DROGAS NA GRAVIDEZ
DROGAS E GRAVIDEZ
Poucas doenças maternas justificam o uso de remédios durante a gestação. Pode-se citar o diabete (açúcar em excesso no sangue), hipertensão (pressão alta) e a epilepsia (ataques, convulsões). A consulta médica é importante durante toda a gravidez, tanto para prevenir problemas, como para tratar as doenças já conhecidas.
Por outro lado, existem drogas que são usadas socialmente ou ilegalmente, sem que a mulher saiba que está grávida ou por não saber que estas fazem muito mais mal para o bebê do que para ela própria.
CIGARRO (Fumo e Tabaco)
A nicotina do tabaco tem um efeito importante sobre o crescimento do bebê dentro do útero. O hábito de fumar da mãe é uma causa bem conhecida de retardo no desenvolvimento do feto.
Além disto, fumar 20 ou mais cigarros por dia aumenta o risco de parto prematuro (nascer antes do tempo) e da criança nascer com baixo peso.
Por outro lado, em fumantes que deixam de fumar antes da gravidez ou logo no início desta, nenhum destes efeitos aparece.
ÁLCOOL
Os problemas produzidos pelo álcool ocorrem desde o início até o final da gravidez e podem variar em gravidade, dependendo da quantidade de bebidas alcoólicas ingeridas pela mãe.
Pode ocorrer retardo do crescimento, com crianças de baixo peso ao nascer ou com malformações mais ou menos graves, conhecidas como Síndrome Alcoólico-Fetal. As malformações podem ocorrer no crânio e/ou na face e são acompanhadas de retardo de desenvolvimento psicomotor (a idade mental da criança é menor do que a idade real).
CALMANTES
Dependendo do período da gravidez, do tempo de uso e da dose, os calmantes podem produzir efeitos diferentes. Quando a mãe usa estes remédios nos primeiros meses da gravidez, malformações podem ocorrer na boca, tais como lábio leporino e pálato fendido (goela de lobo). Nos casos em que a mãe usa calmantes por muito tempo (até o fim da gestação) a criança pode apresentar, depois que nasce, uma síndrome de abstinência, caracterizada por tremores, irritabilidade (muito chorosa), inquietação, respiração acelerada e vômitos. Por outro, o uso de benzodiazepínicos nos dias que antecedem o parto fazem com que o recém-nascido fique com atividade diminuída, demorando para respirar e chorar, com hipotonia (corpo mole) e com pouca força para mamar.
SOLVENTES OU INALANTES
O problema do contato com essas substâncias está presente na vida de muitas mulheres, e é muito importante, tanto naquelas fazem uso abusivoquanto naquelas que trabalham em ambientes com altas concentrações dessas subtânias no ar que é respirado. O tolueno contido em muitos produtos gráficos ou colas de sapateiro é um agente altamente teratogênico que, pelo contato freqüente, pode levar a abortos de repetição.
COCAÍNA
O uso de cocaína por gestantes vem aumentando. Os recém-nascidos destas mães podem apresentar baixo peso, malformações físicas ou problemas neurológicos. As malformações podem ser microcefalia (cabeça muito pequena, por pouco crescimento do cérebro) e anormalidades da retina. As crianças podem sofrer morte súbita enquanto pequenas ou podem ter dificuldade de aprendizado por toda vida.
Como o tabaco, mas em muito maior grau, a cocaína também diminui o fluxo de sangue para o feto, que terá baixo peso ao nascer. Também pode ocasionar pressão alta na mãe ou nascimento prematuro por deslocamento da placenta ou contrações uterinas precoces.
Quando esta droga é utilizada de forma injetável, existe o risco de que a mãe tenha se contaminado pelo vírus do HIV e pode existir transmissão da SIDA (AIDS) para o feto.
MACONHA
O uso de maconha durante a gravidez pode causar efeitos extremamente variáveis sobre o feto, dependendo da quantidade e freqüência do uso da droga. Menor duração da gestação e crianças com baixo peso ao nascer podem ser algumas das complicações. Em animais foram vistas complicações teratogênicas.
RECOMENDAÇÕES ÚTEIS PARA GRÁVIDAS OU FUTURAS GESTANTES
- Não use álcool, cigarro, solventes (loló), maconha, cocaína ou qualquer outra droga durante a gravidaz.
- Se você está planejando ficar grávida, suspenda o uso de qualquer droga.
- Não use remédios por conta própria durante a gravidez. Consulte antes um médico e só tome os remédios que ele receitar.
- Procure seu médico para fazer, no mínimo, seis consultas antes do bebê nascer.
- Caso consulte outro médico ou vá ao dentista, informe-os de que está grávida.
- Não pare de usar medicamentos para diabete, epilepsia ou pressão alta (hipertensão arterial sistêmica) sem antes consultar o médico. A parada súbita destes tratamentos pode ser muito prejudicial para a mãe e para o bebê.
Defeitos de Nascença
Genética, consumo de álcool, drogas e cigarro
Genética, consumo de álcool, drogas e cigarro
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Alterações em genes simples, grupos de genes ou em cromossomos inteiros podem algumas vezes causar defeitos de nascença. Essas alterações genéticas podem acontecer somento no bebê ou podem ser passadas para ele pelos pais. Algumas vezes há outros membors na família com o mesmo defeito de nascneça, porém nem sempre. Em alguns casos, a mãe ou o bebê podem ser facilmente afetados por fatores externos que causam defeitos de nascença. Nesse caso, genes e ambiente funcionam em conjunto para causar defeito de nascença.
Álcool pode causar defeitos de nascença?
A exposição pré-natal ao álcool pode causar uma variedade de desordens, conhecidas como "espectro de desordens causadas pela síndrome do alcoolismo fetal" (FAS). A síndrome do alcoolismo fetal é a principal causa prevenível de retardamento mental e defeitos de nascença. Se a mulher ingerir álcool durante a gravidez, seu bebê pode nascer com síndrome do alcoolismo fetal, uma condição que pode causar incapacitações físicas e mentais. Pessoas com síndrome do alcoolismo fetal podem ter problemas de aprendizado, memória, atenção, comunicação, visão e audição. A síndrome do alcoolismo fetal é uma condição permanente que afeta todos os aspectos da vida da pessoa e seus familiares.
A exposição pré-natal ao álcool pode causar uma variedade de desordens, conhecidas como "espectro de desordens causadas pela síndrome do alcoolismo fetal" (FAS). A síndrome do alcoolismo fetal é a principal causa prevenível de retardamento mental e defeitos de nascença. Se a mulher ingerir álcool durante a gravidez, seu bebê pode nascer com síndrome do alcoolismo fetal, uma condição que pode causar incapacitações físicas e mentais. Pessoas com síndrome do alcoolismo fetal podem ter problemas de aprendizado, memória, atenção, comunicação, visão e audição. A síndrome do alcoolismo fetal é uma condição permanente que afeta todos os aspectos da vida da pessoa e seus familiares.
Cigarro pode causar defeitos de nascença?
Um mulher que fuma cigarro durante a gravidez tem maiores chancer de ter bebê prematuro, pequeno, ou natimorto. Se a mulher fumar durante a gravidz também haverá risco maior do bebê morrer durante o primeiro ano de vida. Alguns tipos de defeitos de nascença foram relacionados a mulheres que furmaram durante a gravidez.
O consumo de drogas pode causar defeitos de nascença?
Mulheres que consomem drogas podem ter bebês pequenos, prematuros ou com defeitos de nascença. Mulheres que usam cocaína durante a gravidez têm mais chances de ter bebê com defeito de nascença nos membros, rins, intestino, sistema urinário e coração. Outras drogas, como maconha e ecstase, também podem causar defeitos de nascença. Mulheres não devem consumir drogas durante a gravidez. Também é importante não consumi-las depois do parto uma vez que elas podem passar para o bebê através do aleitamento e afetar seu desenvolvimento.
A MMR e outras vacinas podem causar defeitos de nascença?
A MMR é uma vacina para rubéola, sarampo e caxumba. Se a mulher contrair um desses virus durante a gravidez pode ter um aborto espontâneo ou bebê com defeitos de nascença. A MMR, como algumas outras vacinas, é feita com virus vivos porém enfraquecidos. Uma vez que esses virus estão vivos existe a probabilidade pequena que eles possam casuar danos ao feto. Por esse razão, mulheres que estejam grávidas não devem tomar a MMR ou outra vacina a menos que estejam sob alto risco de contrair doença séria sem ela. A mulher grávida deve conversar com o médico sobre os riscos e benefícios da vacinação. A mulher que for vacina e descobrir que está grávida também deve conversar com o médico. Vacinas feitas com virus mortos -- como as para tétano e hepatite -- não causam infecção nem danos ao feto.
Uso de Drogas Durante a Gravidez
A maioria das mulheres grávidas faz uso de algum tipo de droga (medicamento ou drogas lícitas ou ilícitas). Os Centers for Disease Control and Prevention e a Organização Mundial da Saúde estimam que mais de 90% das mulheres grávidas fazem uso de medicamentos controlados ou de venda livre, drogas sociais (p.ex., tabaco e álcool) ou drogas ilícitas.
Os medicamentos e as drogas são responsáveis por 2 a 3% de todos os defeitos congênitos. A maioria dos outros defeitos congênitos tem causa hereditária, ambiental ou desconhecida. As drogas passam da mãe para o feto sobretudo basicamente através da placenta, a mesma via utilizada percorrida pelos nutrientes para o crescimento e desenvolvimento do feto.
Na placenta, as drogas e os nutrientes presentes no sangue da mãe atravessam uma membrana fina, a qual separa o sangue da mãe do sangue do feto. As drogas que uma mulher utiliza durante a gravidez podem afetar o feto de várias maneiras:
- Atuando diretamente sobre o feto, causando lesão, desenvolvimento anormal ou morte
- Alterando a função da placenta, geralmente contraindo os vasos sangüíneos e reduzindo a troca de oxigênio e nutrientes entre o feto e a mãe
- Causando contração forçada da musculatura uterina, lesando indiretamente o feto através da redução de seu suprimento sangüíneo.
Como as Drogas Atravessam a Placenta
Na placenta, o sangue materno passa pelo espaço (espaço interviloso) que envolve os vilos (projeções diminutas) que contêm os vasos sangüíneos do feto. O sangue materno que se encontra no espaço interviloso é separado do sangue do feto que se encontra nos vilos pela membrana placentária (uma membrana fina). As drogas presentes no sangue da mãe podem atravessar essa membrana, passando para os vasos sangüíneos dos vilos e passam através do cordão umbilical até o feto.
O modo como uma droga afeta o feto depende do estágio de desenvolvimento deste e da potência e da dose da droga. Certas substâncias utilizadas no início da gestação (antes do 17º dia após a fertilização) podem atuar baseadas na lei do tudo ou nada, seja matando o feto ou não o afetando em absoluto. Durante esse estágio, o feto é altamente resistente aos defeitos congênitos.
Contudo, ele é particularmente vulnerável a esses defeitos entre o 17º e 57º dia após a fertilização, quando seus órgãos estão se desenvolvendo. As drogas que atingem o feto durante esse estágio podem causar aborto espontâneo, um defeito congênito evidente ou um defeito permanente mas sutil (o qual é percebido mais tarde) ou podem não causar qualquer efeito perceptível.
É improvável que as drogas utilizadas após o término do desenvolvimento dos órgãos causem defeitos congênitos evidentes, mas elas podem alterar o crescimento e a função de órgãos e tecidos formados normalmente.
Drogas Antineoplásicas
Como os tecidos do feto crescem com rapidez, as suas células que se multiplicam rapidamente são muito vulneráveis às drogas antineoplásicas (drogas utilizadas no tratamento de cânceres). Muitas dessas drogas são teratogênicas, isto é, causam defeitos congênitos (p.ex., retardo do crescimento intra-uterino, subdesenvolvimento da mandíbula, fenda palatina, desenvolvimento anormal dos ossos do crânio, defeitos da coluna vertebral, defeitos do ouvido, pé torto e retardo mental). Algumas drogas antineoplásicas causam defeitos congênitos em animais, mas ainda não foi demonstrado que elas os provoquem no ser humano.
Talidomida
Esta droga não é mais prescrita para as mulheres grávidas porque ela causa defeitos congênitos importantes. A talidomida foi introduzida pela primeira vez na Europa, em 1956, como um medicamento contra a gripe e como sedativo. Em 1962, verificou-se que quando a talidomida era utilizada por mulheres grávidas quando os órgãos do feto encontravam-se em desenvolvimento, ela causava defeitos congênitos (p.ex., hipodesenvolvimento severo dos membros superiores e inferiores e defeitos intestinais, cardíacos e vasculares).
Tratamentos da Pele
A isotretinoína, utilizada para tratar a acne grave, a psoríase e outros distúrbios cutâneos, causa defeitos congênitos graves. Entre os mais importantes encontram-se os defeitos cardíacos, orelhas pequenas e a hidrocefalia (acúmulo de líquido no cérebro). O risco de defeitos congênitos é de aproximadamente 25%. O etretinato, uma outra droga utilizada no tratamento de distúrbios cutâneos, também causa defeitos congênitos no ser humano.
Como esta droga é armazenada na gordura subcutânea (localizada abaixo da pele) e é liberada lentamente, ela pode causar defeitos congênitos durante 6 meses ou mais após a mulher suspender o seu uso. Por essa razão, as mulheres que fazem uso desta droga são aconselhadas a aguardar pelo menos 1 anos antes de engravidar.
Hormônios Sexuais
Os hormônios androgênicos (masculinizantes) utilizados para tratar vários distúrbios sangüíneos, assim como as progestinas sintéticas utilizadas durante as 12 primeiras semanas após a fertilização podem causar masculinização da genitália do feto do sexo feminino. Pode ocorrer aumento do clitóris (uma pequena protrusão análoga ao pênis do homem), uma condição permanente (a não ser que seja corrigida cirurgicamente). Também pode ocorrer fusão dos pequenos lábios, que circundam os orifícios da vagina e da uretra.
Os contraceptivos orais não contêm uma quantidade suficiente de progestina para produzir esses efeitos. O dietilestilbestrol, um estrogênio sintético, pode causar câncer de vagina em meninas adolescentes cujas mães fizeram uso desta droga durante a gestação. Posteriormente, essas meninas podem apresentar uma cavidade uterina anormal, distúrbios menstruais, um colo do útero incompetente (o qual pode causar abortos espontâneos) e um aumento do risco de gravidez ectópica, de gerar um natimorto e de morte neonatal. Os meninos expostos ao dietilstilbestrol durante a vida fetal apresentam anomalias do pênis.
Meclizina
A meclizina, freqüentemente utilizada para combater o enjôo de viagem, a náusea e o vômito, causa defeitos congênitos em animais, mas esses mesmos efeitos não foram observados no ser humano.
Categorias de Segurança das Drogas Durante a Gravidez Segundo a FDA ( Food and Drug Administration)
Categoria | Descrição |
A | Os estudos em seres humanos não demonstraram qualquer risco. |
B | Os estudos em animais não demonstraram qualquer risco, mas não existem estudos em seres humanos, ou os estudos em animais revelaram riscos, mas os estudos em seres humanos, não. |
C | Não foram realizados estudos em animais nem em seres humanos ou os estudos em animais revelaram risco, mas não existem estudos disponíveis realizados em seres humanos. |
D | Os estudos em seres humanos revelaram riscos, mas o uso pode ser justificado em alguns casos (risco de vida ou doença grave para a qual não existe uma droga mais segura). |
X | A droga jamais deve ser utilizada durante a gravidez; os riscos humanos conhecidos suplantam qualquer benefício. |
Drogas Anticonvulsivantes
Quando utilizadas durante a gravidez, algumas drogas anticonvulsivantes podem produzir fenda palatina ou desenvolvimento anormal do coração, da face, do crânio, das mãos ou dos órgãos abdominais. O concepto também pode apresentar retardo mental. Sobretudo dois anticonvulsivantes podem causar defeitos congênitos: a trimetadiona (com um risco de aproximadamente 70%) e o ácido valpróico (com um risco de aproximadamente1%).
Acredita-se que a carbamazepina, um outro anticonvulsivante, causa um número significativo de defeitos congênitos de pequena importância. Foi atribuída ao anticonvulsivante fenitoína a responsabilidade de diversos defeitos congênitos, mas foram observados defeitos similares em filhos de mulheres epilépticas que não faziam uso de anticonvulsivantes. Os recém-nascidos expostos à fenitoína e ao fenobarbital (um barbitúrico e também anticonvulsivante) antes do nascimento podem apresentar sangramento fácil porque essas drogas podem causar uma deficiência de vitamina K, a qual é necessária para a coagulação.
Este efeito colateral pode ser evitado quando a mulher grávida faz uso da vitamina K oral logo após o parto. Durante a gestação, as mulheres epilépticas devem utilizar a dose mínima eficaz de anticonvulsivantes e devem ser rigorosamente controladas. As mulheres epilépticas, mesmo quando não utilizam drogas anticonvulsivantes durante a gravidez, apresentam uma maior probabilidade de gerarem conceptos com defeitos congênitos que as mulheres que não sofrem de epilepsia.
O risco é maior para as gestantes que apresentam crises convulsivas freqüentes e graves ou complicações da gravidez e nas mulheres que pertencem a grupos sócio-econômicos baixos, uma vez que elas tendem a receber uma atenção médica inadequada.
Vacinas
Exceto em circunstâncias especiais, as vacinas produzidas a partir de vírus vivo não são administradas a mulheres que estão ou podem estar grávidas. A vacina contra a rubéola (uma vacina de vírus vivo) pode causar infecção tanto na placenta como no feto em desenvolvimento. As vacinas de vírus vivo (p.ex., sarampo, caxumba, pólio, varicela e febre amarela) e outras vacinas (p.ex., cólera, hepatites A e B, gripe, peste bubônica, raiva, tétano, difteria e febre tifóide) são administradas à gestante apenas quando ela apresenta um risco significativo de contrair uma infecção por um desses microrganismos.
Drogas para a Tireóide
O iodo radioativo administrado a uma gestante para tratar o hipertireoidismo (hiperatividade da tireóide) pode atravessar a placenta e destruir a tireóide do feto. Além disso, ele pode causar um hipotireoidismo (hipoatividade da tireóide) grave. O propiltiouracil e o metimazol, drogas também utilizadas para tratar o hipertireoidismo, atravessam a placenta e podem causar um aumento anormal da tireóide do feto. Quando necessário, o propil-tiouracil é geralmente utilizado porque ele é melhor tolerado tanto pela mulher como pelo feto.
Hipoglicemiantes Orais
Os hipoglicemiantes orais são administrados para reduzir a concentração de açúcar (glicose) no sangue de indivíduos diabéticos. No entanto, eles freqüentemente não conseguem controlar o diabetes em mulheres grávidas e podem acarretar hipoglicemia (concentração baixa de açúcar no sangue) no recém-nascido. Por essa razão, a insulina é preferida para tratar o diabetes da mulher grávida.
Narcóticos e Antiinflamatórios Não Esteróides
Quando utilizados por gestantes, os narcóticos e os antiinflamatórios não esteróides (AINEs), como a aspirina, podem chegar ao feto em quantidades significativas. Os conceptos de mulheres com adição a narcóticos também podem tornar-se adidos antes do nascimento e podem apresentar sintomas de abstinência 6 a 8 dias após o nascimento.
O uso de doses elevadas de aspirina ou de outros AINEs durante a gravidez pode retardar o início do trabalho de parto e também pode acarretar no feto, antes do nascimento, o fechamento do canal arterial (ductus arteriosus), o conduto que conecta a aorta (a grande artéria que conduz o sangue para todo o organismo) à artéria pulmonar (a artéria que conduz o sangue para os pulmões).
Esta conexão normalmente fecha imediatamente após o nascimento. A oclusão antes do nascimento força o sangue a fluir através dos pulmões, os quais ainda não expandiram, sobrecarregando o sistema circulatório fetal. Quando utilizadas na gestação avançada, os antiinflamatórios não esteróides podem reduzir o volume de líquido amniótico (o líquido que envolve o feto em desenvolvimento, contido na bolsa amniótica), um efeito potencialmente perigoso.
O uso de doses elevadas de aspirina pode causar problemas de sangramento na mãe ou no recém-nascido. A aspirina ou outros salicilatos podem aumentar a concentração de bilirrubina no sangue do feto, causando icterícia e, ocasionalmente, lesão cerebral.
Ansiolíticos e Antidepressivos
Os ansiolíticos (medicamentos utilizados para tratar a ansiedade) podem causar defeitos congênitos quando utilizados durante os três primeiros meses de gestação, embora isto não tenha sido comprovado. O uso da maioria dos antidepressivos durante a gravidez parece ser relativamente seguro, mas o lítio pode causar defeitos congênitos, sobretudo cardíacos. Quando utilizados por uma mulher grávida, os barbitúricos (p.ex., fenobarbital) tendem a reduzir a discreta icterícia normalmente apresentada pelos recém-nascidos.
Antibióticos
Quando utilizados durante a gravidez, os antibióticos podem causar problemas. Os antibióticos do grupo das tetraciclinas atravessam a placenta e são armazenados nos ossos e nos dentes do feto, onde eles combinam-se com o cálcio. Como resultado, o crescimento ósseo pode ser lento, os dentes do concepto podem adquirir uma coloração amarela permanente e o esmalte dentário pode ser mole e anormalmente suscetível a cáries.
O risco de anomalias dentárias é maior a partir da metade até o final da gestação. Como existem vários antibióticos alternativos seguros, as tetraciclinas devem ser evitadas durante a gravidez. Antibióticos como a estreptomicina ou a kanamicina quando utilizados durante a gravidez podem causar lesão do ouvido interno do feto, podendo acarretar surdez. O cloranfenicol não prejudica o feto, mas ele pode causar uma doença grave no recém-nascido denominada síndrome cinzenta (ou do bebê cinza).
A ciprofloxacina não deve ser utilizada durante a gravidez, pois foi demonstrado que ela causa anomalias em animais. As penicilinas parecem ser seguras. Quando utilizados no final da gestação, a maioria dos antibióticos que contêm sulfonamidas pode causar icterícia no recém-nascido, a qual pode produzir lesão cerebral. No entanto, a probabilidade disto ocorrer é muito menor quando a sulfasalazina (também um antibiótico do grupo das sulfonamidas) é utilizada.
Anticoagulantes
O feto em desenvolvimento é extremamente sensível ao warfarin, uma droga anticoagulante. Até um quarto dos recém-nascidos expostos à droga durante os 3 primeiros meses de gestação apresenta defeitos congênitos importantes. Além disso, tanto a mãe como o feto podem apresentar sangramentos anormais. Quando uma mulher grávida apresenta risco de formar coágulos sangüíneos, a heparina é uma opção muito mais segura.
Contudo, o seu uso prolongado durante a gravidez pode acarretar uma contagem plaquetária baixa na mãe (as plaquetas são partículas semelhantes a células que ajudam o sangue a coagular) ou a osteoporose (rarefação óssea).
Drogas para os Distúrbios Cardíacos e Vasculares
Algumas mulheres necessitam dessas drogas durante a gestação para tratar distúrbios crônicos ou que se manifestaram durante a gravidez, como a pré-eclâmpsia (hipertensão arterial, proteinúria [presença de proteínas na urina] e edema [retenção líquida] durante a gravidez) e a eclâmpsia (crises convulsivas decorrentes da pré-eclâmpsia).
As drogas utilizadas para reduzir a pressão arterial elevada, freqüentemente prescritas para as mulheres grávidas com préeclâmpsia ou eclâmpsia, afetam a função da placenta e são administradas com muita cautela para se evitar que causem problemas ao feto. Em geral, esses problemas são decorrentes da redução muito rápida da pressão arterial da gestante, a qual reduz significativamente o fluxo sangüíneo para a placenta.
Os inibidores da enzima conversora da angiotensina e os diuréticos tiazídicos quase sempre são evitados durante a gravidez, pois eles podem causar graves problemas ao feto. A digoxina, utilizada no tratamento da insuficiência cardíaca e de algumas arritmias cardíacas (distúrbios do ritmo cardíaco), atravessa imediatamente a placenta.
No entanto, ela geralmente tem pouco efeito sobre o concepto, antes ou após o nascimento. Algumas drogas (p.ex., nitrofurantoína, vitamina K, sulfonamidas e cloranfenicol) podem causar a ruptura dos eritrócitos nas gestantes e nos fetos que apresentam deficiênncia de glicose-6-fosfato desidrogenase (G6PD), um distúrbio hereditário que afeta as membranas dos eritrócitos. Por essa razão, essas drogas não são prescritas para as mulheres que apresentam este distúrbio.
Drogas Utilizadas Durante o Trabalho de Parto
Os anestésicos locais, os narcóticos e outros analgésicos geralmente atravessam a placenta e podem afetar o recém-nascido (p.ex., enfraquecendo o seu impulso para respirar). Por essa razão, quando é necessária a utilização de drogas durante o trabalho de parto, elas são administradas em doses mínimas efetivas e preferivelmente o mais tarde possível, o que diminui a probabilidade delas atingirem o feto antes do nascimento.
Drogas Sociais e Ilícitas
O tabagismo durante a gravidez pode ser prejudicial. Ao nascimento, o peso médio dos filhos de mães que fizeram uso do tabaco durante a gravidez é aproximadamente 170 gramas inferior aos filhos de mulheres não tabagistas. Os abortos espontâneos, a ocorrência de conceptos natimortos, os nascimentos prematuros e a síndrome da morte súbita do lactente são mais comuns entre os conceptos de mulheres que fazem uso do tabaco durante a gestação.
O consumo de álcool durante a gravidez pode causar defeitos congênitos. Os filhos de mulheres que consomem quantidades excessivas de álcool durante a gravidez podem apresentar a síndrome do alcoolismo fetal. Eles são pequenos, freqüentemente com microcefalia (cabeça pequena), anomalias faciais e deficiência mental limítrofe. Menos comumente, eles apresentam anomalias articulares e defeitos cardíacos.
Eles não desenvolvem normalmente e apresentam maior probabilidade de morrer logo após o nascimento. Como a quantidade de álcool necessária para causar esta síndrome é desconhecida, as mulheres grávidas são aconselhadas a se abster do consumo de álcool.
Existem controvérsias em relação à cafeína prejudicar o feto. Vários estudos sugerem que o consumo de mais de 7 ou 8 xícaras de café por dia pode aumentar o risco de ocorrência de conceptos natimorto, prematuros, com baixo peso ao nascimento ou de abortos espontâneos. No entanto, esses estudos foram comprometidos pelo fato de muitas das mulheres que consumiam café também eram tabagistas.
Um estudo subseqüente, o qual levou o tabagismo em consideração, concluiu que os problemas eram causados pelo tabaco e não pela cafeína. Não está claro se o consumo excessivo de café durante a gravidez afeta o recém-nascido. O uso do aspartame, um adoçante artificial, durante a gravidez parece seguro quando ele é consumido como adoçante dietético na quantidade recomendada.
O uso de cocaína durante a gestação aumenta o risco de aborto espontâneo; o descolamento precoce da placenta (abruptio placentae); defeitos congênitos do cérebro, dos rins e dos órgãos genitais; e os recém-nascidos podem apresentar um comportamento menos interativo. Não existem evidências conclusivas de que a marijuana (maconha) causa defeitos congênitos ou interfere no crescimento e no desenvolvimento do feto. Contudo, estudos sugerem que o consumo exagerado de marijuana durante a gestação pode acarretar um comportamento anormal nos recém-nascidos.
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