GUERRA DOS ANJOS


Guerra Espiritual nas Regiões Celestiais — A Existência e Poder dos Anjos e dos Demônios

Não é possível entender a situação que enfrentamos neste fim dos tempos sem compreender antes o ensino bíblico básico sobre a guerra espiritual. Infelizmente, a igreja cristã não tem ensinado a esse respeito nos últimos cem anos. Todavia, os eventos atuais estão caminhando de acordo com as profecias bíblicas, e a guerra espiritual está sendo travada impiedosamente tanto no céu como na terra. Este artigo enfoca os ensinos bíblicos gerais sobre a existência dos anjos e dos demônios e as contínuas batalhas entre eles.

A Nova Ordem Mundial está chegando! Você está preparado?
Compreendendo o que realmente é essa Nova Ordem Mundial, e como está sendo implementada gradualmente, você poderá ver o progresso dela nas notícias do dia-a-dia!!
Aprenda a proteger a si mesmo e aos seus amados!
Após ler nossos artigos, você nunca mais verá as notícias da mesma forma.
Agora você está na
"THE CUTTING EDGE"


No início do século XIX um filósofo francês escreveu "A maioria das pessoas não reconheceria Satanás nem se ele as agarrasse pelo pescoço". Se esse triste comentário sobre a falta de conhecimento espiritual era verdadeiro há 200 anos, tal falta de conhecimento apenas aumentou exponencialmente, pois a igreja cristã deixou de ensinar sobre a realidade da guerra espiritual. Hoje, Satanás agarra os cristãos pelo pescoço e eles não percebem com quem estão lidando. Mas, principalmente, os eventos neste fim dos tempos não estão apenas progredindo de acordo com a profecia bíblica, mas estão acontecendo como resultado da mais incrível batalha espiritual que os céus já presenciaram. Deus e seus anjos prevalecerão no final sobre Satanás e seu Anticristo ao término do período da Tribulação; entretanto, a profecia bíblica diz que o poder de restrição do Espírito Santo será gradualmente removido neste período intermediário no qual estamos vivendo agora, até chegarmos ao ponto em que o Anticristo poderá aparecer [2 Tessalonicenses 2:3-8].
Estamos vivendo nos tempos trabalhosos em que o Espírito Santo está gradualmente removendo seu poder de restrição, permitindo assim a autoridade sem precedentes das hordas demoníacas neste mundo atual e a melhor oportunidade para atacar os cristãos genuínos. Essa oportunidade sem precedentes para Satanás e suas hordas demoníacas atacarem os cristãos está ironicamente ocorrendo na época em que a igreja está fazendo o seu pior trabalho de preparar seus membros para lutarem nessa guerra espiritual sem precedentes; de fato, o treinamento espiritual atual é o pior de toda a história desde a ressurreição e ascensão de Jesus Cristo.
Precisamos voltar, no mínimo, ao menor entendimento sobre a guerra espiritual que ocorre nos lugares celestiais e na Terra que os cristãos de eras passadas conheciam e entendiam das Escrituras. Neste artigo examinaremos os princípios básicos desse assunto, as hordas demoníacas, e a liberdade que Deus lhes deu para agirem nesta dimensão.

A Existência dos Anjos e dos Demônios

Você sabia que houve um tempo em que Satanás não existia e que não havia os seres perversos chamados demônios? Deus criou os anjos originalmente para servi-Lo e adorá-Lo. Ele criou um anjo poderosíssimo, a quem chamou Lúcifer [Nota: Muitos eruditos da Bíblia discordam dessa interpretação, e por questões de tempo e espaço, não poderei tratar adequadamente esse assunto, mas meu estudo sobre a passagem-chave — Isaías 14:4-19 — revela que Deus está claramente falando a Lúcifer por meio do rei da Babilônia; somente Lúcifer poderia ter estado no céu rebelando-se contra Deus conforme revelado nos versos 12-14. Além do mais, Deus estava simplesmente dirigindo-se a Lúcifer enquanto falava ao rei da Babilônia, já que Lúcifer estava claramente atuando para influenciar as ações do rei da Babilônia, conforme Deus revelou que ocorre constantemente no céu — Daniel 10.].
Deus criou Lúcifer como o mais poderoso de todos os seus anjos, fazendo-o até mesmo seu Ministro da Música! Assim, Lúcifer serviu a Deus com a maior dedicação antes da criação do mundo que conhecemos.
No entanto, conforme vemos em Isaías 14:12-14, Lúcifer rebelou-se e quis substituir Deus no universo. Em Apocalipse 12:3-4, vemos que Lúcifer persuadiu um terço dos anjos de Deus a juntar-se a ele nessa aventura. No momento da rebelião, Deus amaldiçoou Lúcifer, e ele se tornou Satanás, oadversário. Deus também amaldiçoou os anjos que participaram da rebelião, e eles foram transfigurados de belos anjos para horrendos demônios. Todos eles têm um ódio profundo a Deus e a tudo o que pertence a Deus. Portanto, hoje, Lúcifer não existe; ele agora é Satanás, o adversário de Deus.
No mundo do ocultismo, entretanto, tanto os ocultistas de Magia Negra como os de Magia Branca acreditam que Lúcifer seja um deus bom e Satanás um deus mau. Acreditam que, conforme uma pessoa avança no ocultismo, aprendendo a exercitar seus imensos poderes, precisará um dia tomar uma decisão, e optar se utilizará os poderes do ocultismo para o bem ou para o mal. Se a pessoa escolher usar seus poderes para o "bem", diz-se que está seguindo o Caminho da Direita, servindo a Lúcifer; no entanto, se escolher usar seus poderes para o mal, diz-se que está seguindo o Caminho da Esquerda, servindo a Satanás. Os seguidores do Caminho da Direita chamam a si mesmos de praticantes de Magia Branca e consideram os seguidores do maligno Caminho da Esquerda como praticantes de Magia Negra. Os seguidores da Magia Negra, no entanto, apenas riem da ingenuidade de tal crença, pois reconhecem que ambos os lados servem ao mesmo mestre das trevas, Satanás [Anton LaVey, A Bíblia Satânica, p. 51-52].
A doutrina bíblica harmoniza-se com esta última crença.

A Conspiração de Satanás Contra Deus Continua

Deus nos dá o relato que a conspiração de Lúcifer nos céus contra ele antecede a criação da Terra e de seus habitantes. O dicionário define conspiraçãoassim: "Ato ou efeito de conspirar; maquinação, trama, conluio secreto. Um acordo feito por conspiradores, para cometer um crime ou alcançar um propósito legal por meio de ação ilegal; um planejamento secreto em conjunto, especialmente para um propósito ilegal ou prejudicial, tal como assassínio ou traição."
Assim, o ato de Lúcifer contra Deus nos céus, conforme descrito em Isaías 14, encaixa-se perfeitamente nessa definição de conspiração. Embora a Bíblia não descreva os detalhes, somos levados a acreditar que Lúcifer sussurrou aos anjos o seu plano para sobrepujar Deus por algum tempo antes de Deus reagir e amaldiçoá-lo e a todos os anjos que o seguiram. Dessa forma, o plano de Lúcifer encaixa-se perfeitamente bem nessa definição de conspiraçãodo dicionário.
Vemos a próxima menção de uma conspiração de Lúcifer contra Deus no Jardim do Éden. Em Gênesis 3, Lúcifer — agora chamado Satanás, o adversáriode Deus — fala por meio de uma serpente a Eva. Ele imediatamente desafia o mandamento que Deus deu a Adão, e que Adão repassou a Eva. "É assim que Deus disse: Não comereis de toda a árvore do jardim?" Eva respondeu que eles poderiam comer do fruto de todas as árvores exceto da árvore que estava localizada no meio do jardim, porque caso tocassem e comessem daquele fruto, morreriam.
Satanás acalma Eva dizendo "Certamente não morrereis". Em seguida, pronuncia a mentira que conta até hoje por meio de todas as sociedades secretas, do movimento da Nova Era, e de todos os conciliábulos de feiticeiros: "Porque Deus sabe que no dia em que dele comerdes se abrirão os vossos olhos, e sereis como Deus..." Atualmente, os ocultistas de todos os matizes acreditam que existe um "deus" dentro de cada indivíduo e que para despertar esse "deus" potencial o indivíduo deve apenas meditar, praticar exercícios ocultistas que "abram os centros de visão" e "comungar com o sagrado". Do que o cantor John Denver se exaltou um dia? "Estou me tornando um deus."
Satanás induziu Eva a pecar, e ela persuadiu Adão a acompanhá-la. Satanás obteve uma vitória temporária, mas Deus predisse o tempo em que o Messias viria para esmagar o poder de Satanás [Gênesis 3:14-15].
Satanás não perdeu tempo na luta contra Deus, mas agora estava trabalhando por meio dos homens, bem como por meio de seus anjos demoníacos. Nós o vemos agindo por meio de Caim, provocando o primeiro homicídio. Deus amaldiçoou Caim e o pôs a vagar sobre a terra pelo resto de sua vida, protegido contra qualquer um que tentasse matá-lo, mas suportando a maldição de Deus pelo resto de sua vida.
Em Gênesis 6, vemos seres demoníacos aparecendo na Terra, tomando mulheres, e produzindo uma raça híbrida homem-demônio, aos quais a Bíblia chama de "gigantes na terra" e de "valentes homens de fama". Os estudiosos da Bíblia geralmente concordam que essa raça de pessoas era o que é conhecido normalmente como "nefilim", a palavra-raiz para "gigantes" acima. O autor cristão Chuck Missler explica sucintamente quem e o que esses "filhos de Deus" eram e o que estavam tentando fazer.
"Os estranhos eventos narrados em Gênesis 6 eram entendidos pelas antigas fontes rabínicas, assim como pelos tradutores da Septuaginta, como referências aos anjos caídos que geraram uma bizarra prole híbrida com as mulheres — prole essa conhecida como 'nefilim'. Os primeiros pais da igreja também entendiam assim..." [Chuck Missler, Koinonia House, Sabemos que esses "filhos de Deus", literalmente B'nai HaElohim, Filhos de Elohim", não podem ser anjos porque eles jamais interviriam na criação de Deus, jamais se acasalariam sexualmente com mulheres. Para atrair as mulheres, esses demônios tiveram de se transformar em homens atraentes ao entrarem nesta dimensão; de outra forma, as mulheres teriam rejeitado seus avanços e preferido os homens verdadeiramente humanos. Assim, sabemos que esses demônios apareceram como homens atraentes, semelhantes aos anjos que apareceram em Sodoma para resgatar Ló; esses anjos eram tão atraentes que atiçaram a luxúria da população homossexual de Sodoma e Gomorra [Gênesis 19]. Os resultados vivos dessa união sexual entre demônios e mulheres humanas foram os "gigantes", literalmente nefilim, uma raça de criaturas não-humanas.
Deus revela o resultado dessa união sexual desastrosa entre os demônios disfarçados de homens e as mulheres: "A terra, porém, estava corrompida diante da face de Deus; e encheu-se a terra de violência. E viu Deus a terra, e eis que estava corrompida; porque toda a carne havia corrompido o seu caminho sobre a terra. Então disse Deus a Noé: O fim de toda a carne é vindo perante a minha face; porque a terra está cheia de violência; e eis que os desfarei com a terra." [Gênesis 6:11-13].
Podemos ver que Noé e sua família não foram infectados por essa atividade sexual demoníaca. A Bíblia diz: "Noé era homem justo e perfeito em suas gerações..." [Gênesis 6:9] Assim, após o Dilúvio, Deus pôde restabelecer uma linhagem abençoada de seres humanos normais a partir dos filhos de Noé e suas mulheres, a partir da qual o Messias pôde vir. Deus trouxe o dilúvio global para livrar o mundo dessa prole mista humano-demoníaca.
Veja, Deus providenciou a salvação do pecado apenas para a humanidade, e não para os anjos [1 Pedro 1:10-12; Efésios 3:9-10]. Além disso, se Satanás pudesse modificar a humanidade, dos humanos que Deus criou para uma raça parte-humana e parte-demoníaca [nefilim], poderia frustrar o plano de salvação de Deus e impedir a vinda do Messias. Para impedir esse domínio da raça humana, Deus enviou o Dilúvio, que destruiu todos esses seres. O mundo ocultista está bem ciente desses nefilins e de sua aparição demoníaca no fim dos tempos; Jesus Cristo predisse: "E, como foi nos dias de Noé, assim será também a vinda do Filho do homem." [Mateus 24:37] Uma vez que Deus destruiu o mundo nos dias de Noé por causa das atividades dos nefilins, podemos ter a certeza de que eles estarão presentes neste período de tempo em que o Anticristo está prestes a aparecer, e que apoiarão suas atividades quando estiver na Terra.
A Bíblia nos diz qual punição Deus fez recair sobre os demônios que se transformaram em homens para poderem copular com as mulheres. "Porque, se Deus não perdoou aos anjos que pecaram, mas, havendo-os lançado no inferno, os entregou às cadeias da escuridão, ficando reservados para o juízo..." [2 Pedro 2:4]. Deus prendeu esses demônios, e eles permanecem presos até hoje, aguardando o julgamento.

Avanço Rápido Até o Livro de Jó

A próxima revelação que diz respeito a esse combate sobrenatural entre Deus e Satanás encontra-se no primeiro capítulo de Jó, começando no verso 6:
"E num dia em que os filhos de Deus vieram apresentar-se perante o SENHOR, veio também Satanás entre eles. Então o SENHOR disse a Satanás: Donde vens? E Satanás respondeu ao SENHOR, e disse: De rodear a terra, e passear por ela."
Esse verso nos diz muito sobre as atividades de Satanás e seus demônios neste planeta. Enquanto nós, humanos, tendemos a imaginar que a Terra seja um lugar bastante grande, Satanás acaba de dizer a Deus que a considera pequena o suficiente para "rodear e passear por ela". Poderíamos usar essa expressão ao falar sobre o nosso jardim!
Agora, junte esse conceito com o conhecimento bíblico de que Satanás controla este planeta durante esta época do tempo:
"Em que noutro tempo andastes segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe das potestades do ar, do espírito que agora opera nos filhos da desobediência."[Efésios 2:2].
O apóstolo Paulo, escrevendo sob a influência do Espírito Santo, chamou Satanás de príncipe das potestades do ar.
Quando Deus criou Adão, deu-lhe responsabilidade por este planeta e por todos os animais [Gênesis 2:20], razão pela qual permitiu que nomeasse todos os animais. No entanto, quando Satanás persuadiu Adão e Eva a pecarem, o título de propriedade da terra passou a Satanás, e ele ainda o mantém. Assim, no texto referido, o apóstolo Paulo chama Satanás de príncipe das potestades do ar. Lembra-se de quando Satanás tentou Jesus Cristo no deserto e o levou ao topo de um monte muito alto e lhe mostrou todos os reinos do mundo? Satanás disse que, se Jesus apenas se prostrasse para adorá-lo, lhe daria todos os reinos do mundo. [Mateus 4:8-10].
Essa jactância não era irreal e nem à toa; Satanás poderia ter dado todos os reinos do mundo a Jesus, da forma como prometeu fazer. Por quê? Porque ele controla este mundo durante o tempo desta era; e é o "deus deste século" [2 Coríntios 4:4].
Em Apocalipse 5:1-12, mas especialmente no verso 8, vemos Jesus tomando o título de propriedade da Terra. O livro com sete selos era o título de propriedade da Terra e no verso 8 Jesus toma posse dele no céu. A partir desse momento, Satanás não é mais o príncipe das potestades do ar, conforme prova o contínuo desenrolar dos julgamentos profetizados sobre a Terra. Finalmente, em Apocalipse 11:15, os anjos proclamam: "Os reinos do mundo vieram a ser de nosso Senhor e do seu Cristo, e ele reinará para todo o sempre."
Até esse momento da história mundial [Apocalipse 11:15], Jesus Cristo não era o rei deste mundo; Satanás era, e ainda é hoje, porque os eventos do Apocalipse ainda são futuros. Lembre-se desse elemento-chave, pois é fundamental para a compreensão do poder que Satanás exerce no presente; se ele quiser fazer algo neste mundo hoje, pode fazer, a não ser que Deus aja especificamente para detê-lo. Certamente, na igreja de Satanás, ele pode fazer muito bem o que desejar, contanto que não tente tocar nos genuinamente salvos de Deus remanescentes. Satanás usa os conciliábulos de feiticeiros e as sociedades secretas como sua igreja, e é por esse caminho que perpetua sua doutrina e seu plano para os séculos, transmitindo-os de geração em geração.
Reiterando, a passagem em Jó 1:6-7 revela a atividade de Satanás e suas hordas de demônios. Eles estão continuamente "rodeando e passeando" pela Terra. O apóstolo Paulo então acrescenta que todos os incrédulos estão "sob o controle do espírito demoníaco" que Satanás controla! Os incrédulos são controlados por um espírito demoníaco, um controle que Satanás dividiu entre seus principados [veja maiores detalhes lendo o artigo N1050, "Os Sete Principados do Reino das Trevas"]. Dessa forma, Satanás e suas hordas de demônios estão constantemente na Terra, controlando sua gente na rebelião à autoridade estabelecida de Deus e de sua Palavra!
Já que Satanás é o príncipe deste mundo, Deus concede-lhe certa liberdade de ação que a maioria dos cristãos não compreende completamente. Embora seja verdade que nada pode tocar um cristão fiel, a não ser que Deus permita, o mesmo não é necessariamente verdade quanto ao incrédulo. Uma vez que o incrédulo — o não-salvo — está em rebelião contra Deus, e está excluído da proteção de Deus, está suscetível ao poder sobrenatural de Satanás. O não-salvo pode ser atacado virtualmente com impunidade; pode ser afligido; pode ser possesso. E, como veremos em breve, o infiel está mais suscetível a ver manifestações físicas dos demônios, particularmente se entregou a autoridade espiritual sobre seu corpo às hordas demoníacas, participando de determinados pecados, como drogas, álcool, certos pecados sexuais ou participando de atividades ocultistas.
Satanás pode fazer virtualmente o que quiser, a quem quiser, a menos que Deus especificamente intervenha para impedir. Assim, o apóstolo Paulo declara enfaticamente que os incrédulos "estão presos à vontade dele". [2 Timóteo 2:26; ênfase adicionada].

Conflito nas Regiões Celestiais Pela Influência Sobre os Reis

Em Daniel 10, Deus nos dá uma amostra intrigante a respeito da guerra espiritual entre os anjos e os demônios, enquanto eles lutam pelo coração e pela mente dos reis pagãos, mencionados especificamente aqui como "príncipe da Pérsia" e depois como "príncipe da Grécia" [Daniel 10:20].
Permita-nos resumir os eventos desse capítulo. No terceiro ano de Ciro, rei da Pérsia, Daniel começou a jejuar e orar pedindo maior entendimento do plano de Deus para Israel, especialmente no que se referia ao fim dos tempos. Daniel já havia recebido entendimentos sem precedentes anteriormente, mas não estava certo se os havia compreendido adequadamente, então pediu maiores esclarecimentos.
Vemos no verso 2 que Daniel jejuou por três semanas, esperando pacientemente pela resposta de Deus. Subitamente, no verso 4, Daniel recebe a visita de um anjo, uma experiência que quase o fez desmaiar, tanto que o anjo teve de tocá-lo para que se levantasse novamente. Em seguida, o anjo revelou uma história impressionante. Vamos acompanhar o relato bíblico a partir daqui:
"Então [o anjo] me disse: Não temas, Daniel, porque desde o primeiro dia em que aplicaste o teu coração a compreender e a humilhar-te perante o teu Deus, são ouvidas as tuas palavras; e eu vim por causa das tuas palavras."
Daniel deve ter ficado perplexo com essa história. Se Deus deu sua resposta no primeiro dia em que Daniel orou, e instruiu esse anjo para entregar a resposta a Daniel, por que demorou três semanas para que o anjo chegasse à Terra? Daniel estava certamente ciente de que um anjo pode ir do céu à Terra instantaneamente; assim sendo, por que Daniel teve de esperar por três semanas inteiras? O anjo respondeu a essa pergunta, e o impacto da resposta em nossas vidas continuará até o dia em que virmos Jesus Cristo! As implicações da resposta do anjo foram enormes.
"Sabes por que eu vim a ti? Agora, pois, tornarei a pelejar contra o príncipe dos persas; e, saindo eu, eis que virá o príncipe da Grécia."
Essa Escritura revela que uma batalha entre os anjos de Deus e as legiões de demônios de Satanás está constantemente ocorrendo pelos corações e mentes dos governantes humanos das nações do mundo. Nesse caso, os anjos de Deus e os demônios de Satanás lutaram pelo controle da mente e do coração do rei da Pérsia, que no tempo de Daniel era Ciro [verso 1]. Entretanto, todo rei da Pérsia deve ter tido tal batalha pelo seu coração e pela sua mente, e todo rei da Grécia deve ter tido tal batalha. Em outras palavras, as hordas de demônios estavam lutando contra os anjos para conseguir controlar a mente e o coração do rei humano, para que ele tomasse as decisões que beneficiassem a Satanás e pervertessem o plano de Deus. Embora Deus tenha poder a qualquer tempo e em qualquer situação para frustrar os planos das hordas de demônios, ele não age sempre dessa forma. Em sua soberania, por vezes permite às hordas de demônios influenciarem os reis da Terra a tomarem decisões que parecem implementar o programa de Satanás. É claro que o plano de Deus prevalecerá no final; mas em incontáveis situações no decorrer da história, Deus permitiu que as hordas de demônios prevalecessem de forma semelhante.
O que precisamos entender dessa passagem é que tal batalha pelo coração e pela mente dos governantes da Terra ocorre em todas as gerações da história humana. Os satanistas aprendem que Satanás encarrega determinados demônios de ficarem ao lado de cada governante de cada nação na história; podemos apenas presumir que Deus reage designando um anjo para cada governante humano em cada geração da história humana.
Mantenha esse fato em mente.

Seres Demoníacos Manifestando-se Nesta Dimensão

Já estudamos Gênesis 6, que descreve uma época em que os demônios transformaram-se em homens atraentes. Também já nos referimos a Gênesis 19, onde os anjos de Deus que destruíram Sodoma e Gomorra vieram à tarde até a casa de Ló; esses anjos eram homens muito atraentes. Essa transformação dos anjos de Deus nesta dimensão é evidentemente tão comum que a Bíblia relata que alguns cristãos receberam a anjos sem se dar conta disso! [Hebreus 13:2].
Entretanto, os demônios podem se manifestar nesta dimensão como os monstros horríveis que são? Deus permitirá esse tipo de manifestação e, se permitir, quais serão os parâmetros pelos quais permitirá isso? Alguns cristãos acreditam que os demônios de Satanás não podem se manifestar nesta dimensão; de fato, um querido amigo cristão me disse que não acredita que os demônios possam se manifestar nesta dimensão. Apenas um exemplo bíblico inquestionável convencerá um cristão céptico como ele. Felizmente, a Bíblia claramente nos dá um exemplo desse tipo.

O Rei Saul e a Feiticeira de En-Dor — 1 Samuel 28:7-25

O início dessa triste história começa no verso 3:
"E Samuel já estava morto, e todo o Israel o tinha chorado, e o tinha sepultado em Ramá, que era a sua cidade; e Saul tinha desterrado os adivinhos e os encantadores."
Quando o rei Saul precisasse de aconselhamento espiritual, ou de uma resposta específica de Deus, deveria procurar o profeta Samuel. No entanto, a Bíblia registra que Saul nunca buscou a orientação e os conselhos de Samuel. Agora que Samuel estava morto, sabendo que Davi seria o novo rei, Saul entra em desespero diante de um ataque iminente dos filisteus. Um dia antes da batalha, Saul pergunta aos seus servos onde poderia encontrar ajuda sobrenatural. Vamos acompanhar a história a partir do verso 7:
"Então disse Saul aos seus criados: Buscai-me uma mulher que tenha o espírito de feiticeira, para que vá a ela e a consulte."
O fato de que o rei Saul pensava até mesmo em buscar a ajuda de uma bruxa — uma feiticeira — para aconselhamento espiritual é chocante, pois ele erradicou vigorosamente os feiticeiros de Israel, conforme indica a resposta da feiticeira no verso 9. Deus havia ordenado que ninguém em Israel consultasse necromantes, feiticeiros, adivinhadores, encantadores e mágicos muito antes do nascimento do rei Saul [Deuteronômio 18:9-14]. Na verdade, Deus ordenou que todos os feiticeiros e os que praticassem bruxaria fossem mortos, em Êxodo, 400 anos antes do rei Saul.
Reiterando, a resposta dessa feiticeira de En-Dor (2 Samuel 28:9) mostra que Saul cumpriu as ordens de Deus no que se refere aos feiticeiros; entretanto, acho bastante interessante que, mesmo depois de uma campanha vigorosa contra os feiticeiros, os criados do rei Saul soubessem exatamente onde havia uma feiticeira! Quando o rei Saul pediu a indicação de uma feiticeira, eles sabiam exatamente onde ela vivia e levaram o rei até lá. Ela devia ser uma feiticeira bastante poderosa para ter escapado da perseguição, embora os criados de Saul soubessem exatamente onde ela vivia. A resposta imediata dos criados revela a verdade da história:
"E os seus criados lhe disseram: Eis que em En-Dor há uma mulher que tem o espírito de adivinhar." [verso 7].
Assim que o rei Saul soube que uma feiticeira vivia em En-Dor, não perdeu tempo em ir até ela.
"E Saul se disfarçou e vestiu outros vestidos, e foi ele com dois homens, e de noite chegaram à mulher; e disse: Peço-te que me adivinhes pelo espírito de feiticeira, e me faças subir a quem eu te disser." [verso 8].
O que há de mais importante a se notar no pedido de Saul é que ele falou sobre esse ritual como se fosse habitual, e ele certamente conhecia o poder de um feiticeiro para invocar um ser espiritual por meio do poder do "espírito familiar" que habita nele; esse espírito familiar é uma das formas mais poderosas de possessão demoníaca, pois invocar um ser espiritual a esta dimensão requer uma possessão poderosa, agindo por meio de um feiticeiro experiente. O rei Saul sabia que a feiticeira poderia conjurar um espírito específico, e após garantir que ela não seria morta [verso 10] — invocando o nome do Senhor — ele pede que Samuel seja trazido do Seol Superior, o lugar que Jesus chamou de Paraíso.
A maioria dos estudiosos da Bíblia não acredita que Deus realmente permitiu que o espírito de Samuel retornasse à Terra, pelo simples motivo de que Deus certamente não permitiria que o espírito de um de seus profetas retornasse à Terra por meio de um método satânico já condenado por ele. Deus dá tanta importância aos métodos justos quanto dá aos fins justos, assim ele definitivamente não permitiria que o verdadeiro espírito de Samuel se manifestasse.
O próprio texto permite essa interpretação. À primeira vista, parece que o próprio Samuel apareceu, conforme lemos no verso 12:
"Vendo, pois, a mulher a Samuel, gritou em alta voz; e a mulher falou a Saul, dizendo: Por que me tens enganado? Pois tu mesmo és Saul."
No entanto, o verso seguinte lança a dúvida se era realmente o espírito de Samuel, pois o rei Saul diz:
"Não temas; que é o que vês?"
O fato de Saul ter feito essa pergunta dessa forma parece indicar que a feiticeira não identificou o espírito que viu como sendo o de Samuel. Continuemos com o verso 13:
"Então a mulher disse a Saul: Vejo deuses que sobem da terra." Outra tradução da Bíblia parece indicar que ela viu apenas um espírito aparecendo nesta dimensão: "A mulher respondeu a Saul: 'Estou vendo um espírito subindo das profundezas da terra'." Na verdade, a feiticeira deve ter falado no singular, pois Saul formula sua próxima pergunta no singular.
"Como é a sua figura?" A feiticeira viu o espírito antes de Saul e ficou assustada com o seu semblante. Entretanto, esse fato ainda não significa que o espírito fosse realmente Samuel. A resposta que a feiticeira dá em seguida é bastante instrutiva. Ela descreveu o que viu:
"Vem subindo um homem ancião, e está envolto numa capa." Observe que a feiticeira não disse que se tratava realmente de Samuel, mas apenas que viu um homem ancião envolto numa capa. Então, a próxima sentença de Deus revela a verdade.
"Entendendo Saul que era Samuel, inclinou-se com o rosto em terra, e se prostrou."
Saul entendeu que o "homem ancião... envolto numa capa" era Samuel. O rei então inclinou-se com o rosto em terra perante o espírito "e se prostrou". Em outras palavras, o rei Saul assumiu que havia reconhecido a autoridade espiritual superior de Samuel, algo que ele normalmente recusava fazer enquanto Samuel estava vivo.

Deus Controla os Espíritos Malignos!

Vamos parar aqui para discutir quem era esse espírito, já que ele não era Samuel. Os estudiosos da Bíblia que acreditam que Deus jamais permitiria que o espírito de um servo fiel já morto fosse invocado à esta dimensão terrena por meio do ritual satânico proibido da necromancia, crêem que esse espírito era um demônio disfarçado de Samuel, um ser sobrenatural ímpio sob o controle direto de Deus!
Deus utiliza esse tipo de controle sobre um demônio? Sim, certamente.
Em Jó 1:6-7, vemos que Deus convocou tanto os seus anjos piedosos quanto os anjos ímpios de Satanás para se apresentarem diante dele em seu trono. Deus convocou os demônios de Satanás para darem satisfação de suas atividades a ele!
Com isso em mente você entenderá melhor o conteúdo de 2 Crônicas 18:18-22, onde Deus enviou uma entidade demoníaca para ser um "espírito de mentira" e deliberadamente enganar o ímpio rei Acabe, para que Deus o trouxesse a julgamento. Veja:
"Disse mais: Ouvi, pois, a palavra do SENHOR: Vi ao SENHOR assentado no seu trono, e todo o exército celestial em pé à sua mão direita, e à sua esquerda."
Vamos parar aqui para identificar o "exército celestial" que o profeta Micaías viu em sua visão inspirada. Baseado no que Jesus nos disse sobre o julgamento final, podemos seguramente identificar o exército celestial à mão direita de Deus como sendo os anjos fiéis, e o exército celestial à mão esquerda de Deus como sendo os anjos rebeldes, ou demônios. Em Mateus 25:33, vemos que a organização dos homens no julgamento final será com os salvos à mão direita de Deus [ovelhas], e os condenados à mão esquerda de Deus [bodes].
Com isso em mente, considere a seqüência do relato da Escritura:
"E disse o Senhor: Quem persuadirá a Acabe rei de Israel, para que suba, e caia em Ramote de Gileade?... Então saiu um espírito e se apresentou diante do SENHOR, e disse: Eu o persuadirei. E o SENHOR lhe disse: Com quê? E ele disse: Eu sairei, e serei um espírito de mentira na boca de todos os seus profetas. E disse o SENHOR: Tu o persuadirás, e ainda prevalecerás; sai, e faze-o assim. Agora, pois, eis que o SENHOR pôs um espírito de mentira na boca destes teus profetas..." [2 Crônicas 18:19-22].
Uma vez que a Bíblia nos diz que Deus está acima de todo o mal, e não pode fazer o mal, podemos ver que aqui ele ordenou a um demônio para ir até Acabe e sussurrar uma mentira em seu ouvido que o levasse a cometer um erro fatal no campo de batalha. Esse espírito de mentira estava sob o controle direto de Deus, e executou sua tarefa muito bem: o rei Acabe foi morto na batalha [verso 33].
Vemos uma situação parecida em 1 Samuel 16:14, onde a mão de Deus começa a se mover contra o rei Saul. "E o espírito do SENHOR se retirou de Saul, e o atormentava um espírito mau da parte do SENHOR." Deus enviou um espírito maligno — um demônio — para ir até o rei Saul e atormentá-lo como parte de seu julgamento divino contra o rei.
Em 1 Samuel 18:10-11 e 19:9-10, vemos que outro espírito maligno — um demônio — agindo sob as ordens diretas de Deus, persuadiu o rei Saul a tentar matar Davi; no entanto, o Senhor garantiu que Davi escapasse:
"E aconteceu ao outro dia que o mau espírito da parte de Deus se apoderou de Saul, e profetizava no meio da casa; e Davi tangia a harpa com a sua mão, como de dia em dia. Saul, porém, tinha na mão uma lança. E Saul atirou com a lança, dizendo: Encravarei a Davi na parede."
Dessa forma, não temos muita dificuldade para acreditar que o espírito que surgiu durante esse ritual foi realmente um demônio agindo sob as ordens diretas de Deus, não apenas para aparecer como Samuel, mas para transmitir ao rei Saul a mensagem que Deus queria enviar! [1 Samuel 28:15-19].

O Ritual Satânico Necessário Para Trazer um Espírito a Esta Dimensão

Já que Deus não quer expor o ritual satânico específico que os feiticeiros realizam para invocar fisicamente um espírito a esta dimensão, o relato bíblico omite o ritual de feitiçaria nessa passagem. No entanto, a feiticeira certamente teve de realizar um ritual entre os versos 11 e 12 do capítulo 28. Assim sendo, pedi a Cisco Wheeler, uma ex-praticante de Magia Negra, para me descrever exatamente o tipo de ritual que essa feiticeira teria executado para trazer um demônio a esta dimensão.
Como o mundo de Satanás e de seus demônios tem um nível considerável de hierarquias e de linhas de comunicação, todo feiticeiro precisa conhecer exatamente o procedimento que Satanás estabeleceu para que os médiuns humanos possam acessar seu poder sobrenatural e controlar seus demônios nesta dimensão. Esse conhecimento é a própria essência da feitiçaria. Os feiticeiros humanos devem ser muito cuidadosos no modo como realizam esse ritual, pois demônio algum quer ser forçado a vir a esta dimensão, de forma a realizar a vontade do ser humano que está executando a cerimônia; se o feiticeiro cometer algum erro, não importa o quão insignificante, o demônio tem permissão de Satanás para atacar e matar o feiticeiro. Dessa forma, os feiticeiros tomam um cuidado enorme com os mínimos detalhes quando realizam esse ritual.
Isso é o que a feiticeira em En-Dor — conhecida na literatura ocultista como Gilgamés — deve ter feito para trazer esse espírito disfarçado de Samuel. O grande deus Ea do cosmos acadiano é o único capaz de forçar o deus do mundo dos mortos, Nergal, a libertar o espírito de Enkidu para que Saul possa supostamente conversar com Samuel. A atividade é consumada por meio da prece a Ea; se o necromante for poderoso o suficiente, não é necessário o oferecimento de um sacrifício; o resultado aparece na forma de um espírito, que chega como um vento. Os ocultistas acreditam, portanto, que o demônio que apareceu foi Enkidu, disfarçado como Samuel.
Os demônios que são forçados a se materializar nesta dimensão sempre reclamam amargamente por terem sido forçados a vir. Assim, não devemos ficar surpresos ao ver esse demônio — que Saul presumiu ser Samuel — reclamar no verso 15: "Por que me desinquietaste, fazendo-me subir?" Essa queixa é ouvida quase todas as vezes que um feiticeiro realiza uma cerimônia de necromancia, já que o demônio não quer ficar sob o controle do médium humano.
Caso o nigromante [necromante] não seja poderoso o suficiente para fazer o espírito subir com uma simples prece ao deus Ea, então este é o ritual necessário: O feiticeiro deve primeiramente fazer a prece ao deus Ea e depois iniciar os preparativos para um ritual de sacrifício. Após desenhar os símbolos "sagrados" requeridos pelo ritual específico, o nigromante terá de cavar uma cova com sua espada, derramar uma libação de mel, vinho e água ao redor e espargir comida dentro da cova; depois deve fazer votos e proferir preces de devoção à nação dos mortos, preenchendo a cova com o sangue de uma ovelha imolada, após o que as almas dos mortos virão do reino sobrenatural.
Entretanto, o conhecimento mais importante que o nigromante deve ter é o "nome inefável" do deus Ea. Esse "nome mágico" invoca a forma de poder que o ritual requer para ser eficaz. Esse nome, misterioso e divino, é o maior e mais irresistível de todos os poderes da magia. Ea, deus da terra e do mar, é o único ser em todo o universo que conhece a palavra secreta. Quando ela é pronunciada, tudo se curva no céu, na terra e nas regiões do inferno. Esse nome sozinho pode subjugar os sete maskim [os mais poderosos espíritos na mitologia suméria/acadiana, dotados de poderes extraordinários, capazes de causar terremotos, de parar o movimento dos astros e de atacar os homens com suas magias] e fazer cessar suas destruições. Os próprios deuses são subjugados por esse nome e o obedecem. Assim, já na aurora da história encontramos o poder que supostamente reside nos nomes inefáveis que inflamaram um grande rastro em toda a magia ritual. Na magia egípcia, os magos afirmavam que conheciam os nomes ocultos e místicos dos deuses, e proferiam esses nomes para controlá-los.

A magia ritual requer o uso dos nomes inefáveis dos principais deuses da região infernal. Assim, quando os maçons dão grande ênfase ao "nome inefável" de "Deus", revelam sua verdadeira natureza das trevas. As raízes da Maçonaria podem ser rastreadas até os mistérios egípcios, portanto é natural que falem tanto sobre o "nome inefável" de "Deus", embora a Bíblia não o mencione nem uma única vez. Não se deixe enganar quanto à verdadeira natureza ocultista da Maçonaria.
Não sabemos se a feiticeira de En-Dor era poderosa o suficiente para invocar um demônio disfarçado de Samuel simplesmente fazendo uma prece ao deus Ea, ou se teve de realizar o ritual de sacrifício descrito anteriormente. Não é necessário para esta discussão saber esse detalhe. O que sabemos é que o rei Saul estava ciente que essa feiticeira de En-Dor rotineiramente invocava espíritos a esta dimensão, e que quando pediu para ela trazer Samuel, um demônio apareceu nesta dimensão!
Conforme afirmamos anteriormente, Satanás é o "senhor deste mundo" e pode fazer muito do que quiser, a menos que Deus intervenha especificamente para impedi-lo. Os bruxos e feiticeiros costumeiramente conjuram manifestações físicas de demônios, como retratado na gravura ao lado.
Examine atentamente essa gravura. Ela mostra o maçom de Grau 33 Eliphas Levi dentro de um círculo especialmente criado, conjurando o espírito demoníaco Apolônio de Tiana [Manly P. Hall, maçom de Grau 33, An Encyclopedic Outline of Masonic, Hermetic, Qabbalist and Rosicrucian Symbolical Philosophy Being an Interpretation of the Secret Teachings Concealed Within the Rituals, Allegories and Mysteries of All Ages, H.S. Crocker Company, 1928, pág. 101; também citado por David Carrico, Scottish Rite Journal, no artigo, Manly P. Hall: The Honored Masonic Author, Evansville, Indiana, 1992, pág. 17; catalogado como um livro recomendado pela Macoy Publishing and Masonic Supply Company; reeditado pela Dra. Burns, com autorização].
Com Eliphas Levi fazendo o papel do bruxo — lendo o livro de encantamentos em sua mão — o demônio é conjurado a esta dimensão, e aparece dentro de um círculo em que há um triângulo desenhado em seu interior. Observe o Baphomet [Bafomé] no canto superior esquerdo e a caveira humana na extremidade direita. Portanto, os satanistas dão grande importância aos símbolos desenhados no chão ou na terra. Eles fazem uso desses símbolos durante cerimônias poderosas de bruxaria.
O ex-feiticeiro/mestre-maçom/mórmon William Schnoebelen expõe claramente a habilidade dos médiuns de invocar espíritos a esta dimensão. Leia o seu testemunho, pois é uma confirmação para o aqui e agora, ou seja, a época atual.
"Na bruxaria, nosso desafio era conjurar e controlar os espíritos e usar seu poder sem nos ferirmos durante o processo." [Mormonism's Temple of Doom (O Templo da Perdição do Mormonismo), de William Schnoebelen and James R. Spencer, 1997, pág. 12].
Lembra-se de nossa afirmação anterior que um feiticeiro presta muita atenção até mesmo aos mínimos detalhes em um ritual, pois caso cometa algum erro, por menor que seja, o demônio que foi chamado a esta dimensão pode até matá-lo? Schnoebelen acaba de confirmar esse fato. Graças a Deus, Bill Schnoebelen agora é um cristão nascido de novo e serve a Jesus Cristo!
Nos países do mundo que não têm a tradição das igrejas fundamentalistas fiéis à Bíblia, como os EUA, os demônios manifestam-se regularmente nesta dimensão. Receio que, uma vez que os EUA se afastaram para bem longe de Deus nas últimas décadas, vejamos esse fenômeno com uma regularidade crescente, a começar dentro dos círculos satânicos estabelecidos, é claro. Nós, cristãos nascidos de novo, não precisamos nos preocupar com a manifestação de demônios, porque estamos protegidos pelo sangue derramado de Jesus Cristo. No entanto, nossos amigos, vizinhos e até mesmo familiares que não são salvos podem nos levar a entrar em contato com tal atividade demoníaca; portanto devemos estar conscientes de que essa atividade demoníaca está ocorrendo furiosamente ao nosso redor e nos afetando indiretamente.
Schnoebelen faz uma declaração assustadora a respeito da habilidade dos demônios de entrarem na casa de alguém que tenha sido afligido ou possuído, para afligirem também os demais membros da família! Veja:
"Como podemos esperar que nossos filhos respeitem a autoridade quando o nosso envolvimento numa religião antiga de mistérios [Maçonaria] abriu as comportas do desejo em nossas casas... As crianças têm faro fino para a hipocrisia, e se conhecerem algo de suas Bíblias, verão facilmente que o papai não deveria estar freqüentando a reunião da loja todas as segundas-feiras à noite... embora a maioria das crianças provavelmente não saiba muito a respeito da Maçonaria em que seu pai e/ou mãe está envolvido, o fato de que seus pais são membros do 'maior conciliábulo de feiticeiros do mundo' traz o pecado da bruxaria para dentro de casa." [Maçonaria: Do Outro Lado da Luz, de William Schnoebelen, Editora Luz e Vida, pág. 236].
Um pai envolvido com a Maçonaria, e/ou uma mãe que é membro da Estrela do Oriente, está trazendo demônios atuantes para dentro de sua casa, para afligirem seus filhos! Os atos dos pais afetam dramaticamente os filhos! A guerra espiritual é verdadeira e tudo o que um demônio está buscando é uma "porta de entrada" aberta por alguém em sua vida, ou por alguém com autoridade, como o chefe de uma família. A guerra espiritual pode imperar poderosamente na casa de um maçom.
No entanto, a guerra espiritual pode imperar poderosamente em um lar cristão se os pais permitiram que uma 'porta de entrada' seja aberta, como pecado sexual, álcool, drogas, consentir que os filhos ouçam música Rock, brinquem com o tabuleiro de Ouija ou qualquer outro "jogo" ocultista, ou assistindo a muitas dessas coisas na televisão atual. O que os pais fazem tem um impacto crucial em seus filhos dentro do lar!
A guerra espiritual está ocorrendo furiosamente neste mundo. Se Satanás o agarrasse pelo pescoço, você o reconheceria? Realmente, nesta época do fim dos tempos em que vivemos, a atividade demoníaca está na mais alta intensidade desde a primeira vinda de Jesus Cristo.

Você está preparado espiritualmente? Sua família está preparada? Você está protegendo seus amados da forma adequada? Esta é a razão deste ministério, fazê-lo compreender os perigos iminentes e depois ajudá-lo a criar estratégias para advertir e proteger seus amados. Após estar bem treinado, você também pode usar seu conhecimento como um modo de abrir a porta de discussão com uma pessoa que ainda não conheça o plano da salvação. Já pude fazer isso muitas vezes e vi pessoas receberem Jesus Cristo em seus corações. Estes tempos difíceis em que vivemos também são tempos em que podemos anunciar Jesus Cristo a muitas pessoas.
Se você recebeu Jesus Cristo como seu Salvador pessoal, mas vive uma vida espiritual morna, precisa pedir perdão e renovar seus compromissos. Ele o perdoará imediatamente e encherá seu coração com a alegria do Espírito Santo de Deus. Em seguida, você precisa iniciar uma vida diária de comunhão, com oração e estudo da Bíblia.
Se você nunca colocou sua confiança em Jesus Cristo como Salvador, mas entendeu que ele é real e que o fim dos tempos está próximo, e quer receber o Dom Gratuito da Vida Eterna, pode fazer isso agora, na privacidade do seu lar. Após confiar em Jesus Cristo como seu Salvador, você nasce de novo espiritualmente e passa a ter a certeza da vida eterna nos céus, como se já estivesse lá. Assim, pode ter a certeza de que o Reino do Anticristo não o tocará espiritualmente. S
Esperamos que este ministério seja uma bênção em sua vida. Nosso propósito é educar e advertir as pessoas, para que vejam a vindoura Nova Ordem Mundial, o Reino do Anticristo, nas notícias do dia-a-dia.


A GRANDE BATALHA DOS ANJOS


Um dia, por Deus ter demonstrado seu imenso amor pelo ser humano, Samael ficou muito enciumado e se rebelou contra Deus.

Pensava ele: "Porque tenho de servir a estes seres que nada sabem?" - esquecendo-se de que tudo sabia para poder auxiliar aos seres, como ele dizia, "que nada sabem".

Ao se rebelar contra o Criador, ele persuadiu grande parte dos anjos a tomarem o Trono de Deus. Ele dividiu os anjos pela metade e houve uma grande guerra entre eles contra os anjos que continuaram ao lado de Deus.


Deus enviou os Arcanjos Miguel e Gabriel e seus anjos para que combatessem os rebelados. Essa guerra nos céus foi muito terrível e muito real. Ainda que não tenha exibido as barbaridades tão características da guerra física dos mundos imaturos, esse conflito foi muito mais mortal; a vida material fica em perigo no combate material, mas a guerra nos céus foi travada em termos de vida eterna. Nessa batalha milhões de querubins, serafins e anjos foram aniquilados.

LÚCIFER É BANIDO DO CÉU:


Deus então ateou fogo por todo o Universo e conseguiu, dessa maneira, derrotar os anjos rebelados. Ao ver que havia perdido a batalha, Samael jurou se vingar de todos à medida em que ia caindo no abismo junto com seus comparsas.

Assim, como havia sido criado no céu por Deus e não tendo mais para onde ir, Lúcifer e seus anjos foram condenados a serem eternamente queimados pelo fogo sagrado no coração do grande Sol central.

LÚCIFER CAI NA TERRA:

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Quando Lúcifer caiu à terra descendo com todos os seus anjos rebeldes, atacou diretamente as chamas gêmeas, separando os amores e suas forças mortais ao seu ódio. Lançou a sensualidade e a cobiça para fazer com que o homem fosse atraído a pensar no desejo, e não, pensar e desejar, para que errasse e caísse em desgraça, sendo condenado à mesma sorte que ele.


Posted by DJ BURP | às 15:14 | 0 comentários

LENDAS E MITOS


HERÓIS NO SUBMUNDO

Mesmo com Cérbero e Caronte guardando a entrada para o Hades, vários heróis conseguiram ir e vir do Submundo, como Odisseu (quando foi pedir ajuda ao adivinho Tirésias sobre o seu retorno a Ítaca), Hércules (quando foi capturar o cão de três cabeças como parte de um dos seus 12 trabalhos), Orfeu (ao tentar reaver seu amor Eurídice), Teseu (foi junto de Pirítoo tentar raptar Perséfone) e Enéias (que junto deSibila desceu ao mundo dos mortos).

OS CAMPOS ELÍSIOS


Aqui brilhava o sol e havia cascatas de vinho, mas independentemente de quanto se bebesse, ninguém ficava embriagado. Segundo algumas versões seus habitantes ficavam aqui 1000 anos até apagar-se tudo de terreno neles, depois disto esqueciam toda a sua vida (provavelmente bebendo do rio Lete) e reencarnavam ou realizavam metempsicose - reencarnar em animais. Os mortos dos campos elísios podem voltar à Terra, mas como sua nova vida é tão boa, raramente o fazem, mesmo por pouco tempo.

Hades moraria num palácio nos campos elísios com sua esposa Perséfone, circundado por um bosque de álamos e salgueiros estéreis. O solo era recoberto de "asfódelo", planta das ruínas e dos cemitérios. Lá havia um vale por onde corria o rio Lete e onde as almas dos que iam voltar a Terra esperavam por um corpo, no momento devido. Em algumas versões o palácio de Hades ficava junto ao tribunal de julgamento. Certas versões obsoletas colocam o juiz Radamanto como cuidando dos campos elísios, e um de seus servos, seria Cronos, anteriormente o líder dos titãs, um deus maligno e cruel, mesmo assim Cronos nunca 

incomodou ninguém no paraíso.

Aswang





Aswang (ou Asuang) é uma criatura da mitologia mudança das Filipinasconhecido em quase todo o arquipélago filipino. Aquele demônio noite quetoma a forma que você quer, como um cão, gato, pássaro ou outro animal. OAswang preferência levar as crianças, andarilhos abandonados e solitários.Com a língua terrivelmente longo, preto e flexível como a seda, removeu fetos de mulheres que estão grávidas. Ele atribuiu a dor no parto.
Muitas fábulas diferentes e até contraditórias referem-se Aswang, porque as nações civilizadas do Arquipélago confundido com o nome de Aswang as memórias de muitos males que a sua religião antiga e primitiva, de modo queAswang hoje é muitas vezes tanto para todos, o nome série genérica dehobgoblins ou equivalente ao sentido de bruxa ou espanhol goblin vox. Tiktik O pássaro, a noite coruja, anuncia sua canção proximidade asuang.

Lilith





Lilith (ou Lilit) é um demónio feminino da mitologia Babilónica que habitava lugares desertos. Esta é referida em diversos textos antigos sendo o mais notável o Antigo Testamento.
Lilith é também referida na Cabala como a primeira mulher do bíblico Adão, sendo que em uma passagem (Patai81:455f) ela é acusada de ser a serpente que levou Eva a comer o fruto proibido. Esta afirmação, no entanto, surge apenas, pela primeira vez, no Talmude Babilónico composto por volta do Século VI, sendo que nunca antes havido existido esta conexão a Adão e Eva nem tão pouco à Criação.
Mais recentemente, esta história, tem sido cada vez mais adoptada sendo até discutida se é ou não contada na Bíblia. Porém, além da passagem referida abaixo, esta não é mais referida.


MITOLOGIA MESOPOTÂMICA

Ela é também associada a um demônio feminino da noite que originou na antiga Mesopotâmia. Era associada ao vento e, pensava-se, por isso, que ela era portadora de mal-estares, doenças e mesmo da morte. Porém algumas vezes ela se utilizaria da água como uma espécie de portal para o seu mundo. Também nas escrituras hebraicas (Talmud e Midrash) ela é referida como uma espécie de demônio.

Máscaras ou Shade





Na mitologia, máscaras, onde por vezes utilizado como um outro nome para asalmas do submundo ou dos Mortos. Dizia-se no mito grego que uma Sombrasurgiu como uma "reflexão" do que a pessoa era como na vida.

Peirithous



"Eu tenho sofrido bastante, espartana. Hades, ele me enviou a esta torturaeterna. Minha prisão de estopa. Mas agora que você está aqui, você pode me livre! Tudo que me resta é o meu estilo. Por favor, me liberte e é sua. "-Peirithous
Peirithous, ex-rei, era um prisioneiro do inferno, condenado ao sofrimento eterno no Inferno.


Súcubo (succubus)







Súcubo (em latim succubus, de succubare) é um demônio com aparência feminina que invade o sonho dos homens a fim de ter uma relação sexual com eles para lhes roubar a energia vital.
O súcubo se alimenta da energia sexual dos homens, e quando invade o sonho de uma pessoa ele toma a aparência do seu desejo sexual e suga a energia proveniente do prazer do atacado. Estão associados a casos de doenças e tormentos psicológicos de origem sexual, pois após os ataques se seguiam pesadelos e poluções noturnas nas vítimas.De acordo com a mitologia, são seres que podem viver aproximadamente 750 anos A contraparte masculina desse demônio é chamada de íncubo.




História






Em lendas medievais do oeste, um succubus (no plural succubi) ou succuba (no plural succubae) é um demônio que toma a forma de uma mulher bonita para seduzir homens (especialmente monges), em sonhos de ter intercurso sexual. Elas usam os homens para sustentarem-se de sua energia, por vezes até ao ponto de exaustão ou morte da vítima. São de mitologia e fantasia: Lilith, as Lilin (judeu), Lilitu (Sumério), e em fábulas de redações Cristãs (folclores não fazem parte da teologia cristã oficial), considerados succubi.
De acordo com o Malleus Maleficarum, ou "Código Penal das Bruxas", ossuccubi recolhem sêmen dos homens com os quais copulam para que um íncubo possa, então, posteriormente, engravidar mulheres. Crianças assim nascidas eram para ser supostamente mais suscetíveis às influências de demônios.
Em algumas crenças o súcubo se metamorfosearia no íncubo com o seu sêmen recém-colhido, pronto para engravidar suas vítimas. Deve-se levar em conta a crença de que demônios não podem se reproduzir naturalmente. Porém, o íncubo poderia engravidar uma mulher a partir do sêmen obtido no ataque do súcubo.




Características

A aparência do succubus varia, mas, em geral, elas são descritas como detentoras de uma sedutora beleza, muitas vezes com asas de morcego e grandes seios. Elas também têm outras características demoníacas, tais como chifres e cascos. Às vezes, aparecem como uma mulher atraente em sonhos que a vítima parece não conseguir retirar da sua mente. Elas atraem o sexo masculino e, em alguns casos, o macho "apaixona-se" por ela. Mesmo fora do sonho ela não sai da sua mente. Ela permanece lentamente a retirar-lhe energia até à sua morte por exaustão. Outras fontes dizem que o demônio irá roubar a alma do macho através de relações sexuais.





Tânatos



Na mitologia grega, Tânatos (em grego, Θάνατος - "Morte") era a personificação da morte daemon. Ele era uma figura menor na mitologiagrega, muitas vezes referido, mas raramente aparece em pessoa. Seu nome étransliterado em latim como Thanatus, mas o seu equivalente na mitologiaromana é Mors ou letus / Letum, e ele às vezes é identificada erroneamentecom Orco (Orcus mesmo tinha um equivalente grego sob a forma de Horkos(Όρκος - "Juramento"), Deus do Juramento).

íncubo





Íncubo (em latim incubus, de incubare) é um demônio na forma masculina que se encontra com mulheres dormindo, a fim de ter uma relação sexual com elas. O íncubo drena a energia da mulher para se alimentar, e na maioria das vezes deixa-a morta ou então viva, mas em condições muito frágeis. A versão feminina desse demônio é chamada de súcubo.




MEIO DE ATAQUE

O íncubo geralmente aparece em sonhos que a vítima está sentindo prazer. Ele toma a forma mais atraente para a vítima, atraindo-a para si com seu magnetismo, sugando a energia sexual de sua parceira. Indefesa diante da situação, a vítima desse ser oferece involuntariamente sua energia, como forma de retribuição, durante os atos cometidos. Ao acordar se sente fragilizada e cansada, apesar de, na maioria das vezes, não se lembrar de nada.




Religião Órfica




Ao som de Sopor Aeternus, que começo meu post sobre Religião Órfica, ou Orfismo. Ficou grande, espero que tenham paciência para ler.

Bem, Orfismo, foi uma religião supostamente criada por Orfeu. Não confundam com Morfeu, o deus do Sono. Orfeu era poeta, filho de Apolo e Calíope. A lenda sobre ele é muito conhecida na mitologia grega, e uma das minhas favoritas. Orfeu, recebeu de Apolo, uma lira. Quando Orfeu tocava, os passáros paravam para escutar. Acalmava qualquer ser sobre a terra.


 Durante a viagem de Jasão e os Argonautas, Orfeu, que acalmava os tripulantes que passavam vários dias no mar. Orfeu se casou com Eurídice, por quem era totalmente apaixonado. Eurídice era extremamente bonita, e isso chamou a atenção de Aristeu, que tentou perseguir a moça. Ela fugindo dele, acabou por pisar em uma cobra, que picou ela. Eurídice morreu, mas Orfeu não se conformava com sua morte. Ele desceu até o Hades, e tocando sua Lira, convenceu Caronte (barqueiro) a leva – lo pelo rio Estige. Acalmou Cérbero e chegou até Hades. Claro que Hades ficou puto ao ver um “vivo” ali no mundo dos mortos. Mas a esposa de Hades, a deusa Perséfone, ficou com pena dele. Hades deixou que ele tocasse, e sua melodia, fez com que Hades, chorasse lágrimas de prata. Hades propõe um trato. Diz que Orfeu tem que subir, por uma caverna íngreme até o mundo dos vivos, e que ele não podia olhar para trás enquanto ele não visse o Sol. Eurídice estaria seguindo ele. Mas se em algum momento, ele olhasse para trás...o trato estaria desfeito. Orfeu fez o que foi dito. Mas quando estava a poucos passos da saída, ele olhou para trás para ter certeza que ela estava ali. Mas viu ela pela última vez, antes que ela virasse um fantasma e voltasse para o mundo dos mortos.  Ele então não quis mais nenhuma mulher, ninguém era boa o bastante. Foi quando ele criou o Orfismo.
Dizem que até mesmo Platão conheceu o Orfismo. O Orfismo, era uma crença que acreditava, que a suas ações na terra, que iriam definir, como seria sua vida no pós morte. Familiar não é mesmo? ? Sim, foi isso que aparentemente  inspirou o cristianismo! Espera que tem mais: Eles acreditavam que a alma humana era divina e imortal, diferente das tradições gregas da época. Eles acreditavam em encarnação atráves da Metempsicose (método de transmigração da alma, onde a alma vem de outra vida para um novo corpo, seja ele humano ou não). Eles acreditavam na comunhão com os deuses e ensinavam que trangressões e erros durante a vida, seriam punidas no pós morte. Tinham também escritos sagrados. Essa idéias de Orfeu surgiram na Grécia, no século VI a.C. Eles também eram contra os sacrifícios e oferendas aos deuses, o que diferenciava das então crenças da época. Muitos Historiadores não acreditam na existência do Orfismo.
O Orfismo não acreditava, que o universo tinha surgido do Caos, como as crenças gregas. E ao invés de adorar Zeus, ele exaltavam Zagreus, que era a primeira reencarnação de Dionisio. Para eles, não havia começado do Caos, e sim do Ovo Primordial (Ovo?), que seria o símbolo da vida e da plenitude do Ser. O Ovo seria perfeito, e pouco a pouco vais se corrompendo para dar vida a novas formas individuais e distintas.

“Antes de seu aparecimento, na Grécia existiam duas religiões principais cabe notar que não eram as únicas, mas as mais influentes a de Apolo e, em Elêuses, a de Deméter. A religião da grande Mãe era de mistérios, seu culto era popular e fazia-se necessária a iniciação pare nele participar. A de Apolo, por outro lado, mantinha um caráter cívico e era considerada mais ou menos oficial em grande parte do território grego. Em meio a essas religiões, apareceu Dioniso e sua nova forma de ritual que invadiu e influenciou as outras duas concepções religiosas.”
No Orfismo, sua práticas na terra, condenavam sua alma, por essa razão, entre eles era proibido o assassianato (dã!), comer carne (um dos primeiro vegetarianos da história!!), não podia mexer com cadáveres (ninguém gosta disso mesmo!) e sempre tinham que estar de branco (eu odeio branco, só ando de preto, e só paro de andar de preto, quando inventarem uma cor mais escura que preto rss).
As práticas da religião eram ensinadas pelos Orfeotelestaí.
Dionísio (na sua encarnação de Zagreus) é o filho de Zeus e Perséfone; ele foi assassinado e fervido pelos Titãs. Zeus lançou um raio nestes e Hermes salvou o coração de Zagreu. As cinzas resultantes geraram a humanidade pecaminosa, composta dos corpos dos Titãs e de Dionísio. A alma do homem (fator dionisíaco) é portanto divina, enquanto o corpo (fator titânico) aprisiona a alma. Declarava-se que a alma retornaria repetidamente à vida, atada à roda do renascimento. O coração de Dionísio é implantado na coxa de Zeus, e este então engravida a mortal Semele com o re-nascido Dionísio (Wikipédia).
 Eles acreditam acima de tudo na imortalidade da alma, e que o homem deve eliminar seu lado ruim para voltar as origens. A reencarnação, seria uma forma de explicar o sofrimento dos inocentes. Todos seriam culpados, mas no caso, o homem paga por algo  da vida passada (algo totalmente válido, por que como você explica você ter nascido perfeito, e um parente seu, cego, com alguma doença? Será que “Deus” na hora de nos criar, tem alguma preferência?).
A mitologia órfica trata muito de ressurreição de Dionísio, pois ela trata de uma encarnação abençoada. Foram encontradas tábuas, que pareciam dar instruções para as pessoas depois da morte. Ensinavam que quando chegasse ao mundo dos mortos, não deveria beber do Rio Letes (Esquecimento), mas do poço de Mnemosyne (memória) e deveria dizer aos guardas: Eu sou o filho da Terra e do Céu Estrelado. Estou com sede, dê-me algo para beber da fonte de Mnemosina. Outras fontes diziam: "Agora você está morto, e agora você renasce neste mesmo dia, três vezes abençoado. Diga a Perséfone que o próprio Baco redimiu você."
A lenda diz, que depois de criar o Orfismo ajudando os outros com seu problemas, (uns até dizem que ele virou homessexual depois de tudo que passou, mas é universal, que tenha se tornado um homem amargo e desiludido), Orfeu foi atacado pelas Mênades, um grupo de mulheres enfurecidas por terem sido rejeitadas. Elas atacaram ele com dardos, e o mataram. Destruiram todo o seu corpo e jogaram sua cabeça dentro do rio Hebro. E enquanto a correnteza o levava ele ainda cantava: Eurídice, Eurídice!
Isso que é amor verdadeiro...
Me despeço, por enquanto, ouvindo a vocal do Sopor Aeternus: "Nos sábados nós costumávamos dormir, e minha dor, foi acalmada pelo seu amor...." 


Deusa Lilith


Lilith é uma dessas figuras mitológicas cujas origens se perdem em priscas eras. Os relatos de sua biografia são contraditórios, depois de milênios de misturas entre crenças de vários povos. O sincretismo mais conhecido é é a combinação entre lendas mesopotâmicas e israelitas. As narrativas mais antigas são encontradas na cultura da Suméria. No épico babilônico Gilgamesh (2000 a.C.) ela aparece como uma prostituta estéril com aparência zoomórfica, bela e jovem, dotada de pés de coruja e asas de morcego. Os atributos dos seres noctívagos são os signos da afinidade de Lilith com as horas noturnas e, por extensão, com as trevas, a escuridão.
Sua natureza maligna, demoníaca, de espírito violento e tempestuoso, migrou, dos caldeus para os judeus. Nos livros sagrados do judaísmo o mito de Lilith está inserido numa versão não oficial da antropogênese. Há referências no Talmud, no Zohar e no Tora. Enredos confusos envolvem a personagem:ora aparece como a mulher insubmissa, que precedeu Eva mas, por sua rebeldia, foi expulsa do Paraíso; ora, é personificação que se refere a uma espécie de "história não contada" de Eva. A tradição apócrifa afirma que Deus teria falhado na criação da primeira mulher. Fazendo a criatura de barro e sopro, tal como fizera com seu primogênito, tornara-a igual a ele. Esta era Lilith: arrogante, alegava sua substancial igualdade para recusar sujeição ao marido. Amaldiçoada por Deus, abandonou o paraíso e foi habitar o deserto, na região do Mar Vermelho: "Lá onde habitam os demônios e espíritos malignos (...) um lugar maldito.
Outra versão, apresenta razão diferente para a revolta de Lilith. A primeira mulher de Adão, a tradicional Eva, teria tido filhos. Entretanto, os anjos, enciumados por causa das atenções de Deus para com o homem, vingativos, mataram impiedosamente as crianças. Embrutecida pelo infortúnio supremo, Eva transforma-se em Lilith e abandona o Jardim das Delícias. Nada lhe restava senão dirigir-se aos mundos subterrâneos onde, aliando-se aos demônios, aprendeu as artes mágicas e a prática do vampirismo tornando-se, por fim, ela própria, um demônio dentre os mais poderosos da face da Terra.



NOIVA DE SAMAEL
Foi ali, no Hades (grego) ou no Inferno (católico-cristão), que Lilith encontrou Samael, o Senhor das Forças do Mal do Sitra Achra (do outro lado). Tornaram-se amantes. Lilith é denominada "a noiva de Samael". Juntos, eles reinam sobre todos os males que afligem a humanidade. Dessa união resultou uma descendência demoníaca: Lilith dava à luz (ou melhor, à treva) cem demônios por dia, prole conhecida como Liliotes ou Linilins.
Enquanto isso, no Éden, Deus providenciou uma segunda mulher para o solitário Adão. A fim de evitar pretensões feministas, resolveu o Senhor produzir esta outra a partir de uma parte do corpo do próprio Adão. Escolheu a costela, que não havia de fazer falta, mísera carne revestindo um osso pequeno e torto. A nova Eva nasceu como um subproduto de Adão. Porém, mais uma vez, ainda que razoavelmente submissa, foi a Eva curiosa, que sucumbindo ao desejo pela maçã do conhecimento, arrastando o marido em sua ousadia, provocou a expulsão definitiva da raça humana que, fora dos domínios de Deus, haveria de amargar todas as dificuldades e tragédias que fizeram e fazem a história da humanidade.
Estabeleceu-se, desde então, o eterno conflito que atormenta o homem sempre dividido entre impulsos, para o bem e para o mal. Assim como o Diabo, a Serpente, o Satanás, Lilith representa a maldade em seu lado feminino, inspirando desde os malogros da sortes às ações mais pérfidas dos indivíduos. São alguns dos "títulos" de Lilith: Rainha do Mal, Rainha da Noite, Mãe dos Súccubus, Mãe dos Demônios, Lua Negra (este último, uma relação com a simbologia astrológica). Por conta de seu tenebroso currículo, as origens de Lilith foram coloridas com detalhes mais fortes. Uma vez demônio, teria sido criada, "na verdade", de pó e excrementos ou ainda, de saliva e sangue (tradição hebraica).

LUA NEGRA

Em Astrologia, Lilith é um corpo celeste que transita numa órbita invisível para a astronomia oficial. Os cabalistas hebreus referem-se a este astro misterioso como Lilith, a Lua Negra. Apesar de ser raramente perceptível aos instrumentos de observação, os astrônomos Riccioli, Cassini e Alischer confirmaram sua existência. Os pitagóricos chamaram-no Vulcano, intensificando-o como um segundo satélite da Terra; alguns ocultistas denominam-no Antiterra, um planeta análogo à Terra que descreveria uma elipse em sentido contrário ao terreno.
No Taro, Lilith está associada à carta da Lua (XVIII) e sua face obscura, cujos conteúdos simbólicos remetem aos impulsos do inconsciente, ao domínio das ilusões, aos "estados de sono da alma", às práticas de feitiços e sortilégios.


Em Teosofia, ou na 'Velha Religião", os segredos da Lua Negra pertencem ao conhecimento profundo da cosmogênese, alcançado por poucos entre os mais elevados Iniciados. Os teósofos afirmam que a Lua precede a Terra; é mais velha. Na hierarquia evolutiva do cosmo, a Lua é mãe da Terra. Os "Deuses Lunares", os Pitris (entre os indianos), são ancestrais da raça humana:"As mônadas Lunares ou Pitris, que são os antepassados do homem, assumem na realidade a própria personalidade humana." (BLAVATSKY. 2000, p 222).
Na cadeia planetária admitida em Teosofia, um globo que morre transfere sua energia para um outro que nasce. Envelhecendo, a Lua tornou-se "virtualmente um planeta morto, no qual a rotação quase cessou, após o nascimento do nosso Globo. A Lua é, sem dúvida, o satélite da Terra; mas isso não invalida a teoria de que ela deu tudo à Terra, exceto o seu cadáver. (...) E antes que esta [a Terra] chegue à sua Sétima Ronda, sua mãe, a Lua, ter-se-á dissolvido no ar sutil... " (BLAVATSKY. 2000, p 199-200). Nessa condição de cadáver, o simbolismo da Lua agrega numerosos atributos mórbidos:
"A Lua é hoje frio resíduo, a sombra arrastada pelo corpo novo para o qual se fez a transfusão de seus poderes e princípios de vida. Está agora condenada a seguir a Terra durante longos evos, atraindo-a e sendo por ela atraída. Incessantemente vampirizada por sua filha, vinga-se impregnando-a com a influência nefasta, invisível e venenosa que emana do lado oculto de sua natureza. Pois é um Corpo morto, e no entanto vive. As partículas de seu cadáver em decomposição estão cheias de vida ativa e destruidora, embora o corpo que elas anteriormente formavam esteja sem alma e sem vida. (...) Como os fantasmas e vampiros, a Lua é amiga dos feiticeiros e inimiga dos imprudentes." (BLAVATSKY. 2000, p 200).
É na Lua que os teósofos localizam a região de Kama-Loka ou o Mundo Sublunar, para onde migram os mortos e onde permanecem para expurgar, de sua essência espiritual, as impurezas do materialismo, dos erros e crimes terrenos e onde deverão despir-se de seu Kama-rupa, o corpo-alma etérico animal.

Lilith na Crônica de Caim - Fragmento do Livro de Nod
Eu sonho com os primeiros tempos; a memória mais longa; eu falo dos primeiros tempos; o mais velho Pai que eu canto dos primeiras tempos e o amanhecer da Escuridão. Em Nod, onde a luz do paraíso ilumina o céu noturno e as lágrimas de nossos pais molharam o solo, cada de nós, de algum modo, define viver e levar nosso alimento da terra.
E eu, Caim o primeiro-nascido, eu, com coisas afiadas, plantei as sementes, no escuro as molhei nas suas covas de terra, as assisti crescer; e Abel, o segundo-nascido Abel, cuidou os animais ajudado por seus herdeiros de sangue e alimentaram-se deles, os assistiam crescer.
Eu o amo, meu Irmão. Ele era o mais luminoso, o mais doce, o mais forte. Ele foi o primeiro motivo de toda minha alegria. Então um dia que nosso Pai disse a nós: Caim, Abel, sobre Mim vocês tem que fazer um sacrifício - um presente da primeira parte de tudo aquilo que vocês têm.
E eu, Caim o primeiro-nascido, eu juntei os brotos tenros, as frutas mais luminosas, a mais doce grama.
E Abel, o segundo-nascido, Abel sacrificou o mais jovem, o mais forte, o mais doce dos seus animais.
No altar de nosso Pai nós pusemos nossos sacrifícios e acendemos fogo debaixo deles e assistimos que a fumaça os levasse até o único Acima. O sacrifício de Abel, o segundo-nascido, cheirou docemente ao único Acima e Abel foi santificado.
E, eu, Caim o primeiro-nascido, eu fui golpeado de além por uma palavra severa e uma maldição, por meu sacrifício ser desmerecido. Eu olhei o sacrifício de Abel, ainda fumegando, a carne, o sangue. Eu chorei, eu cerrei meus olhos eu rezei noite e dia; e quando o Pai disse: o tempo por sacrifício veio novamente e Abel conduziu seu mais jovem, seu mais doce, seu mais amado para o fogo sacrificatório, eu não levei o meu mais jovem, meu mais doce, porque eu sabia o único Acima não os quereria.
E meu irmão, amado Abel disse para mim, Caim, você não trouxe um sacrifício, um presente da primeira parte de sua alegria, para queimar no altar do único Acima. Eu chorei lágrimas de amor por mim e então, com ferramentas afiadas, sacrifiquei a que foi a primeira parte de minha alegria, meu irmão. O sangue de Abel cobriu o altar e cheirou docemente quando queimou. Mas meu Pai disse "Amaldiçoado é você, Caim que matou seu irmão". Eu fui expulso assim como deveria ser e Ele me exilou para vagar na Escuridão, na Terra de Nod. Eu voei na Escuridão; não vi fonte de luz e eu tive medo. Eu estava só.

A Magia de LilithEu estava só na Escuridão e eu tive fome. Eu estava só na Escuridão. E eu tive frio. Eu estava só na Escuridão e eu chorei. Então veio até mim uma doce voz, uma voz de mel. Palavras de auxílio. Palavras de conforto. Uma mulher, sombria e adorável, com olhos que perfuravam a escuridão, veio a mim.
"Eu conheço sua história", Caim de Nod. Ela disse, sorrindo. "Você tem fome. Venha! Eu tenho comida. Você tem frio. Venha! Eu tenho roupas. Você está triste. Venha! Eu tenho conforto." Quem confortaria um amaldiçoado como eu? Quem me vestiria? Quem me alimentaria ? "Eu sou a primeira esposa de seu Pai, aquela que discordou com o único Acima e ganhou Liberdade na Escuridão. Eu sou Lilith. Uma vez, eu tive frio, e não havia nenhum calor para mim. Uma vez, eu tive fome, e não havia nenhuma comida para mim. Uma vez eu estava triste, e não havia nenhum conforto para mim."
Ela me alojou, ela me alimentou. Ela me vestiu. Nos braços dela, eu achei conforto. Eu chorei até sangue gotejou de meus olhos e ela os beijou. E eu morei durante um tempo na Casa de Lilith e lhe perguntei: "Fora da Escuridão, como você construiu este lugar? Como você fez roupas? Como você cultivou comida?" E Lilith sorriu e disse, ao contrário de você, eu estou "Acordada". Eu vejo as Linhas que giram ao redor de você. Eu faço o que eu preciso com Poder. "Desperte-me, então, Lilith" - eu disse. "Eu tenho necessidade deste Poder. Então, eu poderei fazer minhas próprias roupas, fazer minha própria comida, fazer minha própria casa." A preocupação dobrou as sobrancelha de Lilith. "Eu não sei o que fazer para você Despertar, porque você verdadeiramente é amaldiçoado por seu Pai. Você poderia morrer. Você poderia mudar para sempre." Caim disse: 'Mesmo assim, uma vida sem Poder não será pago vivendo. Eu morreria sem seus presentes. Eu não viverei como seu Thrallî." Lilith me amou, e eu soube isto. Lilith faria o que eu pedi, entretanto ela não desejou isto. E assim, Lilith, os olhos brilhantes de Lilith, me Despertaram. Ela se cortou com uma faca sangrou para mim em uma tigela. Eu bebi profundamente. Era doce. E então eu entrei no Abismo. eu caí eternamente, caindo na escuridão mais profunda.





Titã Créos

Créos, titã do frio e inverno assim como dos rebanhos e das manadas, esposo de Euríbia (filha de Pontos) e pai de Palas, Perses e Astreu
Crio (em grego: Κρείος, Kreíos) é um dos doze titãs clássicos da tradição hesiódica. Ele desposou Euríbia e gerou: Palas, Astreu e Perses.
Filho de Urano e de Gaia, Crio representava os seres marítimos e seu poder destrutivo envolvia as criaturas até hoje desconhecidas do mar abissal. Ninguem conhece a real forma deste titã.
Crio, assim como os demais titãs que ficaram ao lado de Cronos na Titanomaquia, foi aprisionado no Tártaro.
Urano aprisionou os filhos mais novos de Gaia no Tártaro, nas entranhas da Terra, causando grande dor a Gaia. Ela forjou uma foice e pediu aos
filhos para castrarem Urano. Apenas Cronus, o mais jovem dos Titãs, concordou. Ele emboscou seu pai, castrou-o e lançou os testículos cortados ao mar.
Krios (ou Crius) foi um dos mais velhos Titans, filhos de Urano (o Céu) e Gaia (a Terra). Liderados pelo Kronos, os irmãos conspiraram contra o seu pai e prepararam uma emboscada e com ele desceu a mentira na Terra. Krios, Koios, Hyperion e Iapetos foram postados nos quatro cantos do mundo onde eles apoderaram-se do sue pai e o prederam, enquanto Kronos, escondido no centro, castrou-o com uma foice.
Nesse mito dos quatro irmãos provavelmente representam os quatro pilares cósmicos nas cosmogonias encontrados perto do Oriente, que separam o céu e a terra. Neste caso, Krios foi seguramente o Titan do pilar do sul, enquanto seus irmãos Koios, Iapetos e Hyperion eram deuses dos pilares do norte, leste e oeste, respectivamente. Krios conexão "com o sul se encontra tanto em seu nome e ligações familiares - ele é o" Ram ", da constelação de Áries, cujo aumento da primavera no sul, marcou o início do ano grego, seu filho mais velho é Astraios, deus da as estrelas, e sua esposa é Euríbia, uma filha do mar.
O Titans acabaram depostos por Zeus e lançados no poço do Tártaro. Hesíodo descreve-o como um vazio deitado sob as fundações do cosmos, onde a terra, mar e céu todos têm as suas raízes. Aqui Titans, mudança em termos cosmológicos de ser titulares do céu para portadores de todo o cosmos. Segundo Píndaro e Ésquilo (em seu jogo perdido Prometheus Unbound) um Titan acaba por ser libertado do poço através da clemência de Zeus.

O Berço da Religião


Pillars at the temple of Göbekli TepeNós costumávamos pensar que a agricultura deu origem às cidades e depois à escrita, arte e religião. Agora o templo mais antigo sugere a importância de elogiarmos o surgimento da civilização.

Desde antes e agora o surgimento da civilização é reencenada em uma colina remota no sul da Turquia.
Diante dos turistas estão dúzias de pilares de pedra arranjados em um formato de anel, um apertado contra o outro. Conhecido como Göbekli Tepe, o sítio é uma vaga lembrança de Stonehenge, exceto que Göbekli Tepe foi construído muito antes e não foi feito de blocos de pedra rústicos, mas de pilares de pedra esculpidos com baixos-relevo de animais. Verdadeiramente, Göbekli Tepe é o exemplo de arquitetura monumental mais velha conhecida. Quando estes pilares foram erigidos, pelo que sabemos, nada nessa escala existia no mundo.
No tempo da construção de Göbekli Tepe a raça humana vivia em pequenos bandos nômades que sobreviviam de coleta de frutos e da caça de animais. A construção do local teria requerido mais pessoas juntas em um lugar do que havia antes. Surpreendentemente, os construtores do templo foram capazes de cortar, formar e transportar pedras de 16 toneladas por centenas de pés [medida de distância usada nos EUA e Grâ-Bretanha-NT] a despeito de não terem rodas ou animais de carga. Os peregrinos que vieram a Göbekli Tepe viviam em um mundo sem escrita, metal ou cerâmica; aos que se aproximavam do templo de baixo, seus pilares deveriam parecer como rígidos gigantes, os animais nas pedras brilhando pelas fogueiras - emissários de um mundo espiritual que a mente humana pode ter começado a presenciar.
Arqueologistas ainda estão escavando Göbekli Tepe e debatendo seu significado. O que eles sabem é que este sítio é o mais significante em uma torrente de achados inesperados que sobreporam ideias anteriores sobre o passado oculto de nossa espécie. Há não menos de 20 anos atrás a maior parte dos pesquisadores achavam que conheciam o tempo, espaço e a sequência rústica da Revolução Neolítica - a transição crítica que resultou no nascimento da agricultura e dali para sociedades tecnologicamente sofisticadas. Mas em anos recentes múltiplas descobertas novas, Göbekli Tepe entre elas, começaram a forçar os arqueologistas a reconsiderar.
A nova descoberta sugere que a revolução foi na verdade desenvolvida por muitas mãos ao longo de uma enorme área e por milhares de anos. E pode ter sido desenvolvida não pelo ambiente mas por absolutamente outra coisa.
Göbekli Tepe pode ser o primeiro centro espiritual, o início de um padrão. O que sugere, ao menos aos arqueologistas, é que o senso humano do sagrado - e o amor humano a um bom espetáculo - pode ter dado início à civilização em si mesma.
A construção de um templo massivo por um grupo de coletores é evidência que a religião organizada pode ter vindo antes do aparecimento da agricultura e outros aspectos da civilização. Há a sugestão que o impulso humano de se reunir para rituais sagrados apareceu quando os humanos deixaram de se verem como parte do mundo natural para se verem como senhores dele.

A Batalha de Hórus e Seth


Hórus já era um homem feito quando Ísis veio a ter com ele novamente, ela o ensinou a entrar em comunhão com o pai em Amentet (mundo dos mortos), e foi com Osíris que ele, Hórus, aprendeu a lutar e usar o arco e a flecha aprendeu a cavalgar e a domesticar os leões. Certa manhã a deusa Hator, filha de Rá, veio até o Nilo e avistou Hórus se banhando. A imagem do deus fez com que ela cantasse e dançasse de excitação e toda pessoa que ela fitava imediatamente se apaixonava.
Ela passou a ficar muito próxima de Hórus desde então, e ele nutria por ela o mesmo interesse. Mas ela não era a única a se apaixonar por Hórus. Néftis à muito tempo já havia deixado Seth e este casou-se pela segunda vez com Tauret (a mais antiga deusa da fertilidade). Quando Tauret soube sobre o jovem e viril falcão de Tebas, logo foi procurá-lo para fazer dele seu marido. Seth que já não gostava de Hórus por sua descendência e por medo de que o menino-falcão viesse cobrar o trono de seu pai, ficou ainda mais furioso com a notícia de que sua esposa tivesse o procurado. Enfurecido Seth colocou a coroa de guerra, pegou sua adaga e foi à procura de Hórus, como quem caça um javali. E a hora chegou, mas a luta entre Seth e Hórus seria longa e angustiosa; uma briga que aparecia não ter fim, na qual um e outro infringiam tanto mal como o que recebiam do seu adversário. E eles lutaram. Durante oitenta anos, suas facas se chocaram. Lutaram brandindo as clavas e atirando flechas. Os dois deuses emergiam do Nilo como homens, de pé sobre o dorso de crocodilos. Transformaram-se em Ursos, mordendo e dando patadas, transformaram-se em cobras, em feras selvagens, em asnos em falcões e leões. Transformados em hipopótamos, mergulharam nas águas claras do Nilo, apiedada, Ísis fez sua própria lança e, sem saber qual dos hipopótamos era seu filho, fincou sua arma nas costas de Hórus. Hórus precipitou-se das águas como uma pantera selvagem e correu atrás de Ísis, que fugiu como uma gazela amedrontada. Finalmente ele a apanhou, ergueu a faca e com um golpe arrancou-lhe a cabeça. Percebendo o que fizera, que sua cólera o traíra e que ferira Ísis mortalmente, Hórus deixou cair a arma e correu para as montanhas com a intenção de nunca mais voltar. Toth desceu a Terra e com palavras de magia colocou uma cabeça de vaca sobre os ombros de Ísis e a ressuscitou. Seth seguiu Hórus e o encontrou dormindo, sob o luar, debaixo de uma tamareira. Hórus acordou tarde demais, Seth já havia o agarrado. Com sua adaga que já havia rasgado Osíris, Seth arrancou os dois olhos de Hórus jogando-os ao sopé da montanha.
Hator, a deusa da festividade, da dança e da alegria encontrou seu amado Hórus deitado com a face virada para baixo. Ela começou a dançar e cantar para alegrar o deus. Quando viu que o deus-falcão estava sem os olhos, espremeu seu peito até que até as cavidades oculares de Hórus. O leite da deusa fez com que Hórus voltasse a ver. Tão penoso foi o combate entre Seth e Hórus que Toth, o deus da Lua e a divindade da ordem e a inteligência, se apiedou dos combatentes e interveio para mediar na disputa, levando ambos ao tribunal dos deuses e fazendo comparecer também Osíris, para que todos pudessem ouvir as razões de um e dos outros. O tribunal sentencia que, na longa e controversa vista da briga entre Seth e Hórus, que durou nada menos que oitenta anos, os direitos sucessórios de Osíris pertencem a Hórus. O filho póstumo de Osíris recuperava o que correspondia pela sua linhagem: a sucessão no trono de Egito. Assim, o filho era reconhecido pela divindade como soberano indiscutível, dentro da tradição clássica que adjudicava aos reis e aos reinos um sentido de vontade divina. Por esta sentença, Seth perde o seu poder sobre as terras negras e férteis do Egito, voltando a reinar apenas na terra vermelha, mas ele não é castigado nem afastado do mundo.
Seth passa a ser também uma divindade necessária ao ser acolhido por Rá, para que se ocupe nos céus de alternar a noite com o dia e deixe que sejam os reis os que governem sobre a terra.
Hórus, por sua vez, engendra quatro filhos: Imset (Amsiti), Hapi, Duametef (Tuemeft) e Quebsnauf (Kevsnef). Estes filhos, que acompanharão Osiris nos julgamentos aos mortos, também cuidam dos quatro pontos cardeais e se ocupam de velar pelas necessidades e pela saúde das entranhas de Osíris.

Jápeto, Prometeu e Pandora

Jápeto, esposo da oceanide Clímene e pai de Prometeu (ancestral da raça humana)
Segundo a tradição de Hesíodo, Jápeto ou Iápeto era um dos 12 Titãs clássicos filhos de Gaia e Urano.[1]
Jápeto e seus irmãos, liderados por Cronos, conspiraram contra seu pai Urano, preparando-lhe uma emboscada quando desceu para se deitar com a Terra. Crios, Coios, Hipérion e Jápeto se puseram nos quatro cantos do mundo para segurar o deus do céu enquanto Cronos, escondido no centro, o castrava com uma foice, nesse mito, Jápeto e os três irmãos representam os quatro pilares cósmicos que nas cosmogonias do Oriente Médio separam o céu e a terra. Jápeto era o pilar do oeste, posição depois ocupada por seu filho Atlas.
A castração de Urano: afresco por Giorgio Vasari e Cristofano Gherardi, c.1560 (Sala di Cosimo I, Palazzo Vecchio)
Jápeto, "o perfurador" pode também ter sido visto como o deus-titã do tempo de vida humano e da mortalidade, principalmente da morte violenta e também está associado à habilidade artesanal.
Jápeto desposou Clímene, filha de Oceano e Tétis. Clímene gerou filhos de Jápeto:
  • Prometeu "o que pensa antes", um dos titãs que apoiaram Zeus contra Cronos, criador dos homens. Doador do fogo à humanidade, e por isso condenado a ficar acorrentado por toda a eternidade, com uma águia a lhe comer o fígado diariamente;
  • Epimeteu "o que pensa depois", criou os animais e homens com seu irmão Prometeu, recebeu Pandora como esposa, e abriu a caixa que espalhou os males no mundo;
  • Atlas "o que suporta", titã que apoiou Cronos, e foi punido por Zeus à suportar o céu nas costas;
  • Menecéio "aquele que é vanglorioso".

Teogonia (em grego, Θεογονία [theos, deus + genea, origem] - THEOGONIA, na transliteração) é um conjunto de deidades que formam a mitologia de um povo. É também considerada doutrina sobre a origem dos deuses e, quase sempre, a origem do mundo. Teogonia de Hesíodo Também conhecida por Genealogia dos Deuses, é um poema mitológico de Hesíodo (séc. VIII a.C.). Trata da gênese dos deuses, descreve a origem do mundo, os reinados de Urano, Cronos e Zeus, e a união dos mortais aos deuses, desta forma nascendo os heróis mitológicos. As personagens representam aspectos básicos da natureza e do homem, expressando assim as ideias dos primeiros gregos sobre a constituição do universo. 
A figura trágica e rebelde de Prometeu, símbolo da humanidade, constitui um dos mitos gregos mais presentes na cultura ocidental. Filho de Jápeto e Clímene - ou da nereida Ásia ou ainda de Têrmis, irmã de Cronos, segundo outras versões - Prometeu pertencia à estirpe dos Titãs, descendentes de Urano e Gaia e inimigos dos deuses olímpicos. O poeta Hesíodo relatou, em sua Teogonia, como Prometeu roubou o fogo escondido no Olimpo para entregá-lo aos homens. Fez do limo da terra um homem e roubou uma fagulha do fogo divino a fim de dar-lhe vida. Para castigá-lo, Zeus enviou-lhe a bonita Pandora, portadora de uma caixa que, ao ser aberta, espalharia todos os males sobre a Terra. Como Prometeu resistiu aos encantos da mensageira, Zeus o acorrentou a um penhasco, onde uma águia devorava diariamente seu fígado, que se reconstituía. Lendas posteriores narram como Hércules matou a águia e libertou Prometeu. Na Grécia, havia altares consagrados ao culto a Prometeu, sobretudo em Atenas. Nas lampadofórias (festas das lâmpadas), reverenciavam-se ao mesmo tempo Prometeu, que roubara o fogo do céu, Hefesto, deus do fogo, e Atena, que tinha ensinado o homem a fazer o óleo de oliva. A tragédia Prometeu acorrentado, de Ésquilo, foi a primeira a apresentá-lo como um rebelde contra a injustiça e a onipotência divina, imagem particularmente apreciada pelos poetas românticos, que viram nele a encarnação da liberdade humana, que leva o homem a enfrentar com orgulho seu destino. Prometeu significa etimologicamente "o que é previdente". O mito, além de sua repercussão literária e artística, tem também ressonância profunda entre os pensadores. Simbolizaria o homem que, para beneficiar a humanidade, enfrenta o suplício inexorável; a grande luta das conquistas civilizadoras e da propagação de seus benefícios à custa de sacrifício e sofrimento. 
***************************************** Prometeu e Pandora
A Criação do Mundo
A criação do mundo é um problema que, muito naturalmente, desperta a curiosidade do homem, seu habitante. Os antigos pagãos, que não dispunham, sobre o assunto, das informações que dispomos, procedentes das Escrituras, tinham sua própria versão sobre o acontecimento, que era o seguinte: Antes de serem criados a terra, o mar e o céu, todas as coisas apresentavam um aspecto a que se dava o nome de Caos - uma informe e confusa massa, mero peso morto, no qual, contudo, jaziam latentes as sementes das coisas. A terra, o mar e o ar estavam todos misturados; assim, a terra não era sólida, o mar não era líquido e o ar não era transparente. Deus e a Natureza intervieram finalmente e puseram fim a essa discórdia, separando a terra do mar e o céu de ambos. Sendo a parte ígnea a mais leve, espalhou-se e formou o firmamento; o ar colocou-se em seguida, no que diz respeito ao peso e ao lugar. A terra, sendo a mais pesada, ficou para baixo, e a água ocupou o ponto inferior, fazendo flutuar a terra. Nesse ponto, um deus - não se sabe qual - tratou de empregar seus bons ofícios para arranjar e dispor as coisas na terra. Determinou aos rios e lagos seus lugares, levantou montanhas, escavou vales, distribuiu os bosques, as fontes, os campos férteis e as áridas planícies, os peixes tomaram posse do mar, as aves do ar e os quadrúpedes da terra. Tornara-se necessário, porém, um animal mais nobre, e foi feito o Homem. Não se sabe se o criador o fez de materiais divinos, ou se na terra, há tão pouco tempo separada do céu, ainda havia algumas sementes celestiais ocultas. Prometeu tomou um pouco dessa terra e, misturando-se com água, fez o homem à semelhança dos deuses. Deu-lhe o porte ereto, de maneira que, enquanto os outros animais têm o rosto voltado para baixo, olhando a terra, o homem levanta a cabeça para o céu e olha as estrelas. Prometeu era um dos titãs, uma raça gigantesca, que habitou a terra antes do homem. Ele e seu irmão Epimeteu foram incumbidos de fazer o homem e assegurar-lhe, e aos outros animais, todas as faculdades necessárias à sua preservação. Epimeteu encarregou-se da obra e Prometeu de examiná-la, depois de pronta. Assim, Epimeteu tratou de atribuir a cada animal seus dons variados, de coragem, força, rapidez, sagacidade; asas a um, garras a outro, uma carapaça protegendo um terceiro, etc. Quando, porém, chegou a vez do homem, que tinha de ser superior a todos os outros animais, Epimeteu gastara seus recursos com tanta prodigalidade, que nada mais restava. Perplexo, recorreu a seu irmão Prometeu, que, com a ajuda de Minerva, subiu ao céu e acendeu sua tocha no carro do sol, trazendo o fogo para o homem. Com esse Dom, o homem assegurou sua superioridade sobre todos os outros animais. O fogo lhe forneceu o meio de construir as armas com que subjugou os animais e as ferramentas com que cultivou a terra; aquecer sua morada, de maneira a tornar-se relativamente independente do clima, e, finalmente, criar a arte da cunhagem das moedas, que ampliou e facilitou o comércio.
A Caixa de Pandora
A mulher não fora ainda criada. A versão (bem absurda) é que Júpiter a fez e enviou-a a Prometeu e seu irmão, para puni-los pela ousadia de furtar o fogo do céu, e ao homem, por tê-lo aceito. A primeira mulher chamava-se Pandora. Foi feita no céu, e cada um dos deuses contribuiu com alguma coisa para aperfeiçoá-la. Vênus deu-lhe a beleza, Mercúrio a persuasão, Apolo a música, etc. Assim dotada, a mulher foi mandada à terra e oferecida a Epimeteu, que de boa vontade a aceitou, embora advertido pelo irmão para ter cuidado com Júpiter e seus presentes. Epimeteu tinha em sua casa uma caixa, na qual guardava certos artigos malignos, de que não se utilizara, ao preparar o homem para sua nova morada. Pandora foi tomada por intensa curiosidade de saber o que continha aquela caixa, e, certo dia, destampou-a para olhar. Assim, escapou e se espalhou por toda a parte uma multidão de pragas que atingiram o desgraçado homem, tais como a gota, o reumatismo e a cólica para o corpo, e a inveja, o despeito e a vingança para o espírito.Pandora apressou-se em colocar a tampa na caixa, mas, infelizmente, escapara todo o conteúdo da mesma, com exceção de uma única coisa, que ficara no fundo, e que era a esperança. Assim, sejam quais forem os males que nos ameacem, a esperança não nos deixa inteiramente; e, enquanto a tivermos nenhum mal nos torna inteiramente desgraçados. Uma outra versão é de que Pandora foi mandada por Júpiter com boa intenção, a fim de agradar ao homem. O rei dos deuses entregou-lhe, como presente de casamento, uma caixa, em que cada deus colocara um bem. Pandora abriu a caixa, inadvertidamente, todos os bens escaparam, exceto a esperança. Essa versão é, sem dúvida, mais aceitável que a primeira. Realmente, como poderia a esperança, jóia tão preciosa, ter sido misturada a toda a sorte de males, como na primeira versão?
As Idades do Mundo Estando, assim, povoado o mundo, seus primeiros tempos constituíram uma era de inocência e ventura,chamada a Idade de Ouro. Reinavam a verdade e a justiça, embora não impostas pela lei, e não havia juízes para ameaçar ou punir. As florestas ainda não tinham sido despojadas de suas árvores para fornecer madeira aos navios, nem os homens haviam construídos fortificações em torno de suas cidades. Espadas, lanças ou elmos eram objetos desconhecidos. A terra produzia tudo necessário para o homem, sem que esse se desse o trabalho de lavrar ou colher. Vicejava uma primavera perpétua, as flores cresciam sem sementes, as torrentes dos rios eram de leite e de vinho, o mel dourado escorria dos carvalhos. Seguiu-se a Idade de Prata, inferior à de Ouro, porém melhor do que a de Cobre. Júpiter reduziu a primavera e dividiu o ano em estações. Pela primeira vez o homem teve que sofrer os rigores do calor e do frio, e tornaram-se necessária as casas. As primeiras moradas foram as cavernas, os abrigos das árvores frondosas e cabanas feitas de hastes. Tornou-se necessário plantar para colher. O agricultor teve de semear e de arar a terra, com ajuda do boi. Veio, em seguida, a Idade de Bronze, já mais agitada e sob ameaça das armas, mas ainda não inteiramente má. A pior foi a Idade do Ferro. O crime irrompeu, como uma inundação; a modéstia, a verdade e a honra fugiram, deixando em seus lugares a fraude e a astúcia, a violência e a insaciável cobiça. Os marinheiros estenderam as velas ao vento e as árvores foram derrubadas nas montanhas para servir de quilhas dos navios e ultrajar a face do oceano. A terra, que até então fora cultivada em comum, começou a ser dividida entre os possuidores. Os homens não se contentaram com o que produzia a superfície: escavou-se a terra e tirou-se do seu seio os minérios e metais. Produziu-se o danoso ferro e o ainda mais danoso ouro. Surgiu a guerra, utilizando-se de um e de outro como armas; o hóspede não se sentia em segurança em casa de seu amigo; os genros e sogros, os irmãos e irmãs, os maridos e mulheres não podiam confiar uns nos outros. Os filhos desejavam a morte dos pais, a fim de lhe herdarem a riqueza; o amor familiar caiu prostrado. A terra ficou úmida de sangue, e os deuses a abandonaram, um a um, até que ficou somente Astréia (Deusa da inocência e da pureza. Depois de sair da terra, foi colocada entre as estrelas, onde se transformou na constelação Virgo. Era filha de Têmis (Justiça), representada com uma balança em que pesa as alegações das partes adversárias.), que, finalmente, acabou também partindo. Vendo aquele estado de coisas, Júpiter indignou-se e convocou os deuses para um conselho. Todos obedeceram à convocação e tomaram o caminho do palácio do céu. Esse caminho pode ser visto por qualquer um nas noites claras, atravessando o céu, e é chamado a Via Láctea. Ao longo dele ficam os palácios dos deuses ilustres; a plebe celestial vive à parte, de um lado ou de outro. Dirigindo-se à assembleia, Júpiter expôs as terríveis condições que reinavam na terra e encerrou as suas palavras anunciando a intenção de destruir todos os seus habitantes e fazer surgir uma nova raça, diferente da primeira, que seria mais digna de viver e saberia melhor cultuar os deuses. Assim dizendo, apoderou-se de um raio e já estava prestes a atirá-lo contra o mundo, destruindo-o pelo fogo, quando atentou para o perigo que o incêndio poderia acarretar para o próprio céu. Mudou, então, de ideia, e resolveu inundar a terra. O vento norte, que espalha as nuvens, foi encadeado; o vento sul foi solto e em breve cobriu todo o céu com escuridão profunda. As nuvens, empurradas em bloco, romperam-se com fragor; torrentes de chuva caíram; as plantações inundaram-se; o trabalho de um ano do lavrador pereceu em uma hora. Não satisfeito com suas próprias águas, Júpiter pediu a ajuda de seu irmão Netuno. Este soltou os rios e lançou-os sobre a terra. Ao mesmo tempo, sacudiu-a com um terremoto e lançou o refluxo do oceano sobre as praias. Rebanhos, animais, homens e casas foram engolidos e os templos, com seus recintos sacros, profanados. Todo edifício que permanecerá de pé foi submergido e suas torres ficaram abaixo das águas. Tudo se transformou em mar, num mar sem praias. Aqui e ali, um indivíduo refugia-se num cume e alguns poucos, em barcos, apoiam o remo no mesmo solo que ainda há pouco o arado sulcara. Os peixes nadam sobre os galhos de árvores; a âncora se prende num jardim. Onde recentemente os cordeirinhos brincavam, as focas cabriolam desajeitadamente. O lobo nada entre as ovelhas, os fulvos leões e os tigres lutam nas águas. A força do javali de nada lhe serve, nem a ligeireza do cervo. As aves tombam, cansadas, na água, não tendo encontrado terra onde pousar. Os seres vivos que a água poupara caem como presas da fome. De todas as montanhas, apenas o Parnaso ultrapassa as águas. Ali, Deucalião e sua esposa Pirra, da raça de Prometeu, encontram refúgio - ele é um homem justo, ela uma devota fiel dos deuses. Vendo que não havia outro vivente além desse casal e lembrando-se de sua vida inofensiva e de sua conduta piedosa, Júpiter ordenou aos ventos do norte que afastassem as nuvens e mostrassem o céu à terra e a terra ao céu. Também Netuno ordenou a Tritão que soasse sua concha determinando a retirada das águas. As águas obedeceram; o mar voltou às suas costas e os rios aos seus leitos. Deucalião assim se dirigiu, então, a Pirra: "Ó esposa, única mulher sobrevivente, unida a mim primeiramente pelos laços do parentesco e do casamento, e agora por um perigo comum, pudéssemos nós possuir o poder de nosso antepassado Prometeu e renovar a raça, como ele fez, pela primeira vez! Como não podemos, porém, dirijamo-nos àquele templo e indaguemos dos deuses o que nos resta a fazer." Entraram num templo coberto de lama e aproximaram-se do altar, onde nenhum fogo crepitava. Prostraram-se na terra e rogaram à deusa que os esclarecesse sobre a maneira de se comportar naquela situação miserável. "Saí do templo com a cabeça coberta e as vestes desatadas e atirai para trás os ossos de vossa mãe" -respondeu o oráculo. Estas palavras foram ouvidas com assombro. Pirra foi a primeira a romper o silêncio: "Não podemos obedecer; não vamos nos atrever a profanar os restos de nossos pais." Seguiram pela fraca sombra do bosque, refletindo sobre o oráculo. Afinal, Deucalião falou: "Se minha sagacidade não me ilude, poderemos obedecer a ordem sem cometermos qualquer impiedade. A Terra é a mãe comum de nós todos; as pedras são seus ossos; poderemos lançá-las para trás de nós; e creio ser isto que o oráculo quis dizer. Pelo menos, não fará mal tentar." Os dois velaram o rosto, afrouxaram as vestes, apanharam as pedras e atiraram-nas para trás. As pedras (maravilha das maravilhas!) amoleceram e começaram a tomar forma. Pouco a pouco, foram assumindo uma grosseira semelhança com a forma humana, como um bloco ainda mal acabado nas mãos de um escultor. A umidade e o lodo que havia sobre elas transformaram-se em carne; a parte pétrea transformou-se nos ossos; as veias ou veios da pedra continuaram veias, conservando seu nome e apenas mudando sua utilidade. As pedras lançadas pelas mãos do homem tornaram-se homens, as lançadas pela mulher tornaram-se mulheres. Era uma raça forte e bem disposta para o trabalho como até hoje somos, mostrando bem a nossa origem. Prometeu Forma o Homem Japeto representa o antepassado da humanidade. Talvez seja preciso reconhecer, nessa personagem a que Gênesis dá por filho a Noé, Jafé, cujo nome personifica uma das grandes raças primitivas. Era considerado pelos gregos o tipo do que há de mais antigo e associa-se habitualmente a Saturno. Desposara Ásia, filha do Oceano, e teve vários filhos, entre outros Prometeu, Epimeteu e Atlas. O Titã Japeto não desempenha papel na mitologia; a sua importância vem da antiguidade que se lhe atribuía e que lhe dava o mesmo tempo que os mais antigos deuses. Embora seja o Titã Japeto tido como antepassado da humanidade, parece que é a seu filho Prometeu que devemos a forma particular que nos distingue dos animais. "Prometeu, diz Ovídio, após destemperar um pouco de terra com água, formou o homem à semelhança dos deuses; e enquanto os outros animais têm a cabeça voltada para o chão, somente o homem a ergue para o céu, e olha para o céu." A fabricação do homem por Prometeu está representada em monumentos assaz numerosos, mas que pertencem na sua maioria a uma baixa época. Em todas as representações antigas, Prometeu aparece como artesão que faz o homem materialmente, mas não como o deus que o anima. Esse papel cabe a Minerva (a Sabedoria divina): vários monumentos nos apresentam nitidamente a parte que cabe a cada um na criação da espécie humana. As Duas Partes de Prometeu Prometeu orgulhava-se do seu trabalho; e tendo surgido divergências entre os deuses e os homens primitivos, tomou ele o partido destes. As divergências, das quais Hesíodo não nos diz a causa, eram acertadas em Sicíona: Prometeu, desejando saber se Júpiter era verdadeiramente digno das honras divinas, excogitou um ardil para provar a sua clarividência. "Expôs aos olhos de todos, diz Hesíodo, um enorme boi. De um lado, encerrou na pele as carnes e os melhores pedaços, envolvendo-os com o ventre da vítima; do outro, dispôs com pérfida habilidade os ossos brancos que recobriu de gordura lustrosa. O pai dos deuses e dos homens disse-lhe, então: "Filho de Japeto, ó mais ilustre de todos os reis, amigo, com que desigualdade dividiste as partes!" Prometeu, sorrindo interiormente do ardil, rogou-lhe que escolhesse, e Júpiter, apoderando-se da parte mais pesada, só ali encontrou ossos." O Fogo Arrebatado aos Homens Júpiter, furioso por ter sido enganado, quis vingar-se dos homens, dos quais Prometeu é protetor, e roubou-lhes o fogo, sem o qual todo e qualquer trabalho é impossível. Mas Prometeu não se deu por vencido, e conseguiu roubar uma faísca do fogo do céu, que se apressou em levar aos homens. Dessa vez, Júpiter, vendo-se decididamente iludido pelo Titã, não conteve o ressentimento e resolveu punir simultaneamente os homens e o protetor. A grosseria dessa lenda é uma prova de sua grande antiguidade; no entanto, não deu origem a nenhuma representação plástica no período arcaico. Nas narrações dos poetas, o fogo estava contido numa folha e invisível a todos os olhos; pelo contrário, o oleiro mostra a chama a sair de um vasinho que o Titã segura com a mão. Júpiter diz a Prometeu: "Filho de Japeto, rejubilas-te por haveres roubado o fogo divino e iludido a minha sabedoria; mas esse ato será fatal a ti e aos homens que hão de vir. Para vingar-me, enviar-lhes-ei um funesto presente que os enfeitiçará e fará com que amem o seu próprio flagelo." (Hesíodo). Suplício e Libertação de Prometeu Júpiter revelou-se cruel para com Prometeu e, a fim de puni-lo por ter dado o fogo aos homens, agrilhoou-o ao Cáucaso. Uma águia lhe dilacerava constantemente o fígado e a sua carne renascia imediatamente para que o suplício se renovasse todos os dias. A luta de Júpiter contra Prometeu foi interpretada de maneira assaz diferentes, mas segundo os trágicos seria possível ver nela uma vaga recordação de uma mudança de crenças. Na antiguidade, Prometeu ficou como tipo de justiça esmagada pela força, da consciência humana protestando contra um poder inexorável. O suplício de Prometeu teria, no entanto, fim. Hércules, o matador dos monstros e grande reparador de erros, livrou o Titã matando a águia que o roía. Prometeu, que conhecia o futuro, predissera que quem desposasse a Nereida Tétis, teria um filho mais poderoso que o pai, e o rei dos deuses, sabendo de tal profecia, renunciou ao projeto de unir-se a Tétis. Como recordação desse serviço, Júpiter não obstaculou a libertação de Prometeu; mas já que afirmara que o suplício duraria milhares de anos e que um deus não deve mentir, excogitou-se um subterfúgio. De um dos elos da cadeia que agrilhoava o Titã se fez um anel, no qual se introduziu um pedacinho do rochedo; desse modo, Prometeu continuava sempre preso ao Cáucaso. Um interessante sarcófago no museu Capitolino fixa em várias cenas toda a lenda de Prometeu. Há algumas variantes na história de Prometeu: alguns lhe atribuem a fabricação da mulher, bem como a do homem, o que tiraria toda a razão de ser da linda Fábula de Pandora. Entretanto, existem sobre essa versão monumentos que não podemos desprezar. Um baixo-relevo antigo nos mostra Prometeu segurando um desbastador e modelando a primeira mulher; um homenzinho ainda não animado está deitado aos pés do escultor e quem Mercúrio conduz uma alma, caracterizada pelas asas de borboleta, e que irá habitar o corpo terminado por Prometeu. Atrás de Mercúrio, vemos as três Parcas que fiarão o destino da nova criatura. O touro, o burro e a lebre, colocados perto do escultor, relembram uma tradição segundo a qual Prometeu, ao formar a espécie humana, misturou ao limo de que se servia as qualidades dos diversos animais.

MITO, ASTROLOGIA E PSICANÁLISE

O mito de Prometeu e o elemento Fogo

Entre o prazer originário e a realidade terrena existe uma ruptura - um fogo perdido - que será para sempre um lugar de fome e de mal-estar. Prometeu era um dos quatro filhos de Jápeto e Clímene e pertencia à raça dos Titãs. Como era um adivinho, previu a derrota de seu povo e tornou-se amigo de Zeus. Segundo a tradição (que não consta da Teogonia de Hesíodo), Prometeu criou os primeiros seres humanos na Terra. Bem antes da vitória de Zeus sobre os Titãs, Prometeu foi um benfeitor da humanidade.
Devido a esta troca de lugares os deuses sempre desconfiaram da proteção dada por Prometeu aos homens. Um dia em Mecone, o deus filantropo desejou ludibriar o pai dos deuses e dos homens em favor dos mortais, dividindo um grande boi em duas porções: a primeira continha carnes e entranhas, cobertas pelo couro do animal. A segunda, apenas os ossos, disfarçados com a gordura branca dos mesmos. Ao escolher uma delas, Zeus optou pela segunda e, vendo-se burlado, "a cólera encheu sua alma, enquanto o ódio lhe subia ao coração"[1].
Um terrível castigo foi imposto. Zeus privou o homem do fogo - simbolicamente do nus, da inteligência - tornando a humanidade "ignorante".
Novamente o benfeitor dos homens agiu. Roubou uma centelha do fogo celeste, ocultando-a na haste de uma férula, e a trouxe à Terra, reanimando os mortais. O maior dos deuses Olímpicos resolveu punir com mais rigor a humanidade e seu protetor. Contra os homens imaginou perdê-los para sempre através da irresistível Pandora (cuja caixa continha todos os males da humanidade, inclusive a esperança). Contra Prometeu, a punição foi terrível. Ele foi acorrentado com grilhões em uma coluna e tinha o fígado "roído" durante o dia por uma águia e, à noite, o órgão se regenerava. Zeus jurou que jamais o libertaria daquela prisão.
Habilitados parcialmente pela centelha de fogo celeste, os homens experimentaram o uso diferencial da inteligência e a fome de saber.
Quanto a Pandora ("a detentora de todos os dons"), ela foi a primeira mulher modelada em argila, animada por Hefesto e tornada irresistível pelos deuses - "Afrodite deu-lhe a beleza e insuflou-lhe o desejo indomável que atormenta os membros e os sentidos."
Por fim, Hermes concedeu-lhe o dom da palavra.
Fome, saber e sexualidade desencadearam assim um projeto humano. A transgressão realizada por Pandora ao abrir a caixa que continha todos os males do mundo determinou o ponto de partida em que as pessoas passaram a conviver numa tremenda confusão, sendo uma tarefa importante a "diferenciação entre as espécies e, sobretudo, do homem com o próprio semelhante". [2]
O desencontro com a situação paradisíaca de possuir todo o fogo implicou "o encontro com a sexuação, no prazer, no desprazer, no sofrimento, no trabalho, na dúvida". [3] Entre este prazer originário e a realidade terrena existe uma ruptura - um fogo perdido - que será para sempre um lugar de fome, de um mal-estar.Na Astrologia, as casas do elemento Fogo representam lugares onde o ser humano deve buscar a construção dos sentidos da vida. Em Áries, o que é mais básico e pulsional, o que se combina com seus afetos; em Leão, a sua paixão e seus derivados; e em Sagitário, a construção de seu caminho. Como nos explicita Bachelard, "o fogo é brilhante, como uma consciência da solidão". [4]

Perséfone e Hades


Perséfone é a Rainha das trevas, filha da mãe terra, Deméter e guardiã do segredo dos mortos. Hades, senhor das trevas, enlouquecido de amor pela donzela, raptou-a, enquanto colhia flores. Assim que a levou até seu reino sombrio, fez com que ela comesse a romã, fruta dos mortos. A partir de então, Perséfone estaria ligada a ele para sempre. E assim aconteceu. Durante três meses por ano, Perséfone governaria o mundo das trevas junto com o marido. Embora passasse os outros nove meses do ano na companhia de sua mãe, não podia constar a ninguém os segredos do mundo dos mortos. O reino de Hades, cheio de mistérios, era protegido pelo terrível rio Estige, que nenhum ser humano poderia cruzar sem a permissão do próprio deus. Apenas Hermes podia guiar os poucos escolhidos na travessia do temível rio. As almas dos mortos não podiam atravessá-lo sem dar uma moeda a Caronte, o velho barqueiro do Estige, que os conduziria até o portal do reino de Hades, onde ficava Cérbero, o temível cão de três cabeças e cauda de serpente, guardião dos infernos, que devoraria qualquer um, vivo ou morto, que se atravesse a ultrapassar os limites impostos pelas leis do reino invisível.
E assim, por ter comido a romã, Perséfone abriu mão da inocência da infância para se tornar à guardiã dos segredos e mistérios de seus sombrios domínios.

Posted by DJ BURP | às 07:34 | 0 comentários