DESASTRES NATURAIS

POMPÉA:

O Panorama da Tragédia
Introdução
No fim do século XVI, empreenderam-se alguns trabalhos de irrigação de terras no vale do Sarno. Escavavam um canal subterrâneo, através do monte Civita, quando o arquiteto Fontana descobriu várias construções soterradas com inscrições e pinturas nas paredes. Mas só em 1748, com o encorajamento do Rei Charles de Bourbon, de Nápoles, foi que se fez uma séria tentativa de descobrir o que havia ali. Enviou-se um diretor de Escavações, Rocco Gioacchino, com 12 ajudantes, para efetuar investigações.
Foram necessários 15 anos para se chegar à conclusão de que o que se desenterrava com tanta dificuldade era na verdade a legendária Pompéia. A essa altura, já haviam descoberto o que hoje é conhecido como a Rua dos Túmulos, a Vila de Diomedes e os teatros. Em 1825, o Fórum estava razoavelmente limpo, e depois vieram as belas casas da Rua Nola: a Casa do Fauno, a Casa do Poeta Trágico.
Nova interrupção, devido a motivos políticos — a região estava mergulhada em guerras — até que, em 1864, o grande arqueólogo Giuseppe Fiorelli foi enviado para recuperar toda Pompéia. De seu trabalho, resultou o surgimento do soberbo complexo da Casa de Lucrecius Fronto, Casa dos Cupidos de Ouro, dos esplendores da Rua da Fartura, e acima de tudo da Vila dos Mistérios, uma fantasia de ressurreição do passado.
Foram necessários cerca de 200 anos para desenterrar o que se conhece hoje de Pompéia. A maior parte dos objetos realmente preciosos — ouro e jóias, originais das melhores esculturas — foi levada para o Museu de Nápoles; algumas das melhores pinturas foram cortadas das paredes, o que muitos acham uma pena. Mas muita coisa continua lá.
O que foi preservado em Pompéia, talvez mais do que em qualquer outra parte da terra, constitui um documento de história urbana: a estrutura e a forma reais de uma cidade cuja vida foi detida quase instantaneamente — interrompida com terrível violência, mas não destruída. Hoje está claro que os habitantes de Pompéia foram inteiramente apanhados de surpresa naquele dia 24 de agosto de 79 d.C. A maioria, evidentemente, escapou; mas os que morreram parecem ter sido colhidos no ato de fugir — agarrando objetos de valor ou abraçando suas famílias. Foi o notável arqueólogo Giuseppe Fiorelli que tirou a dedução mais importante: a cinza vulcânica que sepultou aquela pobre gente, umedecida pelas pesadas chuvas, solidificou-se em torno dos cadáveres, exatamente como num molde de escultor. À medida que os corpos se decompunham, deixavam suas formas impressas, que poderia ser novamente enchido de massa para formar uma estátua de terrível precisão.
Sessenta gladiadores profissionais foram encontrados em seus quartéis, dois ainda acorrentados à cela. Estranhamente, entre eles havia o corpo de uma mulher ricamente vestida: novo motivo de estudos. Tão peculiar e seletiva foi essa preservação, que quando se descobriu o Templo de Ísis, ainda havia ovos e peixes reconhecíveis na mesa. Na padaria de Modestus, encontraram-se 81 pães carbonizados no forno.
Houve um soldado romano que permaneceu em seu posto, de pé, tranquilo como uma estátua humana. O terrível cataclismo desabou quando ele estava de sentinela junto a uma das portas da cidade.
Na derrocada geral, os chefes esqueceram-se dele: a onda de lava descia contra o soldado; os vapores sulfurosos que ela desprendia não tardariam em asfixiá-lo. Um verdadeiro e real inferno o ameaçava... Mas a sentinela não arredou o pé de seu posto. Deixou-se enterrar nas cinzas ardentes, e no meio das cinzas ardentes desapareceu.
Nas escavações em Pompéia, foram encontrados os restos do soldado que perecera em seu posto no cumprimento dramático de seu dever militar.
O capacete, a lança e a couraça estão em exposição no Museu de Nápoles. A Sentinela de Pompéia, como o soldado foi chamado, é a égide admirável dos que morrem no cumprimento do dever.
Contudo, se ele tivesse fugido juntamente com os habitantes da cidade, isso não significaria um ato de covardia, porque em situações de calamidade como essa a luta pela própria vida e a dos outros é mais importante do que o cumprimento do dever militar, considerando que as instituições, tanto militares quanto civis, deixam de existir. A maioria é destruída pelo cataclismo.
Veja agora como Plínio o Moço, testemunha ocular da tragédia, narra de forma sensacional o drama de Pompéia.
— Arnaldo Poesia
POMPÉIA: Aos XXVI dias do mês de Augustus, Ano Primeiro do Império de Titus.
Torna-se evidente agora que o que vimos, e estamos vendo, é a maior catástrofe na História de nosso mundo, e que os deuses fizeram cair sobre a região de Campânia, em particular sobre a cidade de Pompéia, uma tragédia como ninguém experimentou antes. Há três dias, o ventre da terra explodiu nas vizinhanças, e reduziu este belo lugar a pó e cinzas, e ninguém conhecerá a razão.
Todos sabiam, há várias gerações, que esse monte Vesúvio tinha extinguido seus fogos, e que nenhum sinal de ira demonstrara essa terrível colina desde a infância do mundo. As vinhas chegavam quase até o seu cume. Como se poderia prever que apenas dois dias antes de ontem a fornalha explodiria de novo, e destruiria Pompéia como se ela jamais houvesse existido?
De onde me encontro agora, na cordilheira acima do Sarno, nada se vê dessa movimentada cidade mercantil de 20 mil almas, apenas um deserto cinzento, onde o pó revoluteia. Pompéia foi sepultada pelos detritos da montanha. Em quase todas as partes, pelo menos seis metros de entulho cobrem os tetos e os templos. Não pode haver esperança de vermos Pompéia outra vez. Nem a História deverá jamais lembrá-la, pois que tinha tão pouca grandeza ou majestade.Não foi fácil saber o que aconteceu. Acredita-se que pelo menos 2 mil cidadãos pereceram em questão de uma ou duas horas. A população sobrevivente parece ter entrado em pânico, pensando que era chegado o Dia do Juízo. E fugiu em todas as direções, pelas margens da baía de Nápoles, isoladamente ou em grupos de famílias. Aqueles a quem encontrei e que deram testemunho pouco puderam dizer, salvo que há três dias seu vizinho Vesúvio explodiu e os sufocou numa chuva mortal de pedras e gases. Os mortos estão enterrados onde caíram, desaparecidos por toda a eternidade.
Pela maior das boas sortes, há uma testemunha ocular daquele dia, que estava suficientemente próxima para observar o drama, mas não o bastante para ser vulnerável, e pude extrair dela a única versão presumivelmente digna de crédito. É Plinius Caecillius Secundus, mais conhecido como Plínio o Moço, já dono de certa fama como repórter fiel. Ele é, evidentemente, sobrinho do famoso naturalista e marinheiro Plínio o Velho, e nesse terrível dia estava em casa de seu tio, em Misenum, a uns 24 quilômetros do outro lado da baía.
Segundo o jovem Plínio, parece que a explosão começou no amanhecer do 24.º dia do mês. Houve um rumor, como um trovão distante, e o Vesúvio expeliu uma imensa coluna de vapores negros, o cume envolto numa nuvem. Ele comparou sua forma à de um pinheiro-sombrinha, ou mesmo à de um cogumelo, uma vez que o tronco se esgalhava por muitos quilômetros. O sol de verão ficou tão obscurecido, que imediatamente caiu a noite, e Plínio viu-se obrigado a escrever suas notas à luz de lamparinas.
Ao meio-dia, já se podia compreender que aquela terrível nuvem não era vaporosa e insubstancial, como são as nuvens, mas constituída de alguma matéria sólida, projetada a grande altura pela força da explosão e despedaçada pelas labaredas. Fora transportada pelo vento Noroeste até a atmosfera superior, por um período que meu informante supôs ser de cerca de uma hora, e depois começou a cair, e isto foi a destruição de Pompéia, e na verdade da planície do Sarno.Primeiro despencou sobre os cidadãos uma catarata de pedra-pomes vulcânica, cada pedaço do tamanho de uma noz de carvalho. Tão desapiedada foi essa precipitação, que a cidade logo ficou sepultada, a uma profundidade de pelo menos quatro metros, desaparecendo tudo, com exceção dos tetos que não cederam imediatamente ao peso das pedras-pomes. O pior ainda estava para vir; o pó, sendo mais leve, caiu mais lentamente, mas pouco a pouco foi descendo, e a tremenda coberta de cinzas vulcânicas trazia consigo um denso vapor letal para a respiração humana. Os que morreram em Pompéia foram esmagados pelas pedras ou sufocados pelas cinzas. A escuridão reinou por dois dias. Só no terceiro dia retornou uma espécie de granulado crepúsculo.A infelicidade se abateu sobre meu informante. Ele estava, como eu disse, em casa de seu tio, Plínio o Velho, que entre muitas outras coisas era Almirante-Comandante da frota romana na baía. Na tarde daquele terrível primeiro dia do Vesúvio, Plínio I trouxe seus barcos para o porto de Pompéia, em missão de socorro. Não pôde desembarcar, e por isso dirigiu os barcos para Stabiae, onde havia sobreviventes. Mas não conseguiu retirar seus barcos, e como em toda parte era cada vez maior o estrago causado pela incessante chuva de cinzas quentes, ele e seu grupo decidiram que só estariam em segurança no descampado, para onde fugiram, protegendo com travesseiros as cabeças. Na manhã seguinte o tio, Plínio I, foi encontrado morto, asfixiado pela fumaça sulfurosa.
Este não era o primeiro infortúnio a se abater sobre Pompéia. Dezessete anos antes, um terremoto abalara toda a região de Campânia, causando grande destruição. Até na cidade de Nápoles prédios haviam sido destruídos. Pompéia recebera o maior impacto da perturbação, e ficara seriamente arruinada. Foi no reinado de nosso falecido Imperador Nero, que se interessou muito pelas regiões vizinhas de seu reino e encorajou a restauração de Pompéia. Grande parte dessa reconstrução já fora concluída, apenas para desaparecer de novo na calamidade desta semana, e agora certamente para sempre. Escrevo isso com um peso no coração e em lágrimas.
Tenho de explicar que era realmente ligado a esta agradável cidade, e infelizmente não há agora como deixar de pôr o verbo no passado, tendo passado muitos dias agradáveis na casa pompeiana de meu amigo Lucius Jucundus, perto do Portão Stabiano. Vendo a cidade agora, da encosta sobre a planície e onde foi outrora o porto, é realmente difícil acreditar que houvesse tal casa, onde agora nada se pode ver, a não ser esse deserto cinzento e fumegante.
Durante dias e dias eles tinham celebrado o Banquete do Divino Augusto, em cujo mês estamos. O dia antes do fim fora o dos festejos anuais de Vulcano. Pompéia sem dúvida encontrou seu dia final num estado de espírito alegre. Mas, também, era um lugar muito alegre, em geral. Hoje está mais silenciosa que sua Rua dos Túmulos. E no entanto, há apenas alguns dias, que lugar que era . estridente, agitado, polêmico, cheio de compras e vendas aos gritos. Quanto à política, pareciam jamais parar. Era de pensar que havia sempre uma eleição magisterial ou jurídica, todo o tempo, e como brigavam com palavras. Os pompeianos eram os mais terríveis escritores de sinais que já houve; na verdade, o artesanato da cidade era a produção de inscrições nas paredes. Há apenas dois meses, eu estava lá — foi pouco antes da ascensão de nosso novo Imperador Tito — mas qualquer um suporia que a única preocupação era a eleição local. Todas as paredes estavam cobertas com propagandas e apelos: grandes cartazes profissionais onde havia espaço, e entre eles minúsculos arranhões competitivos. Todos terminavam com "OVF" — Oros Vos Faciatis. Seu voto!Nós visitantes sempre nos perguntávamos o que tinha mais importância para os pompeianos — as eleições ou o simples prazer físico. Proliferavam os símbolos fálicos, esculpidos, pintados ou simplesmente erigidos aqui e ali como monumentos, quase impossivelmente ambiciosos. Sempre se disse que esse povo fazia um grande conceito do pênis, e longe estava de fazer segredo disso; a grande piada era cavalheiros com órgãos tão prodigiosos, que tinham de ser suspensos com roldanas. Não posso deixar de pensar que isso era gabolice; contudo, a Cidade de Pompéia tinha grande fama de excessos, o que atraía muitos cidadãos ricos de Nápoles e mesmo de Roma. Fazia-se pouco segredo sobre o fato de que a divindade tutelar de Pompéia é, ou era, Vênus.
Eu tinha grande afeição pela cidade, mas agora que ela desapareceu para sempre, como tem de ser, pois nenhuma mão humana poderá redimi-la desse pavoroso sudário de pó e rocha, tenho de admitir que talvez ela tivesse pouca memória a deixar. Era próspera e bem-intencionada, dizia-se que seus escravos eram os mais satisfeitos e bem tratados, mas era uma cidade burguesa com um povo burguês. Nenhum grande monumento a adornava, como é nosso costume romano, embora seja verdade que o Anfiteatro de Pompéia pareça ser mais velho, e mesmo mais suntuoso, que o nosso em Roma. Se isso quer dizer alguma coisa, é que Pompéia tinha maior obsessão pelas artes e esportes dos gladiadores do que sua importância justificava. Era uma cidade para se ganhar dinheiro, para acumular sestércios a serem gastos com prazeres seculares, no leito ou na arena.
Tudo isso talvez explique a atração que a região exercia sobre os ricos romanos, cujas casas de campo são inúmeras nos arredores. Em dias passados, Marcus Cícero, o grande orador republicano romano, tinha sua vila perto daqui, como tinham muitos de seus sucessores, todas construídas nas elevações que dão para o mar. Poucas parecem ter escapado da coberta mortal de cinzas do Vesúvio.
A notável energia e prosperidade de Pompéia originava-se da fertilidade realmente pródiga de seu solo, o que pode muito bem ser conseqüência da presença do terrível vulcão, que em esquecidas gerações passadas depositou esse rico solo sobre toda a região de Campânia. Pompéia refestelava-se em três colheitas anuais de milho, tinha legumes em abundância, uma fábula de olivais, e as vinhas produziam o famoso vinho a que chamavam de firmissima vina. Havia uma vistosa indústria de tecidos, o mar oferecia grande quantidade de peixes. Pompéia era um local de mercados e artesãos; quase nada lhe faltava. Tudo acabado, tudo acabado.
Deixem-me contar-lhes as origens de Pompéia, já que escrevo seu epitáfio. Seus fundadores, dizem, foram os oscanos de Campania, um povo itálico, mas sem dúvida bárbaro. Há mais de seis séculos, colonizadores gregos se apoderaram de todo o golfo de Nápoles, governando-o de sua acrópole fortificada em Cumae e de sua base naval em Misenum. Pompéia não escapou à hegemonia grega. Era aceitar o domínio grego ou uma ocupação etrusca. Não era difícil de modo algum. Pompéia adotou os costumes gregos, ergueu construções no estilo grego, adorou deuses gregos, contribuiu para o comércio grego adquiriu grandes lucros com isso.
Há quatro ou cinco séculos, toda a região foi tomada dos gregos pelos samnitas, um povo das montanhas de Hirpania e Samnium. Pompéia foi em grande parte reconstruída em estilo itálico, aparentemente sem muitos protestos de alguém. Os pompeianos parecem ter aceito cada novo regime com moderação, contanto que não interferissem com o comércio. Salve Lucrum era seu lema, "bem-vindo o lucro", então como hoje.
Foi há menos de 160 anos que Pompéia e tudo em torno caíram sob as legiões romanas comandadas pelo admirável ditador Lucius Sulla. Foi este o homem, como todos sabem pelos escritos de nosso grande cronista Salústio, que ensinou os soldados romanos "a beber, amar as mulheres, ter gosto pelas obras de arte, saquear templos e não estabelecer distinções entre coisas sagradas e profanas". Deve ter sido um homem como os pompeianos gostavam.
Desde então, Pompéia tornou-se colônia de Roma. Chamavam-na Colônia Cornelia Veneria, como se dissessem: viva enquanto pode, pois estará morta durante muito tempo.
Imaginem-na como a conheci, como não a conhecerei mais. Uma cidade compacta, intensamente bairrista, cobrindo uns 150 acres, uma espécie de oval cercado por três quilômetros de muros. (Desde que a conheci, as fortificações foram desmoronando cada vez mais, pois não havia inimigos nem necessidade de defesa). Ali, no canto Sudoeste, havia um amontoado de prédios e lojas, bairros e escravos, tudo em torno do Fórum Triangular. Sempre nos disseram que fora ali que Pompéia começara, mas evidentemente durante anos e anos a cidade se expandiu muito, seguindo um curioso padrão retilíneo, ruas traçadas em ângulos retos, estreitas alamedas cruzando as vias mais largas exatamente assim e assim, num desenho de grande objetividade e conveniência jamais visto antes em nossa península, segundo creio.Que lugar, em matéria de estalagens e adegas! Que lugar, por seus barbeiros, bordéis e as salas onde os muleiros jogavam dados interminavelmente. E, é claro, pelas Salas Termais, que faziam Pompéia tão conhecida, com seus banhos a vapor e piscinas, os sofás para massagens em muitas formas. Os pompeianos não eram apenas negociantes; eram engenheiros hidráulicos fora do comum: seu sistema de transportar a água por toda a cidade, em canos de chumbo, depois que ela chegava pelo aqueduto do rio Abellinum, a 28 quilômetros de distância, era superior ao de minha própria Nápoles.Apesar do que dizem os romanos à socapa, os pompeianos longe estavam de ser um povo pagão. Tem-se dito que eles tinham mais cultos do que deuses. Honravam o Apolo dos gregos, compartilhando-o indiferentemente com Zeus Meilichios, Atena e até a egípcia Ísis. Roma, evidentemente, insistia em trazer a Tríade Capitolina, de Júpiter entre Minerva e Juno. Mas a principal, no entanto, era a deusa tutelar, a própria Vênus. E naturalmente, uma vez que esse era um povo que fazia vinho e vivia dele, esse velho e imortal saciador da carne, Dionísio. Alguns o chamavam de Baco; e garanto que fazia pouca diferença.
Não é adequado moralizar diante de um túmulo. Contudo, é preciso dizer que a considerável popularidade da cidade se devia, em certo grau, a seu encorajamento ao que só posso chamar de demandas menos espirituais dos seres humanos. Numa palavra, julgava-se que em Pompéia se permitiam muito mais coisas que em qualquer outra parte.
Já mencionei o grande número de tavernas, casa de vinho e locais de jogo; era um número considerável, mas talvez não excessivo. Mas não descrevi, uma vez que de mortuis nil nisi bonum, o que é suficientemente lisonjeiro para deixar passar, o bairro de Pompéia atravessado pelo que viemos a conhecer como Vico degli Schleteri, e que era dedicado aos prazeres da carne. Numa palavra, era um bairro de bordéis, embora na verdade com alguma classe e quase, podia-se dizer, delicadeza. Os pompeianos desfrutavam seus prazeres com elegância, para não dizer seriamente. Eu me lembro de que, quando era um jovem rústico, fui levado pelo pai de meu amigo Jucundus ao lupanar, o melhor bordel para cavalheiros, e fiquei espantado com as pinturas ilustrativas nas paredes. Jamais me ocorrera que haveria tantas variantes acrobáticas para o que eu até supunha fosse um ato relativamente simples. Ninguém, eu garanto, poderia visitar aquele lugar estimulante sem adquirir uma fortuna de idéias novas.
Acabado, tudo acabado!
Fui egoísta; dediquei toda a minha consideração a Pompéia, parte de minha juventude. Talvez devesse ter mencionado a destruição de Jerusalém, por nós mesmos, há 10 anos. Esta não foi causada pela ira dos deuses, como a de Pompéia. E não só Pompéia; a uns 10 quilômetros de onde me encontro, fica, ou ficava, a Cidade de Herculaneum, igualmente arrasada e morta no terrível desastre desta semana. Mas o monstro Vesúvio agiu de modo diferente com Herculaneum. Este lugar fica no lado ocidental do vulcão. A cidade não foi sepultada e sufocada pelas chuvas de pedras, pó e gás; o que aconteceu foi que a massa de rochas expelida pela terra se misturou com torrentes de chuva, e uma imensa corrente de lama envolveu Herculaneum. Não houve saraivada de cinzas e pedra-pomes, apenas essa terrível e lenta invasão de lama fumegante. Pompéia foi atingida por uma morte súbita; os cidadãos de Herculaneum tiveram tempo de fugir. Gente que sabe me disse que não mais de 50 pessoas morreram lá. Mas qualquer um pode ver que esse terrível mar de lama que envolveu Herculaneum já está se solidificando — apenas três dias depois, num lençol de rocha, do qual a cidade jamais será exumada. Não tenho coragem de ir até lá; Pompéia já a esgotou.
Diz-se que nosso Imperador Titus está preocupado. O pobre homem acaba de assumir o poder; faz um mês que ele sucedeu Vespasiano. Comenta-se que ele mandará uma comissão de senadores até aqui, à Campania, para decidir sobre a possibilidade de auxílio imperial. Mas nós sabemos o que resulta dessas comissões do Governo; quando chegarem a uma decisão, Pompéia há muito estará esquecida.Depois de mais de quinze anos de obras, foi concluída em novembro de 2001 a restauração das Termas Suburbanas de Pompéia, na Itália. Também conhecida como "termas do prazer", o local está aberto à visitação. Descobertas por arqueólogos na década de 50, possuem em sua área principal um conjunto de piscinas enfeitado por afrescos eróticos que demonstram alguns dos serviços que se podiam desfrutar na casa há cerca de 2000 anos. No ano 79, Pompéia e as termas foram soterradas por uma erupção do Vesúvio. A lava e as cinzas ajudaram a conservar o monumento histórico, importante para o estudo da arquitetura e do estilo de vida dos antigos romanos.Autoridades italianas inauguraram no dia 10 de maio de 2005 a nova iluminação noturna do sítio arqueológico de Pompéia, próximo a Nápoles, ao sul do país. O objetivo do investimento é permitir passeios turísticos noturnos. Em 2002, Pompéia já havia recebido uma nova iluminação e efeitos sonoros.

 
O Incidente de TUNGUSKA 
Tunguska é uma região da Sibéria Central (Coordenadas GPS – Latitude / Longitude: 60°53’5.10″N, 101°53’10.53″E) onde, às 7h15 da manhã de 30 de junho de 1908, houve uma gigantesca explosão após um raio gigantesco (bola de fogo, em algumas versões) ser visto atravessando o céu. Não foram encontrados vestígios de meteorito ou explosão nuclear, causando uma onda de impacto que devastou toda a região do Lago Baikal (Coordenadas: 53°23’48.06″N, 108°16’45.01″E), afetando em menor grau todo o norte da Europa. Este evento recebeu o nome desta região, evento de Tunguska.

Na manhã de 30 de junho de 1908, o fazendeiro S. B. Semionov estava sentado na varanda de sua casa, no isolado posto comercial de Vanavara, Sibéria, 750 quilômetros a noroeste do lago Baikal. Eram apenas sete e quinze da manhã, mas o dia já estava bem claro, pois no verão o sol nasce cedo nessa latitude setentrional. Próximo dali, o vizinho de Semiónov, P. P. Kossalopov, estava arrancando pregos de uma janela. Nenhum deles poderia fazer idéia do drama que estavam prestes a presenciar. Um pouco adiante, as árvores entortadas como simples gravetos. Subitamente, Semiónov alarmou-se ao ver, do lado noroeste, uma enorme raio gigantesco/bola de fogo que “cobria grande parte do céu”. O fazendeiro contorceu-se de dor, pois o calor emitido parecia estar queimando sua camisa. O vizinho Kossalopov largou o alicate que estivera usando e levou as mãos às orelhas, que pareciam estar em brasa. Primeiro olhou para o telhado de sua casa, com medo de que estivesse em chamas, depois virou-se para Semiónov. “Você viu alguma coisa?”, perguntou Kossalopov. “Como poderia não ter visto?”, respondeu o apavorado Semiónov, ainda sentindo as queimaduras.
Alguns segundos depois, a cegante bola de fogo/ raio gigantesco , de um azul brilhante, arrastando uma coluna de poeira, explodiu 65 quilômetros adiante, com tal força que derrubou Semiónov de sua varanda, deixando-o inconsciente por alguns segundos. Recuperando-se, ele pôde sentir tremores de terra que sacudiam a casa toda, arrancando a porta do celeiro e quebrando vidraças. Na casa de Kossalopov, caiu terra do teto. Ruídos de trovão enchiam o ar. A grande “bola de fogo” siberiana de 1908 foi um acontecimento tão excepcional que provocou uma controvérsia que dura até os dias de hoje. As explicações dadas para o fato atingem o domínio do bizarro, incluindo a hipótese extraordinária de ter sido causada por nada menos que a aterrissagem forçada de uma nave espacial nuclear, talvez mesmo de origem extraterrestre.

Próximo do ponto zero, ao norte de Vanavara, inúmeros nativos foram atirados ao ar pela violenta explosão, e suas tendas, carregadas por um forte vento. Ao redor deles, a floresta começou a arder. Ao inspecionar cautelosamente o local da explosão, os atordoados tunguses encontraram terríveis cenas de devastação. Árvores haviam sido derrubadas como palitos de fósforos numa área de 30 quilômetros em torno. O intenso calor fundira objetos metálicos, destruíra depósitos e queimara muitas renas, matando-as. Nenhum animal da área sobreviveu, mas, milagrosamente, nenhum ser humano foi morto. Houve também relatos de uma misteriosa “chuva negra”. Os efeitos da explosão de Tunguska foram ouvidos e sentidos a 1000 quilômetros ao seu redor. Testemunhas do distrito de Kansk, a 600 quilômetros dali, disseram que alguns pescadores foram atirados ao rio e cavalos foram derrubados por ondas de impacto, enquanto as casas tremiam e objetos caíam das prateleiras. O condutor do trem expresso Transiberiano parou a composição com medo de um descarrilamento, quando os vagões e a locomotiva começaram a tremer. Outros efeitos foram notados pelo mundo inteiro, mas sua causa permaneceu desconhecida por muito tempo, pois as notícias sobre a bola de fogo e a explosão foram pouco difundidas durante muitos anos.
Ondas sísmicas como as de um terremoto foram registradas em toda a Europa, assim como perturbações no campo magnético da Terra. Os meteorologistas notaram que ondas de choque atmosférico da explosão circularam a Terra duas vezes. Calcula-se que a explosão de Tunguska foi equivalente a 500 bombas atômicas como a de Hiroshima, arrasando 2.200 quilômetros quadrados de florestas.
Mais tarde foi descoberto que no dia anterior ao incidente, Teslas havia testado sua teoria sobre ser possível transmitir eletricidade pelo ar, através da sua enorme antena construída para o experimento, invento que ficou conhecido como “Raio da Morte” após as suspeitas de que Teslas tenha sido o responsável pelo evento de Tunguska. Essa tecnologia foi comprada pela a empresa JP Morgan e hoje pertence aos EUA, o que leva a suspeita do Projeto Haarp ser o fruto da imaginação de Teslas….mas isso já é outra história!

Posted by DJ BURP | às 11:44

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