-se por isso, sobretudo à agricultura. Os pequenos lotes de terreno, junto à água, servem para cultivar banana, coco e cana-de-açúcar. Fabricam painéis tecidos manualmente, a que chamam de “Molas” e tradicionalmente serviam para enfeitar as blusas das mulheres. Também fazem sacos e pegas porque se vendem mais facilmente.




Maias

Maias: Os Maias foram dizimados no Séc.X pelos espanhóis. Poucos e pouco numerosos foram os grupos que escaparam. No entanto ainda hoje há aproximadamente 6 milhões de Maias que vivem sobretudo no Sul do México. Cultivam milho e tecem coloridos tecidos. Alguns trabalham em plantações de café e algodão, mas estas actividades nada têm a ver com a tradição deste povo. Cozinham “tortillas” (parecidas com panquecas) feitas de farinha de milho. A mesma massa pode ser cozinhada como pão. Alimentam-se também de feijão, abóbora e fruta, bem como, alguma carne e peixe. As casas são feitas de ramos, barro, gesso e madeira. São normalmente pintadas de branco. Os telhados são por vezes cobertos com folhas ou erva. Sobretudo nas regiões onde mais chove. As roupas tradicionais são coloridas. Sobretudo as das mulheres. As raízes musicais dos Maias têm origem nos escravos trazidos de África para a América Central. O xilofone é o instrumento principal. No Ano Novo os Maias vão comemorar para as montanhas. Há também muitos Maias na Guatemala. Chichicastenango é um bom exemplo. Os Maias eram também bons oleiros. Em Amatenango (México) as peças são feitas de barro terracota, de forma tradicional.




Kogi

Kogi: Vivem no Norte da Colômbia em Santa Maria, nas montanhas de Sierra Nevada. São ameríndios que escaparam à conquista espanhola, descendentes da civilização “Tairona”. Veneram a montanha onde vivem. Chamam-lhe “Lugar da Criação” e “Coração do Mundo”. São uma espécie de nómadas, embora nunca saiam da mesma região. Andam a cavalo por caminhos de montanha com muito relevo e vão mudando de altitude ao longo do ano, conforme as estações. Consideram-se o “irmão mais velho” do resto da humanidade. São as mulheres quem cuida da agricultura e fazem-no como um ritual de fertilidade. Apanham conchas na praia que depois trituram para misturar com folhas de coca. Os homens mascam essa pasta estimulante. Os “Mamas” (“mamos” significa “sol”) são curandeiros, sacerdotes e juízes. São escolhidos quando nascem e passam por 18 anos de formação. Passam muito tempo em grutas sem qualquer luz solar. As casas são feitas em função das suas crenças. Os telhados têm 7 camadas de colmo que representam os 9 níveis do Universo. As mulheres tecem sacos e mochilas com fibra de cacto que cultivam. Servem para transportar folhas de coca que estão sempre presentes nos encontros sociais. O edifício maior da aldeia é o “nuhue” (“casa dos homens” ou “casa do Mundo”). É aqui que os homens se encontram para conversar. Os homens vivem em cabanas separadas das mulheres e crianças. São um povo muito espiritual.



Otavalens

Otavalens: Vivem numa povoação chamada “Otavalo”, num vale dos Andes e falam “Quichua”, uma das antigas línguas Incas. Embora fortemente influenciados pelos colonizadores, os Otavalens mantiveram muitas das suas tradições. Onde mais se nota a influencia dos espanhóis é nas técnicas de tecelagem e na abertura para o comercio dos seus produtos. Hoje são um povo próspero. As casas e os trajes mantêm a tradição. Os homens deixam crescer o cabelo que apanham numa longa trança (“shimba”). A madeira para a construção das casas também é cortada de forma tradicional. Fazem uma estrutura simples com eucalipto e depois metem os troncos na horizontal, a mais de 2 metros do solo e cortam-nos em longas tábuas, utilizando uma grande serra manual, impulsionada por um homem de cada lado. As terras do Equador são férteis. Produzem frutos e legumes em abundância. A abóbora é muito utilizada na confecção de pratos (“calabash”). Nos Andes as Flautas de Pan são muito utilizadas. Estas flautas são feitas de cana. Há dois mercados. Um para turistas (têxteis e artesanato) e outro para os locais (alimentos, animais e outros produtos. Abrem cedo e terminam a meio da manhã. Os tapetes são feitos com lã de lamas e alpacas e são normalmente muito coloridos. Os camponeses percorrem por vezes grandes distâncias para irem vender os seus produtos ao mercado. Também se vendem flores e porquinhos-da-índia (“cuys”) que são tratados como animais de estimação e cozinhados em ocasiões especiais. Normalmente toda a população usa chapéu. E este é também um produto tradicional. Há os panamá (originários do Equador) e os “sombrero” (feitos de feltro que é molhado e moldado sob pressão).




Yagua

Yagua: Vivem no Nordeste do Peru, na bacia do rio Amazonas. Estes índios têm uma forma de caçar e de se defenderem que consiste em utilizar um tubo com o qual sopram dardos envenenados. Este veneno (“curare”) é feito com folhas e raízes que apanham na floresta e é extremamente letal. A vítima fica imediatamente paralisada e morre por asfixia.




Yanomami

Yanomami: São um povo muito antigo que vive na bacia do Amazonas (Venezuela e Brasil). Estes índios vivem no meio da floresta tropical e têm muito pouco contacto com outros povos. Caçam, pescam e colhem frutos silvestres. Também fazem algum cultivo. A exploração de ouro tem provocado alguns problemas para os Yanomami que vêm o seu território ser “assaltado” por gente indesejada. São mais de 20.000 e as suas aldeias estão junto à fronteira da Venezuela e Brasil. Algumas aldeias (40-300 pessoas) estão nas margens do Amazonas e também dos rios Negro e Orinoco. Mas a maioria vive no interior da floresta densa. Fazem cerveja de mandioca (“cassava” doce) cuja raiz é esmagada, mastigada e cuspida pelas mulheres e é exactamente a saliva que provoca a fermentação. Esta bebida é utilizada para efeitos sociais e cerimoniais (acreditam que afasta os maus espíritos). As casas (“yanos”) são feitas de paus e cobertas de folhas. Toda a família vive na mesma casa. Podem chegar a alojar várias centenas de pessoas. Quando há várias famílias na mesma casa, cada uma tem a sua fogueira em torno da qual suspendem as camas de rede. Quando alguém morre, a cerimónia inclui danças em que os homens cobrem a cabeça com penugem branca. Depois o corpo é queimado, os ossos são moídos e misturados com sopa que é bebida pelos familiares e amigos de forma a que, segundo acreditam, o morto possa voltar a estar entre os vivos. Os Yanomami não têm linguagem escrita. Todos os conhecimentos são passados entre gerações por via oral. São um povo nómada na medida em que se deslocam em função das estações, à procura dos melhores terrenos. O cultivo é feito em pequenas parcelas de terreno, roubado à floresta. Como ornamentos usam paus finos espetados nos lábios e por vezes no nariz. Os homens usam um pau no meio do lábio inferior e as mulheres usam outros dois nos extremos do lábio.




Kayapo

Kayapo: Vivem na bacia do Amazonas. Também os Kayapo vêm, cada dia que passa, o seu território ser violado pelo constante abate de árvores que o governo não consegue (ou não quer) controlar. Nomearam um chefe (Raoni), como representante do povo e este homem percorre o Mundo, não abdicando de se vestir de forma tradicional, com toucado de penas e concha no lábio inferior, contando o drama dos Kayapo e procurando apoios para a sua causa.




Uros

Uros: Vivem num dos lados do Lago Titicaca, junto à cidade de Puno no Peru. São mais de 40 ilhas muito pequenas que são feitas pelos seus habitantes, com placas de rizomas da totora (Schoenoplectus totora), uma planta do mesmo género do nosso bunho (Schoenoplectus lacustris / Scirpus lacustris) e muito parecida com este. Por cima dessas placas que são amarradas umas às outras e fixadas ao fundo do lago com estacas, colocam camadas de totora que vão renovando. As águas do lago são pouco profundas. Os Urus são cerca de 800. Também as suas casas, os seus barcos e até os tapetes são feitos com a totora que abunda no lago. Serve também de combustível e as suas flores fazem um bom chá medicional. A parte inferior e mais tenra da totora é comestível e acompanha normalmente as refeições. As casas têm uma estrutura de paus e tudo o resto é feito de “quesana” (canas amarradas em pranchas). Alguns Urus conseguiram comprar painéis solares que geram energia para as suas casas. Como fonte de rendimento os Uros produzem têxteis e outros objectos de artesanato que vendem aos turistas ou trocam no continente por outros produtos. Os têxteis são muito bonitos e de cores muito vivas. Os Urus são também pescadores. Em tempos pescavam grandes quantidades para venderem. Actualmente pescam apenas o suficiente para as suas refeições ou trocas no continente. Também o secam para consumir mais tarde. Por vezes as ilhas têm uma construção de estacas mais altas que é utilizada como ponto de observação. Apesar do sol forte que é também reflectido pelas águas do rio, a região é sempre fria, uma vez que o lago está a 3800 metros de altitude. As suas roupas são feitas de lã e usam sempre chapéu ou barrete. Os turistas devem ter cuidado ao visitarem as suas ilhas. Os Urus estão habituados a caminhar no solo de cana. Mas para quem não está, arrisca-se a cair ao pisar uma zona menos consistente. 




Ayacucho

Ayacucho: Vivem nos Andes (Peru) e tal como os “Otavalens” têm o nome de uma cidade. Descendem dos “Huari” (povo anterior aos Incas). Ayacucho significa “alma vermelha”. No tempo da colonização espanhola a região era um centro cultural e comercial. E foi aqui, na sangrenta Batalha de Ayacucho, que o Peru se libertou do domínio espanhol (1824). Nos anos 80 os Ayacucho foram envolvidos nos conflitos entre o exercito e os terroristas. São um povo hospitaleiro e fazem bom artesanato, o que tem ajudado a desenvolver o turismo. A cidade tem uma arquitectura impressionante com influencia dos antepassados ameríndios e colonizadores europeus. Há muitos edifícios construídos com “mármore do Peru” (pedra cor-de-rosa extraída localmente). O artesanato inclui têxteis bonitos e de cores vivas, esculturas de pedra e madeira e peças de filigrana de prata. As mulheres usam saias de cores vivas, blusas brancas e chapéu preto de feltro. As roupas tradicionais são usadas sobretudo em ocasiões especiais. No dia-a-dia as pessoas da cidade (sobretudo crianças) usam roupas modernas. Os Ayacuchos são fortemente católicos. Na Páscoa há um forte cheiro a incenso por toda a parte. Reza-se nas ruas e fazem-se procissões. Tradicionalmente os Ayacuchos fazem retábulos de madeira (pequenas caixas com portas) onde metem bonecos feitos de pasta de papel e que representam cenas religiosas ou históricas. Em Fevereiro toda a gente vem para a rua para se divertir no Carnaval.




Taquileños

Taquileños: Vivem junto à fronteira do Peru com a Bolívia, do lado do Peru, concretamente na ilha “Taquile” do lago Titicaca. A ilha tem o nome do conde de Taquila de que foi proprietário. É habitada à mais de 10.000 anos. Não tem carros, as ruas não são pavimentadas, não há electricidade nem telefones e também não há policia. A vida nesta ilha mantém-se num formato tradicional. Os Taquileños seguem três princípios: “Ama Suwa” (não roubes), “Ama Llulla” (não mintas) e ”Ama quella” (não sejas preguiçoso). Vive-se com tranquilidade, da pesca, da agricultura e sobretudo do turismo. A sociedade é comunal. Ou seja, todos os Taquileños, independentemente do que conseguem obter do seu trabalho, partilham os lucros entre si. Produzem artesanato têxtil que é tricotado apenas pelos homens. Fazem “chulos” (gorro usado pelos homens adultos – têm pompons para os casados e são brancos para os solteiros) e outras peças da indumentária do dia-a-dia, que depois vendem aos turistas. Quanto às mulheres, o vestuário também diz sobre o estado civil. Saias azul-escuras ou pretas para as casadas e cores vivas para as solteiras. As saias que usam nas festas podem ter até 16 camadas. Homens e mulheres usam faixas bordadas. A chegada faz-se por um porto e depois enfrenta-se uma escadaria de mais de 500 degraus que termina num antigo arco de pedra avermelhada. A ilha fica em festa na Páscoa, na altura das colheitas e no Ano Novo. Nestas alturas os Taquileños vestem os melhores trajes e saem para a rua com música, danças e comida. A planta da coca é considerada sagrada. E há muita na ilha.




Mapuche

Mapuche: Mapuche significa “povo da terra”. Em tempos este povo cobria todo o Chile e Norte da Argentina. Nunca aceitaram o domínio espanhol e mantiveram a sua língua, religião e organização familiar. A influência espanhola foi mínima. Adoptaram a utilização de cavalos e a criação de gado. Chamam à sua terra “Waj Mapu” (toda a terra) e a língua é o “Mapudungun” (a linguagem da terra). Os Mapuche têm-se adaptado à diversidade de terrenos onde têm vivido. Picos de montanha, vales e terras baixas costeiras e planícies. Os xamãs (sacerdotes) chamam-se “machis” e normalmente são mulheres. As casas chamam-se “rucas”. São feitas com colmo, de telhado inclinado e sempre viradas para Leste, que é, acreditam, fonte de todas as forças da vida (onde nasce o sol, a lua e as estrelas). Há uma zona da casa onde se faz a fogueira, no meio de um circuito de pedras, que é o local onde se cozinha. O gado, que é guardado a cavalo, é forte fonte de rendimento do Papuche. As mulheres tratam das tarefas da casa e dos filhos e os homens fazem o trabalho no campo. Cultivam trigo, milho, feijão, batata, ervilhas e pimentos. Os grandes grupos familiares chamam-se “lofs” e substituem a normal organização das aldeias. Um “lof” tem 15-20 famílias, cujo líder é o “Lonko”. A maior festa é o “Nguillatun” onde rezam para obterem boas colheitas e gado com saúde. O jogo tradicional é o “palin”. Usam um “weño” curvo e uma bola pequena.




Mouros

Mouros: Vivem no Sahara Mauritano, num território com baixíssima densidade populacional. São nómadas e vivem de forma tradicional. Deslocam-se em função da existência de água e pastos. Nas suas viagens têm contactos com outros povos sedentários a quem compram cereais, legumes, açúcar e armas. De Setembro a Dezembro os Mouros ficam no Norte, onde há boas pastagens, embora haja menos poços. Depois de terminado o Inverno vão para Sul, percorrendo terrenos áridos e dunas. Regressam depois das chuvas do Outono. O único "mobiliário" que uma tenda Moura tem é o "Rhal". Trata-se de uma pequena base de madeira com pernas. Quando viajam, o "Rhal" é metido sobre o camelo com as pernas para cima. As mulheres e crianças sentam-se sobre ele e colocam os utensílios de cozinha nos lados. Quando estão acampados, o "Rhal" fica do lado da tenda virado a Norte. Quando se deslocam entre regiões os Mouros andam todos os dias durante todo o dia. O acampamento é desmontado em cerca de uma ou duas horas. Em deslocação os homens vão a pé atrás do camelo, acompanhando o gado, e as mulheres vão montadas e levando com elas as crianças. Seguem uma direcção e param quando encontram um bom local, sobretudo um que tenha alguma pastagem. As suas casas são tendas montadas com um pano que cobre uma estrutura de paus curvos. Os Mouros vivem em grupos familiares de cinco a vinte pessoas. O termo "Khayme" (lê-se "Raima") significa "casa" mas no sentido de acampamento e família. Para transporte de água fazem odres de pele de cabra curtida. Quando se casam as mulheres continuam a viver com os pais durante mais um ano. Nesse período a mãe faz uma nova tenda para o casal, usando faixas de algodão. A tenda será sempre da mulher, mesmo em caso de separação do casal. O chão das tendas é coberto com esteiras de palmas. Além da "Rhal" tem também uma mala metálica para guardar a roupa.




Tuaregues

Tuaregues: O rosto tapado com panos tingidos de índigo é um dos aspectos culturais dos Tuaregues e tem também sido fonte de problemas. São o povo mais representativo da vida nómada. Têm sido motivo para muitos contos românticos e filmes sobre a sua vida no deserto. Tradicionalmente, para os Tuaregues as fronteiras não tinham qualquer significado. Mas desde a colonização pelos europeus dos territórios por onde deambulavam que a sua vida nómada se tem tornado cada vez mais difícil. Actualmente a maioria dos Tuaregues tornaram-se sedentários e vivem da agricultura. Os Tuaregues descendem de Árabes e Berberes. Foram os primeiros a habitar o Sahara. Em tempos viviam do comercio feito pelas suas caravanas de camelos. O declínio deste povo, em tempos temido e respeitado, deveu-se às secas, guerras civis e repressão por parte dos povos sedentários. Também o conhecimento dos desertos e a evolução tecnológica veio permitir que o transporte no deserto se tenha substancialmente banalizado.




Ashantis

Ashantis: Vivem no Sul do Gana. O “asantehene” é o seu rei, mas este tem um poder muito limitado já que o Gana tem um governo. Há uma forte tradição de produção de artesanato, nomeadamente o original conceito de “caixões temáticos” em que o futuro cliente pode escolher o formato do seu “leito eterno” (peixes, pássaros, galinhas, guitarras, bíblias, etc.). O pano “kente” é um tecido portador da cultura Ashanti e é o padrão utilizado nas roupas da realeza. Cada padrão de tecido tem um nome. O fio é tingido, fervendo-o com goma e tinta e depois é posto a secar. Depois é enrolado em grandes fusos que alimentam os teares. São produzidas faixas longas e estreitas que depois são cozidas num pano. O rei senta-se num Banco Dourado que segundo acreditam caiu do céu e veio ao encontro do primeiro “asantehene”. O fabrico artesanal de bancos é uma especialidade dos Ashanti. Fazem-nos trabalhando a madeira maciça com uma enxó (pequeno machado feito com um cabo curvo).




Dogons

Dogons: Vivem no Sudeste do Mali. São cerca de 100.000. A falésia do Bandiagara tem 145 Km. A maioria dos Dogons vive no sopé destes montes. Há algumas aldeias entalhadas em plena falésia. São bons conhecedores de astronomia. O “Sigui” é uma importante cerimónia que se realiza apenas em cada 60 anos e cuja data é determinada pela passagem da estrela sírios entre dois picos de montanha. Este evento serve para passar o poder para a geração seguinte (passagem simbólica). Nessa altura é construída uma nova “toguna” (casa de reunião, casa “palabra” ou casa das palavras). Os primeiros habitantes eram os Tellem que até à 500 anos atrás viviam exclusivamente em casas escavadas na montanha. É ali que os Dogons sepultam os mortos e num nível imediatamente abaixo há algumas aldeias Dogons. Os Dogons são animistas. O culto “Wagem” é realizado para envolver os mortos nos assuntos da aldeia. O culto “Binu” é realizado para envolver todo o Mundo espiritual. O culto “Lebe” é realizado antes do início das chuvas e pratica-se o “Bulu” (ritual agrícola) para dar boas colheitas. Os “Awa” são uma sociedade que guia as almas dos que morrem, até ao Mundo sobrenatural. É tarefa de homem. Usam mascaras e fatos que imitam animais. Falam “Sigi so”, uma língua estranha como se estivessem possuídos por seres sobrenaturais. São os “Awa” que realizam o “Sigui”. A “Toguna” (“casa palabra”) é o centro espiritual dos Dogons. É também aqui que se discutem os problemas da aldeia. O telhado é propositadamente baixo para que durante uma discussão os intervenientes não se possam levantar e assim tenham de manter os “ânimos baixos”. São feitas pinturas nas paredes exteriores com animais e figuras sobrenaturais. Utilizam também padrões em xadrez que significam a relação entre os mortos e os vivos. Tradicionalmente os Dogons faziam portas ornamentadas mas começaram a fazer cada vez menos porque eram roubadas pelos turistas. Os Dogons são agricultores que tratam das suas pequenas parcelas de forma intensiva. Um dos produtos que cultivam é a cebola. Depois trituram-nas e fazem bolas que põem a secar para depois venderem. Este produto é recolhido e transportado em camiões para a Costa do Marfim onde é utilizado para fazer molhos. A rega das suas hortas é um trabalho laborioso. Transportam a água em grandes vasos de barro que depois é espalhada com pequenas cabaças. Este é um trabalho para as mulheres.




Wodaabe

Wodaabe: Vivem na Nigéria e Níger. Os Wodaabe juntam-se no final da época seca para um festival que dura uma semana. Neste evento os homens tentam atrair a atenção das mulheres para arranjarem casamento. Para isso vestem-se com as melhores roupas, colocam as melhores joias e pintam-se, sobretudo contornando os olhos e pintando os lábios de preto, de forma a realçar o branco dos olhos e dos dentes. A cerimónia chama-se “Yaake”. Abrem muito os olhos e arreganham os dentes na tentativa de atrair o sexo oposto. Outra cerimónia é o “geerewol” em que os homens dançam durante várias horas. Se uma mulher se sentir impressionada, dirige-se ao homem escolhido e toca-lhe em sinal de o ter aceite para marido.




Dinka

Dinka: Vivem no Sul do Sudão e são seminómadas. Partilham a região com os “Nuer”. São sobretudo criadores de gado (maioritáriamente vacas), mas também são agricultores (cultivam sorgo e milhete). Na época das chuvas vivem no meio dos pântanos em casas que constroem sobre bancos de areia. As casas são feitas de lama com telhado de colmo. Na época seca (Setembro-Maio) saem com o gado à procura de regiões onde haja pastagem. Apenas os velhos e os doentes ficam na aldeia. Os Dinka têm sofrido com a guerra civil que existe nesta região desde 1983. As vacas dos Dinka são de uma raça com chifres muito longos. Servem de dote que é oferecido aos pais da noiva no casamento e também como tributo à parte ofendida num qualquer conflito, conforme decisão dos anciões da aldeia. Os Dinka fazem canções e danças em homenagem às suas vacas. É tarefa das mulheres a ordenha das vacas, cujo leite é recolhido para cabaças. Bebem uma boa parte e o restante é fermentado ou batido para fazer manteiga. O estrume das vacas é usado como replente de insectos. Queimam-no em fogueiras cujo fumo mantem os insectos afastados. Durante o dia esfregam na pele a cinza das fogueiras onde queimam o estrume e aplicam este método também nos animais. Desta forma evitam a trnasmissão de doenças como o paludismo. A urina das vacas também tem utilidade. Aplicam-na nas feridas como anti-séptico e nas peles para as lavar e curtir. A cinza do estrume queimado também serve de maquilhagem e pasta de dentes. Quando uma vaca morre a sua pele é transformada em tapetes, tambores, cintos, cordas, etc. Até os cornos são aproveitados. Quando chega a hora de recolher o gado para o curral (“Khat”), os Dinka tocam um tambor e o gado responde a um ritmo específico porque para isso foram treinados. Cada família tem o seu próprio ritmo e por isso o gado não se mistura. O “Khat” fica no meio da aldeia.




Gamo

Gamo: Vivem nas terras altas do Sudoeste da Etiópia. São aproximadamente 700.000 e as aldeias estão em colinas, muitas delas acima dos 3.000 metros. São agricultores (trigo, milho, sorgo e “enset” que é parecido com a bananeira). Os terrenos são trabalhados por grupos de 10 a 15 pessoas que cavam a terra com enchadas de madeira e plantam cereais na esperança de poder complementar a alimentação de “enset”. Nesta região chove bastante. Muito de Junho a Setembro e um pouco menos de Fevereiro a Março. Do “enset” tiram alimento e dos caules fazem cordas. As aldeias tem uma cabana principal, com telhado alto e pontiagudo. Aqui se juntam para cozinhar, fumar e conviver. As refeições são cozinhadas muito lentamente na fogueira, cujo fumo sai por entre a folhagem do telhado. As casas são feitas com grandes canas de bambu espetadas no chão onde depois são entrelaçadas outras canas como se fosse um enorme cesto. Depois é feito o telhado que se assemelha ao fundo de um cesto virado ao contrário (estrutura em estrela, com outras canas entrelaçadas) e que é amarrado às paredes. Depois o telhado é coberto com colmo. As casas mais pequenas, ao lado da casa principal, é onde normalmente vive o filho da família (eventualmente com a sua mulher) ou então servem para guardar cereais. As casas principais podem ter mais de 6 metros de altura. Algumas têm um pequeno alpendre. Se a casa tem grandes canas espetadas à entrada, significa que o seu dono se está a iniciar como ancião (“halaka”). Depois das chuvas de Setembro comemoram o Ano novo. Sacrificam ovelhas e os recém casados ou recém iniciados participam em rituais especiais. Por todo o lado se ouvem sonoros “Yo” (saudação). Durante o ano há outras celebrações de menor importância. Toda a aldeia participa nos funerais, mas só a família assiste ao enterro. Os homens vestem trajes de guerra e empunham lanças. Juntam-se para correr e cantarem canções de guerra. Procuram passar a força necessária para enfrentar a morte. Quando se casam, as mulheres vão viver com a família do marido. Deslocam-se para a casa nova, montadas num burro e vestindo os seus melhores trajes e objectos que demonstrem riqueza e poder, o que pode incluir peles de felino como o leopardo.




Mbendjele (Pigmeus)

Mbendjele (Pigmeus): Vivem nas florestas da África Central (República Democrática do Congo (Zaire), Gabão, Camarões, República Centro-Africana e Uganda). São 200.000 grupos e muitas vezes designados por pigmeus de uma forma genérica. São de muito baixa estatura e vivem do que a floresta lhes dá. São caçadores e recolectores. São um pouco nomadas, já que se deslocam entre regiões da floresta (cerca de 30 vezes por ano) para não esgotarem os recursos naturais de um mesmo local. É tarefa das mulheres a apanhar de frutos, cogumelos, tubérculos e lagartas. Pescam e apanham animais pequenos, sem derramarem sangue (o que iria contra as suas convicções). Entreajudam-se na época das colheitas. Fazem uma pasta vermelha chamada “mongolé”, com óleo de noz, pó de medeira morta, areia e água, a qual dizem ter poderes de protecção. Esfregam-na nos bébés e nos adulescentes para que cresçam fortes e com saúde. Fazem cordas de casca de árvore ou outros materiais colhidos na floresta, a que chamam “mokodis” e que colocam em partes do corpo dos doentes, na convicção de que têm poderes curativos. Atam-nos também no pulso ou à cintura das crianças como forma de protecção. Nas frequentes mudanças de acampamento, as mulheres mais velhas têm a incumbencia de transportar brasas em folhas, para que possam acender rapidamente uma fogueira no novo local. São as mulheres que transportam os utensilios de cozinha (excepto o almofariz que fica em cada local para quando regressarem). Usam folhas como pratos. Os caçadores normalmente não usam armas de fogo, embora por vezes as possam “alugar” em troca de uma parte da caçada. Caçam animais pequenos, o que não inclui gorilas, por acreditarem que são reincarnações de Homens. Durante a caçada caminham em silencio absoluto e comunicam por gestos. São muito eficazes. Apanham macacos e “duikers” (espécie de antilopes) que depois são cortados na aldeia e cozinhados para que todo o grupo possa comer. A carne que sobra é defumada para que se conserve durante algum tempo.




Maasai

Maasai: Vivem no enorme vale do Rift (Quénia e Norte da Tanzânia). Um bom ponto de contacto com a sua cultura é na reserva de caça “Maasai Mara”. São seminómadas e vivem dos animais (vacas). Tradicionalmente não entendiam o conceito da posse da terra. Actualmente tiveram de se adaptar à nova realidade do turismo que vem à procura da vida selvagem em safaris e ganham algum dinheiro vendendo artesanato. Os Maasai juntam-se por grupos etários que se mantêm durante toda a vida. Cada grupo tem um conjunto de tarefas, até subir de estatuto, o que é comemorado com uma cerimónia especial. Por exemplo, o grupo dos adolescentes (até aos vinte e poucos anos) são considerados guerreiros (“moran”) e a sua tarefa é cuidar do gado. Cada “moran” deve conseguir reconhecer as suas cabeças de gado. Nas cerimónias os “moran” cantam enquanto dão enormes saltos. Pintam-se de ocre. As crianças têm a tarefa de cuidar do gado de menor importância (ovelhas e cabras). Respeitam os mais velhos e tratam todos por pai/mãe. Os Maasai utilizam o sangue de vaca para fortalecer os doentes, as mulheres após o parto e as crianças após a circunsisão. O sangue, rico em proteínas, é extraído do pescoço da vaca com um furo que apanha uma veia e que depois é tapado para que a vaca continue a sua vida. É tarefa das mulheres construir e manter a casa, apanhar lenha, trazer água, cuidar das crianças, fazer artesanato (de contas que são compradas a outros povos – têm regras específicas para as cores e respectivas combinações que podem ser utilizadas) e cultivar e vender legumes. Depois do ritual de iniciação na puberdade, as mulheres estão prontas para casar. Normalmente os maridos são bastante mais velhos porque só podem casar no fim do periodo “moran”. O “Corno Kudu” é tocado para chamar os “moran” para a cerimónia “eunoto” que os faz passar a “anciões júnior”. Esta cerimónia acontece em cada 10 anos e junta os “moran” do Quénia e da Tanzânia. O novo estatuto tira-lhes grande parte da liberdade que tinham enquanto “moran”, altura em que viviam juntos, com o gado, livres e a fazer as suas caçadas no grande Vale do Rift. Depois do “eunoto” podem casar. Na cerimónia vestem-se com túnicas vermelhas, pintam-se e fazem uma última refeição juntos. Depois voltam ao acampamento principal. Sentam-se nas peles sobre as quais foram circuncisados e os cabelos compridos de guerreiro são rapados pelas mães. Para a maioria é um momento triste por saberem da liberdade que acabam de perder.




Zulus

Zulus: Vivem na África do Sul. São cerca de 3 milhões e a maioria está na região de “Kwa-Zulu Natal”. São um povo guerreiro que consquistou muitas outras tribos. Entre 1816 e 1823, sob o comando de Shaka Zulu, consquistaram 50 vezes o tamanho do seu território original. Os trajes tradicionais incluem peles, lanças e escudos. Parte dos Zulus vivem em “umuzis” (circulo de casas), algumas das quais ficam dentro de terras de brancos. Algumas “umuzis” vivem do turismo, vendendo artesanato. Fazem trabalhos de contas. As joias feitas de contas são uma forma tradicional de uma mulher comunicar a um homem que está interessada numa relação com ele. Também fazem cestaria com uma trama muito apertada, o que lhe confere resistência e até estanquicidade. Os Zulu são criadores de gado e agricultores. Alguns trabalham em terras de brancos e em minas de carvão noutras regiões. Os Zulu acreditam na feitiçaria e temem que esta seja causadora de doença e mesmo morte. Por isso consultam frequentemente os “isangona” (curandeiros, normalmente mulheres). Os “isangona” aprendem com outros mais velhos e experientes. Adornam o cabelo com contas e usam o “ishoba” (pau feito com uma cauda de animal selvagem e enfeitado com contas). São responsaveis pelo diagnóstico dos males do povo. Mas é o “inyanga” que fabrica o “umuti” (medicamento) e o administra.




San (Boximanes)

San (Boximanes): Vivem na África do Sul, Botswana e Namíbia. São também conhecidos por “Boximanes” e foram os primeiros habitantes do deserto do Calaári. Vivem de uma forma muito primitiva, que em muito se assemelha aos pigmeus da África Central. São caçadores-recolectores. Cada grupo familiar tem cerca de 20-30 pessoas e partilham tudo. Estão perfeitamente adaptados à vida no mato e vivem facilmente daquilo que a natureza lhes dá. A caça é tarefa dos homens. Fazem arcos e armadilhas e o resultado da caçada é para distribuir por todo o grupo. As setas são envenenadas. Fabricam o veneno com larvas de escaravelho (são necessárias cerca de 10 por cada seta), seiva de plantas (que serve para colar o veneno à seta) e saliva. A mistura é feita numa concavidade de um osso de antilope. O veneno é colado imediatamente a seguir à ponta, para que o caçador não se envenene se por acaso se picar acidentalmente. Quando atingem um animal de maior porte, têm de o perseguir durante vários dias, até que o veneno o derrote. Por vezes também caçam com armadilhas. Desta forma apanham sobretudo animais de pequeno porte. As mulheres acupam-se da apanha de frutos e da confecção de sacos de pele onde transportam os frutos. Os San não têm líderes formais, mas respeitam sobretudo os melhores caçadores. Os San escavam a terra à procura de raizes e tubérculos que lhes servem de alimento. Também aproveitam a seiva para utilizações medicionais. Também apanham laranjas-amargas para chuparem o seu sumo. Mas também as utilizam para fazer sabão e tinta. Da casca da árvore que dá este fruto, fazem medicamentos e com as folhas curam feridas. Os grupos familiares constroem as suas casas numa zona rodeada de um muro de paus e espinhos, sempre com as portas viradas para o centro do circulo. É no centro deste pequeno aglumerado que todos se reunem para conviver e onde as mulheres cozinham. Os “xamãs” são os líderes espirituais dos San. Entram em transe durante as suas danças, para fazerem curas ou garantirem boas caçadas. Nos seus territórios podem encontrar-se pinturas rupestres com cerca de 27.000 anos.




Margaxes

Margaxes: Vivem em Madagascar e descendem dos primeiros habitantes que vieram do Sudoeste Asiático e se instalaram nas terras altas (centro da ilha). Depois vieram africanos e árabes que se instalaram junto à costa. Desta mistura de raças resultam os Margaxes (16 milhões divididos em 20 grupos étnicos). A ilha de Madagascar é a 4ª maior do Índico e está a 400 Km da costa de África. Está aqui uma das maiores biodiversidades do Mundo. A alimentação dos Margaxes usa muito arroz como base. São agricultores (café, baunilha, açucar, cravo-da-índia, etc.). O mar tem muito peixe e por isso esse é o principal alimento de quem está perto da costa (também têm muito marisco). No Sul há a tradição de decorar as sepulturas com chifres de Zebu esculpidos. As crenças e costumes dos Margaxes têm muitos tabus (“fady”). Os “Mahafaly” (grupo étnico do Sul), por exemplo, acreditam que não devem deixar que as crianças durmam com os pais porque isso lhes dá azar. Muitos seguem religiões tradicionais, nas quais procuram agradar aos antepassados mortos (“razana”). Os “Merina” e os “Betsileo” (grupos étnicos das terras altas) desenterram os mortos, alguns anos após a morte, para retirar os ossos que enrolam numa nova mortalha. Esta cerimónia chama-se “viragem do morto” (“famadihana”). Muitas vezes as casas dos mortos são de melhor qualidade do que as dos vivos.




Ciganos

Ciganos: Estão espalhados pela Índia, Roménia, Bulgária e Hungria. Também no resto da Europa, América do Norte e Austrália. São mais de 12 milhões de Nomadas, espalhados por todo o Mundo. As maiores comunidades estão em países como a Roménia, Bulgária e Hungria. Mas também pelo resto da Europa, América do Norte e Austrália. Têm tradições e língua próprias. São originários do Norte da Índia e espalharam-se por todo o Mundo, à procura de melhores condições de vida. Sempre foram considerados forasteiros e por isso foram e são constantemente perseguidos. Vivem em casas móveis e valorizam muito a sua liberdade. De qualquer forma os que se tentam fixar, são, mais tarde ou mais cedo, expulsos pelos povos sendentários das regiões por onde passam. Comem e cozinham ao ar livre. Alguns vivem em “Vardos” (bonitas caravanas, coloridas e decoradas com cores vivas, que tradicionalmente eram puxadas por cavalos). A Santa padroeira dos Ciganos é Sara. Por exemplo, em França, na aldeia de St. Maries de la Mer, todos os anos se juntam comunidades ciganas para comemorar a sua Santa padroeira. Tradicionalmente os Ciganos eram sobretudo negociantes de cavalos. Obedecem a complexas leis que os impedem de contactar com coisas “marimé” (impuras). Por isso os utensílios de cozinha são lavados em recipientes próprios, não podendo ser utilizados por exemplo para lavar as mãos. Os funerais são acontecimentos importantes em que o morto é enterrado com a melhor roupa e muitas vezes com objectos, comida, jóias e dinheiro. Os restantes bens do morto são destruídos. Em Maio a República Checa recebe um Festival Internacional Cigano. Vêm Ciganos de todos os pontos do Mundo para cantar e dançar. É uma grande concentração da cultura cigana. Os Ciganos são bons músicos. Influenciaram por exemplo a música da Hungria e Espanha (“flamenco”). A tradição da música como profissão surgiu do facto desta lhes dar grande liberdade para viajar, levando consigo o seu meio de subsistência. Tradicionalmente casam muito cedo. O noivo tem de pagar à família da noiva, pelo direito de casar com ela. Os casamentos são “feitos” entre famílias. Por exemplo, em Stara Zagora (Búlgaria), todos os anos se realiza uma grande feira cigana em que as famílias se juntam para combinarem os casamentos dos seus filhos. As raparigas usam as suas melhores roupas nestas festas. Europa




Ma’dan

Ma’dan: Vivem nos pântanos do Iraque em ilhas artificiais. Por isso são conhecidos pelos “Árabes dos Pântanos”. Vivem desta forma há mais de 5.000 anos. As ilhas e as casas são feitas pelos Ma’dan com juncos do pântano. Pescam para comer e vender e também cultivam arroz. Cada família tem normalmente pelo menos um bufalo que lhes dá estrume que utilizam como combustível e que também lhes dá leite para alimento ou “moeda” de troca por trigo para fazerem farinha para o pão. O bufalo é muito valorizado pelos Ma’dan e por isso quando este fica doente, chegam a cantar para ele. Raramente um bufalo é morto para o comerem.




Sami

Sami: Vivem no Norte da Europa (Lapónia – Região do Árctico e Noruega). Eram caçadores de renas. Mas actualmente são pastores destes animais, embora hajam cada vez menos. Os Sami do Norte da Noruega são seminómadas. Na Primavera passam da Tundra para as regiões costeiras e ilhas, para depois regressarem no Outono. Esta é uma viagem dura em que a longa fila de renas ruma a Norte, seguindo um dos pastores que esquia à frente, enquanto os outros pastores vão atrás, em trenós de cães, de forma a impedir que alguns animais se desviem do rumo seguido. Por vezes atravessam montanhas e rios. Antes de iniciarem a viagem, o gado é reunido e contado. Os pastores correm em torno do gado, cercando-o com grandes faixas de tecido que fazem esvoaçar no ar. Usam lulus-da-pomênia (cães) para empurrar as renas. Os Sami mais abastados usam actualmente motos de neve e rádios para comunicarem entre si. Na região da Tundra vivem em casas modernas. Em viagem usam tendas semelhantes às dos índios. Os Sami conseguem trabalhar e sobreviver a temperaturas que podem chegar aos 45º negativos. Formam equipas de trabalho (“Sii’das”) e cada uma cuida das suas renas que reconhecem pelas marcas (normalmente fazem cortes nas orelhas). Os trajes tradicionais são azuis e vermelhos (a parte vermelha com um padrão fino). Vestidos para as mulheres e túnicas para os homens, ambos apertados na cintura com cintos. No Inverno cobrem-se com peles de rena (“peske”) usam chapéus altos, do mesmo padrão vermelho do resto da roupa, que por vezes forram com ervas. No que toca à religião os Sami foram em tempos animistas. Actualmente são cristãos. São muito ligados à natureza e acreditam que esta é habitada por espíritos.




Drusos

Drusos: Vivem nas regiões monstanhosas da Síria, Líbano, Israel e Jordânia. São cerca de 1 milhão e a sua origem deriva do Islamismo. Não são reconhecidos pelos muçulmanos por não respeitarem os 5 pilares do Islão. Os homens podem ter uma mulher. Acreditam num só Deus e na reincarnação. Os Drusos dividem-se em dois grupos. Todos vão ao “Khalwa” (lugar de culto) às quintas-feiras. Mas depois da primeira parte do serviço religioso, os “Juhall” (a maioria) sai e apenas ficam os “Uqqal” para o resto do serviço. Os “Uqqal” são os homens e mulheres mais devotos e sábios. Para alcançar estes estatutos têm de se candidatar e passar por um longo período de análise. De entre os “Uqqal” ainda se seleccionam os “Ajaweed” (significa “os bons”) que são a elite entre a elite. São eles que têm a autoridade religiosa e legal. As mulheres são educadas juntamente com os homens. Mas são consideradas mais espirituais que os homens. Têm menos contacto com a vida laica e raramente tem autorização para coisas simples como por exemplo, tirar a carta de condução. Normalmente trabalham em casa e por vezes no campo. Os homens ”Uqqal” vestem uma túnica preta e um chapéu branco. A tecelagem é uma tarefa importante entre os Drusos. Os mais religiosos apenas vestem túnicas urdidas à mão. Há uma seita Drusa conhecida por “Os Azuis” que só vestem de azul escuro, túnicas tecidas e tingidas à mão. Para Drusos os profectas são sete. Adão, Noé, Abraão, Moisés, Jesus, Muhammad Ibn Ismail al-Darazi e Jethro. Nas encostas do monte Hérmon em Israel, fica Madjal Shams que é uma cidade Drusa. Nesta região há outras quatro aldeias Drusas que já pertenceram à Síria.




Persas

Persas: Vivem no Irão, Afeganistão e um pouco espalhados pela Ásia e Médio Oriente. Os Persas, na sua maioria, seguem a religião Islâmica. Mas um pequeno número ainda segue o “Zoroastrismo” que é a mais antiga religião monoteísta ainda existente. Esta religião foi prospera no tempo do Império Persa. Mas depois foi dominada pelo Islão. Acreditam em “Ahura Mazda”, o Deus único que criou o Mundo e que luta eternamente com “Angra Mainyu” (o mal). O simbolo de Ahura Mazda é o fogo (triunfo da luz sobre as trevas). O “Nowruz” é o grande festival Zoroastrista que se realiza por toda a Ásia e Médio Oriente. Esta religião tem vindo a reaparecer em algumas ex-repúblicas soviéticas onde a religião de uma forma geral era proibida e no Afeganistão onde as não-muçulmanas não eram toleradas. O “Avesta” é o livro sagrado do Zoroastrismo. O “Chaharshanbeh Souri” é o primeiro dia do “Nowruz” e celébra o novo ano solar em Março. Fazem-se fogueiras e as pessoas saltam sobre elas. No 13º dia do Nowruz (o último), realiza-se o “Sizdah Bedar” em que todos saem de casa e vão fazer pic-nics ou participam em festas ao ar livre. Simboliza o início de um novo ano agrícola. Os Persas vêm os seus tapetes como se fosse joias. É objecto de luxo e em caso de necessidade pode ser vendido. No Sul do Irão está o templo de “Chakchak” que é um dos lugares mais sagrados dos Zoroastristas e onde todos os anos se realiza uma peregrinação de cinco dias. Os principios da sua fé são os “Bons Pensamentos”, as “Boas Palavras” e as “Boas Acções”. No “Nowruz” são utilizados os sete “S” (“haft sin”), que são “Seer” (alho), Seeb (maça), “Serkeh” (vinagre), “Sombol” (jacinto), “Sekeh” (uma moeda de ouro) e “Somagh” (sumagre). Nas casas são expostos em conjunto com velas, um espelho, uma “avestra” e um aquário com peixes vermelhos. Ásia Médio Oriente




Beduínos

Beduínos: Os Beduínos têm origem na Península Arábica e actualmente estão também na Jornânia, Egipto e Israel. São umas das duas culturas árabes com características muito distintas. Os Beduínos são nomadas e os restantes são sedentários. Os Beduínos são pastores e orientam as suas vidas movimentando-se de oásis em oásis. Vivem em grupos familiares com uma linhagem traçada pelos elementos masculinos e que vai até ao nível do clã e da tribo. Tradicionalmente regem-se por um código de honra muito rigoroso. Controlaram em tempos as rotas comerciais da Península Arábica e por isso tinham um conhecimento profundo do deserto. Serviam de guias e cobravam taxas a quem quisesse atravessar os seus territórios. Vivem de uma forma dura e a sua cultura austera deu-lhes uma imagem de romantismo que pouco tem a ver com a realidade. Os povos sedentários têm tentado forçar os Beduínos a fixar residencia. E em boa parte têm conseguido. Faz parte do código de conduta dos Beduínos receber bem as visitas. Nos desertos é muito raro encontrar-se alguém desconhecido. Por isso primam pela “Diyafa” (honrar os hospedes), servindo-lhes chá doce e a melhor comida que tenham. As mulheres Beduínas são encarregues das tarefas domésticas, o que inclui o fiar da lã e moagem de cereais com pesadas pedras e também o montar e desmontar das tendas em cada movimentação do grupo. Estas tendas são divididas em dois espaços, sendo a parte da frente para os homens e a parte de trás para as mulheres. As mulheres Beduínas estão muito protegidas pelo código de honra e muitas vezes têm menos restrições que as mulheres árabes sedentárias. Vestem de negro, por vezes com bordados. Cobrem a cabeça algumas usam o véu para tapar a cara. O estatuto da família pode ser observado pela quantidade de moedas que as mulheres usam no véu. Os homens vestem de branco com uma túnica larga e na cabeça usam um lenço que pode ser branco ou aos quadrados vermelhos e brancos, preso com um cordão de algodão preto (o “Agal”). Os Beduínos são muçulmanos e a maioria são muito respeitadores da sua religião, embora por vezes a misturem com tradições pré-islâmicas. Os Beduínos vivem dos seus camelos. Respeitam os seus animais como se fossem da família e estes são vistos como uma dádiva de Deus. Utilizam-nos como forma de transportar cargas e alimentam-se do seu leite, o que pode ser a única forma de sobreviver numa longa travessia do deserto. São um povo de tradição oral. As histórias são contadas na forma de poesia, que passa desta forma de geração em geração. Por vezes acompanham a poesia com música, utilizando um tambor ou eventualmente uma pequena arpa, muitas vezes feitas com os poucos meios que têm à mão.
Península Arábica




Cazaques

Cazaques: Vivem no Cazaquistão, Usbequistão, Rússia e Mongólia. São numerosos e tradicionalmente são pastores, embora a maioria tenha abandonado esta vida nómada, vivendo agora nas cidades ou como agricultores. São muçulmanos. Mesmo os Cazaques que já não pastam gado nas duras estepes da Ásia Central, em ocasiões especiais ainda constroem as suas “Yurts” (casas tradicionais), mostrando com orgulho a sua tradição. As “Yurt” são construidas com uma estrutura de madeira em abobada que é coberta de feltro. O feltro é feito pelas mulheres, com lã, que é batida em água quente, enrolada e comprimida até ficar resistente e impermeável. Fazem uma porta de madeira (por vezes decorada). O tecto tem uma saída para o fumo. No interior colocam muitos tapetes coloridos de lã e feltro. Os Cazaques gostam muito de receber visitas nas suas “Yurts”. Lá dentro, no meio da casa, fica a fogueira com o “Kazar” (pote metálico) suspenso. Comem carne de carneiro e cavalo, leite e produtos que dele derivam e pão. Começam as refeições com “Chai” (chá), por vezes acompanhado de pão, nozes e doces. Os Cazaque são por tradição excelentes cavaleiros. Acredita-se que foi nesta região que o homem aprendeu a montar a cavalo. Alguns conseguem atirar setas com grande precisão enquanto galopam a cavalo. Fazem jogos a cavalo como o “Kokpar” que é parecido com o polo mas que neste caso é jogado com uma ovelha ou cabra sem cabeça que deve ser apanhada, atirada de uns elementos para os outros da equipa, até a conseguirem lançar para a baliza da equipa adversária.




Nenets

Nenets: Vivem na Sibéria Ocidental em duras condições de vida. Alguns são nómadas e esses mudam de acampamento duas vezes por ano. Alguns grupos de Nenets podem ser encontrados na Península de Yamal (significa “o fim da terra”). Aqui as temperaturas podem chegar aos -50ºC. Os Nenets vivem das renas que lhes dão praticamente tudo o que necessitam. Dão-lhes alimento, pele para o vestuário e para as casas e com o couro também fazem cordas. As renas são tratadas com todos os cuidados pelos Nenets. Durante as migrações as renas puxam os trenós onde vão todos os bens que os Nenets possuem. E nem os rios as detêm, porque graças às suas patas largas e achatadas que lhes dão sustentação sobre a neve, também conseguem nadar a uma velocidade sificientemente grande para manter os trenós a flutuar. Os Nenets nomadas metem as suas crianças a estudar em intenatos e quando regressam, continuam a viver de forma tradicional. No que respeita a alimentação, comem carne (sobretudo de rena) e peixe. Na maior parte das vezes a carne é consumida crua e o sangue é bebido enquanto ainda está quente. Tudo o que vestem é feito de pele de rena. Os casacos das mulheres chamam-se “Yagushka” e tem duas camadas de pele com pelo de ambos os lados. As botas são também feitas de pele, com processo identico. As roupas dos bébés são feitas com a pele das crias de rena que é bastante mais suave. O Deus dos Nenets chama-se “Num”. São animistas. Têm um trenó sagrado que transporta ídolos religiosos e outros objectos de culto. Este trenó raramente é desembrulhado e quando isso acontece, é sempre por um ancião e muitas vezes é puxado por renas brancas que são consideradas especiais. Quando alguém especialmente considerado pelo grupo, morre, fazem uma “Yaminga” (boneca de pele de rena) que o representa. Prendem-se os objectos do morto e acreditam que a boneca os protegerá do mal. Como animistas que são, a superstição faz parte da sua vida diária. As mulheres não podem pisar uma corda e os objectos são dispostos na casa sempre da mesma forma. Ao longo do tempo os Nenets têm encontrado esqueletos de mamutes na Península de Yamal e têm utilizado as suas presas para fazer botões, caixas e outros utensilios com o seu marfim. A Primavera é a altura em que os Nenets migram para a Península de Yamal. Numa paisagem completamente branca de neve, percorrem 1.000Km para chegarem à tundra e às pastagens de verão. Fazem uma fila que pode ter 4 ou 5.000 renas, puxando inumeros trenós carregados e cobertos de pele. As mulheres e as crianças vão nos trenós e os homens conduzem os grupos. Depois os animais têm três meses para se alimentarem, antes da chegada do Outono, altura em que iniciam o regresso.




Sherpas

Sherpas: Vivem no Tibete, Nepal, Butão e Índia. São mais de 35.000 e o nome “Sherpa” deriva de “Shar” (que significa “Pessoa”) e “Wa” (que significa “Leste”). Organizam-se por 19 clãs e cada pessoas tem como apelido, o nome da sua aldeia. A maior população de Sherpas vive no Nepal, em concreto nos Himalaias. São mais de 10.000 e o maior grupo está no vale de “Khumbu” que dá acesso ao Everest. Vivem a grandes altitudes (2.600-4.300 metros) e por isso estão habituados a trabalhar em terreno sinuoso, com ar rarefeito. Acabaram por ficar famosos como guias e carregadores das expedições que sobem ao Everest. É aliás a grande fonte de rendimento deste povo. Os Sherpas sempre viveram dos iaques que são dos poucos animais que sobrevivem a grandes altitudes. Dão-lhes a lã com que fazem a roupa e o couro para os sapatos. O estrume serve de combustível e fertilizante para os terrenos. E são um bom animal de carga uma vez que, apesar de lentos, conseguem percorrer grandes distâncias com cargas consideráveis. O seu leite é bebido com chá e também fazem manteiga e queijo. Os Sherpas também cultivam batatas que é um dos poucos alimentos que conseguem produzir neste ambiente. Tudo o resto, salvo raras excepções, tem de ser trazido de fora. Raras são as estradas que permitem a circulação de viaturas. Por isso tudo tem de ser carregado às costas. Os fardos não podem ultrapassar os 30 Kg. Homens e mulheres Sherpas têm o mesmo estatuto e por isso as tarefas são partilhadas, indiferentemente se são domésticas ou por exemplo, o trabalho agricola. As aldeias Sherpas das zonas mais perto do Monte Evereste estão agora muito viradas para o turismo. Apesar das dificuldades de transporte, as pequenas lojas de aldeia adaptaram-se para poderem ganhar algum dinheiro com o turista de alta montanha. Por isso vendem desde os objectos mais tradicionais, que são levados como lembrança, até aos produtos a que o turista ocidental está habituado. Antes de enfrentarem uma escalada ao Evereste, os Sherpas realizam uma cerimónia em que pedem aos Deuses da montanha que lhes permitam regressar a salvo. Chamam a esta cerimónia a “Puja”. Os Sherpas são budistas.




Usbeques

Usbeques: Vivem no Usbequistão (70% da população é Usbeque) que pertenceu à ex. União Soviética, mas também no Afeganistão, China e Cazaquistão. Os seus antepassados eram mercadores da Rota da Seda. A maioria são muçulmanos, embora na época do comunismo fossem oficialmente ateus. Toda a sua cultura é fortemente influenciada pela cultura árabe. E isto é bem visível na própria arquitectura. Um bom exemplo disso é a Madrassa Mir-I-Arab, a escola de religião islâmica em Bukhara (antiga capital do Império Persa). Outro exemplo é a Mesquita Kalyan, perto da Madrassa, que tem um minarete com 45 metros de altura. O pão Usbeque (“Nan”, o mesmo nome que tem na Índia) é normalmente achatado, podendo ter um buraco no meio. Têm algumas tradições associadas ao pão. Por exemplo, quando o metem em cima da mesa, nunca o fazem, virando-o ao contrário. Também nunca o cortam com uma faca e sim, sempre à mão. O comercio de tapetes é uma tradição que existe desde os tempos da Rota da Seda. Os grandes bazares (como o mercado principal de Tashkent, a capital), têm normalmente uma zona específica para os tapetes. Para a sua confecção, os fios de seda são retirados dos casulos das larvas do bicho da seda e podem ter 300 a 900 metros de comprimento sem quebras. O fio é desenrolado, tingido e depois tecido para depois ser então utilizado. Margilan é a principal cidade produtora de seda. Mas o Usbequistão é sobretudo conhecido pelos bordados. O estado apoia a aprendizagem desta arte que passa de geração para geração. Os bordados mais sofisticados são feitos com fios de ouro. A arquitectura dos edifícios é semelhante à de outros países muçulmanos. As fachadas são decoradas com versos do Corão e com padrões geométricos. Nota-se a ausencia de figuras humanas já que o Islão proibe a sua representação, tal como da figura de Deus. Os casamentos tradicionais têm três fases. A primeira realiza-se de manhã, participam apenas os homens e chama-se “Erkah Ash”. A segunda realiza-se à tarde, participam apenas mulheres e chama-se “Khotin Ash”. A terceira realiza-se à noite, todos participam e chama-se “Toy”. Nestas festas há sempre música e bailarinas e os convidados são às centenas. Os jardins de chá são locais agradáveis que oferecem tranquilidade e descontracção. As casa de chá (“Chai Khana”) são outros locais onde se pode tomar chá verde acompanhado de pão (“Nan”). As pessoas sentam-se numas camas de madeira baixas, cobertas com um colchão fino e de tecido colorido. No meio é colocado o chá e o pão.




Kalash

Kalash: Vivem no Noroeste do Paquistão (Chitral). São cerca de 4.000 e acreditam serem descendentes de Alexandre o Grande (400AC). São de facto um povo diferente dos paquistaneses. Não são muçulmanos. A sua religião é parecida com a antiga religião grega. Baseia-se na natureza e adoram o seu Deus de forma indirecta. Ou seja, através de divindades de segundo plano. Acreditam em fadas (que vivem em algumas montanhas) e também em bruxas e demónios. Vivem do cultivo (milho e trigo) nos socalcos de montanha, das árvores de fruto e do pastoreio (cabras e ovelha). O leite serve-lhes de alimento e as cabras são muitas vezes dadas em sacrifício. Constroem as suas casas de madeira e pedra, com dois pisos e uma varanda. No piso inferior fica o gado e os cereais e em cima ficam as pessoas. O piso superior tem uma lareira onde também cozinham. Mas no Verão vão todos dormir e cozinhar para a varanda. Os Kalash vivem em vales remotos. As escolas ficam longe e por isso as crianças têm um difícil acesso ao ensino. Quando vão às escolas, o Governo ensina-lhes a religião islâmica na tentativa de as converter. No Solstício de Inverno realiza-se o “Chaumos” (o festival mais importante), que dura duas semanas. No último dia sacrificam bodes em honra do Deus “Balimain”. O altar dos sacrifícios é decorado com quatro cabeças de cavalo em madeira, que representam a encarnação de Deus. Os funerais são antecipados por dois dias e duas noites de luto em que os Kalash dançam e cantam. À três decadas atrás os mortos eram deixados em urnas de madeira abertas. As mulheres vestem de preto com um traje a que chamam “Piran”. Não cobrem a cabeça (ao contrário das Paquistanesas). O traje é decorado com uma faixa bordada e fazem também bordados no peito. Usam também um toucado cravado de botões e conchas e cordões de contas coloridas. Nas festas podem usar um toucado especial que tem um grande pompom em cima. As mulheres fazem cinco tranças com o cabelo. A trança principal é feita com o cabelo da frente. Sobre esta trança usam uma faixa que cai até à cintura e que é decorada com conchas e contas. Acreditam que dá azar pentearem o cabelo dentro de casa, por isso fazem-no junto ao rio.




Rajputes

Rajputes: Vivem na Índia, no Estado do Rajastão. Os Rajputes actuais descendem de uma casta nobre que se uniu à nobreza Mongol. A região desértica onde vivem é conhecida pelos templos, fortalezas e mesquitas. Fazem bom artesanato (cada principado tem a sua especialidade). As mulheres vestem-se com cores vivas, bordados e objectos de prata. Os homens usam turbantes de cores fortes. As carroças e os animais também costumam ser decorados com cores fortes. Pushkar tem muitos templos. Um deles (o único na Índia) é dedicado a Brama (criador do Universo) e os peregrinos Hindus vêm banhar-se nas águas do lago, junto ao templo, porque acreditam que isso os pode ajudar a terminar o ciclo de reincarnações, passando directamente para o céu quando morrerem. Os Deuses Vishnu (O Conservador) e Shiva (O Destruitor) são mais populares do que Brama. O Rajastão está na origem das pinturas com “Henna” ou “Mehndi”, cuja tradição está hoje espalhada por toda a Ásia e Norte de África. Por isso esta é a principal região produtora de “Henna”. Em Novembro a Feira de Pushkar recebe um festival que dura cinco dias e que recebe milhares de pessoas. A origem desta festa está no comercio de gado e camelos. São cerca de 25.000 camelos que vêm para ser vendidos, mas também para participar em corridas e provas de força e beleza. Durante o periodo do festival as dunas à entrada da cidade transformam-se num imenso acampamento. As mulheres dançam “Ghoomer”, fazendo rodopiar as saias coloridas e os homens também participam em danças folclóricas sem no entanto se misturarem.




Bengaleses

Bengaleses: Vivem na província indiana de Bengala e no Bangladesh. T~em em comum a mesma estirpe, a mesma língua e a literatura. No que toca a religião os Bengaleses de Bengala Ocidental são Hindus, enquanto os do Bangladesh são muçulmanos. Os Bengaleses das zonas rurais são pescadores e agricultores. Dependem fortemente das cheias do Ganges e do Bramaputra. Calcutá, na Índia é uma das principais cidades dos Bengaleses. É densamente populada, a poluição é forte e as águas, sobretudo na época das monções, é fonte de doenças. Os Bengaleses Hindus adoram muitos Deuses. Por exemplo, Shiva (Deus da destruição) que é identificado com o Ganges. Fazem banhos rituais neste rio e depois as mulheres oferecem flores, incenso e água benta a Shiva. Varanasi é uma cidade sagrada para os Hindus. Todos os dias, ao amanhecer, os devotos descem os degraus (“ghats”) que dão acesso às águas sagradas do Ganges e banham-se. Depois meditam, fazem ioga e dedicam oferendas a Shiva. As grinaldas utilizadas no culto Hindu são vendidas nos mercados, o que dá um colorido bonito ao local. Muitas famílias vivem nas ruas das grandes cidades. No Bangladesh a maioria dos Bengaleses vivem da agricultura (arroz, juta, chá e trigo). A juta é a principal exportação e por isso dá trabalho a uma grande quantidade de pessoas. Serve para fabricar sacas e suportes de tapetes. A juta é deixada a ensopar na água e depois a sua fibra é extraída manualmente do caule. Depois passam por máquinas onde se retiram os restantes vestígios de casca e que amaciam as fibras. Finalmente o fio grosso é transformado em tecido (serapilheira).




Cingaleses

Cingaleses: Vivem no Sri Lanka, a Sul da Índia e partilham o território com os Tâmules. Estes dois grupos étnicos estão em constante conflito, o que dificulta o desenvolvimento do país. Os Cingaleses são Budistas mas com influências Hindus. Os idiomas do país são o cingalês e o tâmul. São sobretudo agricultores, embora hajam algumas indústrias têxteis e de vestuário. O Sri Lanka é o maior produtor de chá do Mundo. As folhas são apanhadas à mão pelas mulheres. Os produtos são transportados de carroça puxada por búfalo. Também produzem borracha, de cuja árvore é extraída a seiva branca (latex), fazendo um sulco em espiral à volta do tronco. Os elefantes selvagens são um problema para os Cingaleses. Por isso por vezes fazem estruturas de madeira com bonecos a imitar pessoas, para os afastar das aldeias e das culturas. Os teatros de marionetas são comuns e representam histórias da Ramayana (epopeia hindu). Em Kandy (foi em tempos capital do Sri Lanka) realiza-se no mês de Verão de Esala, a “Perahera” (procisão) que dura dez dias, com desfiles todas as noites. A povoação está nas colinas do centro da ilha e esta festa chama-se precisamente “Esala Perathera”. Elefantes enfeitados e com luzes, desfilam sendo o mais importante chamado de “Maligawa”. Este transporta um cesto de ouro com um sagrado dente do Buda. Esta festa teve origem em 313DC quando o rei Kit Siri Mevan trouxe o dente da Índia. Bailarinos dançam nesta festa, tal como aprenderam a fazer das gerações anteriores. A casta dos bailarinos já nasceu com essa função e os reis davam-lhes terras em troca da diversão que proporcionavam. Usam mascaras coloridas como as que são feitas em Abalangoda no sul da ilha.




Tibetanos

Tibetanos: Vivem no Tibete. O seu território foi sendo ocupado pela Índia, China, Nepal e Butão, até ser completamente ocupado pela China. São Budistas. As regiões chinesas de “Ngari” e “U Tsang” correspondem à região autonoma do Tibete. A norte dos Himalaias, no planalto do Tibete, vivem aproximadamente um milhão de nómadas. A vida aqui é difícil. Os terrenos não são cultivaveis e por vezes há tempestades muito violentas. Alguns destes nómadas no Inverno procuram outros terrenos com pastagens para os animais. Os animais são a fonte de subsistência destas pessoas. Fornecem alimento, lã, peles e transporte. A lã de caxemira é fornecida pelas cabras e é muito procurada. Os nómadas vivem em tendas feitas de pelo de iaque (grandes animais, peludos e parecidos com bois). Normalmente acampam junto às nascentes de água. Há lagos no planalto tibetano mas a água é salgada. O iaque dá-lhes leite que é fonte importante de alimento e com ele fazem também manteiga que por sua vez é utilizada no seu espesso chá (preto) tradicional. O Budismo chegou ao Tibete no Séc.VIII vindo da Índia. Os mosteiros onde vivem os monges são normalmente bonitos. Os lideres religiosos chamam-se Lamas. Este ramo especial do Budismo (o Tibetano) tem o costume de pendurar bandeiras e de fazer girar moinhos de oração (cilindros que rolam sobre um eixo). Estes moinhos têm inscrições dos mantras, os textos sagrados. São feitos rodar no sentido dos ponteiros do relógio, enquanto recitam os mantras e fazem as suas orações. Nos seus rituais os Lamas fazem soar as “Dung-Chens”, trombetas longas (3 metros) que fazem lembrar o som dos elefantes. As crianças aspirantes a monge, entram para os mosteiros aos 8 anos e fazem a escolaridade dos 18 aos 25 anos. Estudam os ensinamentos Budistas e também poesia, arte e medicina. Após a invasão chinesa, muitos monges foram perseguidos e os mosteiros foram destruídos. Foram quase 30 anos duros para os Budistas que ficaram no território. Actualmente muitos mosteiros foram reconstruídos e a religião ganha novo folgo com a abertura de escolas no Sul da Índia.




Mongóis

Mongóis: Vivem na Mongólia com os montes Altai (neves permanentes) a Oeste e o deserto de Gobi a Sul. É um território de longas estepes com muito poucos habitantes (a maioria vive nas cidades). Fora das cidades vivem os nómadas que se deslocam entre pastagens com os seus animais. A vida nas estepes é difícil e mantem-se igual desde à centenas de anos. O simbolo dos Mongóis é o cavalo. São magníficos cavaleiros e os seus animais são muito robustos. São cavalos pequenos mas rápidos, com pernas musculadas. Têm uma grande resistencia, podendo correr durante horas seguidas. Vivem ao ar livre no duro clima das estepes. Apesar da influencia ocidental, ainda se podem ver as roupas tradicionais. O “Deel” é uma túnica pesada, quente e com uma faixa para a cintura. Os Mongóis têm uma escrita própria mas que foi esquecida durante meio século. Actualmente foi recuperada e faz parte da cultura deste povo. A tradição também passa pelo canto gutural. Os cantores produzem um som que aparenta prolongar a expiração durante vários minutos seguidos. Os nómadas são criadores de cavalos, mas também de iaques, ovelhas, cabras e camelos (duas bossas). Alimentam-se do leite e carne dos seus animais e também de farinha e derivados de leite. Em Julho realiza-se o “Naadam”. O maior festival mongol que dura três dias e durante os quais fazem corridas de cavalos, tiro com arco e luta. Há muita comida, contam-se lendas e cantam-se canções antigas. Nas corridas de cavalos os cavaleiros têm entre quatro e dez anos. O bom cavalo é sempre mais valorizado que o bom cavaleiro. As casas dos Mongóis chamam-se “Ger”. São construídas com uma estrutura de mastros e malha de madeira que assenta num aro. Tudo isto é seguro por correias de couro e esteios. A estrutura é coberta por um feltro branco, grosso e apertado com cordas. As casas têm uma abertura no topo por onde entra luz e ar. Algumas têm no interior móveis pintados de cores vivas. Estas casas são fáceis de transportar e montam-se em meia hora. A porta fica sempre virada a Sul. Mesmo os Mongóis das cidades vivem em “Gers”. Uma das tradições Mongóis é a caça ao lobo. Deslocam-se de moto e caçam com espingarda. Seguem regras que proíbem caçar fêmeas e crias no Inverno.




Yakut

Yakut: Vivem na Sibéria Russa, a região mais fria do hemisfério Norte. A cidade mais fria do Mundo é Verkhoyansk na República de Sakha. São criadores de cavalos e conseguem faze-lo no lugar habitado mais inospito do Mundo. Aqui registaram-se –68ºC, a mais baixa temperatura alguma vez registada. Além dos cavalos, criam também vacas e renas. Os vacalos são animais , obviamente, apadptados a estas duras condições. São muito resistentes, têm pelo denso e uma boa camada de gordura. Alimentam-se livremente da pouca pastagem que encontram, mesmo no Inverno. Servem de transporte aos Yakut, que também usam as suas peles. A região tem diamantes, ouro, prata, carvão, gás natural e estanho, entre outros. Muito vivem da indústria. Os Yakut aquecem as suas casas com a lenha que vem das árvores da floresta boreal. Com estas temperaturas basta um bafejar quente para que a humidade congele de imediato e caia no chão em estado sólido. Por isso é preciso ter muito cuidado com a mínima exposição de quaisquer partes do corpo ao frio. Por exemplo, as vacas são mungidas num local protegido e o leite é deixado num recipiente por alguns minutos até que congele. Depois o bloco é retirado e guardado no estado sólido. Para o beber é preciso depois aquece-lo em casa. Para manter as casas quentes, estas têm sempre duas ou três portas seguidas, separadas por uma área de passagem. Como muitas vezes a água congela nos canos das casas e das condutas públicas, as pessoas procuram um rio para cortarem blocos de gelo que é deixado no exterior. Quando necessitam de água, descongelam um pedaço de gelo ao lume. Quando um cano público rebenta, é normal formar-se uma coluna de gelo no local onde a água derramou.




Padaung

Padaung: Vivem na Birmânia e são menos de 7000. As mulheres Padaung são conhecidas como “Mulheres Girafa” porque têm a tradição de alongar o pescoço. Para isso, aos cinco anos de idade começam a colocar aros no pescoço. Os primeiros são colocados pelo feiticeiro e depois colocam mais um em cada dois anos, até chegarem ao comprimento pretendido, ou seja, 25 cm na idade de se casarem. É uma prática estranha mas atribuida à beleza feminina. O número dos aros e o seu valor, indicam a importancia social na família da mulher.



Iban

Iban: Vivem na Malásia, concretamente na ilha Bornéu, na zona Noroeste, provincia de Sarawak. Chamam-lhes “O Povo das Conghouse”. Floresta tropical densa. Rios labirinticos. Quase 1/3 dos Iban são caçadores, pescadores ou agricultores que cultivam arroz na floresta. Os Iban acreditam na existência de uma ave que é mensageira dos espíritos e que se chama “Calau”. A província de Sarawak é conhecida por “Terra do Calau”. Apesar de ainda praticarem rituais tradicionais, a maioria dos Iban já foram convertidos ao Cristianismo.




Haúças

Haúças: Falam um idioma com o mesmo nome. Vivem no Norte da Nigéria, em zona de savana. São um povo muito alto, com sangue “Fula”, que vive do pastoreio de cabras e camelos e também de alguma agricultura. As suas casas são feitas de tijolo de lama e paus e cobertas com folhas de bananeira. São depois rodeadas de um muro pela altura do peito, deixando espaço para um pátio onde cozinham, comem, convivem e onde mantêm também as suas pequenas hortas. Os animais domésticos circulam livremente pelos pátios. São muçulmanos, muito crentes em Ala. As aldeias têm uma mesquita que é a maior cada da aldeia. O seu maior inimigo são as hienas que por vezes atacam os seus rebanhos e até as suas crianças. Autoproclamam-se “O povo da savana”. São amistosos e gostam do convívio com viajantes. A aldeia tem um poço comunitário onde as mulheres contam histórias enquanto tiram a água de que necessitam para o dia-a-dia. O barbeiro é considerado o sábio da aldeia. A profissão é passada de geração em geração. Escuta os problemas de cada um e dá conselhos, normalmente baseados no bom senso. É também ele quem por vezes faz as circuncisões. É uma prática religiosa entre muçulmanos e comum a outras religiões. As mulheres têm muitas vezes a tarefa de tecer esteiras, que depois vendem para complementar o orçamento familiar. Na família, as meninas mais velhas têm a tarefa de cuidar dos irmãos mais novos. Os rapazes não têm tarefas atribuídas. Só os elementos do sexo masculino têm autorização para opinar sobre os problemas familiares do dia-a-dia. E quando se consulta uma mulher mais velha, isso nunca é referido. As mulheres casam muito cedo e quando isso não acontece, é uma preocupação para a família. O marido oferece um dote aos pais da noiva. O primeiro filho deve nascer na casa da mãe da mulher. O trabalho de parto faz-se com a mulher deitada sobre uma folha de bananeira, com a mãe e as velhas da aldeia a ajudarem. O pai só pode ver o filho, decorridos 7 dias após o seu nascimento. Nessa altura atribui-lhe um nome. Quando o marido está farto da mulher, pode repudia-la. O que significa que esta tem de voltar a viver com os pais. Isto é considerado uma grande vergonha para a família. Se uma mulher engravida sem estar casada, corre o risco de ser condenada por adultério. A pena para estes casos é a morte por lapidação (apedrejamento).




Chukchi

Chukchi: Vivem na Sibéria Russa, no extremo Nordeste. O termo “Chukchi” significa “rico em renas”. Este povo fala russo, embora ainda existam alguns que falam Chukchi. Nesta região também vivem outros povos. Os Chukchi dividem-se entre dois grupos que trocam produtos entre si. Os “Chukchi costeiros” são pescadores sedentários e os “Chukchi do interior” são criadores de renas, nómadas, deslocando-se no Verão e no Inverno à procura de pastagens. No Inverno podem ser encontrados na floresta boreal. Os Chukchi costeiros, além da pesca, também caçam focas e morsas. Os seus barcos tradicionais (“Umiak”) são feitos com uma estrutura de madeira que cobrem com pele de morsa. Os barcos têm 3 a 9 metros e muitas vezes, durante o Inverno, têm de ser arrastados pelo gelo até encontrarem água. Consideram cinco estações no ano e o Inverno (“Leleng”) ainda é dividido em três periodos. Esta divisão tem a ver com mudanças do nascer e por-do-sol, da quantidade de mosquitos e do estado da neve. Os Chukchi são animistas. Por isso atribuem forças espirituais a animais e objectos, pelo que têm muitos rituais que cumprem no dia-a-dia. Acreditam que um animal que tenham caçado, só o conseguiram porque este se deu ao caçador. Por isso respeitam o seu espírito, muitas vezes tratando o animal como se ainda estivesse vivo. Tradicionalmente são escultores que trabalham em dentes de morsa ou baleia. Esculpem histórias, mitos e lendas que normalmente envolvem animais selvagens. Os xamãs usam tambores para comunicar com os espíritos. Por vezes entram em transe durante os seus rituais. Fazem bonecos de madeira e pele de rena que são idolos de protecção para as renas.




Fulas

Fulas: Agricultores nómadas do Norte da Nigéria. Por vezes visitam as terras dos Haúças à procura de novas pastagens para o seu gado.




Huilas

Huilas: São do distrito da Huila concelho do Lubango (Sá-da-Bandeira). Vestem panos muito coloridos (samacacas) sem uma cor especifica, podendo compor várias cores. Tapam apenas o ventre com uma tanga "Tchitate". Usam colares de missangas que cobrem todo o peito e sobretudo o pescoço. Fazem efeitos no cabelo com pedaços de cana que enchem de cabelo e um preparado de "gunde" (cebo de boi derretido e misturado com outros produtos), o que lhes dá um odor muito forte e desagradável para quem não está habituado. Nas pernas usam pulseiras "tchinungas" que vão até acima do tornozelo e que fazem soar durante as suas danças tradicionais. Os "Muilas" são pastores (vacas, cabras, galinhas e porcos). Também são agricultores. Cultivam milho ("mapungo"), feijão ("tchipoque"), abóboras ("matangas") e couve ("macouve"). Para calçar, fazem sandálias com pedaços de pneu que cortam de forma singular de maneira a que do mesmo pedaço consigam fazer todas as componentes da sandália. Chamam a estas sandálias "Noncacus". Vivem aglumerados a que chamam “sanzalas”, em casas feitas de paus, barradas com barro e cobertas de capim. O formato é redondo. Cada tribo tem um chefe, designado por "soba".




Rastafari

Rastafari: Mais do que um estilo de vida, trata-se de uma religião que nasceu na Jamaica e que segue o imperador Haile Selassie da Etiópia (“Ras Tafari” é o seu nome de batismo), que acreditam ser o messias. Acreditam também que um dia regressarão à terra natal. Os Rastafari deixam crescer o cabelo que enrolam em longas tranças e “transportam” dentro de boinas largas. As suas cores são o vermelho, o amarelo e o verde. A maioria das maiores cidades desta região são construídas por antigos edifícios e grandes monumentos públicos, alguns deles remontam ao tempo dos primeiros colonos. As Antilhas são ilhas de beleza indescritível. Como é o caso de Cuba. Praias de areia muito branca, plameiras e um serviço atencioso ao turista nas unidades hoteleiras. Mas a calma habitual pode ser de um momento para o outro transformada no caus por um dos muitos furacões ou outras perturbações climáticas que afrontam frequentemente a região. A música faz parte da vida destes povos. Da “Ranchera” na América Central, à “Rumba”, “Calypso” ou “Raggae” das Índias Ocidentais. O críquete é muito apreciado nas Índias Ocidentais. Foi introduzido pelos colonos Britânicos. A região é rica em frutas de muitas cores, aromas e sabores. Também abundam os legumes, que são vendidos em mercados de rua. As festas católicas são sempre muito solenes e os rituais incluem ruas cobertas de um atapetado de serrim pintado.




Himbas

Himbas: Vivem no Norte da Namíbia, na região de Kaokoland e são nomadas, pastores de vacas e cabras. Podem ser encontrados ao longo do rio Cunene. Vivem de forma tradicional e por isso, à margem do Mundo moderno. Têm sobrevivido a guerras e secas, mas a ameaça maior está para chegar com a construção de uma barragem que irá inundar a grande parte dos seus tradicionais terrenos de pasto. Himba (ou Ovahimba), é frequentemente traduzido como "os do rio", "os que se pavoneiam", “aqueles que pedem as coisas” ou ainda, os "mendigos". Vivem relativamente bem, graças aos seus animais (bovinos, cabras e carneiros). Os missionários conseguiram cristianizar os Herero, mas nunca conseguiram convencer as mulheres Himba a cobrir o peito. São animistas. Os antepassados são considerados como vivos mas sob outra forma, interessando-se pelos negócios dos mortais e servindo de mensageiros entre os seus descendentes e Deus. Vivem em pequenas povoações rodeadas de paliçada de paus, que protege o gado domestico dos animais selvagens. Vivem em pequenos clãs (cerca de 50 pessoas), bem organizados. Chamam “kraals” às povoações fortificadas. Há muito que deixaram de ser caçadores e de colher produtos da natureza. São semi nómadas, abandonando a aldeia por alguns meses e regressando quando os pastos ficam novamente verdes. São sociedades matriarcais em que as mulheres transmitem os direitos de propriedade e de herança. As mulheres revestem o corpo com pomadas feitas à base de manteiga, cinza e hematite (minérios de ferro). Tratam do cabelo com cuidado, fazendo tranças que identificam o seu estado civil. Mantêm relações sexuais livres, partilhando o parceiro com as suas colegas. Produzem jóias e correntes com que adornam a pele de cor ocre. Só as mulheres podem comer o fígado da cabra que é considerado como oferta em sacrifício.




Mestiços e Latinos da América Central

Mestiços e Latinos da América Central: Entre a América do Norte e a América do Sul há uma faixa estreita que é a América Central. Aí vivem sobretudo mestiços e latinos que resultam da mistura de habitantes originais com descendentes de imigrantes. O Canal do Panamá é uma das fontes de trabalho nesta região. Levou 34 anos até ficar terminado e durante esse periodo morreram mais de 30.000 trabalhadores. A actual população resulta da mistura de escravos vindos de África, com habitantes do Caribe.





Crioulos das Antilhas

Crioulos das Antilhas: Inicialmente os habitantes originais das Índias Ocidentais eram “índios caraíbas” (daí o nome do mar). Mas hoje pouco resta desse povo. Actualmente a grande maioria dos habitantes são crioulos que descendem de filhos de colonos e escravos vindos de África. O termo “crioulo” é atribuido aos descendentes de Europeus que vivem nas Índias Ocidentais francesas, como Stª. Lúcia, Martinica, Guadalupe, Dominica e Haiti. A cultura crioula é muito colorida. Haiti: Ver a Catedral, em Port-au-Prince, pintada de cor-de-rosa vivo. Toda a cidade é muito colorida, o que reflete bem a cultura do crioulo. Autocarros pintados, chamados “tap-taps” que devem o nome ao facto das pessoas baterem nas paredes do autocarro quando querem avisar o condutor de que chegaram ao seu ponto de paragem. Estes coloridos autocarros vão muitas vezes apinhados de gente e com música alta sempre a tocar. Vestir: O crioulo veste ao estilo europeu, mas acrescenta a cor africana. No que respeita a idioma o crioulo é uma mistura de palavras francesas ou derivados do francês, com a maneira de estruturar o discurso à maneira africana. Religião: Nas Índias Ocidentais francesas a religiosidade vive-se intensamente. O catolicismo e as suas festas, convivem com o “vodum” (que não é o mesmo que o “voodoo”). Mercado ao ar livre: Nas ruas as mulheres vendem de tudo um pouco. O colorido e a confusão destes “mercados” são em tudo semelhantes aos que se podem encontrar em África. Música: Os crioulos são muito musicais. “Zook” e “Beguine” na Martinica e Guadalupe, “Meringué” no Haiti e Dominica. O “Jazz americano” com a influencia dos sons das caraíbas é dos estilos mais ouvidos. Jogos: O Dominó é um dos jogos mais populares. A maioria das ilhas é de origem vulcânica. Relevo acentuado com praias de areia branca e água de azul turquesa, que ajudam no desenvolvimento do turismo. Festas: O Carnaval é levado a sério. Começam os preparativos em Janeiro e a festa vai até à Quaresma.
(Martinica e Guadalupe)




Tailandeses

Tailandeses: São quatro os principais grupos. Os do Centro, do Laos, do Norte e do Sul. São 62 milhões e descendem dos chineses da provincia de Yunnan. São governados pela monarquia. Seguem maioritariamente a religião budista. Têm uma cultura própria. A capital dos Tailandeses, Banguecoque é uma cidade movimentada e com um transito caotico. Os taxis baseados em motos de três rodas (os “Tuk-tuk”) são caracteristicos desta região. Banguecoque tem muitos canais repletos de barcos que vendem de tudo. Trata-se por isso de um mercado flutuante em que praticamente todos os barcos são conduzidos por mulheres que os levam pela força do remo. As mulheres vestem-se com uma túnica azul e usam chapeu (“Muak ngob”). A tradição do tratamento da seda é antigo. Os tecidos são muito coloridos e de padrões bonitos. Os templos budistas são bonitos mas os crentes normalmente preferem rezar em casa, onde constroem os seus próprios altares com a imagem do Buda. Nos templos sentam-se no chão porque nunca devem ter a cabeça num plano mais alto que o Buda ou que qualquer monge. Os monges vestem-se com uma túnica cor-de-laranja. Em torno das cidades há pequenas aldeias de agricultores que se juntam em grupos familiares ou clãs. São governados por um chefe e um concelho. Cada clã tem as suas tradições e pode ser indentificado pela forma de vestir dos seus membros. Todas as aldeias têm o seu local de culto e reunião (“Wat”). As aldeias juntam-se em grandes comunidades para se entreajudarem. A nível desportivo, praticam o “Muay Thai” (box tailandês), uma arte marcial muito popular. Antes de iniciarem o combate os lutadores dançam ao ritmo de uma música característica. Horam o treinador, o “Muay Thai” e a família. O combate é duro e os lutadores envolvem as mãos em panos, apenas para se protegerem. Os Tailandeses do Norte são os “Akha”. Vivem na montanha e podem ser reconhecidos pelo toucado decorado com bolas de prata e contas coloridas, usadas pelas mulheres. Os “Yao” podem ser reconhecidos pelo turbante preto, usado pelas mulheres. Vestem também uma túnica comprida (preta), uma gola felpuda e vermelha e umas calças bordadas com padrões finos e coloridos. A tradição dos bordados está muito enraizada entre os “Yao”.



Brasileiros

Brasileiros: O maior país da América do Sul é constituido por 26 estados e um distrito federal e tem também a maior população da América do Sul. Dizem que o nome do país vem da palavra “brasa” e que se referia à cor vermelha do pau-brasil. 80% da população é urbana. É uma mistura de raças. Originalmente Portuguêses e Africanos e depois imigrantes do médio e extremo oriente. Os bairros de luxo convivem lado-a-lado com os bairros de lata (favelas, normalmente nas encostas que ladeiam as grandes cidades). As favelas são controladas por marginais traficantes de droga que se juntam em “gangs” muito violentos. Da favela descem os trombadinhas, verdadeiras ordas de miudos, que “varrem” as ruas à procura de qualquer oportunidade para assaltar os mais incautos. Todos os brasileiros vibram com o futebol. Em qualquer canto se joga futebol. Nas favelas, nas calçadas das cidades e sobretudo na praia, como é caso do Rio de Janeiro onde a praia é iluminada à noite para que se possa jogar durante as 24 horas do dia. Por isso aqui se “fabricam” dos melhores jogadores do Mundo. O futebol foi introduzido por escoceses no fim do Séc.XIX. O carnaval é outra das grandes paixões do país. Toda a gente vem para a rua numa grande festa. O sambódromo do Rio de Janeiro é o mais famoso. Os bairros da cidade gastam muito dinheiro nos seus carros e fatos alegoricos e centenas de pessoas trabalham com dedicação durante todo o ano, para mostrarem os resultados no carnaval. O Brasil é o maior produtor de café do Mundo. Curitiba, no Sul (Estado do Paraná), é exemplo de qualidade de vida e protecção ambiental. É uma cidade muito cultural, onde se ouve jazz e música clássica. A população tem muitos descendentes de alemães, por isso há muita gente loura. Os Brasileiros são por regra festeiros e descontraídos.




Baianos

Baianos: Vivem no Nordeste do Brasil, junto à costa. Esta faixa de terrenos férteis foi onde os portugueses estabeleceram colónias nos Séc.XVI e XVII. Foram trazidos escravos de África para trabalhar nas plantações de tabaco, café e cana-de-açucar. Em 1888 a escravatura foi abolida e os descendentes destes negros vivem na provincia da baía. Salvador da Baía já foi a capital do Brasil. O bairro do pelorinho ainda tem os postes onde os escravos eram chicoteados. Hoje a cultura da região tem muito da cultura africana. E esse é um forte motivo para a atracçãode turistas. No carnaval vêm para a rua cerca de 3 milhões de pessoas (muitos dos quais, turistas), para fazerem aquela que é a maior festa de rua do Mundo. Entram na festa muitos grupos com intrumentos de percurssão, os chamados “blocos afrós”. No mercado podem ver-se pilhas de cana-de-açucar que é apanhada da mesma forma que o era pelos escravos. A cozinha tradicional da Baía é feita com as mãos (acreditam que assim passam a energia da pessoa que confecionou), utilizando produtos locais (há sobretudo muito peixe e marisco) e métodos antigos que vêm de África. O “Candomblé” é uma religião que mistura as crenças africanas com as práticas Cristãs. Os escravos eram proibidos de praticar a fé que traziam de África e por isso disfarcavam-na com rituais católicos. Desta mistura nasceu o Candomblé que actualmente faz parte integrante da cultura Baiana. Os “Orixás” são os Deuses africanos. Como é o caso de “Xango” (”orixá” do fogo) que é representado por algo a arder. Os rituais do candomblé são sempre acompanhados de danças frenéticas com algumas pessoas a entrar em transe. “Omolú” é o “orixá” dos doentes (no tempo dos escravos era associado a São Lázaro, Santo Católico). É representado por uma pessoa coberta de palha. A “Irmandade da Boa Morte” é uma sociedade de mulheres (com mais de 40 anos) que realizam procissões, danças e festejos na rua. O branco é a cor do Candomblé. A capoeira também faz parte da cultura Baiana e também resulta de um disfarce dos antigos escravos para poderem treinar uma forma de lutar. Disfarcavam os seus treinos de dança e assim a capoeira tornou-se uma arte marcial dançada em que os participantes dão grandes saltos em rotação, mortais e projecções.




Argentinos

Argentinos: A influência espanhola sobrepõe-se à das origens ameríndias. São católicos romanos. Mais de 1/3 da população vive em Buenos Aires e quase 90% vive nas cidades. É o segundo maior país da América do Sul. A maioria da população é hispânica mas há pequenas comunidades francesa, japonesa, polaca e judia e ainda uma comunidade relativamente grande de italianos que descendem de imigrantes que para ali foram no final do Séc.XIX e XX. O nome do país deriva de “argentum” (significa “prata”) que se pensava ali existir quando se começou a explorar o país. O “Bandonón” é uma concertina grande (inventado em 1830), instrumento nacional e elemento fundamental no tango. Pensa-se que o nome deriva de “Band” (antigo comerciante de instrumentos) com “acordeón”. São os “Bandoneonistas” quem o tocam. O Tango nasceu nos bairros de Buenos Aires (início do Séc.XX) e daí partiu para todo o Mundo. É uma dança sensual e muito bonita. A Argentina produz bons vinhos e a melhor região é a de Mendonza. Mas o grande contributo para a economia do país é a carne de vaca. Aqui se comem os melhores bifes do Mundo. Em churrasco (“asado”) e ao gosto dos locais, bem passada. O gado é criado nas “pampas” por “gauchos” (cavaleiros nomadas) que são um simbolo nacional, como os “cow-boys” o são para os americanos. O “Barrio de la Boca” (bairro da foz) fica na zona Sudeste de Buenos Aires, na foz do rio Riachuelo. É um bairro histórico de casas de madeira e placas de estanho, pintadas de cores primarias e ruas empedradas. Foi inicialmente o bairro italiano onde se adoptou o costume do porto de Génova que consistia em aproveitar os restos da tinta com que se pintavam os barcos, para pintar também as casas. Hoje o bairro é habitado por artistas e boémios que fazem questão em manter esta tradição, pelo que este é certamente dos mais coloridos bairros do Mundo.




Finlandeses

Finlandeses: Vivem na Finlândia, no Norte da Europa. Esta é uma região muito fria, sobretudo no Inverno. Entre 21 de Junho e 22 de Dezembro há menos de 4 minutos de uz solar por dia. No verão, quando o sol aparece, fazem-se festas. A Finlândia tem muita floresta (3/4 do país) e os finanlandeses preocupam-se bastante com a protecção da natureza. A Finlândia já pertenceu à Suécia e a à Russia. São um povo que adopta facilmente a tecnologia (país com maior número de telemóveis por habitante). A grande fonte económica deste povo é a floresta. Gostam de caçar e pescar. Apreciam os desportos na neve (que abundam nesta região) e regra geral procuram manter a boa forma física. O desporto nacional é o “pesapallo” (parecido com o basebol). Em Março o “hiihtolomaviikko” são as férias do esqui. Vão todos para a floresta esquiar ou andar de mota de neve. À noite acampam e fazem churrascos. Toda a família está muito adaptada à vida na neve. No Solstício de Verão fazem uma grande festa (“Juhannus”). Vão para o campo, celebrando a natureza. As cidades são decoradas de lilás e vidoeiro. Acendem grandes fogueiras (“kokkos”) para afastar os maus espíritos. São grandes adeptos da utilização das saúnas (existem mais de 1.700.000 saúnas – quase todas das casas têm uma). O nome saúna é finlandês, embora esta não tenha sido ali inventada. As saúnas públicas são um bom espaço para socializar. Aquecem pedras que depois são salpicadas de água para libertarem vapor. As pessoas suam, abrindo os poros e por vezes algumas saem directamente da saúna para um revigorante mergulho na água gelada ou na neve. Um acto de coragem que, segundo dizem, desperta corpo e alma. No último dia de aulas de cada ano, faz-se uma grande festa para os finalistas dos cursos superiores. Estes podem ser identificados pelo boné branco e pelas rosas vermelhas que usam nesse dia.




Espanhois

Espanhois: Vivem em Espanha, no Sul da Europa. Este reino foi formado no final do Séc.XV pela união matrimonial dos reinos de Aragão e Castela. Nas 17 regiões há quatro grupos étnicos (oficiais) e falam-se quatro idiomas (Castelhano, Catalão, Galego e Basco). Cada grupo tem uma cultura distinta. Os espanhois receberam fortes influências culturais das civilizações antigas que os governaram (sobretudo Romanas e Mouras). Em Abril a cultura andaluz pode ser vista em todo o seu esplendor na feira anual de Sevilha. Há muitas festas e nas ruas há muitos cavaleiros vestidos com fatos tradicionais. Há uma cultura transversal a todos os grupos étnicos que é a das “tapas”. São pequenos pratos dos mais variados tipos de comida (azeitonas, lulas, cogumelos, peixinhos, etc.) que acompanham a cerveja. Tradicionalmente eram gratuitas mas agora são pagas e passaram também a ser um pouco mais sofisticadas no que toca à confecção. Os Espanhois jantam tarde e por isso, depois de sairem do trabalho, por vezes juntam-se em pequenos grupos para umas “tapas”. Os Espanhois vivem algumas tradições com muita intensidade. As mais fortes são de origem católica romana. Por todo o país fazem-se anualmente mais de 3000 festas religiosas. Em Tarragona faz-se uma festa onde há a tradição do “Castell”, palavra Catalã que significa castelo. Grandes grupos de homens juntam-se para construirem pirâmides humanas, subindo por níveis, para cima dos ombros uns dos outros. Devem ter pelo menos oito andares. Os “Castellers” de baixo devem sustentar os que sobem. Em Agosto, na última quarta-feira do mês, em Buñol, perto de Valência, relaiza-se a “Tomatina”. A festa junta mais de 30.000 pessoas, atraindo muitos turistas. Mais de 120.000 Kg de tomate serve de munição para uma guerra que começou nos anos 40 com uma brincadeira de crianças. No fim da festa as ruas são um mar de polpa de tomate. Os Catalãos (Nordeste) fazem uma festa onde dançam a “Sardana”. Juntam-se em grandes rodas, dando as mãos que levantam em conjunto. Na Galiza (Noroeste) há a tradição das gaitas-de-foles. Uma herança que vem dos antigos povos Celtas que ocuparam a região, acabando depois por se fixarem na Escócia e Irlanda. Na Andaluzia (Sul) a tradição é a do “flamengo”. Uma dança elegante, acompanhada de castanholas e música ritmada de guitarra acustica. Os Bascos (Espanha e França) falam o “Euskara”, uma língua que não tem qualquer relação com outra lingua europeia e de que não se conhece a origem.




Islandeses

Islandeses: Vivem na Islândia (ilha vulcânica do Atlântico Norte). Toda a energia que utilizam é geotérmica. Praticamente não existe poluição. Os alimentos também não têm quimicos. No Inverno não há dia e no Verão não há noite. São sobretudo pescadores (bacalhau, arenque, peixe-vermelho, camarão, etc.). Têm uma relação forte com a água. Todos sabem nadar. Aproveitam o calor das rochas vulcânicas para cozinhar (por exemplo, na ilha de “Heimaey”) e também para aquecer as águas das piscinas, como é o caso do “Spa” “Lagoa Azul”, junto à central geotérmica de “Svartsengi”.




Celtas

Celtas: Vivem nas ilhas Britânicas (Escócia, Irlanda e País de Gales). As linguas celtas (gaélico) são o irlandês, o escocês e os dialectos da Cornualha e Ilha de Man. O galês é a lingua do País de Gales. Mas qualquer uma destas linguas é actualmente muito pouco falada. As danças tradicionais, os jogos das terras altas (“Highlands”), como o lançamento do tronco e do martelo, os trajes e a gastronomia, como o “haggis” (estômago de ovelha recheado) e ainda a arte da tecelagem de tartâs (panos com padrões de xadrez) com que se confecionam os “kilts” (saias para homens escoceses), fazem todos parte da cultura dos Celtas.




Ingleses

Ingleses: Vivem na Inglaterra que é parte integrante da Grã-Bretanha e que por sua vez faz parte do Reino Unido. São actualmente uma enorme mistura de várias nacionalidades e culturas (Normandos, Dinamarqueses, Viquingues, Celtas e mais recentemente, imigrantes de todos os pontos do Mundo em que a Inglaterra teve colónias). São amantes de desportos como o críquete e o futebol. Os Ingleses normalmente socializam nos “pubs”. As universidades são de prestígio internacional, como é o caso de Cambridge. São um povo combativo e que sabe sofrer com dignidade, como a história tem provado, nas guerras em que se têm envolvido. O carnaval de Notting Hill em Londres é um evento que envolve mais de um milhão de pessoas de todas as raças.




Escandinavos

Novo Escandinavos: Vivem na Escandinavia que engloba alguns países do Norte da Europa (Noruega, Suécia e parte da Finlândia, embora normalmente usem o termo para referir a Noruega, Suécia e Dinamarca e por vezes incluem também a Islândia e a Finlândia). As deslocações na neve acabaram por se tornar num desporto para os escandinavos. É comum a prática de pesca no gelo. Abrem um buraco no gelo e é aí que pescam. Há uma tradição para os suecos e noruegueses, dedicada a Santa Lúcia, em que no dia 13 de Dezembro a filha mais nova da família, leva o pequeno-almoço aos país, vestida de branco, com uma faixa vermelha e uma coroa de folhas com velas. O significado deste ritual tem a ver com o simbolismo da luz nos Invernos escuros. A qualidade de vida é boa e têm uma boa assistência social. São muito respeitadores do ambiente. Na Dinamarca, sobretudo em Copenhaga, a bicicleta é um meio de transporte muito apreciado. Pessoas de todos os estratos sociais usam-nas para se deslocarem.



Posted by DJ BURP | às 16:29 | 0 comentários